top of page

 

Título:            Fado do Amanhã

Intérprete:      Maria Armanda

 

Letra:              Vasco de Lima Couto

Música:           Fernando Macedo de Freitas

  

Guitarra:        António Chainho e Armindo Fernandes

Viola:             José Maria Nóbrega

Viola-baixo:    Pedro Nóbrega

 

 

Data da 1ª edição            1975

Quando todos no cais, com lágrimas de sol,
Acenarem os lenços, como pontos esguios,
E tu ansiosamente, procurares os meus olhos,
Hás-de encontrá-los secos, abismados e frios!   (bis)


Verás neles o luar, numa estrada da vida,
Às cinco da manhã, de um Outono qualquer...!
E verás os soluços, que a brandura prendeu,
E tudo o que fui eu, para o tempo crescer!   (bis)


Vingarei o silêncio, o mesmo silêncio,
Deixando a minha dor, a um canto da amurada,
Pois, como tu traí, de começar de novo,
A alegria que um dia, partiu de madrugada!   (bis)


 

Fado Alexandrino do Noquinhas

Fado Alexandrino do Noquinhas

Fado misto quanto ao modo ( maior / menor ), que como todos os fados Alexandrinos, assim chamados em homenagem ao poeta francês Alexandre Berné, tem como característica ser cantado com versos em quadras de 12 sílabas, e com a particularidade do cantador se antecipar ligeiramente à música! Os fados Alexandrinos, são considerados fados da 1ª geração ou, como diz o "expert" na matéria Dr. Nuno de Siqueira, da 1ª geração e 1/2...!

Não foi possível encontrar a origem do nome deste fado; contudo, prometo continuar a investigar e atualizar esta informação.

Foi seu autor, um personagem marcante da vida fadista, o guitarrista Fernando Macedo de Freitas.



                                                                                                                       Fernando Macedo de Freitas

Pequena biografia do autor:
Fernando Freitas, nasceu em Lisboa, na freguesia de Santa Isabel, em 1913,

tendo falecido em 1987.
Com apenas 9 anos de idade, começou a trabalhar no Coliseu dos Recreios

numa “trupe” de palhaços, aprendendo a tocar violino, bandolim, banjo e

cavaquinho; aos 12 anos seu pai ensinou-o a tocar guitarra e aos 14 anos já

entrava em cegadas.
Aos 16 anos já era bem conhecido o seu dedilhar de guitarra, e é por

iniciativa do seu amigo, companheiro de bairro e parceiro nas cegadas,

Alfredo Marceneiro, que o tratava carinhosamente por "Freitinhas" que o

apresenta no Solar da Alegria, onde fica contratado.
Em 1935, acompanhou Maria Teresa de Noronha, nas primeiras emissões de Fado na Emissora Nacional.
Ainda em 1935, desloca-se a França para acompanhar Maria Albertina e Tomás Alcaide.
Em 1944 e 1946, atua no Brasil com Amália Rodrigues, país onde permanece para casar com uma brasileira, filha de portugueses, que também cantava Fado, de nome Maria Girão. Fernando Freitas, percorre o Brasil atuando em espetáculos, onde se mantém até 1964.
De regresso a Portugal, acompanha Fernando Farinha durante um longo período, nomeadamente em digressões aos Estados Unidos e Canadá.
Toca todas as noites no “O Faia” de Lucília do Carmo, e mais tarde na Adega Machado.
Nos anos 70, perde a visão na sequência de uma deslocação na retina, sem contudo deixar de tocar.
Fernando Freitas deixou além deste fado, algumas das mais bonitas composições para Fado tradicional, como o Fado Pena e o Fado das Sardinheiras, em exclusivo para Amália Rodrigues a pedido desta, para quem aliás já tinha composto Ronda dos Bairros, que foi o primeiro tema escrito expressamente para a fadista, nos seus primeiros tempos do Solar da Alegria.
Deixa um filho, o cantor Fernando Girão, que não enjeitando o Fado, tem outros horizontes musicais.

Origem: Lisboa no Guiness.

 

fernando freitas

Fernando de Freitas, de seu nome completo Fernando Macedo do Freitas, nasceu em Lisboa, na freguesia de Santa Isabel, em 1 de Setembro de 1913.

Apenas com 9 anos começou a trabalhar no Coliseu dos Recreios em "troupes" de palhaços excêntricos, parodistas musicais, tocando violino e depois também bandolim, banjo e cavaquinho. Aos 12 anos aprendeu com o pai a tocar na guitarra o Fado Corrido, participando apenas com 14 anos em cegadas de Carnaval, então muito populares na capital.

 

Fernando de Freitas estreou-se como guitarrista em 1929, com apenas 16 anos, no Solar da Alegria, pela mão de Alfredo Marceneiro. Entretanto, dedicou-se a aprender variações na guitarra por influência de Armando Machado, enquanto ia tocando em algumas casas de jogos clandestinas, entre elas O Peras, na Rua de S. José, enquanto participa, também, em cegadas carnavalescas.

 

A partir deste momento, a par com a participação nas cegadas carnavalescas, passou a dedicar-se à guitarra, actuando sucessivamente em vários cafés e retiros, e acompanhando vozes como Ercília Costa, Adelina Fernandes, Maria Albertina, Teresa Gomes e Zulmira Miranda (também actrizes de revista).

 

Actuou no Café Chic de Belém e na Cervejaria Vitória da Rua de São Paulo, no Café Mondego e no Café Luso na Travessa da Queimada. Em 1935, com o advento da Emissora Nacional, acompanhou com o violista Abel Negrão, Maria Teresa de Noronha, nas suas actuações radiofónicas.

 

Em 1937 actuou em Paris com Armando Machado e em 1944 foi ao Brasil acompanhar Amália Rodrigues no Casino de Copacabana.

Seguiu de muito perto a fase inicial da carreira de Amália Rodrigues para quem compôs dois dos seus maiores êxitos: "Ronda dos Bairros" (com letra em alexandrinos de Francisco Santos) e "Sardinheiras" (com letra de Linhares Barbosa).

 

Na Guitarra de Portugal, de 15 Junho de 1945 pode ler-se:"À hora de fechar o nosso jornal deve estar a tomar o "Clipper" que o conduzirá ao Rio de Janeiro, o virtuoso da guitarra Fernando Freitas que vai expressamente acompanhar Amália Rodrigues, que já se encontra nesse país…”. Em 1951 retoma ao Brasil, por sua própria iniciativa, aí permanecendo 14 anos.

 

Em 1965 regressa a Portugal, actuando durante alguns anos na Adega Machado, partindo depois para Espanha onde fica três anos a acompanhar Maria Dolores Pradera (a quem chamavam a Amália espanhola) que também cantava o fado. Acompanhou Fernando Farinha na digressão que este fez aos Estados Unidos da América e Canadá, em 1966, tendo também acompanhado este artista à Argentina. Compôs ainda, entre outras músicas, as de "A Canção da Neve" (criação de Berta Cardoso), "Fado Napoleão" (criação de Frutuoso França), "Trem Desmantelado" (com letra de Carlos Conde),"Fado Barroca" e "Fado das Romarias".

 

A partir de 1971, Fernando Freitas ingressa no elenco permanente do Restaurante O Faia, ao lado de Ilídio dos Santos "Very Nice", Martinho d'Assunção e Orlando Silva, aí permanecendo 16 anos (os últimos já praticamente cego), acompanhando entre outros, Lucília do Carmo e Carlos do Carmo.

 

Foi casado com a fadista Maria Girão. É pai do cantor e compositor Fernando Girão, que também tem realizado trabalhos com incursões na área do fado.

 

Fernando Freitas morreu em Lisboa, em 18 de Março de 1988.

 

 

 

 

Selecção de fontes de informação:

“Guitarra de Portugal” 15 de Junho de 1945

Cabral, Pedro Caldeira (1999) “A Guitarra de Portugal”, Col. “Um Século de Fado”, Lisboa, Ediclube, pág. 245.

http://www.museudofado.pt/personalidades/detalhes.php?id=300&sep=0

bottom of page