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Fado Bizarro

Disse Mal de Ti
Letra:                Linhares  Barbosa
Música:             Acácio Gomes
Intérprete:          Amália Rodrigues

 

 

 


Fui dizer mal de ti a toda a gente
Jurei, teimei, a todos convenci

Que és um impostor que nada sente
E ainda hoje disse mal de ti   (bis)

 

 


Afirmei que me bates, que me oprimes
Que és covarde, que és cínico e promíscuo

Serias bem capaz dos maiores crimes
Se te pagassem bem, disse tudo isto   (bis)

 

 

Todos me acreditaram cegamente
Alguns olhos de lágrimas luzindo

Chorei, gritei, gemi cinicamente
Mas cá dentro minha alma ia sorrindo   (bis)

 

 


Na boca das mulheres vi o lume
Do ódio, do rancor que eu acendi

Menti a toda a gente por ciúme
Só eu quero gostar, gostar de ti   (bis)

Pequena biografia do autor:

                                                                                                                                                   Acácio Gomes

​​​Foi um excelente executante de guitarra portuguesa, cuja atividade ocorreu entre os

anos 1930 / 1970. Pouco mais  se conhece a respeito.

Este fado, de que é autor e que tem o seu nome, é um dos que​​​​ mais se canta

atualmente.

Acácio Gomes, nascido em Peredo da Bemposta, Mogadouro, apaixonou-se

desde muito novo, talvez com 15 anos, pela Guitarra Portuguesa, tocando apenas

música de dança.
Como ferroviário de profissão, em Dezembro de 1954, foi transferido para Malanje

e aí, acompanhou pela primeira vez, em público, uma fadista de nome Germana

Infante, dando assim início à atividade de guitarrista.
Em 1957 acompanhou em Lucala, Fernanda Batista, na altura a grande atracão nacional.
Transferido para Sá da Bandeira em 1968, aí continuou a atuar em vários espetáculos, tendo mais tarde
integrado o grupo de fados de Reais Paços de Maconge.
De regresso a Portugal passou a residir no Porto, tendo atuado como guitarrista privativo nos seguintes
restaurantes deste cidade: "A Madrugada", "Casa da Mariquinhas", "Cozinha Real do Fado", "Cantinho do
Fado", "Tribunal", "Burgo" e também no "Mal Cozinhado", embora neste não privativo. Para além destes,
contam-se ainda "A Lareira" em Fão e o "Grelha" em Amarante.

Também no Porto fez parte de quatro grupos de fados de Coimbra, a saber: "Saudades de Coimbra", "Do
Choupal até à Lapa", "Torre d'Anto" e "Trova Nova", tendo percorrido todo o país. Nestes grupos participou
na gravação de 4 cd's e apresentou-se por 11 vezes no programa da RTP 1 (Praça da Alegria).
Com o grupo "Trova Nova" participou em quase todas as noites de fado de Coimbra que se efetuaram no
Porto e ainda, no II seminário de Fado de Coimbra em Famalicão. Integrou também o grupo de fado de Lisboa "Sol Nascente". A partir de 2001, passou a integrar o grupo de fados e guitarradas do Sindicato dos Bancários do Norte. Em 2004, convidado pelo viola António Reis, desenvolveu um novo projeto, tendo como fadistas Maurício Campelo, Angelina Pinto e a poetisa/humorista Emília Dinis. Deste elenco resultam vários espetáculos.
Em Junho de 2006, com parcerias de António Reis e Cláudia Barbosa, passou a integrar o Grupo de Fado
"Prelúdio", do qual é membro fundador.

 

Seleção de fontes de informação:

http://www.g-sat.net/todos-os-fados-de-a-a-z-historia-2128/fado-acacio-208295.html
http://www.portaldofado.net/content/view/364/327/

Última atualização: Janeiro/2013

Curiosidades acerca do fado Bizarro

Este texto foi enviado por um leitor deste site:

 

"Parabéns pelo excelente trabalho, uma pequena rectificação, no Fado Bizarro, o fado Bizarro não tem como é fácil de entender o nome de Acácio Gomes, mas sim o de Natalina Bizarro para quem foi feito e gravado pela própria, infelizmente a gravação original foi perdida na Valentim de Carvalho e 3 anos depois foi gravado com outra letra por Amália Rodrigues.
Estas coisas aconteciam no Fado

António Bizarro"

                                                                                                                                        Linhares Barbosa
João Linhares Barbosa nasceu a 15 de Julho de 1893 em Lisboa, no Bairro da
Ajuda onde sempre viveu e foi lá que veio a falecer em 1965.
Figura incontornável do universo do Fado, a sua obra poética estima-se em mais
de 3.000 versos. A defesa do Fado que preconizou toda a vida - nomeadamente
dos seus ambientes e seus protagonistas - a par de um imenso talento poético
consagrá-lo-iam como o “Príncipe dos Poetas” vulto maior de entre os Poetas
Populares do Fado.
Autodidata, ativo até 1965 - ano em que viria a falecer – João Linhares Barbosa viu os seus primeiros versos
publicados no jornal “A Voz do Operário” chegando muitas das vezes a ser ele próprio a declamá-los
quando contava apenas 14 anos de idade.
Mais tarde, exerceria a profissão de torneiro mecânico até à fundação do seu próprio jornal, “Guitarra de
Portugal”, precisamente no dia em que completou 29 anos, no dia 15 de Julho de 1922. Este periódico viria
rapidamente a assumir-se como um dos mais emblemáticos títulos de uma imprensa especializada no fado
que vingou, a partir de 1910.
Sob a sua direção, a Guitarra de Portugal não só divulgou centenas e centenas de poemas para o repertório
fadista como se envolveu em duras polémicas com os críticos do Fado, particularmente ativos durante a
década de 30. O jornal contou com numerosas colaborações (Stuart de Carvalhais, Artur Inês, Antônio
Amargo) e constituiu um precioso elemento de ligação entre os amadores de Fado, tendo assinantes em
praticamente todo o país.
Nos primeiros tempos de vida da Guitarra de Portugal, João Linhares Barbosa contou com a colaboração dos
amigos, também poetas populares, Domingos Serpa e Martinho d' Assunção (pai). Foi nas páginas da
“Guitarra de Portugal” que, ao longo dos anos, João Linhares Barbosa defendeu o Fado, os poetas e os
fadistas, dos ataques de um grupo de detratores do Fado que teve em Luiz Moita, célebre autor da obra “O
Fado, Canção de Vencidos” um dos maiores expoentes. Para além de uma vastíssima obra poética, a João
Linhares Barbosa se fica a dever uma ação preponderante na reabilitação do Fado e na dignificação da
carreira dos fadistas.
Vivia exclusivamente do fruto das suas composições, vendendo as suas cantigas, tal como os outros poetas
da altura, pois não havia como hoje as gravações, e portanto era uma forma de receber monetariamente o
retorno do seu trabalho.
Foi muito tempo Diretor Artístico do Salão Luso.
Em 1963 é Homenageado no Coliseu dos Recreios, recebendo o prémio da Imprensa para o “Melhor Poeta
de Fado”.
Em 1995 a Câmara Municipal de Lisboa presta-lhe a justa consagração dando o seu nome a uma rua de
Lisboa, no Bairro do Camarão da Ajuda.
 

Seleção de fontes de informação:
 

Dados biográficos fornecidos pelo Sr. Francisco Mendes.
 

Última atualização: Setembro/2008

Pequena biografia do poeta

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