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Fado Maria Rita

Jogo de Sedução
Letra:            Mário Raínho

Música:         Armando Machado

Intérprete:      António Zambujo


Naquele tempo, nós dois
Tínhamos manhãs de sóis
Dias tristes eram poucos;
Nessa era adolescente
Éramos dez reis de gente
Mas completamente loucos

 

Enquanto no céu bailavam
Andorinhas que chegavam
Antecedendo o verão
Nós, descuidados, brincando
Sem querer íamos jogando
Um jogo de sedução

 

Entre beijos escondidos
E desejos proibidos
Como fosse fogo posto
Pelas minhas graças mais tolas
Ramalhetes de papoilas
Vinham poisar em teu rosto

 

Que memória, que loucura
Me transporta hoje à lonjura
De verdes campos, lençóis
Deixai-me sombras de infância
Contar a esta distância
Naquele tempo nós dois

​Pequena biografia do intérprete:

                                                                                                                                               António Zambujo
Cresceu a ouvir o cante alentejano. A harmonia das vozes, a cadência das frases

e o tempo de cada andamento, foram para sempre uma influência. Nascido em Beja,

em 1975, António Zambujo começou a estudar clarinete com 8 anos, estreando-se

no Conservatório Regional do Baixo Alentejo.

Ainda pequeno, apaixonou-se pelo Fado e pelas vozes de Amália Rodrigues, Maria

Teresa de Noronha, Alfredo Marceneiro, João Ferreira Rosa, Max entre muitos outros.

Estava habituado a cantar em família e entre amigos, e aos 16 anos chegou mesmo a

ganhar um concurso de fado.
Com o curso de clarinete na bagagem, ruma a Lisboa, onde Mário Pacheco, intérprete e compositor de guitarra portuguesa lhe abre a porta do conhecido Clube do Fado, no bairro de Alfama, onde passou a tocar.
Pouco depois, integra o musical Amália, dirigido por Filipe La Féria. Durante os quatro anos que o espetáculo esteve em cartaz – primeiro no Teatro Politeama, depois um pouco por todo o país –, Zambujo interpreta o papel de Francisco Cruz, o primeiro marido de Amália.
2002
O mesmo fado, o seu primeiro trabalho é editado pela Ocarina. As influências musicais do Alentejo são marcantes e há mesmo alguns fados compostos por si. Outros são de conhecidos poetas do universo fadista como José Luís Gordo ou Mário Raínho.
Na sequência do êxito de O mesmo fado recebe o prémio de ‘Melhor Nova Voz do Fado’, já atribuído pela Rádio Nova FM a intérpretes como Mariza, Camané ou Mafalda Arnauth.
2004
António Zambujo canta na Casa de Fado Sr. Vinho. E além dos concertos em Portugal, apresenta-se com regularidade em cidades como: Toronto, Paris, Santander, Sarajevo, Zagreb.
Edita o seu segundo disco, Por meu cante, no qual aprofunda as raízes alentejanas, recuperando temas do Cancioneiro de Beja, fundindo-as com novas tendências do fado. Para este trabalho conta com a colaboração dos músicos Paulo Parreira (guitarra portuguesa) e Ricardo Cruz (contrabaixo).

2006
Ganha o Prémio Amália Rodrigues (atribuído pela Fundação Amália Rodrigues) na categoria de "Melhor Intérprete Masculino de Fado".

É convidado pela Fundação Calouste Gulbenkian para o Festival Atlantic Waves, em Londres. No mesmo ano e juntamente com Carla Pires e Liana, participa na Festa do Avante, na homenagem ao compositor Alain Oulman, grande responsável por alguns dos maiores sucessos de Amália Rodrigues.

2007
No Verão, é convidado para encerrar a "Festa do Fado" do Castelo São Jorge. E em Setembro lança o seu terceiro álbum Outro Sentido, com produção musical de Ricardo Cruz e a participação especial das Vozes Búlgaras Angelite.
2008
Outro sentido é editado na Europa e nos Estados Unidos pela editora ‘Harmonia Mundi', sob a etiqueta da sua filiada ‘World Village'. Os concertos pela Europa continuam.
O álbum é considerado pela revista Songlines Top of the World Album.

Depois de atuar no Teatre de La Ville, em Paris, Outro Sentido sobe ao terceiro lugar de vendas da FNAC francês.
A Fundação Luso-Brasileira propõe-lhe um dueto com Roberta Sá para a sua gala anual de entrega de prémios em Outubro, no Casino Estoril.
A editora MPB edita Outro Sentido no Brasil. Esta edição tem três faixas adicionais com participações de Roberta Sá e Trio Madeira Brasil, de Zé Renato e de Ivan Lins.
A chegada ao Brasil levou-o também aos ouvidos de Caetano Veloso que se rendeu à sua voz. Escrevendo no seu blogue: «Quero ouvir mais, mais vezes, mais fundo (...) É de arrepiar e fazer chorar».
Em Dezembro, António Zambujo esgotou dois concertos no Teatro São Luiz.

2009
António Zambujo segue em tournée pela Europa, apresentando Outro Sentido em países como a Noruega, Suécia, França, Holanda e Áustria.

Em Março e Abril, Zambujo realiza uma série de concertos em Portugal, incluindo a apresentação, em Maio, no Onda Jazz, da reedição de Outro Sentido.
Em Junho, inicia a primeira tournée no Brasil. Em Pirenópolis (a 100 km de Brasília), Zambujo dá o seu primeiro concerto a propósito da apresentação da Semana da Cultura Portuguesa, promovida pelo Instituto Camões.

Apresenta-se no Espaço Tom Jobim, no Rio de Janeiro onde conta com as participações especiais de Roberta Sá, Marcelo Gonçalves, Ronaldo do Bandolim e Yamandú Costa. Na plateia, estiveram presentes Ney Matogroso, Caetano Veloso, Sandra de Sá, Paula Morelenbaum, entre outras figuras da cena artística brasileira.
Zambujo apresenta-se no Cool Jazz Fest 09, num espetáculo que contou com a participação de Ivan Lins. E nesse Verão atua pela primeira vez na Casa da Música, no Festival ‘Uma Casa Portuguesa’.
Sobe ao palco do Parque Mayer, na programação de Verão do Lisboa ao Parque, juntamente com Luís Guerreiro na guitarra portuguesa, José Conde no clarinete e Ricardo Cruz no contrabaixo.
No fim do mês de Setembro, Zambujo volta à Europa desta vez incluindo Finlândia, para mais quatro espetáculos. No início de Outubro, realiza pela segunda vez, uma tournée em França com concertos em Montelimar, La Rochelle e duas atuações em Paris, nas salas Sun Set e L´Europeen.

No fim de Novembro, inicia a segunda tournée pelo Brasil desta vez com uma atuação no Palácio de São Clemente, seguindo-se espetáculos no Bourbon Street Music Club, em São Paulo, e no Teatro Rival, no Rio de Janeiro.

Integra a lista dos 10 Melhores Concertos Internacionais do Ano, selecionada pela Secção de Cultura do Jornal O GLOBO, ao lado de músicos como Elton John, Burt Bacharah, Terence Blanchard, Kiss, Youssou N'Dour e Angelique Kidjo.
De volta a Portugal, fecha o ano com uma digressão nacional que inclui sete cidades de Norte a Sul do país.
2010
A 14 de Abril António Zambujo lança o seu quarto disco Guia, no Teatro São Luiz em Lisboa.
São interpretados originais de compositores e letristas nacionais e brasileiros tais como Vinícius de Moraes, Márcio Faraco, Pierre Aderne, Rodrigo Maranhão, Ricardo Cruz, o próprio Zambujo, João Gil, João Monge, Aldina Duarte, José Agualusa, Maria do Rosário Pedreira, Pedro Luís entre outros.

Zambujo apresenta-se em 2010 em vários teatros nacionais e internacionais e recebe a aclamação do público e da crítica.
Maio é vez de António Zambujo e os Azeitonas abrirem a programação do Palco Sunset do Rock in Rio, numa atuação conjunta que é assim o culminar das parcerias musicais dos jovens músicos.
Com a vinda de Roberta Sá ao nosso país, Zambujo sobe aos palcos da Aula Magna e da Casa da Música, no Porto para atuar com a artista brasileira.
Em Outubro e Novembro, Guia é lançado oficialmente em França, no Café de la Dance e no Brasil com concertos em São Paulo e Rio de Janeiro. Nesse mesmo mês, o músico apresenta-se nas Comemorações do Centenário da República, nos Jardins do Palácio de Belém.
É selecionado para se apresentar na Womex2010, o maior encontro profissional de músicas do mundo, a nível internacional. António Zambujo abre o leque de concertos da Womex subindo ao palco do prestigiado Estúdio 1 do Copenhagen Concert Center.
Este concerto seria mais tarde transmitido no canal de televisão Mezzo.

2010 foi também o ano em que Zambujo esteve na Semana Cultural Portuguesa em Espanha, apresentando-se em cidades como Madrid, Barcelona e Valência.
O Festival dedicado à Lusofonia, Cantos na Maré contou também com a presença de António Zambujo que entre outros, protagoniza um dueto com Lenine.
A revista britânica Songlines escolhe Guia como Top of the World Album e pela segunda vez consecutiva, António Zambujo vê o seu trabalho distinguido por esta publicação especializada em World Music.
Figura também nas mais importantes listas nacionais e internacionais dos melhores discos de 2010:
2º Melhor disco nacional – escolhas de Nuno Pacheco – Ípsilon Publico
3º Melhor disco nacional – BLITZ
3º Melhor Álbum - http://lusotunes.blogspot.com/ - Divulgação de música Lusófona
4º Melhor disco nacional – Jornal de Letras
Os 50 discos de 2010 – Revista Mondomix – França
Top of the World Album – Songlines – Inglaterra
Melhor Álbum de 2010 – Sopa de Pedra
2011
António Zambujo começa o ano por dividir o palco do Centro Cultural do Olga Cadaval com o trompetista Laurent Filipe, depois de um concerto no recentemente inaugurado Auditório de Tróia em nome próprio, para em Fevereiro seguir para o Festival de Fado na Noruega.
O ano segue com vários concertos por diversos países já conhecedores do trabalho de António Zambujo como França, Espanha e Brasil ou Azerbeijão, mas também com as primeiras visitas a países como Israel, Bulgária, Suécia, Alemanha e a primeira tournée nos EUA e no Canadá, bem como a primeira apresentação em Macau.
O Verão de 2011 é marcado pela participação de António Zambujo nos mais importantes festivais de World Music nacionais; Festival Med e o Festival de Músicas do Mundo de Sines, em Junho e Julho, respetivamente.

Em Junho é convidado a apresentar-se na Festa do Fado, no Castelo de São Jorge num concerto acompanhado pelo Lisboa Fado Ensemble, conta também com a presença de Márcio Faraco, um dos autores do tema Guia e que dá título ao seu quarto disco.
Também em França, Zambujo é convidado para atuar nos mais significativos festivais de músicas do mundo e em Julho faz parte do cartaz do Festival de Chateauvallon, na cidade de Toulon e no Festival Nuits de Fourviére, em Lyon.

Em Agosto, ruma a Huesca, em Espanha sem antes dividir um esgotado Pátio da Galé, em Lisboa com a brasileira Roberta Sá. Encontro este idealizado pelo Fado Convida e integrado no Festival dos Oceanos.

O início de Setembro marca o regresso do jovem intérprete ao Brasil com três noites de música no Teatro Solar Botafogo, no Rio de Janeiro. A solo, Zambujo faz uma viagem pela sua carreira musical e convida o brasileiro Rodrigo Maranhão, compositor de “Quase um fado” e “De Mares e marias”, temas do álbum Guia e o guitarrista Marcello Gonçalves, guitarrista do Trio Madeira Brasil para o acompanharem nestes três espetáculos.

Esta temporada no Brasil leva António Zambujo pela primeira vez a São Salvador da Bahia.
De regresso à Europa, atua no 23th Mercat de Música Viva de Vic, feira profissional de música. Zambujo representa juntamente com os Orelha Negra a música portuguesa, nesta edição do certame.
Setembro é um mês cheio e fica também marcado pelo concerto no Grande Auditório da Culturgest, em Lisboa. Este espetáculo conta com a participação do Rancho de Cantadores da Aldeia Nova de São Bento.
A convite da Doulce Mémoire - grupo de música Renascentista - Zambujo apresenta-se em França com um reportório estruturado pelos mesmos.
Em Outubro, António Zambujo vai pela primeira vez aos Estados Unidos e Canadá, numa série de seis concertos que passaram por salas de Vancouver, Seattle, Nova Iorque ou Ontário, entre outras cidades.
Outubro foi também o mês em que Zambujo leva a sua música ao importante Tourcoming Jazz Festival, em França, para de seguida fechar o mês com a atuação no 25º Festival de Música de Macau.
Inserido no Algarve 2011, Zambujo apresenta pela primeira vez no Teatro das Figuras, em Faro, a sua música, em Novembro.
Participa também em várias galas como a Gala da Fundação Brasileira, pela segunda vez e na gala de Comemoração de elevação do Fado a Património Imaterial da Humanidade, no Coliseu dos Recreios em Lisboa.
Com o fim deste ano, chega o início da gravação do seu quinto álbum a apresentar dia 24 de Abril de 2012, na Fundação Calouste Gulbenkian. Zambujo vê assim o lançamento do seu próximo álbum inserido na programação do Ciclo de Músicas do Mundo desta instituição.
2012
Editado em Abril de 2012, «Quinto», a primeira aventura discográfica do fadista sob a chancela da Universal Music Portugal, entrou diretamente para o 2º lugar do top nacional de vendas, depois de ter liderado o top iTunes. Do Alentejo para o mundo, a obra de António Zambujo foi elogiada nos quatro cantos do globo, louvada, por exemplo, no Brasil (com apoiantes tão ilustres quanto Caetano Veloso ou Jô Soares) ou nos Estados Unidos (onde contou com rasgados aplausos do incontornável The New York Times).
A viagem de «Quinto» pelos palcos começou pouco depois da sua edição – e, nem um mês após o lançamento do disco, António Zambujo já conquistava o Grande Auditório da Gulbenkian, sendo mesmo obrigado a atuar numa segunda noite, depois de ter esgotado a primeira data. Em Maio e na sua terra natal, António Zambujo é agraciado com a Medalha de Honra de Beja, depois de um concerto no Pax Júlia Teatro Municipal, integrado nas Festas da Cidade.
Depois do inesquecível e aclamado concerto no Coliseu dos Recreios, no passado dia 7 de Dezembro de 2012, António Zambujo continua a percorrer as salas de espetáculo por todo o mundo.


Biografia cedida por Sons em Trânsito

 

 

 


Seleção de fontes de informação:

http://www.antoniozambujo.com/



Última atualização: Janeiro/ 2013

​Pequena biografia do poeta:
​                                                                                                                                                 Mário Raínho
Os poemas de Mário Raínho têm sido gravados, e são cantados todas as noites, pelas
mais diferentes vozes do fado.
Entre elas encontram-se a dos consagrados - casos de Ada de Castro, Ana Moura,
Anita Guerreiro, Alice Pires, Beatriz da Conceição, Camané, Carlos Macedo, Cidália
Moreira, Elsa Laboreiro, Fernanda Maria, Fernando Maurício, Jorge Fernando, Maria
Armanda, Maria da Fé, Marina Mota, Mariza, Pedro Moutinho, Ricardo Ribeiro, Rodrigo,
Sara Reis, Vasco Rafael, entre outros - aos amadores.
Entre os inúmeros músicos que compuseram para os seus poemas, saliente-se José
Fontes Rocha que muito admira e que, conforme afirma "com tantas geniais músicas vestiu os meus versos".
A formação de Mário Rainho foi feita na vivência fadista, mas passa também pelos estudos que realizou nas ordens religiosas Dominicana, Franciscana, e Jesuíta. Talvez por isso tenha escrito, para Fernando Maurício, falecido em Julho de 2003, um dos grandes nomes que mais o marcou, seu companheiro de várias fadistagens e amigo, esta quadra: "Cada verso é uma oração / Um Padre Nosso rezado / E na minha Confissão / vão as rimas do meu fado".
Como poeta de fado começou a escrever em 1973, todavia já anteriormente o meio fadista de tertúlia e mavioso canto das palavras o fascinava, tendo começado a cantar em 1966, datando a sua estreia como profissional de 1970. Gravou para várias editoras mas acabou por se dedicar às belas letras, escrevendo especialmente para fado, mas também para canção, sendo um dos mais profícuos poetas.
O percurso de Mário Raínho passa também pelo Teatro de Revista, tendo-se estreado no Teatro Villaret com "Ora bate, bate manso". Tornar-se-á mais tarde chefe de parceria em "Mamã eu quero" no Teatro ABC anteriormente tinha feito parecerias com Henrique Santa na. Eduardo Damas, Francisco Nicholson, Nuno da Nazareth Fernandes, Gonçalves Preto e Marcelino Mota.
Até 2006 assinou a autoria e encenação de cinco revistas.
Como autor o seu talento estendeu-se à televisão tendo sido autor entre outras séries, de "Ouem casa quer casa", "Ora bolas Marina", "Marina, dona revista" ou "Cabaret".
Galardoado em 2006 com o Prémio Amália Rodrigues Melhor Poeta de Fado, o seu trabalho foi distinguido com vários galardões, nomeadamente dois Pateota ou a Máscara de Ouro, mas garante que como "amaliano nenhum lhe agrada mais que esta distinção" .



Seleção de fontes de informação:

http://www.portaldofado.net/content/view/2177/327/


Última atualização:  Novembro/2010

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