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Fado Tamanquinhas

 

Pedaços de Vida
Letra:                Artur Ribeiro

Música:             Carlos Simões Neves
Intérprete:          Maria Valejo

 

Às vezes não me pressinto
Dentro dos versos que canto;

Mas cerro os olhos e minto
E a mim própria me pinto
Da cor do riso ou do pranto  (bis)

 

 

 

Às vezes sinto diferente
Do que o poeta escreveu

Mas fico de mim ausente
E no fado tão presente
Que o fado parece meu   (bis)

 

 

 


Meus pensamentos à solta
Vão por mundos infinitos

E quem fica á minha volta 
Sente gritos de revolta
Que nem sempre são meus gritos   (bis)

 

 

 


Mas quando acontece ter
A minha mente guarida

Então é fácil de ver
Nos meus lábios a tremer
Pedaços da minha vida   (bis)

​Pequena biografia da intérprete:

                                                                                                                                               Maria Valejo
Filha de Joaquim Garcia Valejo e Dulce Rosado Valejo, Maria Joana Rosado Valejo

nasceu a 30 de Março de 1944, em Reguengos de Monsaraz. Desde jovem que se

interessa pelo Fado que canta em família.
Contra a vontade da sua família vem para Lisboa aos 17 anos, e ingressa no Centro

de Preparação de Artistas da Emissora Nacional.
Por iniciativa do locutor e empresário Marques Vidal, profissionaliza-se e conhece

a dupla Eduardo Damas e Manuel Paião, nomes decisivos no percurso da sua carreira,

e que assinam grande parte do êxitos interpretados por Maria Valejo, compostos

essencialmente por Fado-canção e Fado-castiço. Para o efeito, apresenta-se nas principais casas típicas de Lisboa, designadamente no "Timpanas", "Painel do Fado", "Taverna D´El Rei" de que foi proprietária, e mais recentemente pelo "Faia".
Maria Valejo atua também em espetáculos no cinema Condes, nas principais coletividades da cidade e em espetáculos transmitidos pela televisão. A sua versatilidade proporciona-lhe a entrada no teatro de revista no Parque Mayer e a convite de José Miguel estreia-se na "Zona Azul", ao que se segue "Roupa na Corda", e "Vivo Velho 2". Um sucesso foi a participação na revista itinerante "Com paio e sem laranjas" ao lado de Joel Branco.
Maria Valejo percorre o país de norte a sul, em espetáculos que apresenta a solo ou integrada com outros artistas, e no Brasil, obtêm grande êxito, com espetáculos esgotados no "Lisboa à Noite" (Rio de Janeiro). Curiosamente, a fadista torna-se notada pelo guarda-roupa que enverga: saias curtas e o abandono do característico xaile, ficando conhecida como a "fadista da mini saia"!
Reunindo todas as condições para uma artista de sucesso, Maria Valejo é convidada para gravar, pela editora Alvorada, nos anos de 1967 e 1972. A Movieplay edita em 1993 o CD "Os Maiores Sucessos", e em 1997 a fadista integra a coleção "O Melhor dos Melhores", que destacam os sucessos, "Como posso ter ciúmes" e "O segredo que eu te disse" de Manuel Paião e Eduardo Damas.
Em 2007, Maria Valejo é distinguida com o Prémio Carreira na categoria de Intérprete, atribuído pela Casa da Imprensa.

 

 

Seleção de fontes de informação:
 

http://www.museudofado.pt/personalidades/detalhes.php?id=347

Última atualização: Abril/2008

​Pequena biografia do poeta:

                                                                                                                                                 Artur Ribeiro

Natural do Porto, onde nascera em 1924, Artur Ribeiro gostava de cantar em miúdo

mas o seu temperamento tímido fazia-o cantar escondido atrás de uma cortina.

Um dos casos raros de artista que não se limitava a interpretar mas igualmente

compunha - e muito! - Artur Ribeiro escreveu alguns dos maiores clássicos da

música ligeira portuguesa, como A Rosinha dos Limões, Nem às Paredes Confesso

ou A Fonte das Sete Bicas.

Natural do Porto, onde nascera em 1924, Artur Ribeiro gostava de cantar em miúdo

mas o seu temperamento tímido fazia-o cantar escondido atrás de uma cortina. Em 1940, a família muda-se para Lisboa e é aqui que o seu talento é descoberto: num baile organizado pelo Clube Radiofónico de Portugal, Artur Ribeiro começa a trautear enquanto dança com uma jovem que queria impressionar, sendo imediatamente notado pelo director de programas da estação, que o convida a actuar numa festa em honra do Cônsul do Brasil. Nessa festa, por seu lado, Ribeiro é abordado por um dos responsáveis da Rádio Peninsular para se juntar ao elenco daquela emissora como tenor lírico.

Empregando-se para não sobrecarregar o orçamento familiar, Artur Ribeiro vai subindo profissionalmente, passando inclusive a produtor de emissões e começando a compor as suas primeiras canções. Em 1944, estreia-se profissionalmente num espectáculo da Esplanada da Voz do Operário, ao lado de Amália Rodrigues, e em seguida estreia-se no teatro na Revista Internacional de 1945 no Coliseu dos Recreios, partindo em seguida para o Porto para substituir Luiz Piçarra na opereta A Chave do Paraíso.

Em 1946 estreia-se na Emissora Nacional e, no ano seguinte, enfrentando um mau momento profissional, aceita ser cantor da Orquestra do Casino Estoril, iniciando uma nova fase da sua carreira. Modulando a sua voz para a canção ligeira, torna-se um aplaudido vocalista da noite lisboeta, transferindo-se do Casino para o Conjunto de Mário Teixeira, pianista com quem começa a compor regularmente. Em 1948 conhece Max, para quem virá a escrever alguns dos seus maiores sucessos -como Ilha da Madeira - e, em 1949, ganha o seu primeiro prémio como compositor com Canção da Beira.

A par com a sua carreira de cantor, impõe-se como compositor, com êxitos como Rosinha dos Limões (que originará em 1954, uma opereta de grande êxito), Maria da Graça, Adeus Mouraria, Pauliteiros do Douro ou A Fonte das Sete Bicas. Em 1965, contabilizava 300 canções de sua autoria exclusiva e 700 letras feitas para melodias suas e de outros. Max, António Calvário, Rui de Mascarenhas, Madalena Iglesias, Júlia Barroso, Tristão da Silva, Simone de Oliveira ou Maria José Valério gravaram canções de Artur Ribeiro.

Presença regular nos programas radiofónicos da APA, grava os primeiros discos em 1953 e passa igualmente pela televisão (onde se estreia em 1957) e pelo cinema (escrevendo a música de O Miúdo da Bica, com Fernando Farinha, onde participou igualmente como actor). Participou igualmente em muitos programas de variedades em Espanha. Faleceu em 1982.

 

 

 

Seleção de fontes de informação:

http://www.portaldofado.net/content/view/2332/327/

 

Última atualização:  Junho/2011

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