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Fado Menor do Porto

Sol Nulo dos Dias Vãos
Letra:               Fernando Pessoa
Música:           José Joaquim Cavalheiro Jr.
Intérprete:        Teresa Silva Carvalho

 

 

 


Sol nulo dos dias vãos
Cheios de lida e de calma,  (bis)

Aquece ao menos as mãos
A quem não entras na alma!   (bis)

 

 

Que ao menos a mão, roçando
A mão que por ela passe,   (bis)

Com externo calor brando
O frio da alma disfarce!  (bis)

 

 

Senhor, já que a dor é nossa
E a fraqueza que ela tem,  (bis)

Dá-nos ao menos a força
De a não mostrar a ninguém!  (bis)

​Pequena biografia da intérprete:

                                                                                                                                            Teresa Silva Carvalho
Em 1956 Teresa Silva Carvalho apresentou-se ao vivo, pela primeira vez, com 18 anos

, em Fão, Ofir, por altura do Cortejo dos Banhistas, integrada num espetáculo de

beneficência. Foi o primeiro passo para uma carreira bem sucedida no mundo artístico

e da música popular portuguesa e que a levam, também, a participar, mais tarde, no

programa radiofónico da Emissora Nacional “Nova Onda”.
Teresa Silva Carvalho prossegue os seus estudos e entra para a Escola de Hotelaria

sem, no entanto, abandonar a música, pelo contrário, iniciando aulas de canto com

D. Maria Amélia Duarte D´Almeida.
Depois de terminar o curso ganha uma bolsa de estudo e viaja para a Suíça. No regresso ingressa como subdiretora na escola onde estudou.
Mais tarde inscreve-se no Ministério dos Negócios Estrangeiros e parte, em 1965 para a Expo Portugal de Hoje, no Rio de Janeiro. No Brasil faz o seu primeiro programa televisivo, e canta ao vivo em restaurantes típicos portugueses. De regresso a Portugal canta, durante vários anos, já como profissional, em 1967, convidada por João Ferreira-Rosa, na “Taverna do Embuçado”, em Alfama.
Em 1970 Teresa Silva Carvalho recebe o Prémio de Imprensa Revelação.
O seu talento está expresso na escolha cuidada de um repertório, tendo musicado poemas de grandes poetas tais como: Florbela Espanca, José Régio, Almeida Garrett, Antero Quental. Interpretou também Fernando Pessoa e Ary dos Santos.
O primeiro disco gravou para a Tecla em 1969, gravou um segundo disco, mas depois passou para a Valentim de Carvalho.
Após o êxito do “Ò Rama, Que Linda Rama”, afastou-se voluntariamente do mundo da música, dedicando-se à contemplação da natureza, à fotografia e às leituras.

 

 

 


Seleção de fontes de informação:

www.macua.org

Última atualização:  Agosto/2008

José Joaquim Cavalheiro Jr.

 Fadista e Guitarrista

​Pequena biografia do poeta:

​                                                                                                                                           Fernando Pessoa

NOTA BIOGRÁFICA ESCRITA POR FERNANDO PESSOA
[com a data de 30 de Março de 1935]

Nome completo: Fernando António Nogueira Pessoa

Idade e naturalidade: Nasceu em Lisboa, freguesia dos Mártires, no prédio n.º 4 do

Largo de São Carlos (hoje do Directório) em 13 de Junho de 1888.

Filiação: Filho legítimo de Joaquim de Seabra Pessoa e de D. Maria Madalena

Pinheiro Nogueira. Neto paterno do general Joaquim António de Araújo Pessoa,

combatente das campanhas liberais, e de D. Dionísia Seabra; neto materno do

conselheiro Luís António Nogueira, jurisconsulto e que foi director-geral do

Ministério do Reino e de D. Madalena Xavier Pinheiro. Ascendência geral

- misto de fidalgos e de judeus.

Estado: Solteiro.

Profissão: A designação mais própria será «tradutor», a mais exacta a de «correspondente estrangeiro em casas comerciais». o ser poeta e escritor não constitui profissão mas vocação.

Morada: Rua Coelho da Rocha, 16, 1.º dt.º, Lisboa. (Endereço postal - Caixa Postal 147, Lisboa).

Funções sociais que tem desempenhado: Se por isso se entende cargos públicos, ou funções de destaque, nenhumas.

Obras que tem publicado: A obra está essencialmente dispersa, por enquanto por várias revistas e publicações ocasionais. o que, de livros e ou folhetos, considera como válido, é o seguinte: «35 Sonnets» (em inglês), 1918; «English Poems I-II» e «English Poems III», (em inglês também), 1922 e o livro «Mensagem», 1934, premiado pelo Secretariado de Propaganda Nacional, na categoria «Poemas». o folheto «O Interregno», publicado em 1928 e constituindo uma defesa da Ditadura Militar em Portugal, deve ser considerado como não existente. Há que rever tudo isso e talvez que repudiar muito.

Educação: Em virtude de, falecido o seu pai em 1893, sua mãe ter casado, em 1895, em segundas núpcias, com o comandante João Miguel Rosa, cônsul de Portugal em Durban, Natal, foi ali educado. Ganhou o prémio Rainha Vitória de estilo inglês na Universidade do Cabo da Boa Esperança em 1903, no exame de admissão, aos 15 anos.

Ideologia política: Considera que o sistema monárquico seria o mais próprio para uma nação organicamente imperial como é Portugal. Considera, ao mesmo tempo, a Monarquia completamente inviável em Portugal. Por isso, a haver um plebiscito entre regimes, votaria, com pena, pela República. Conservador do estilo inglês, isto é, liberal dentro do conservadorismo, e absolutamente anti-reaccionário.

Posição religiosa: Cristão gnóstico e portanto inteiramente oposto a todas as Igrejas organizadas, e sobretudo á Igreja de Roma. Fiel, por motivos que mais diante estão implícitos, à Tradição Secreta do Cristianismo, que tem íntimas relações com a Tradição Secreta em Israel (a Santa Kabbalah) e com a essência oculta da maçonaria.

Posição iniciática: Iniciado, por comunicação directa de Mestre a Discípulo, nos três graus menores da (aparentemente extinta) Ordem Templária de Portugal.

Posição patriótica: Partidário de um nacionalismo mítico, de onde seja abolida toda a infiltração católica-romana, criando-se, se possível for, um sebastianismo novo, que a substitua espiritualmente, se é que no catolicismo português houve alguma vez espiritualidade. Nacionalista que se guia por este lema: «Tudo pela Humanidade, nada contra a Nação».

Posição social: Anticomunista e anti-socialista. O mais deduz-se do que vai dito acima.

Resumo destas últimas considerações: Ter sempre na memória o mártir Jacques de Molay, grão-mestre dos Templários, e combater, sempre e em toda a parte, os seus três assassinos - a Ignorância, o Fanatismo e a Tirania.

Lisboa, 30 de Março de 1935.







Seleção de fontes de informação:



www.truca.pt/ouro/biografias1/fernando_pessoa.html

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