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Fado Bacalhau

Amor de Mãe

Letra:          Alfredo Marceneiro

Música:      José António da Silva "Bacalhau"

Intérprete:    Alfredo Marceneiro


 

Há vários amores na vida
Lindos como o amor perfeito
Belos como a Vénus querida

 

De tantos que a vida tem
Só um adoro e respeito
É o santo amor de mãe

 

De tantos que a vida tem
Só um adoro e respeito
É o santo amor de mãe

 

 

Da mulher desventurada
Nesta vida ninguém fuja
Se ela acaso um filho tem

 

Deixá-la ser desgraçada
Porque a desgraça não suja
O santo afecto de mãe

 

Deixá-la ser desgraçada
Porque a desgraça não suja
O santo afecto de mãe

 

 

Minha mãe amor em preçe
Eu sinto tão bem viver
Esse amor que ainda me invade

 

Que se mil anos vivesse
Não deixaria morrer
Por ti a minha saudade

 

Que se mil anos vivesse
Não deixaria morrer
Por ti a minha saudade

 

Se para ser homem Jesus
Precisou que uma mulher
O desse à luz deste mundo

 

O amor de mãe é a luz
Que torna o nosso viver
Num hino de amor profundo

 

O amor de mãe é a luz
Que torna o nosso viver
Num hino de amor profundo.

Fado Bacalhau

Grata ofensa

Letra:         Jorge Morais Rosa

Música:      José António da Silva "Bacalhau"

Intérprete:    Maria Amélia Proença


 

Depois que este amor ruiu,
De tudo o que mais me feriu,
E me deu maior desgosto...,

 

Foi tu passares a meu lado,
E num gesto disfarçado,
Por me veres, voltaste o rosto!
   (bis)

Ofensas, tive-as aos centos,
Somei desgostos, tormentos,

Que o teu amor me ofereceu...!
 

E se alguém tinha motivo,
P´ra fazer um olhar esquivo,

De nós dois, seria eu!   (bis)

Mas..., fico-te agradecida,
Tanto ou mais do que ofendida,
P´lo teu gesto de indiferença...!
 

Pois, assim sei que não viste
Chorar, o meu olhar triste,
Ali, na tua presença!
   (bis)

 

 

 

 

Intérprete  Maria Amélia Proença
Título  Grata ofensa
Autor da Letra  Jorge Morais Rosa
Autor da Música  José António da Silva
Guitarra Portuguesa  Carlos Gonçalves e João Alberto
Viola  Pedro Leal
Data da 1ª edição  1968

Fado Bacalhau

Fado da 1ª geração, em modo menor, embora contenha uma leve passagem pelo modo maior, com ida à 3ª do tom!

É um Fado muito bonito e apreciado, dos mais cantados por todas as gerações de fadistas!

Numa altura em que o Fado era apenas cantado em estrofes de quadras, com versos de sete sílabas ( redondilha maior ), o aparecimento deste Fado ( o pai dos fados em sextilhas ), gerou enorme polémica, chegando alguns puristas da época a classificá-lo de Fado-canção!

No que respeita ao nome do Fado, quando no início do século XX, começaram a aparecer fados cantados neste tipo de versos, eram chamados de Bacalhaus, por serem bem grandes; logo, por essa razão, este terá tomado esse nome.

No entanto, como a sua autoria está atribuída ( embora envolta em polémica ), ao cantador e guitarrista, José António Augusto da Silva, conhecido pelo José Bacalhau, é possível e natural que o seu nome tenha derivado desse facto!

Alguns tratadistas, atribuem a autoria deste Fado a Armando Augusto Freire ( Armandinho ); contudo, em discos muito antigos ( 78 rpm ), figura o nome de J. A. Silva, pelo que tudo ponta para que a tese José Bacalhau, seja a mais credível!

Aliás, esta polémica poderá resultar do facto de, como dizia Alfredo Marceneiro, os criadores de fados não músicos ( como ele, aliás ), recorriam a Armandinho, para “arranjar” as ideias que haviam tido! Daí, e partindo de declarações do próprio Armandinho ao jornal “Guitarra de Portugal” em 1922, que se considerava autor do Fado Bacalhau, bem podem ter causado todas estas dúvidas sobre a sua autoria!

Pequena biografia do autor:


Aqui deveria estar José Bacalhau

José António Augusto da Silva, nasceu em Oeiras , em 1880, tendo falecido em Lisboa, em 1935.

Cantador, guitarrista e poeta ( cantou alguns versos de sua autoria, como por exemplo, os primeiros cantados neste fado ), era conhecido no meio do Fado por José Bacalhau, por ser filho do Velho "Bacalhau de Oeiras".

Foi impressor litográfico, na Fábrica Metalúrgica de Oeiras e, mais tarde, taberneiro, em Alcântara.

Passou pela actividade jornalística, tendo sido editor do Jornal “O Fado”, do Grupo de Solidariedade Propagadores do Fado.

Logo desde pequeno que manifestou inclinação para o Fado e o foi dos primeiros cantadores a actuar em espectáculos! Terá tido a estreia no Café da Marcelina, na Rua do Merca-Tudo.

Depois, na companhia de outros saudosos cantadores, nomeadamente João Firmino dos Santos ( Espanta ), João Mulato, João da Fonseca, João Black e Fernando Telles, actuou nas célebres feiras de Alcântara e Santos.

Foi igualmente dos primeiros fadistas que gravaram para a etiqueta Odeon.

Foi na taberna, de que era proprietário, em Alcântara, que Armindo Freire, filho do célebre Armando Augusto Freire ( Armadinho ), aperfeiçoou os seus conhecimentos de guitarra.

Um dos pontos marcantes da sua carreira, foi a participação na festa de homenagem ao popular poeta João da Mata, realizada em 7 de Fevereiro de 1931, no Salão Jansen.

Origem: "Histórias do Fado - A Capital" e Investigação G-Sat.

​Pequena biografia do intérprete

                                                                                                                                         Maria Amélia Proença

Maria Amélia Marques Proença, nasceu no Bairro de Campo de Ourique, em

Lisboa, em 21 de Outubro de 1938.

Fadista e actriz, apesar de não ter antecedentes de Fado na família, despertou

cedo para aquela música, através da rádio. De tal forma que, aos oito anos, já

cantava em público e ganhou a Taça Amália Rodrigues.

O primeiro local onde actuou, foi nas verbenas do Casablanca.

Amália Rodrigues, com a qual cantou várias vezes, foi uma das fadistas que

mais a influenciaram. Outros nomes importantes na sua aprendizagem, foram

Berta Cardoso, Lucília do Carmo, Alfredo Marceneiro, Júlio Proença, Fernando

Farinha e Mariana Silva.

As Casas de Fado, foram essenciais no seu percurso! Passou por quase todas as mais famosas casas de fado de Lisboa, salientando-se o "Café Luso", o "Sr. Vinho" e a "Taverna do Embuçado".

A partir dos anos 60, percorreu Portugal em concertos e desenvolveu uma carreira internacional, passando por países como Estados Unidos, Japão, Angola, Cabo Verde, Inglaterra, Noruega, Áustria, França e Grécia. Destacam-se concertos como o do Palácio de Windsor ou o Concertgebouw de Amesterdão, onde cantou no Concerto do Milénio, no Ano Novo de 2001 /2002, acompanhada pelo Nederlanders Blazers Ensemble; mais recentemente, em Lisboa'94, Expo'98 e Porto 2001.

Em 1975, Maria Amélia Proença foi eleita delegada do Sindicato dos Trabalhadores do Espectáculo, passando a incluir no seu reportório fados de carácter progressista.

Em 1976, foi vítima de um episódio polémico: - Após cantar o tema "Grito da Terra" ( versos de Domingos Silva e música de Acácio Gomes dos Santos ), foi expulsa da casa de fados "O Solar da Madragoa", a cujo elenco pertencia.

Também se dedicou à rádio e ao teatro, participando em peças "Enquanto houver Santo António" e "Os malucos em festa", contracenando com alguns dos melhores actores da época, entre os quais Irene Isidro, João Villaret e Vasco Santana.

Já na década de 2000, destacou-se na peça de teatro "Tudo Isto é Fado", de Tiago Torres da Silva, tendo recebido honrosos convites para actuar em diversos concertos, nomeadamente de Camané, Marisa, Mafalda Arnauth, Pedro Moutinho e Joana Amendoeira, que são provas do reconhecimento da geração mais nova.

Em 2005, foi distinguida com o Prémio Carreira da Casa da Imprensa.

Apesar da sua longa carreira de concertos ( é uma das fadistas há mais tempo no activo ), Maria Amélia Proença gravou relativamente poucos discos. Salienta-se a Colectânea lançada pela Movieplay, em 1998, e o álbum "Fados do meu Fado" ( 2006, Ocarina ). O seu reportório inclui temas como "Alamares", "Brincos para brincar", "Assim seja", "A Bia da Mouraria", ou uma versão bem castiça do êxito de Toni de Matos, "Vendaval".

Maria Amélia Proença, é dona de uma voz e de um estilo muito próprio, bem castiço e clássico, que impressiona e agrada, aos mais exigentes apreciadores da canção nacionall!

Deixa uma excelente descendência, na pessoa de seu filho, o violista Carlos Manuel Proença, um dos mais disputados músicos no panorama actual do Fado.

Origem: “Infopédia – Enciclopédias e Dicionários".

 

2010 - present

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