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Fado Odeon

Rainha Santa
Letra:                Henrique Rêgo
Música:             Joaquim Campos
Intérprete:          Alfredo Marceneiro

 



Não sabes tricana linda
Porque chora quando canta
O rouxinol do Choupal;

É porque ele chora ainda
Pela rainha mais santa
Das santas de Portugal  (bis)





A rainha que mais reinou
No coração da pobreza
De que no faustuoso Paço

Milagreira portuguesa
Que no seu alvo regaço
Pão em rosas transformou  (bis)





E as lindas rosas geradas
Por um milagre fermente
Que a Santa Rainha fez

Viverão acarinhadas
Com amor eternamente
No coração português  (bis)





Santa Isabel, se algum dia
Seu nome de eras famosas
Fosse esquecido afinal

Outro milagre faria
e nunca mais haver rosas
Nos jardins de Portugal  (bis)

Pequena biografia do autor:

​                                                                                                                                       Joaquim Campos
Joaquim Campos Silva, conhecido apenas por Joaquim Campos era filho de
Joaquim Maria da Silva e de Maria Campos, tendo nascido em Lisboa em 1911.
Aos 12 anos, vivia em Alfama tendo começado a cantar o fado junto da família
e dos amigos.
Aos completar os 16 anos, Joaquim Campos emprega-se como funcionário da
secretaria da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses.
Juntamente com Alberto Costa foi um dos fundadores do Grémio Artístico
Amigos do Fado.
Joaquim Campos fez a sua estreia na “Cervejaria Boémia” no ano de 1927.
Também em 1927 a “Guitarra de  Portugal” noticiava: “Cantou numa festa
humanitária realizada a 27 de Setembro de 1927 (Domingo) no recinto da verbena do Orfanato Ferroviário da CP, em favor de "um pobre proletário a quem as vicissitudes da vida atiraram para a desgraça deixando sem amparo uma numerosa prole".
Em Dezembro de 1933 vivia com a cantadeira Rosa Maria.
Participou numa audição de fados no Forte de Monsanto, no dia de Outubro de 1934, «1ª festa que da grande
série que este jornal está empenhado em realizar em estabelecimentos prisionais e hospitalares»,
conjuntamente com Maria Cármen, Rosa Maria, Júlio Proença, Joaquim Seabra, Júlio Correia e António
Sobral (cf. Guitarra de Portugal de 14 de Novembro de 1934).
Joaquim Campos tomou parte da festa de homenagem aos tocadores Júlio Correia (guitarra) e António
Sobral (viola) no dia 4 de Novembro de 1934 levada a cabo por um grupo de sócios do Grémio Recreativo
Amadores do Fado. (cf. “Guitarra de Portugal” de 14 de Novembro de 1934).
Foi também possível vê-lo cantar em festas de beneficência, em retiros e esperas de touros. Participou,
juntamente com Maria do Carmo, Alberto Costa, Júlio Proença e Raul Seia, numa digressão por todo o
Algarve, com grande êxito. A sua projeção e sucesso levam-no ao Coliseu dos Recreios, ao Éden-Teatro,
Maria Vitória, Apolo e aos ambientes da época: “Solar da Alegria”, “Retiro da Severa”, no “Café Luso” e
“Café Mondego”.
Considerado na época como uma das melhores vozes de fado, Joaquim Campos foi também compositor,
com registo para os seguintes temas: “Fado Vitória”, “Fado Tango”, “Fado Rosita”, entre outros.
É de sua autoria a música do fado Povo que Lavas no Rio, com letra de Pedro Homem de Mello, celebrizado
por Amália Rodrigues.
Faleceu em 1981.



Seleção de fontes de informação:

“Guitarra de Portugal”, 24 de Setembro de 1927;
“Guitarra de Portugal” de 22 de Dezembro de 1933;
“Guitarra de Portugal” de 14 de Novembro de 1934;
Machado, A. Victor (1937) “Ídolos do Fado”, Lisboa, Tipografia Gonçalves.


Última atualização: Maio/2008

Pequena biografia do poeta:
​                                                                                                                                                Henrique Rêgo
Poeta popular, nasceu e morreu em Lisboa (1885-1963).
Cantador na juventude, foi na poesia que se celebrizou, abordando temas bucólicos
e líricos, tendo legado uma vasta obra, com versos de gran­de perfeição.
Fez parte dos concílios poéticos muito na moda na época.
Foi quem mais versos escreveu para Alfredo Marceneiro
Alfredo Marceneiro tinha uma sensibilidade muito especial para escolher  os fados que
cantava, e a partir de certa altura eram os poetas que o assediavam para que
interpretasse os seus poemas.
Dos muitos poetas que para ele escreveram, Henrique Rêgo foi decerto o que mais admirou. Mas no início desta relação houve um episódio que Alfredo relembrava:

Henrique Rêgo afirmou certo dia num "concílio poético" de fado:

— Que os versos só tinham valor e eram sentidos, quando escritos ou recitados, mas que nunca poderia senti-los quem os cantasse.

Alfredo Marceneiro ao ouvir tal afirmação, discordou firmemente e solicitou ao guitarrista Henrique Simas que o acompanhasser, e cantou um fado da autoria de Henrique Rêgo, Amor de Mãe.

Este ao ouvir os seus versos cantados com tal sentimento e intuição, comovido disse:

— Isto define um cantador... retiro o que tinha dito

Deve ter sido a partir desta altura, que amizade de ambos mais se cimentou, Henrique Rêgo veio a ser seu compadre, pois fez questão de ser padrinho de baptismo da sua filha Aida.
Certo dia perguntaram-lhe a sua opinião sobre Alfredo Marceneiro, ao que ele respondeu em verso:
Como existe compadrio
Ente mim e «Marceneiro»,
O meu maior elogio
É dizer, abertamente,
Que este fadista afamado
Enebria toda a gente
Que gosta de ouvir o Fado!...


Seleção de fontes de informação:

http://lisboanoguiness.blogs.sapo.pt/87411.html

Última atualização:  Maio/2012

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