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Fado Vitória

Igreja de Santo Estevão
Letra:                  Gabriel de Oliveira

Música:               Joaquim Campos

Repertório:           Fernando Maurício

 

 

 

 


Na igreja de Santo Estevão
Junto ao cruzeiro do adro
Houve em tempos guitarradas; (bis)

Não há pincéis que descrevam
Aquele soberbo quadro
Dessas noites bem passadas (bis)

 

 

 

 

 

Mal que batiam trindades
Reunia a fadistagem
No adro da santa igreja (bis)

Fadistas, quantas saudades
Da velha camaradagem
Que já não há quem a veja (bis)

Santo Estevão, padroeiro
Desse recanto de Alfama
Faz o milagre sagrado (bis)

Que voltem ao teu cruzeiro
Esses fadistas de fama
Que sabem cantar o fado (bis)

Pequena biografia do autor:

​                                                                                                                                      Joaquim Campos
Joaquim Campos Silva, conhecido apenas por Joaquim Campos era filho de
Joaquim Maria da Silva e de Maria Campos, tendo nascido em Lisboa em 1911.
Aos 12 anos, vivia em Alfama tendo começado a cantar o fado junto da família
e dos amigos.
Aos completar os 16 anos, Joaquim Campos emprega-se como funcionário da
secretaria da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses.
Juntamente com Alberto Costa foi um dos fundadores do Grémio Artístico
Amigos do Fado.
Joaquim Campos fez a sua estreia na “Cervejaria Boémia” no ano de 1927.
Também em 1927 a “Guitarra de  Portugal” noticiava: “Cantou numa festa
humanitária realizada a 27 de Setembro de 1927 (Domingo) no recinto da verbena do Orfanato Ferroviário da CP, em favor de "um pobre proletário a quem as vicissitudes da vida atiraram para a desgraça deixando sem amparo uma numerosa prole".
Em Dezembro de 1933 vivia com a cantadeira Rosa Maria.
Participou numa audição de fados no Forte de Monsanto, no dia de Outubro de 1934, «1ª festa que da grande
série que este jornal está empenhado em realizar em estabelecimentos prisionais e hospitalares»,
conjuntamente com Maria Cármen, Rosa Maria, Júlio Proença, Joaquim Seabra, Júlio Correia e António
Sobral (cf. Guitarra de Portugal de 14 de Novembro de 1934)
Joaquim Campos tomou parte da festa de homenagem aos tocadores Júlio Correia (guitarra) e António
Sobral (viola) no dia 4 de Novembro de 1934 levada a cabo por um grupo de sócios do Grémio Recreativo
Amadores do Fado. (cf. “Guitarra de Portugal” de 14 de Novembro de 1934).
Foi também possível vê-lo cantar em festas de beneficência, em retiros e esperas de touros. Participou,
juntamente com Maria do Carmo, Alberto Costa, Júlio Proença e Raul Seia, numa digressão por todo o
Algarve, com grande êxito. A sua projeção e sucesso levam-no ao Coliseu dos Recreios, ao Éden-Teatro,
Maria Vitória, Apolo e aos ambientes da época: “Solar da Alegria”, “Retiro da Severa”, no “Café Luso” e
“Café Mondego”.
Considerado na época como uma das melhores vozes de fado, Joaquim Campos foi também compositor,
com registo para os seguintes temas: “Fado Vitória”, “Fado Tango”, “Fado Rosita”, entre outros.
É de sua autoria a música do fado Povo que Lavas no Rio, com letra de Pedro Homem de Mello, celebrizado
por Amália Rodrigues.
Faleceu em 1981.

 


Seleção de fontes de informação:

“Guitarra de Portugal”, 24 de Setembro de 1927;
“Guitarra de Portugal” de 22 de Dezembro de 1933;
“Guitarra de Portugal” de 14 de Novembro de 1934;
Machado, A. Victor (1937) “Ídolos do Fado”, Lisboa, Tipografia Gonçalves.


Última atualização: Maio/2008

Pequena biografia do poeta:
                                                                                                                                           Gabriel de Oliveira

Gabriel de Oliveira - Poeta Popular, terá nasci­do em 1891, e provavelmente

em Lisboa. Mor­reu na Figueira da Foz em 1953.
Em 1909 assentou praça na Marinha de Guer­ra como aluno, tendo completado o

curso de arti­lheiro. Combatente da Primeira Guerra Mundial co­mo artilheiro, foi

condecorado com a medalha da Vitória. A sua alcunha de marujo sur­ge, pois, da

sua profissão.
De estatura imponente e grande valentia, par­ticipou activamente no apoio a Sidónio

Pais,fa­zendo comícios no Largo da Guia, na Mouraria. Terá mesmo posto ao serviço

deste político alguns barcos, o que lhe valeu outra alcunha, a de maru­jo almirante.

Mais tarde entra para a Intendência, onde exerce as funções de fiscal.
Manteve uma longa ligação com a cantadeira Natália dos Anjos, das suas composições contam-se algumas das mais clássicas letras do repertório fa­dista como é o caso de Igreja de Santo Estêvão, pa­ra ser cantado por Joaquim Campos (com o qual frequentemente trabalhou) na famosa composi­ção deste Fado Vitória, e Café das Camareiras, com letra e criação de Alfredo Marceneiro a quem tam­bém se deve a música para Senhora do Monte, que após ter sido um sucesso na voz de Marceneiro, o foi igualmente na interpretação de Carlos Ramos. Ainda para música de Marceneiro (a Marcha do Alfredo), escreveu Há Festa na Mouraria, criado por este,  e que teve grande  êxi­to também cantado por Amália, gerador de outros temas como «a Rosa do Capelão», «a procissão da Senhora da Saú­de», entre outros.
Inspirando-se  alegadamente ao gosto do rei D. Carlos pela guitarra e pelo Fado, escreveu  a letra do Fado, O Embuçado. Ori­ginalmente criado por Natália dos Anjos, a músi­ca foi composta pelo guitarrista José Marques Pis­calarete, que lhe deu o título de Fado Natália que, como tema musical, entraria igualmente no reper­tório fadista com outras letras. Os restos mortais de Gabriel de Oliveira re­pousam na Cripta dos Combatentes da Grande Guerra, em Lisboa.

​Seleção de fontes de informação:

http://lisboanoguiness.blogs.sapo.pt/274766.html

Última atualização:  Junho/2012

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