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Fado Carriche

Escrevi teu nome no vento
Letra:              Jorge Rosa

Música:           Raúl Ferrão

Intérprete:        Fernando Maurício

 

 

Escrevi teu nome no vento
Convencido que o escrevia

Na folha dum esquecimento
Que no vento se perdia   (bis)

 

 

 


Ao vê-lo seguir envolto
Na poeira do caminho

Julguei meu coração solto
Dos elos do teu carinho   (bis)

 

 

Pobre de mim, não pensava
Que tal e qual como eu

O vento se apaixonava
Por esse nome que é teu   (bis)

 

 

 


Em vez de ir longe levá-lo
Longe, onde o tempo o desfaça

Anda contente a gritá-lo
Onde passa e a quem passa   (bis)

 

 

 


E quando o vento se agita
Agita-se o meu tormento

Quero esquecer-te, acredita
Mas cada vez há mais vento   (bis)

 

Pequena biografia do poeta:

                                                                                                                                               Jorge Rosa

Jorge Rosa, artista plástico multifacetado, com uma obra invulgarmente extensa,

considerando os variados campos da arte a que se dedicou, nasceu a 8 de Março

de 1930 e morreu a 9 de Agosto de 2001
Frequentou o curso de artes decorativas, da extinta escola António Arroio, com o

objectivo de prosseguir os estudos na Escola Superior de Belas Artes.
Aos 18 anos começou a distinguir-se pelo elevado valor artístico dos seus trabalhos

de desenho, a crayon de nus artísticos e animais e a tinta da china de obras de

religiosas como a Descida da Cruz, Cristo Crucificado e as fachadas de igrejas e

monumentos de Lisboa apresentando já, na opinião dos seus mestres,

uma elevada qualidade e rigor de pormenor.
Aos 20 anos com a morte de seu Pai, sendo o mais velho de 6 irmãos, foi obrigado a abandonar os estudos para conjuntamente com uma irmã, que tomou igual decisão, trabalhar para sustentabilidade da família.
Até à sua reforma, exerceu actividades sem ligação à arte, tendo sido funcionário administrativo de uma agremiação empresarial e depois a actividade comercial e de apoio à decoração de interiores, num grupo fabricante de mobiliário, com lojas de exposição e venda de mobiliário e artigos de decoração.
Contudo, jamais abandonou as actividades artísticas que sempre realizou em paralelo com a profissão, sistematicamente realizadas após o horário laboral, até altas horas da madrugada. Sempre dormiu pouco.
Ao longo de mais de 50 anos, dedicou-se ininterruptamente e simultaneamente, com singular maestria, às artes de: desenhador, maquetista, pintor, decorador, figurinista, cenógrafo e poeta.
Sendo um apaixonado pela cidade de Lisboa e da sua vida nocturna e particularmente dos seus bairros mais populares como a Madragoa, Alfama, Bairro Alto e Mouraria, onde se cantava o fado de que muito gostava, pintou magistralmente as sua casas, suas escadinhas e suas gentes, de que se destacam os quadros de casario, telhados e figuras típicas como as varinas, os fadistas e os vendedores de rua. Realizou dezenas de exposições individuais e colectivas, com centenas de quadros que produziu
Como maquetista, desenhou e pintou, programas de espectáculos, catálogos de exposições,  cartazes publicitários de montra e de parede de filmes, de peças de teatro, especialmente revistas do Parque Mayer, onde durante 40 anos então como cenógrafo, concebeu cenários e desenhou guarda roupas, tendo também colaborado com poemas.
Para as marchas dos santos populares dos bairros de Alfama, Madragoa, Mouraria e Carnide, desenhou arcos e produziu as letras das marchas, algumas das quais, também musicou.
Na televisão como cenógrafo e caricaturista colaborou em vários programas de que destacamos, em colaboração com Júlio Isidro,  “Festa é Festa”, “A festa continua”, “Amigos Disney” e Passeio dos Alegres” onde concebeu, cenários e decorações complementares e em directo caricaturou os convidados tal como no programa de Rui Guedes, “Rui Guedes ao piano”
Como caricaturista, a sua capacidade de apreensão rápida em poucos traços das características mais significativas de cada caricaturado, tornaram-no , sem dúvida, de longe, no caricaturista português preferido, com uma obra impar quer em qualidade quer em quantidade.
Entre os anos de 1950 e 2000 foi o caricaturista que produziu 90% das caricaturas de todos os livros de curso editados na zona da Grande Lisboa, cada um deles com dezenas de imagens.
Paralelamente, quase todos os artistas nacionais e muitos internacionais de teatro,
rádio, televisão,  cinema e fadistas, foram caricaturados por ele, assim como os  principais políticos após o 25 de Abril.
Como poeta, em parceria com os melhores maestros e músicos, compôs fados inesquecíveis que foram cantados por todos os fadistas de maior nomeada.
Sob pena de omitir músicos e fadistas, que tornaram os seus poemas populares e aos quais pedimos as nossas desculpas, referimos, como musicólogos: António Chaínho, Arlindo de Carvalho, Carlos Rocha, Domingos Carvalhinho, Domingos Camarinha, Ferrer Trindade, Fontes Rocha, Genny Telles, Jorge Machado, Martinho d’Assunção, Nóbrega e Sousa e Nuno Nazaré Fernandes; como fadistas: Ada de Castro, Anita Guerreiro, Beatriz da Conceição, Berta Cardoso, Camané, Carlos do Carmo, Celeste Rodrigues, Cidália Moreira, Fernando Maurício, Hélder Moutinho, Jorge Fernando, Manuel Fernandes, Maria Armanda, Maria Clara, Maria da Fé, Mafalda Drumond, Natalina Bizarro, Natalino Duarte, Natércia da Conceição, Pedro Moutinho e Tristão da Silva.
Os poemas que originaram fados, canções e marchas e que se encontras registados na Sociedade Portuguesa de Autores, rondam os 800, não considerando aqueles, e foram muitos, de que o poeta abdicou dos seus direitos autorais para oferecer aos seus amigos e amigas cançonetistas e fadistas.
Do seu enorme espólio artístico de pinturas, caricaturas e poemas, destacam-se cerca de 3.000 poemas inéditos que os seus herdeiros põem à disposição de todos os artistas que os quiserem cantar, alguns dos quais já foram escolhidos, após sua morte, por artistas consagrados como Maria da Fé e Pedro Moutinho um fadista da nova escola de fado, irmão dos fadistas Hélder Moutinho e Camané que, este mês efectuou o lançamento de um DVD com uma colectânea de fados, entre eles, um do artista.

Seleção de fontes de informação:

 

http://salfino.blogs.sapo.pt/2506.html

 

Última atualização:  Abril/2009

Pequena biografia do autor:

                                                                                                                                           Raúl Ferrão
Ninguém diria, mas o compositor de algumas das mais populares e conhecidas

canções, fados e marchas de Lisboa era... militar de carreira!
Raul Ferrão escreveu música para mais de uma centena de peças de teatro e

revistas e ainda para alguns dos mais aclamados filmes portugueses.
A ele se devem êxitos como Cochicho, As Camélias, Burrié, Velha Tendinha,

Rosa Enjeitada, Ribatejo, e ainda canções para os filmes A Canção de Lisboa,

Maria  Papoila, A Aldeia da Roupa Branca e A Varanda dos Rouxinóis; e

escreveu ainda música para operetas como A Invasão, Ribatejo, Nazaré,

Colete Encarnado ou Senhora da Atalaia.
Em 1907, com 17 anos de idade, ingressou na carreira militar. Foi professor da Escola de Guerra em 1917 e 1918, depois de ter cumprido comissões de serviço em África durante a I Guerra Mundial.
Ferrão, formado em engenharia química, começou a compor durante os anos vinte e chegou a ser
representante da antecessora da Sociedade Portuguesa de Autores, a Sociedade de Escritores e Compositores Teatrais, em congressos internacionais de direitos de autor.
Extraordinariamente produtivo como compositor (só na década de quarenta escreveu música para quase
quarenta revistas!), as suas criações atravessaram gerações, e basta recordarmos duas das mais importantes: Lisboa Não Sejas Francesa, originalmente composta para a opereta A Invasão, e o eterno Coimbra, que, contudo, tem uma história curiosa.
De facto, a melodia de Coimbra existia desde 1939 sem que Ferrão conseguisse que lha aceitassem numa peça. A canção foi ficando na gaveta até que, finalmente, apareceu em 1947 no filme Capas Negras, onde foi criada por Alberto Ribeiro, ironicamente, sem grande sucesso. Só três anos mais tarde, quando Amália a interpreta numa digressão internacional, a canção se tornaria popular em todo o mundo, ficando conhecida no estrangeiro como Avríl au Portugal ou Apríl in Portugal... Ferrão ainda assistiu ao triunfo desta "canção enjeitada" antes de falecer em 1953. O realizador e produtor televisivo Ruy Ferrão, seu filho, encarregou-se de manter viva a sua memória.

Seleção de fontes de informação:
 

http://www.portaldofado.net/content/view/2334/327/

Última atualização: Fevereiro/2011

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