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Fado Blanc

Dá-me o Braço, Anda Daí
Letra:              Linhares  Barbosa
Música:           José Pedro Blanc
Intérprete:        Manuela Cavaco

 

 


Dá-me o braço, anda daí
Vem, porque eu quero cantar   (bis)

 

Cantar encostada a ti
Sentir cair raios de luar
Cantar encostada a ti
Até a noite acabar

Vê que esta rosa encarnada
Me faz mais apetitosa   (bis)

 

Somos três da vida airada
Ao pé de ti sinto-me vaidosa
Somos três da vida airada
Eu, tu e mais essa rosa

Quero sentir o prazer
De passarmos, lado a lado   (bis)

 

Ao lado dessa mulher
Que tens agora e não canta o fado
Ao lado dessa mulher
Com quem me tens enganado

Depois bate-se p’ras hortas
Adoro esta vida airada   (bis)

 

Beijar-te fora de portas 
E alta noite à hora calada
Beijar-te fora de portas
E amar-te à porta fechada

​Pequena biografia da intérprete:

                                                                                                                                        Manuela Cavaco
Manuela Cavaco nasceu no Montijo a 22 de Março de 1943. Cresceu num bairro

à beira mar onde os pescadores amanhavam as suas redes na rua e cantavam.

Foi com eles que aprendeu a cantar era ainda uma criança com cerca de 5 ou

6 anos. Trabalhou em costura e, ao mesmo tempo, ouvia muitos programas de

rádio e foi assim que aprendeu muitos fados, decorando as letras dos grandes

êxitos. Os amigos convidavam-na para atuar em festas e cantou, também, em

excursões que a levaram por todo o país.
A sua carreira como profissional iniciou-se através do seu filho que cantava num

grupo coral e a convenceu a participar. Nas atuações de variedades Manuel Cavaco cantava o fado e, numa apresentação, foi convidada para atuar num espetáculo da Câmara Municipal do Montijo. Depois desse espetáculo sucederam-se os convites para mais apresentações.
Manuela Cavaco gravou duas cassetes em edição de autor, sob os títulos: “Que é Feito do Velho Fado” e “Fado”. Começou a cantar na zona do Montijo e também em Alcochete, em diversos jantares com fado organizados por associações recreativas.
Um dia, numa casa de fados de Lisboa, pediu para cantar um fado e como a própria conta: “perdi a conta a quantos cantei” (http://fado-meu.blogspot.com/). Permaneceu cerca de 3 anos no elenco desse restaurante, o Número 1. Quando esta casa fechou foi para a Taverna do Embuçado, onde também esteve cerca de 4 anos. Posteriormente esteve a cantar no Forte D. Rodrigo.
Manuela Cavaco tem mais de 80 fados gravados. Para a Discoteca Amália gravou três CDs, em 1997, 1998 e 2000, com os títulos: “Revelação”, “Temas Notáveis do Fado” e “Fados da Nossa Memória”. Posteriormente gravou “Noite de São João”, em edição de autor, e em 2004 gravou, para a Metro-som, o disco “Fado a Sério”.
As suas grandes referências são Amália Rodrigues e Maria Teresa de Noronha. Aprecia os poemas simples onde se conta uma história, diz-nos que: “o fado tem de ter uma leitura simples” e “quanto mais simples melhor” e, por isso mesmo, Manuela Cavaco tem preferência pelo fado tradicional (Museu do Fado – Entrevista realizada a 21 de Julho de 2006).
Para além das casas de fados, Manuela Cavaco já atuou em diversos palcos de Portugal (Teatro Maria Matos, Teatro Taborda, Padrão dos Descobrimentos, Centro Cultural de Belém, Casino Estoril, Fórum Lisboa, etc.) e fez inúmeras deslocações ao estrangeiro atuando especialmente para comunidades portuguesas na Holanda, Suíça, França, Espanha, Estados Unidos e Argentina.

Seleção de fontes de informação:
 

http://fado-meu.blogspot.com/
Museu do Fado – Entrevista realizada a 21 de Julho de 2006

Última atualização: Março/2011

  Pequena biografia do autor:                                            

                                                                                                                                           Linhares Barbosa
João Linhares Barbosa nasceu a 15 de Julho de 1893 em Lisboa, no Bairro da
Ajuda onde sempre viveu e foi lá que veio a falecer em 1965.
Figura incontornável do universo do Fado, a sua obra poética estima-se em mais
de 3.000 versos. A defesa do Fado que preconizou toda a vida - nomeadamente
dos seus ambientes e seus protagonistas - a par de um imenso talento poético
consagrá-lo-iam como o “Príncipe dos Poetas” vulto maior de entre os Poetas
Populares do Fado.
Autodidata, ativo até 1965 - ano em que viria a falecer – João Linhares Barbosa viu os seus primeiros versos
publicados no jornal “A Voz do Operário” chegando muitas das vezes a ser ele próprio a declamá-los
quando contava apenas 14 anos de idade.
Mais tarde, exerceria a profissão de torneiro mecânico até à fundação do seu próprio jornal, “Guitarra de
Portugal”, precisamente no dia em que completou 29 anos, no dia 15 de Julho de 1922. Este periódico viria
rapidamente a assumir-se como um dos mais emblemáticos títulos de uma imprensa especializada no fado
que vingou, a partir de 1910.
Sob a sua direção, a Guitarra de Portugal não só divulgou centenas e centenas de poemas para o repertório
fadista como se envolveu em duras polémicas com os críticos do Fado, particularmente ativos durante a
década de 30. O jornal contou com numerosas colaborações (Stuart de Carvalhais, Artur Inês, Antônio
Amargo) e constituiu um precioso elemento de ligação entre os amadores de Fado, tendo assinantes em
praticamente todo o país.
Nos primeiros tempos de vida da Guitarra de Portugal, João Linhares Barbosa contou com a colaboração dos
amigos, também poetas populares, Domingos Serpa e Martinho d' Assunção (pai). Foi nas páginas da
“Guitarra de Portugal” que, ao longo dos anos, João Linhares Barbosa defendeu o Fado, os poetas e os
fadistas, dos ataques de um grupo de detratores do Fado que teve em Luiz Moita, célebre autor da obra “O
Fado, Canção de Vencidos” um dos maiores expoentes. Para além de uma vastíssima obra poética, a João
Linhares Barbosa se fica a dever uma ação preponderante na reabilitação do Fado e na dignificação da
carreira dos fadistas.
Vivia exclusivamente do fruto das suas composições, vendendo as suas cantigas, tal como os outros poetas
da altura, pois não havia como hoje as gravações, e portanto era uma forma de receber monetariamente o
retorno do seu trabalho.
Foi muito tempo Diretor Artístico do Salão Luso.
Em 1963 é Homenageado no Coliseu dos Recreios, recebendo o prémio da Imprensa para o “Melhor Poeta
de Fado”
Em 1995 a Câmara Municipal de Lisboa presta-lhe a justa consagração dando o seu nome a uma rua de
Lisboa, no Bairro do Camarão da Ajuda.

 

Seleção de fontes de informação:
 

Dados biográficos fornecidos pelo Sr. Francisco Mendes.

Última atualização: Setembro/2008

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