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Fado Carlos da Maia 4ª

Gosto de Tudo Que é Teu
Letra:                 Maria José Runa

Música:              Carlos da Maia

Repertório:          Ada de Castro

 

 

 

 

Eu gosto do teu andar
Desse jeito que é tão teu

Eu gosto do teu olhar
Olhar que a ti me prendeu   (bis)

 

 

 

 

Eu gsto do teu cabelo
Do dourado do teu rosto

E da tua linda boca
Nem calculas como eu gosto
   (bis)
 

 

Eu gosto das tuas mãos
Que tão bem acariciam

Do teu corpo, dos teus modos 
Que os meus olhos extasiam
   (bis)
 

 

 

 

Eu gosto do teu sorriso
Sorriso franco e leal

Até das tuas maldades
Eu não desgosto, afinal
   (bis)
 

 

 


Eu gosto da tua voz
A voz mais linda que ouvi

Gosto de tudo do que é teu
Só porque gosto de ti
   (bis)
 

​Pequena biografia da intérprete:

                                                                                                                                              Ada de Castro
Ada Antunes Pereira nasceu a 13 Agosto de 1937 na freguesia do Castelo o que

a levou a adotar o nome artístico de Ada de Castro, sinónimo do seu bairro de berço.

O seu percurso artístico começou quando se tornou atriz amadora no Grupo da

Juventude Operária Católica. Nos palcos do teatro Ada de Castro cantava e

interpretava os números de Hermínia Silva, que era para si a “referência e fadista

preferida”.

Num ensaio de uma destas revistas amadoras, a locutora Julieta Fernandes ao

ouvi-la cantar surpreendeu-se com a sua voz e convidou-a para atuar num programa

da Rádio Graça. Seguiram-se 20 dias de atuação na Nau Catrineta e a formalização

do pedido de carteira profissional.

A 13 de Março de 1960 Ada de Castro fez a sua estreia como fadista profissional no restaurante Faia, casa típica onde permaneceu durante ano e meio. Desta forma, deixou de cantar os fados de Hermínia e passou a escolher o seu próprio repertório. Conta a própria Ada de Castro que foi “o Ti Alfredo, foi ele que me deu a primeira letra e me ensinou a cantar o meu primeiro fado castiço, o Fado Tango.”

Apesar da profissionalização ser uma decisão difícil para Ada de Castro, por a sua família não concordar que cantasse Fado, no universo fadista recebeu o maior apoio e chegou mesmo a ter duas madrinhas artísticas – Hermínia Silva e Maria José da Guia, as quais, em diferentes ocasiões, colocaram sobre os seus ombros o simbólico xaile fadista.

Ada de Castro não atuou em muitas casas de Fado, depois do Faia fez uma breve passagem pela casa de Carlos Ramos, A Toca, e, em substituição da fadista Fernanda Peres, estabeleceu-se no restaurante Folclore ao longo de 12 anos, entre 1961 e 1973. Posteriormente fez também parte do elenco do Sr. Vinho durante 12 anos.                                                                                                       

Após a sua estreia profissional, Ada de Castro prestou provas na Emissora Nacional e passou a integrar a programação em direto, dos serões para trabalhadores, bem como a dos chamados programas de cabine, onde as atuações eram previamente gravadas. Foi também através da Emissora Nacional que gravou o seu primeiro disco, em 1961.

Com a editora Alvorada trabalhou durante 7 ou 8 anos, depois passou pela Valentim de Carvalho, Philips, Estúdio, Movieplay e Ovação. Ada de Castro gravou, ainda, um disco na Holanda, editado pela Polydor naquele país.

Na sua vasta discografia incluem-se 25 LP´s, 80 singles e EP´s, reedições em CD e participações em várias coletâneas. Dos seus inúmeros sucessos destacam-se temas como "Rosa Caída", "Cigano", "Gosto de tudo o que é teu" ou "Deste-me um cravo encarnado". Ada de Castro foi também uma das mais carismáticas madrinhas das Marchas Populares dos principais bairros de Lisboa e, naturalmente, no seu repertório encontram-se interpretações de temas das Marchas Populares. O seu repertório está disponível em mais de 500 faixas gravadas, entre fados, marchas e fado-canção.

Numa breve passagem pelos palcos do teatro de revista, a convite de Milton e de Eduardo Damas, estreou-se no Teatro Maria Vitória, na peça "Tudo à Mostra" (1966), onde cantou os temas "Na Hora da Despedida" e "Fado da Guerra". Ao longo das décadas de 1960, 70 e 80, para além de ser presença nos elencos das casas de Fado de Lisboa, Ada de Castro conciliou essas atuações com outras apresentações, nomeadamente no Mercado da Primavera (depois chamado Mercado 25 de Abril), onde atuava num restaurante e num barco; ou noutros restaurantes, como a Varanda do Chanceler e a Varandinha; chegando a cantar 4 ou 5 vezes numa noite. Nos meses de Abril A Setembro a fadista integrava, ainda, a programação “Alfama à Noite”, organizada pelo SNI, onde cantava dois fados na escadaria da Igreja de Santo Estêvão e depois fazia nova atuação no coreto do Largo da Palmeira. Fez estas atuações durante 5 anos.

Ada de Castro apresentou-se com regularidade em programas televisivos, nos casinos e salas de espetáculos espalhadas pelo país e, internacionalmente, efetuou inúmeras deslocações em representação de Portugal, através do SNI (Secretariado de Informação Nacional), bem como atuações junto das diversas comunidades portuguesas.
Acrescente-se que a fadista atuou profissionalmente, em espetáculos ao vivo e programas de televisão, em países como: Espanha, Austrália, Dinamarca, Suécia, Bélgica, Holanda, Japão, China, França, Itália, Argentina, Uruguai, Estados Unidos, Canadá e toda a antiga África portuguesa. No Mónaco fez uma atuação para a família do príncipe Rainier nos jardins do Palácio Grimaldi. Em 1968, fez uma tournée de mais de 5 meses por todos os Estados brasileiros, a convite do governo daquele país.

Congratula-se por ter conhecido, convivido e cantado com os melhores fadistas, das chamadas décadas áureas do Fado, época de "grandes fadistas e excelentes repertórios". Ada de Castro menciona Amália Rodrigues, Alfredo Marceneiro, Manuel de Almeida, Tristão da Silva, Fernanda Maria, Maria José da Guia, sem esquecer aquela que denomina sua fonte de inspiração: Hermínia Silva. Também o acompanhamento é digno de nota, uma vez que foi acompanhada por nomes conceituados como António Chainho, José Maria Nóbrega, José Fontes Rocha ou Pedro Caldeira Cabral.

 

Para Ada de Castro “O Fado não é aquilo que se canta, o Fado está na garganta de quem o canta porque se eu quiser cantar uma canção, ela sai sempre Fado”. Essa sua forma característica e individualizada de interpretação resultou na atribuição de prémios como o de "Melhor Fadista da Quinzena" (1962), por votação do público para o programa da RTP “Eleitos da Quinzena”; o "Óscar para Melhor Fadista do ano" (1967), atribuído pela Casa da Imprensa ou o de "Melhor Fadista do Ano" (1982), pela Revista Nova Gente. Foram-lhe também entregues pelo Rádio Clube Português vários “Elefantes de Ouro” e um “Microfone de Prata”. Ada de Castro classificou-se em 10º lugar no "Disco de Ouro" e, por duas vezes, em 9º lugar no "Concurso Rainha da Rádio e da Televisão".

 

 


Seleção de fontes de informação:

Museu do Fado - Entrevista realizada em 09 de Setembro/2006.
http://www.museudofado.pt/personalidades/detalhes.php?id=254

 

Última atualização: Dezembro/2008.

Pequena biografia do autor:

Carlos da Maia

José Carlos Augusto da Maia (também conhecido por Manuel Lencastre), Guitarrista e compositor.

(1878-1921)

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