top of page

Fado da Bica

Restos duma saudade
Letra:               Manuel de Andrade
Música:            Jaime Santos
Intérprete:         Pedro Moutinho

 

 

 

A chuva que cai lá fora
São restos duma paixão   (bis)
Segredos dum coração
Que se ilude a cada hora
   (bis)

Quem me dera que a verdade
Daquela chuva tombando   (bis)
Fossem teus olhos chorando
Uma sentida saudade   (bis)

Eu julgo ver o teu rosto
Por entre as nuvens que o vento   (bis)
Dispersou como um lamento
Retratando o meu desgosto
   (bis)

E no meio da tempestade
Há alguém que pede a Deus   (bis)
Que caiam dos olhos teus
Os restos desta saudade
   (bis)

​Pequena biografia do intérprete:

                                                                                                                                                 Pedro Moutinho
A maioria dos fadistas conhece-me desde que andava ao colo da minha mãe”, é assim

que Pedro Moutinho explica as influências familiares, que quem ouvia e frequentava

assiduamente os espaços de fado, ao lado dos pais, junto dos irmãos mais velhos,

Camané e Hélder. Naturalmente, Pedro Moutinho começa a cantar aos 8 anos,

seguindo-se o Coro de Santo Amaro de Oeiras e o grupo Ministars, onde se manteve

até aos 13 anos de idade.
Depois de um percurso igual ao de tantos outros jovens da mesma geração, e após cumprir o serviço militar, Pedro Moutinho inicia-se profissionalmente, na área comercial de uma loja de roupas, mas logo percebe que não é esse o seu futuro e retoma o Fado, aos fins-de-semana, no “Clube de Fado Amália”, e no “Forte D. Rodrigo”. Um caminho de aprendizagem até o convite para o elenco do “Café Luso”.
Pedro Moutinho participa na criação do Quinteto Fados de Lisboa (2000) e que integra guitarra portuguesa, viola, viola-baixo, saxofone e soprano. Com este grupo, passa a percorrer vários palcos no país, apresentando um repertório de fados tradicionais.
Em 2001 Pedro Moutinho é convidado para cantar regularmente no Casino do Estoril, no espetáculo “Quartas de Fado”.
Numa clara aposta da editora Som Livre, Pedro Moutinho estreia-se em disco com “Primeiro Fado”, lançado em 2003, cantando, entre outros, poemas de Hélder Moutinho e recebe da crítica os melhores elogios, que o situam num estilo próprio e sem realçar as inevitáveis comparações com os irmãos; “A crítica falou do meu trabalho e apenas dele, e isso é muito bom.”, assim afirmou o fadista.
Surge a promoção ao disco e Pedro Moutinho apresenta-se em espetáculos no estrangeiro: Holanda, Bélgica, Luxemburgo, França e Espanha.
Em Novembro de 2003 Pedro Moutinho recebe o Prémio Revelação da Casa da Imprensa, num reconhecimento público do seu percurso e das características que o definem como um dos jovens fadistas mais promissores. Sucedem-se os espetáculos, concertos, numa sonoridade muito própria.
Pedro Moutinho regressa aos discos com o álbum “Encontro” (2006) conquistando de vez um lugar entre os melhores no Fado. Novamente editado pela Som Livre, Pedro Moutinho cruza a tradição com a modernidade, e canta Fernando Pessoa, António Lobo Antunes e Manuel Alegre, entre outros poetas.
Estreia-se em cinema no filme “Fados” (2007), de Carlos Saura, no ambiente “Casa de Fados”, ao lado de D. Vicente da Câmara, Maria da Nazaré, Ana Sofia Varela, Ricardo Ribeiro e Carminho.
Em Abril de 2008 Pedro Moutinho é distinguido com o Prémio Amália Rodrigues para Melhor Álbum.
 

 

Seleção de fontes de informação:

Pequena biografia da agência “HM Música”
“30 Dias em Oeiras”, Revista da Câmara Municipal de Oeiras, Abril de 2005;
“Revista Tabu”, 28 de Abril de 2007;
 

Última atualização: Abril/2008

Pequena biografia do autor:                                                                                                Jaime Santos

Jaime Tiago dos Santos, de seu verdadeiro nome Tiago dos Santos, nasceu em

Lisboa,na freguesia de Santa Engrácia, em 01 de Junho de 1909, tendo falecido

também em Lisboa, em 04 de Julho de1982. Descendente de uma família com

tradições fadistas e vocação musical  ( o seu avô materno, de nome Manuel dos

Santos “O jardineiro” , tocava guitarra e cantava Fado e, um seu tio, consta que

era um excelente cantador ).

Ainda muito jovem, com cinco ou seis anos apenas, pegou numa velha guitarra,

e em ação espontânea, dedilhou as cordas do instrumento que o tornaria famoso.

Aos 12 anos, inicia-se no trabalho como aprendiz de marceneiro, altura em que

já  tocava viola, bandolim e violino. Porém, seria a viola o instrumento que, mais

o entusiasmou, e ao qual sededicou no inicio da sua carreira de instrumentista, na qual acompanhou, entre outros, os guitarristas Bento Camacho, Fernando de Freitas, Gonçalves Dias e José Marques ( Piscalarete ) . Um pouco às escondidas, começou a aprender a tocar guitarra! Consta, que o grande empurrão é dado pelo já referido Bento Camacho, que durante uma visita de Jaime Santos a sua casa, e como aquele se demorasse a preparar para irem trabalhar, apanha Jaime Santos a tocar a sua guitarra! Logo aí, e embora não consiga que ele largue a viola, Bento Camacho desafia-o a tocar guitarra, tarefa em que recebe a preciosa ajuda do violista Georgino de Sousa,

Casou com Ofélia, uma das filhas de Georgino de Sousa, violista de Armandinho, tendo sido este quem o incentivou a trocar a viola pela guitarra e o lançou como guitarrista, integrando-o no seu conjunto de guitarras e violas (1937/1938).

É também Georgino de Sousa, que fez com que ele passasse a ser conhecido como Jaime Santos, correspondendo à vontade que Tiago exprimia frequentemente de gostar de se chamar Jaime em vez de Tiago.

Nos dois anos seguintes, junta-se com o violista Miguel Ramos, atuando no Café Luso, na Avenida da Liberdade, em Lisboa.

No ano seguinte, O Retiro da Severa, onde já atuava Armandinho, contrata Jaime Santos! Logo aí se gerou uma tentativa de criar uma rivalidade entre eles! O empresário José Jorge Soreano, promove um confronto público entre os dois com honras de publicidade nos jornais! O tiro saiu-lhes pela culatra, pois ambos rejeitaram a proposta e ambos se despediram da casa onde deveria ter lugar o referido confronto, o Retiro da Severa, tendo saído de braço dado! Assim nasceu uma enorme e sólida amizade.

Em 1944, integra o Conjunto Português de Guitarras, de Martinho d' Assunção, de que também faziam parte, além deste, António Couto e Alberto Correia; em 1945 esses mesmos elementos, decidem formar o Conjunto Típico de Guitarras.

Acompanhou Amália Rodrigues ( período que com algumas interrupções, se prolongou até 1955 ), tendo participado com ela em inúmeros espetáculos quer em Portugal quer no estrangeiro, nomeadamente em Espanha, França, Estados Unidos e México.

Participou no filme “Fado - História Duma Cantadeira” (1947) e ainda nas curtas-metragens de Augusto Fraga sobre temas de fados, filmadas no mesmo ano; em 1954, tem uma intervenção no filme “Les Amants du Tage” na companhia de Santos Moreira.

Fez digressões pelos antigos territórios portugueses da África e pela República da África do Sul, acompanhando Alberto Ribeiro.

Em 1960, com o violista Américo Silva, acompanhou à Holanda a artista Clara de Ovar e, em 1961, foi para Paris durante um ano, atuar na casa típica “O Fado”, de que Clara de Ovar era proprietária.

A partir de 1963, como bom marceneiro, começou a construir e a tocar os seus próprios instrumentos.

Autor das músicas de considerável número de fados ( com letras de diferentes poetas), das quais apresentaremos exemplos, Jaime Santos compôs também diversas variações,

Jaime Santos, foi dos guitarristas que nos deixou um vasto espólio da sua arte, nas imensas gravações fonográficas que nos deixou, sendo o “inventor” das "unhas postiças" , como alternativa às unhas naturais, por questões de resistência e sonoridade, tornando-se numa característica indispensável a todos os guitarristas, até aos dias de hoje.

 

 

​Seleção de fontes de informação:

http://www.g-sat.net/todos-os-fados-de-a-a-z-historia-2128/fado-alfacinha-218275.html

bottom of page