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​Fado Amália

​Amália

Letra:​              Jose Galhardo

Música:          Frederico Valério

Intérprete:       Amália Rodrigues

 

 

 

Amália
quiz Deus que fosse o meu nome
Amália
acho-lhe um jeito engraçado
bem nosso e popular
quando oiço alguém gritar
Amália
canta-me o fado

 

Amália
esta palavra ensinou-me
Amália
tu tens na vida que amar
são ordens do Senhor
Amália sem amor
não liga, tens de gostar

 

e como até morrer
amar é padecer
Amália chora a cantar!

 

Amália
disse-me alguém com ternura
Amália
da mais bonita maneira
e eu toda coração
julguei ouvir então
Amália p'la vez primeira

 

Amália
andas agora à procura
Amália
daquele amor mas sem fé
alguém já mo tirou
alguém o encontrou
na rua com a outra ao pé

 

e a quem lhe fala em mim
já só responde assim
Amália? não sei quem é!

 

 

 

 Pequena biografia do músico:                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                      Frederico Valério

( 11 Junho, 1913 - 29 Maio, 1982 )

Frederico Valério é amplamente reconhecido como um dos mais talentosos

e prolíficos compositores portugueses. Precursor do Fado-Canção moderno,

foi autor de um vasto número de composições que se tornaram referências

incontornáveis nos repertórios do teatro musicado e do fado.

 

 

 

 

Frederico Valério é amplamente reconhecido como um dos mais talentosos e prolíficos compositores portugueses. Precursor do Fado-Canção moderno, foi autor de um vasto número de composições que se tornaram referências incontornáveis nos repertórios do teatro musicado e do fado.

A sua apetência para a música revelou-se logo na infância e, com 13 anos iniciou a sua aprendizagem na Academia de Amadores de Música, em paralelo com os estudos na Escola Comercial Veiga Beirão. Terminou o curso comercial e, mais tarde, foi para o Conservatório Nacional de Música para estudar piano, optando definitivamente pela carreira musical.

O seu percurso profissional iniciou-se aos 19 anos, com a revista “A Feira da Alegria”, e em poucos anos afirmou-se como um dos mais prestigiados compositores da época, em paralelo com Raúl Portela, Raúl Ferrão ou Frederico de Freitas. No decurso dessa década musicou para um grande número de revistas, com destaque para “Anima-te, Zé!” e “Milho Rei” (1935), “À Vara Larga” (1936), “Chuva de Mulheres” (1937), “Cigarro Forte” e “Rua da Paz” (1938), entre tantas outras produções que se estrearam nos teatros de Lisboa. Os temas “Mãos Sujas” e “Soldado do Fado”, ambos interpretados por Hermínia Silva na revista “Chuva de Mulheres”, são exemplos do sucesso das suas composições.

No início da década de 40, o seu trajecto musical cruzou-se com o de Amália Rodrigues, para quem compôs alguns dos seus maiores êxitos deste período – “Ai Mouraria”, “Fado do Ciúme”, “Fado Malhoa”, “Que Deus me perdoe”, entre outros. Frederico Valério está na vanguarda do aparecimento do chamado Fado-Canção moderno, “um sub-género que os puristas do meio fadista começarão por repudiar como espúrio mas que muitos dos fadistas mais reputados não hesitarão a adoptar para os seus repertórios, sobretudo quando Frederico Valério vier a compor para Amália alguns dos seus maiores sucessos da década de 1940 (…).” (cfr. Rui Vieira Nery, p.214).

Amália Rodrigues, consciente do impacto dos temas compostos por Frederico Valério, presta-lhe os maiores elogios na sua biografia: “A existência do Valério, quando eu estava a começar a cantar, foi formidável. Tinha um tipo de melodia que era para a minha voz. Conhecia muito bem a minha voz e escrevia para mim, para toda a gama da minha voz… (…) Nos fados do Valério a melodia está lá toda, nem que se faça uma voltinha pequena, não se nota, a orquestra segue na mesma.” (cfr. Vítor Pavão dos Santos, p.69).

Em 1947, Frederico Valério fez a sua primeira incursão pelo cinema, sector no qual voltou a evidenciar o seu brilhantismo como compositor musical. Escreveu para as bandas sonoras dos filmes “Capas Negras” e “Aqui, Portugal” ambos de 1947 e realizados por Armando Miranda, “Um Marido Solteiro”, de Fernando Garcia, “Madragoa” de Perdigão Queiroga (1952) e “Sangue Toureiro” de Augusto França (1958).

Não obstante o enorme sucesso alcançado em Portugal, decidiu rumar aos Estados Unidos da América em 1948. Neste período de actividade no prestigiado mercado musical norte-americano, o maestro português registou um sucesso sem precedentes. Primeiro ao atingir o número 1 do Hit Parade, com o tema “Don’t Say Goodbye”, e mais tarde ao assinar dois musicais na conceituada Broadway: “On with the Show” e “Hit the Trail” (1954). Do seu ilustre currículo internacional consta ainda a gravação de temas com enorme popularidade em países como o Brasil, a Alemanha, a França e a Inglaterra.

De regresso a Portugal, e até ao final da sua carreira, ainda compôs para Simone de Oliveira, Helena Tavares e Cidália Moreira.

A Câmara Municipal de Lisboa, em reconhecimento do seu trabalho cimeiro como maestro e compositor musical, atribuiu o seu nome a uma rua de Lisboa, situada no Bairro de Caselas, na Freguesia de São Francisco Xavier.

Selecção de fontes de informação:

Guinot, M., Carvalho, R., Osório, J.M. (1999) “Histórias do Fado”, Col. “Um Século de Fado”, Lisboa, Ediclube;

Machado, Paula (2000), “Frederico Valério”, Câmara Municipal de Lisboa;

 

 

Nery, Rui Vieira (2004), “Para uma História do Fado”, Lisboa, Público/Corda Seca;

 

Rebello, Luiz Francisco (1985), “História do Teatro de Revista em Portugal”, Vol. 2 “Da República até hoje”, Lisboa, Publicações Dom Quixote.

Santos,Vítor Pavão (1987) “Amália Uma Biografia”, Lisboa, Contexto Editora.

 

 

 

seleção de fontes de informação:

 

http://www.museudofado.pt/personalidades/detalhes.php?id=307

 

Última actualização: Novembro/ 2013

 

Pequena biografia da intérprete​:

 

                                                                                                                                                   Amália Rodrigues
Amália Rodrigues, de seu nome completo Amália da Piedade Rebordão Rodrigues,

nasceu em Lisboa por acaso, quando os seus pais, Lucinda da Piedade Rebordão

e Albertino de Jesus Rodrigues, se encontravam de visita aos avós maternos,

na Rua Martim Vaz, na freguesia da Pena.
No registo de nascimento consta a data de 23 de Julho de 1920, porém, dado

existirem algumas reservas quanto ao dia exato, a artista adotou o dia 1 de Julho

como data de aniversário durante toda a sua vida.
Após o seu nascimento e depois de um curto período na capital à procura de vida

melhor, os pais regressaram ao Fundão deixando a filha, então com catorze meses

ao cuidado dos avós.
Quando tem seis anos os seus avós mudam-se para o bairro de Alcântara, onde Amália viverá até aos 19 anos, primeiro com os avós e depois com os pais. Abandona os estudos após completar a instrução primária, por ser necessário trabalhar e ajudar no sustento familiar. Foi aprendiza de costureira, de bordadeira e operária de uma fábrica de chocolates e rebuçados. Mais tarde, com a sua irmã Celeste, vende fruta à percentagem pelas ruas do cais de Alcântara.
Desde muito cedo mostrou gosto por cantar e, em 1935, foi escolhida para cantar o "Fado Alcântara" como solista, nos festejos dos Santos Populares, acompanhando a Marcha Popular do seu bairro.
Em 1938 Amália faz audições para o "Concurso da Primavera", onde cada bairro apresentava as suas concorrentes, disputando-se o prémio Rainha do Fado desse ano. Amália não chega a participar, mas conhece, neste concurso, Francisco da Cruz, um guitarrista amador com quem, em 1940, se casa. Este casamento não dura muito tempo, embora o divórcio só se concretize em 1949. Voltará a casar, em 1961, no Brasil, com o Engenheiro César Henrique de Seabra Rangel, com quem vive até ao falecimento deste em 1997.
Entretanto continua a cantar em festas e verbenas com o nome de Amália Rebordão. E, nesse mesmo ano, aparece pela primeira vez uma foto da fadista e uma crítica muito elogiosa na imprensa (cf. “Guitarra de Portugal”, 10 de Agosto de 1938). Só mais tarde adota o nome artístico de Amália Rodrigues, por sugestão de Filipe Pinto, então diretor artístico do Solar da Alegria.
Por influência de Santos Moreira presta provas no Retiro da Severa, e faz a sua estreia profissional em 1939. Neste local exibe-se durante 6 meses, passando depois para o Solar da Alegria e para o Café Mondego. O seu sucesso é tal que rapidamente se torna cabeça de cartaz e, graças à intervenção de José Melo, passa a cantar no Café Luso com um cachet que atinge valores nunca antes pagos a um fadista. Nesta altura Amália já não canta diariamente, fazendo-o apenas 4 vezes por mês e recebendo por atuação.
A partir de 1941 as suas atuações serão menos regulares, mas ainda assim uma constante na cidade de Lisboa até ao início dos anos 50. A sua presença regista-se na Cervejaria Luso e Esplanada Luso, em 1941; no Casablanca, Pavilhão Português e Retiro dos Marialvas, em 1942; no Casablanca, Retiro dos Marialvas e Café Latino, em 1943; no Café Luso, em 1944, e de 1947 a 1950; no Casino Estoril, em 1949 e 1950, e no Comboio das Seis e Meia, um programa de variedades gravado no Teatro Politeama e depois transmitido pela rádio, em 1950.
Amália Rodrigues realiza longas viagens de digressão em espetáculo a partir do início da década de 1950, pelo que as suas aparições em Portugal se limitam a alguns espetáculos anuais, como a Grande Noite do Fado, o Natal dos Hospitais, o Réveillon do Casino Estoril e outras festas e festivais, muitas de beneficência.
Apenas em 19 de Abril de 1985 apresenta o seu primeiro concerto individual em Portugal, no Coliseu dos Recreios de Lisboa, o qual será repetido no Coliseu do Porto a 26 de Abril do mesmo ano.                 

A sua primeira saída do país ocorre em 1943, para atuar numa festa do Embaixador português em Madrid, Dr. Pedro Teotónio Pereira. Faz-se acompanhar do cantador Júlio Proença e dos instrumentistas Armandinho e Santos Moreira. No ano seguinte, vai ao Brasil, onde atua no Casino de Copacabana, Teatro João Caetano e na Rádio Globo. Voltará ao Brasil logo em 1945, numa estadia que se prolongará até Fevereiro de 1946, na qual grava os seus primeiros discos, oito edições de 78 rpm para a editora Continental.
As viagens de Amália sucedem-se, os destinos de atuação no estrangeiro serão uma constante durante a sua longa carreira e abarcam os cinco continentes. Amália Rodrigues tem pois um estatuto de exceção marcado por uma carreira repleta de êxitos e de tournées um pouco por todo o mundo, e não apenas para atuações em comunidades de emigrantes.
Logo em 1949, a convite de António Ferro atua em Paris e em Londres. Em 1950 vai à Madeira e desloca-se uma vez mais ao estrangeiro, para participar numa série de espetáculos patrocinados pelo Plano Marshall em Berlim, Roma, Trieste, Dublin, Berna e Paris. Canta pela primeira vez em Nova Iorque, em 1952, no La Vie en Rose, onde ficará 14 semanas em cartaz. No ano seguinte, atua na Cidade do México e volta a Nova Iorque onde participa no programa de Eddie Fisher, sendo esta a primeira apresentação de um artista português na televisão norte-americana.
Em 1956, a convite de Bruno Coquatrix, empresário do Olympia de Paris, estreia-se naquela casa de espetáculos e alcança grande êxito. Em seguida canta na Côte d'Azur, Bélgica, Argélia, Rio de Janeiro e na Cidade do México.
Em 1957 volta ao Olympia acompanhada pelo guitarrista Domingos Camarinha e pelo violista Santos Moreira, sala onde atuará novamente em 1959 e 1960. No ano de 1957
canta ainda na Côte d' Azur, em Estocolmo, Lausane e Caracas.                                
Amália Rodrigues regressa com vários espetáculos ao Brasil, em 1960 e 1961. Em 1963 canta "Foi Deus" na Igreja de São Francisco no aniversário da independência do Líbano. Na década de 1960 atua em Tunes, Argel, Sidi Abbes, Bruxelas e Atenas. Participa no Festival Internacional de Edimburgo, canta em várias cidades de Israel, no I Festival Internacional de Música Ligeira de Brasov em Leningrado, Moscovo, Tiflis, Erivan e Baku, entre outras cidades e países.

Em 1970 esteve pela primeira vez no Japão, onde voltou em 1976, 1986 e 1990. E em 1972 atua na Austrália. Durante esta década e na seguinte prossegue as suas digressões artísticas por vários países.
Em 1989 grava um espetáculo para a televisão espanhola, inserido num programa apresentado por Sara Montiel. Ainda nesse ano, comemora os cinquenta anos de atividade artística profissional, realizando uma grande tournée com espetáculos em Espanha, França, Suíça, Portugal, Israel, India, Macau, Coreia, Japão, Bélgica, Estados Unidos e Itália, de que destacamos o regresso, pela oitava vez, ao Olympia de Paris. As interpretações de Amália Rodrigues podem também ser vistas no teatro e no cinema, bem como escutadas em inúmeras gravações discográficas.
A estreia da fadista no teatro faz-se em 1940, no Teatro Maria Vitória, com a peça "Ora vai tu!". Até 1947 Amália Rodrigues participa em várias revistas e operetas: "Espera de Toiros" (Teatro Variedades, 1941), "Essa é que é essa" (Teatro Maria Vitória, 1942), "Boa Nova" (Teatro Variedades, 1942), "Alerta está!" (Teatro Apolo, 1943), "A Rosa cantadeira", "Ó viva da costa!" e "A Senhora da Atalaia" (Teatro Apolo, 1944); "Boa Nova" e "A Rosa cantadeira" (reposição no Teatro República, Brasil, 1945), "Estás na Lua", e reposição de "Mouraria" (Teatro Apolo, 1946); e "Se aquilo que a Gente Sente" (Teatro Variedades, 1946).
O seu regresso ao teatro ocorrerá apenas em 1955 para participar na reposição da peça "Severa", levada à cena por Vasco Morgado no Teatro Monumental.
A relação de Amália com o cinema inicia-se com a interpretação do papel de Maria Lisboa, ao lado de Alberto Ribeiro, no filme "Capas Negras", de Armando Miranda. A película estreia no cinema Condes a 16 de Maio de 1947. No mesmo ano protagonizou, com Virgílio Teixeira, "Fado, História de uma Cantadeira", realizado por Perdigão Queiroga; e participa, ainda, com Jaime Santos e Santos Moreira nas curta-metragens realizadas por Augusto Fraga: "Fado da Rua do Sol", "Fado Malhoa", "Fado Amália", "Fado lamentos", "O meu amor na vida (Confesso)", "Só à Noitinha", "Ronda dos Bairros", "Eu disse adeus à casinha" e "Ai! Lisboa".
Voltará ao cinema em 1949, com Manuel dos Santos no filme "Sol e Toiros" de José Buchs, e com Paulo Maurício no filme "Vendaval Maravilhoso", de Leitão de Barros. Em 1955 participa com Daniel Gelin no filme "Les Amants du Tage (Os Amantes do Tejo)" de Henri Verneuil, onde canta a canção "Barco Negro", com letra de David Mourão Ferreira. Ainda em 1955, com António dos Santos, participa no filme "April in Portugal" de Evan Lloyd.
As suas últimas interpretações para o grande ecrã são: em 1958, no filme "Sangue Toureiro", de Augusto Fraga, onde canta o Fado "Que Deus me Perdoe"; em 1964, como figura central do filme "Fado Corrido", de Jorge Brum do Canto e baseado num conto de David Mourão Ferreira; e em 1965, nos filmes "As Ilhas Encantadas" de Carlos Vilardebó, rodado em Porto Santo, e "Via Macao", de Jean Leduc.                                                    
Amália Rodrigues destaca-se, também, pela forma como introduziu inovações na postura e indumentária dos fadistas que vieram a transformar-se em verdadeiras convenções performativas, como é o caso do uso sistemático do vestido e xaile negros, e do posicionamento à frente dos guitarristas.
O interesse pela poesia erudita é mais uma novidade imposta pela fadista. Assim, logo no início da década de 1950, Amália Rodrigues grava "Fria Claridade" de Pedro Homem de Mello e, em 1953, "Primavera" de David Mourão-Ferreira. A colaboração com estes dois poetas será uma constante e outros fazem parte, posteriormente, das suas interpretações, caso de Luiz Macedo e Sidónio Muralha (1954), Alexandre O’Neill (1964), José Régio (1965), Vasco de Lima Couto (1967), ou Manuel Alegre e José Carlos Ary dos Santos (1970).                                                       
Em 1962 a fadista lança o seu primeiro LP com composições de Alain Oulman, muitas vezes referidas como as "óperas" de Amália. Neste disco, "Busto" ou "Asas Fechadas", inicia-se uma ligação que durará até 1975, e que incluí gravações discográficas onde para além dos poetas já referidos, a fadista integra poesias do passado, como os trovadores galaico-portugueses, o Cancioneiro de Garcia de Resende ou Camões, que resultarão em discos de referência na história do Fado: "Fado Português", "Fado’67", "Vou dar de beber à dor" e "Com que voz". Em 1965, Amália Rodrigues edita o disco Amália canta Luís de Camões e o jornal Diário Popular, de 23 de Outubro de 1965, interroga várias figuras públicas sobre a legitimidade dessas interpretações, apresentando este tema polémico na capa do jornal.
Amália foi autora de muitos poemas que interpretou e editou em disco, alguns deles estão entre as faixas que mais a celebrizaram. Estes poemas foram editados no livro "Versos" da editora Cotovia, em 1997. A título de exemplo destacamos os seguintes: "Estranha forma de vida", "Lágrima", "Asa de vento", "Grito", "Gostava de ser quem era", "Trago o Fado nos sentidos", "Entrei na vida a cantar", "Ai esta pena de mim", "Lavava no rio lavava", "Teus olhos são duas fontes", "Fui ao mar buscar sardinhas".
Em 1987 é lançada a sua biografia oficial, escrita por Vítor Pavão dos Santos, com base em entrevistas realizadas entre 15 de Novembro de 1985 e 16 de Setembro de 1986. Escrita na primeira pessoa é um documento fundamental para compreender a carreira da mais importante fadista portuguesa.
As comemorações dos seus 50 anos de carreira, em 1989, são marcadas por diversas iniciativas que se prolongam pelo ano seguinte: um espetáculo no Coliseu dos Recreios, a 8 de Janeiro de 1990; a exposição "Amália Rodrigues. 50 Anos", no Museu Nacional do Teatro, de Junho de 1989 a Março de 1990; a retrospetiva "Amália no Cinema", na Cinemateca Portuguesa, em Novembro de 1989; uma grande tournée com espetáculos em Espanha, França, Suíça, Israel, Índia, Macau, Coreia, Japão, Bélgica, Estados Unidos e Itália.
Após o seu afastamento dos palcos, em 1994, Amália continuou a ser convidada de honra em inúmeros eventos culturais, nomeadamente durante a exibição das Marchas Populares no dia de Santo António, em Lisboa. E, em 1998 foi alvo de uma homenagem pública durante um espetáculo na Expo'98, no Parque das Nações.                                    
Faleceu no dia 6 de Outubro de 1999. O seu funeral constituiu uma grande e sentida manifestação de dor e saudade como nunca antes se vira. O país inteiro chorou a sua Diva do Fado. Os seus restos mortais foram transladados do Cemitério dos Prazeres para o Panteão Nacional a 8 de Julho de 2001.
Amália Rodrigues é uma figura incontornável da História do Fado sendo por isso uma referência muito presente na exposição permanente do Museu do Fado. Ainda assim, em Junho de 2004 o Museu do Fado apresentou "Amália, Gostava de Ser Quem Era", uma mostra evocativa da fadista que esteve patente ao público durante um ano. Por vontade testamentária da fadista foi instituída a Fundação Amália Rodrigues, oficialmente criada a 10 de Dezembro de 1999, dois meses após a sua morte. Desde 2005 que esta fundação realiza uma gala anual, com atribuição dos seguintes prémios: Carreira Feminina e Masculina, Revelação Feminina e Masculina, Internacional, Música Étnica, Viola, Viola Baixo, Guitarra Portuguesa, Intérprete Feminina e Masculino, Registo Discográfico, Poeta de Fado, Compositor de Fado, Música Sinfónica, Fado Amador, e Ensaio e Divulgação.
Alguns Prémios e condecorações:
1948 - Prémio do SNI para a Melhor Atriz do Ano, pelo desempenho como atriz no filme "Fado, História de uma Cantadeira";
1958 - Grau de Cavaleiro da Ordem de Santiago de Espada;
1959 - Grande Medalha de Prata da Cidade de Paris;
1965 - Prémio do SNI para a Melhor Atriz do Ano, pelo desempenho como atriz nos filmes "Fado Corrido" e "As Ilhas Encantadas";
1966 - Prémio Pozal Domingues para o EP "Fandangueiro";
1967 - Prémio M.I.D.E.M. 1965-1966 para o record de vendas no mercado discográfico português;
1968 - Prémio M.I.D.E.M. 1966-1967 para o record de vendas no mercado discográfico português;
1966 - Prémio Pozal Domingues para o EP "Vou dar de beber à dor";
1969 - Prémio M.I.D.E.M. 1967-1968 para o record de vendas no mercado discográfico português;
1970 - Grau de Oficial da Ordem Militar da Ordem Militar de Santiago de Espada;
1980 - Grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique;
1980 - Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa (7 Julho), Teatro São Luís;
1985 - Grau de Comendador da Ordem das Artes e Letras;
1986 - Medalha de Ouro da Cidade do Porto;
1990 - Grã Cruz da Ordem de Santiago de Espada;

 

Seleção de Fontes de Informação:


“Guitarra de Portugal”, 10 de Agosto de 1938;
“Canção do Sul”, 1 de Março de 1940;
“Guitarra de Portugal”, 15 de Junho de 1945;
“Ecos de Portugal”, 1 de Março de 1948;
“Flama”, 4 de Julho de 1952;
“Álbum da Canção”, 1 de Junho de 1963;
“Flama”, 18 de Junho de 1965;
“O Século Ilustrado”, 29 de Junho de 1968;
“Rádio & Televisão”, 5 de Dezembro de 1970;
“Rádio & Televisão”, 9 de Fevereiro de 1974;
“Mais”, 12 de Agosto de 1983;
“Telestar”, 27 de Dezembro de 1986;
“Visão”, 29 de Junho a 5 de Julho de 1995;
“Expresso”, 1 de Julho de 1995;
“Caras”, 8 de Outubro de 1999;
Santos, Vítor Pavão dos (1987), "Amália: uma biografia", Lisboa, Contexto;
Sucena, Eduardo (1992), "Lisboa, o Fado e os Fadistas", Lisboa, Veja;
Rodrigues, Amália (1997), "Versos", Lisboa, Cotovia;
Baptista-Bastos (1999), "Fado Falado", Col. "Um Século de Fado", Lisboa, Ediclube;
Coelho, Nuno Almeida, 2005, "Amália", Col. "Grandes Protagonistas da História de Portugal", Lisboa, Planeta DeAgostini.
“The Art of Amália” (DVD), EMI Valentim de Carvalho, 2004.

 


Última atualização: Dezembro/2007

 

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