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Fado Mortalhas

Duas Mortalhas
Letra:                 Linhares Barbosa
Música:              Armando Machado
Repertório:          Max
 

 

 

 

Foi na travessa da Palha
Que um petiz de olhar bizarro

Com outros da sua igualha
Me pediu uma mortalha
Para fazer um cigarro  (bis)

Acedi naturalmente
Eu sou assim quando calha

Não é coisa deprimente
A um migalho de gente
Dar a gente uma migalha  (bis)

Por tal mortalha ter dado
Um amigo censurou-me

Respondi-lhe revoltado
Também a fome é pecado
E há muita gente com fome  (bis)

E o petiz de olhar bizarro
Disse-me adeus, obrigado

Distraído com o cigarro
Não viu que passava um carro
E foi por ele esmagado  (bis)

E na travessa da Palha
Que o garotito morreu
 

Foi para a vala da canalha
Mas levou outra mortalha
Novinha, que lhe dei eu   (bis)

Nos cigarros que consumo
Nas fumaças  que desfaço

Vejo o garoto no fumo
à pôr luto não costumo
Mas pus um fumo no braço  (bis)

 

 

Pequena biografia do intérprete: 

                                                                                                                                                     Max
Maximiano de Sousa nasceu a 20 de Janeiro de 1918, na Ilha da Madeira - Funchal
Estreando-se em 1927 na " Praia Oriental " no Funchal, local onde também atuava,

à data, a fadista Maria do Carmo Torres, Max, nome artístico pelo qual ficaria célebre,

manteve-se ativo, como profissional até ao ano de 1980.
Com apenas dezanove anos de idade exercia a profissão de alfaiate mas o ofício

nunca o afastou das cantigas. Em 1944 profissionalizou-se e, dois anos mais tarde,

viria para Lisboa como vocalista do conjunto de Tony Amaral.
Autor de músicas de grande sucesso como Pomba Branca, Pomba Branca e Porto Santo, entre outras, Max distinguiu-se também pela sua interpretação de fados numa expressão muito própria, mesmo inconfundível, dando voz a fados de Lisboa e Coimbra.
Em 1944 atuou na inauguração do restaurante - dancing Flamingo onde permaneceu durante uma época. Dois anos mais tarde, como vocalista e baterista do conjunto de Tony Amaral atuou no Club Americano e no Nina onde se manteve durante dois anos.
Apoiado pelo empresário Fred, a sua projeção artística só viria a verificar-se quando participou nos espetáculos da APA, no Cinema Éden.
A partir de então, cantou de norte a sul do País em espetáculos que o tornaram popular com a interpretação de canções humorísticas como A Mula da Cooperativa e o Magala 31, ou de carácter mais folclórico como o Bailinho da Madeira, boleros, entre outras.
Atuou na Emissora Nacional e noutras estações emissoras, gravou discos, participou em várias revistas como " Saias curtas " (1953), " Fonte Luminosa " (1956), " Elas são o espetáculo " (1963), " Pão, pão… queijo, queijo… " (1967), " Grande poeta é o Zé " (1968) e " Peço a palavra " (1969), e no filme" Bonança & Cª " (1969).
Cumprindo várias digressões ao estrangeiro, Max participou nos Estados Unidos num programa de Grouxo Max na NBC, atuando em clubes de Hollywood e de Nova Iorque, no Brasil, Argentina, Venezuela, Espanha, Alemanha, África do Sul e Austrália.
O último programa de televisão em que participou foi no " Zip-Zip ", em 1969.
Em 1979, foi homenageado pelo Governo Regional da Madeira vindo a falecer em 1980.

Seleção de fontes de informação:
 

http://www.portaldofado.net/content/view/2124/327/

Última atualização: Outubro/2010

Pequena biografia do autor:
                                                                                                                                            Armando Machado
Armando Artur da Silva Machado, nasceu, em Lisboa, em 1899, cidade onde viria a
falecer em Fevereiro de 1974.
Começou a tocar viola nos solares e palacetes, dos arredores de Lisboa, em 1924,
actuando em quase todos os recintos de Fado lisboetas, nomeadamente,
"Adega Mesquita", "Farta-brutos" e "Café Luso".
Em 1935, juntamente com o guitarrista Fernando Freitas e a cantadeira
Maria Albertina, actua na Exposição Universal de Paris, espectáculo a que assistiu
a Rainha D. Amélia ( no exilo ).
Em 1937, funda a "Adega Machado", na altura a segunda casa de Fado no Bairro Alto,
a primeira a apresentar espectáculos diários, e que ainda hoje se mentem em plena
actividade, pela mão dos seus filhos ainda vivos, Filipe e Maria Rita Machado!
Compôs várias dezenas de temas, entre eles os Fados "Súplica", "Licas", ( dedicado a um dos seus filhos ), "Pipas", "Maria Rita" ( dedicado a sua filha com o mesmo nome ), "Lurdes", ( dedicado a sua esposa, a cantadeira Maria de Lurdes Machado ), "Santa Luzia" e o conhecido "Bolero do Machado" ( Cigano da Fronteira ), que foi disco de ouro em 1957, em S. Paulo ( Brasil ), numa gravação de Cidália Meireles, acompanhada pela Orquestra de Mantovani.
Armando Machado, foi sem duvida, um dos maiores compositores que o Fado conheceu, sendo os seus fados dos mais cantados actualmente, por quase aqueles que interpretam o Fado!

Origem: “Histórias do Fado – A Capital" e investigação G-Sat.
O violista Armando Machado nasceu em Lisboa, em 1899, cidade onde veio a falecer em 1974.
Começou a tocar viola nos solares e nas festas em Lisboa e arredores.
Em 1924 profissionaliza-se, tendo tocado praticamente em todos os recintos onde houvesse Fado, da época.
Em 1937 fundou a Adega Machado no Bairro Alto, que foi a segunda casa do género no bairro, mas a primeira a dar espectáculos diários.
Foi autor de vários temas musicais para Fado, tais como, Fado Súplica, Fado Cunha e Silva, Fado Licas, Fado Maria Rita, Fado Lourdes e o célebre Bolero Cigano da Fronteira.
Conheceu e casou-se com uma linda moça, Maria de Lourdes, de profissão enfermeira, natural de Lisboa, onde nasceu em 1915, na freguesia do Socorro, tendo falecido também em Lisboa em 1999.
Maria de Lourdes Machado e Armando Machado, tiveram 5 filhos, 4 rapazes e uma rapariga, o Armando José (Licas) que era afilhado do Gonçalves dono de "O Ginjal", a Maria Rita, era afilhada de Amália Rodrigues, o Filipe teve como padrinho Filipe Nogueira (pai) e o Carlos Manuel foi apadrinhado por Adelina Ramos e seu marido, o António Tomaz Machado, (o Tricas para a família e amigos) era afilhado do artista plástico Tomaz de Melo (TOM) e também de Amália.
Maria de Lourdes Machado abandona a sua carreira de enfermeira para cuidar dos filhos e fica também, ao lado do marido na gerência da Adega Machado, tendo começado a cantar Fado, logo com grande sucesso, pois tinha uma bonita voz, presença e cantava muito bem.
Quando o seu filho mais velho o Armando José (apelidado carinhosamente como Licas), foi mobilizado para o Ultramar, Maria de Lourdes pede a João Linhares Barbosa, que lhe escreva um poema que exprima a sua dor de mãe, que teve o título de (Fé e Coragem Meu Filho). O pai Armando Machado faz a música já referida, Fado Licas.
(...)



Seleção de fontes de informaçãp:

http://www.portaldofado.net/content/view/2876/327/


Última atualização:  Junho/2012

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