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​  Fado Cruz de Guerra

Cruz de Guerra
Letra:            Armando Neves
Música:         Miguel Ramos

Intérprete:     Berta Cardoso

​​



Quando vieram dizer... á pobre mãe
Que seu filho tinha morrido... lá na guerra
Ela ajoelhou a tremer... sentindo bem
O desgosto mais dorido... que há na terra

 


Trouxeram-lhe a cruz de guerra... que seu filho
Como valente soldado... merecera
E sobre ela a mãe poisou... um olhar sem brilho
Recordando o filho amado... que perdera

 


A cruz de guerra pegou... como quem sente
Um reconforto divino... que sonhara
Com ternura a colocou... serenamente
No berço em que pequenino... o embalara

 


Pobre mãe, santa do céu.. em pleno inferno
Pôs-se a embalar o berço... e a dizer
Dorme doeme filho meu... o sono eterno
Como eterna é a mina dôr... de te perder

 


E a pobre mãe rematou... neste contraste
Dorme dorme o sono eterno... filho meu
Por causa da cruz de guerra... que ganhaste
Quantas mães estão chorando... como eu

Pequena biografia do autor:

     

                                                                                                                                        Miguel Ramos

​Miguel Ramos, nasceu em Lisboa em 1901, onde veio a falecer em 1973.

É o irmão mais jovem do saudoso guitarrista e compositor, Casimiro Ramos.​

Violista de fado, também foi ( como o seu irmão ), compositor de fados com

Fado Alberto, Fado Margarida, Fado Helena ,Fado Oliveira ou da Freira, etc.

A observar que o Fado Alberto, foi e ainda é, um fado muito gravado, existindo

mais de 40 gravações (em suporte CD ) deste fado.

Alguns dos seus fados, foram compostos em parceria com o seu irmão, sendo

a autoria de alguns desses fados atribuíram, por vezes, ora a um, ora a outro

dos irmãos "Pinóia".

Miguel Ramos, foi considerado um artista de referência, e era admirado pelos fadistas, violistas e guitarristas, entre os quais Martinho d'Assunção Júnior e José Nunes.

Tal como o seu irmão, acompanhou grandes vozes do Fado, em casas de fado, espetáculos e na gravação de fonogramas.

Tocava com unhas postiças. O seu estilo interpretativo caracterizava-se pela clareza na articulação das notas, a ressonância dos bordões e acordes, tanto no acompanhamento de fadistas, como de instrumentais, adaptando o percurso harmónico ao gosto de cada fadista; nos instrumentais, utilizava um acompanhamento harmónico mais enriquecido, notavelmente articulado com as guitarras, contra cantos, e a percussão ( utilizando a caixa de ressonância da viola ).

Durante muitos anos, foi tocador privativo do Restaurante “A Tipóia”, no Bairro Alto.

 

 

 


Seleção de fontes de informação:

http://www.g-sat.net/todos-os-fados-de-a-a-z-historia-2128/fado-alberto-208297.html

Última atualização:  Novembro/2008

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