top of page

Fado Carmencita

Carmencita
Letra:              
Frederico de Brito
Música:            Pedro Rodrigues
Intérprete:        Amália Rodrigues

 

 

Chamava-se Carmencita

A cigana mais bonita

Do que um sonho, uma visão

Diziam que era a cigana,

Mais linda da caravana,

Mas não tinha coração

 

Os afagos, os carinhos

Perdeu- os pelos caminhos

Sem nunca os ter conhecido

Anda buscando a aventura

Como quem anda a procura

De um grão de areia perdido

 

Numa noite , de luar,

Ouviram o galopar

De dois cavalos fugindo

Carmencita, linda graça

Renegando a sua raça,

Foi atrás de um sonho lindo

 

Com esta canção magoada

Se envolve no pó da estrada

Quando passa a caravana

Carmencita, carmencita

Se não fosses tão bonita,

Serias sempre cigana

​Pequena biografia da intérptrete:

​                                                                                                                                        Amália Rodrigues

Amália da Piedade Rebordão Rodrigues, nasceu em Lisboa em 23 de Julho

(ou 1 de Julho de 1920) e faleceu também em Lisboa, na sua casa na

Rua de São Bento, em 6 de Outubro de 1999.

Foi uma fadista, cantora, actriz e poetisa portuguesa, considerada o exemplo

máximo do Fado, frequentemente aclamada como a voz de Portugal e uma das

mais brilhantes cantoras do século XX. Está sepultada no Panteão Nacional,

entre os portugueses ilustres.

Seleção de fontes de informação:

http://www.g-sat.net/todos-os-fados-de-a-a-z-historia-2128/fado-alfacinha-218275.html

Pequena biografia do poeta

                                                                                                                                           Frederico de Brito

Joaquim Frederico de Brito, nasceu em Carnaxide ( Oeiras ), em 25 de Setembro

de 1894, tendo falecido em Lisboa, em Março de 1977.

Cantador, compositor e poeta, era conhecido no meio do Fado com o diminutivo

de “Britinho” e também poeta-chauffer, alcunha que lhe atribuíram porque durante

muitos anos foi motorista de táxi, depois de ter sido estocador durante alguns

anos; no entanto, vem a reformar-se como empregado da companhia petrolífera

Atlantic, onde entrou, quando deixou de conduzir taxis!

Aos 8 anos, leu o livro de Avelino de Sousa, “Lira do Fado”, que o levou a escrever

versos, que o seu irmão mais velho, João de Brito, cantava em festas de amadores.

É um facto adquirido, que durante a sua vida, escreveu mais de um milhar de letras

e compôs várias centenas de músicas.

Participou na opereta "História do Fado", de Avelino de Sousa, com Alfredo Marceneiro e outros, cantando versos de sua autoria.

Em 1931, edita um livro de sua autoria, “Musa ao Volante”, compilação de todos os versos que até aí tinha escrito.

Para além de grande poeta, foi também um extraordinário compositor!

Assim, são de sua autoria, ( letra e música ), "Biografia do Fado", ( criação de Carlos Ramos ); "Fado do Cauteleiro"( criação de Estêvão Amarante ); "Janela virada para o mar" ( criação de Tristão da Silva ); "Não digam ao Fado...!" ( criações de Carlos do Carmo e Beatriz da Conceição ) e "Canoas do Tejo"( tema popularizado pela criação de Carlos do Carmo e, mais tarde, também cantado por Max, Beatriz da Conceição, Francisco José, Tony de Matos e muitos outros ).

O "Fado Carmencita", na voz de Amália Rodrigues, foi também um dos seus sucessos, tal como foram “Troca de olhares”, “Rapaz do camarão", “Casinha dum Pobre” e Fado Corridinho ( ambos com música de Martinho d' Assunção ), “Fado Britinho”; “Fados dos Sonhos” e o celebérrimo “Fado da Azenha”, que David Mourão- Ferreira, considerou das melhores criações da poesia popular portuguesa!

Vários compositores, entre eles Raul Ferrão, Raul Portela, Jaime Mendes e Alves Coelho ( filho ) escreveram músicas para letras de Joaquim Frederico de Brito.

As revistas ”Anima-te Zé” ( Teatro Maria Vitória, 1934 ), “Salsifré” ( Teatro Apolo, 1936 ), “Bocage” ( Eden Teatro, 1937 ), “Chuva de Mulheres” ( Eden Teatro, 1938 ), “Sol e Dó” ( Teatro Variedades, 1939 ) e “Haja saúde!”, com a qual se inaugurou o Teatro ABC, integraram várias composições de sua autoria.

Era muito estimado nos meios fadistas ( o carinhoso diminutivo “Britinho”, reflectia aliás essa generalizada simpatia ).

Poeta popular, que manteve os padrões do Fado tradicional, sem “lamechas retrógradas”, sem terminologia de exagerado lirismo, seduzindo assim compositores de nomeada, já acima referidos, que compõem para as suas letras, de cunho bem fadista, e que foram cantadas no teatro, por fadistas e cançonetistas da época.

Joaquim Frederico de Brito, deixou-nos um valioso espólio, que continua a ser interpretado por inúmeros artistas, recebendo do grande público, enorme aceitação e agrado!

Seleção de fontes de informação:

http://lisboanoguiness.blogs.sapo.pt/96690.html



Última atualização:  Dezembro/2009

bottom of page