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Fado Bágdád

Letra:    Amadeu do Vale e José Galhardo

Música:      Raúl Portela

Intérprete:   Hermínia Silva


 

Esta gravação data de 1936 e pertence à Face A do disco de 78 R.P.M. editado pela "Columbia", etiqueta da "Valentim de Carvalho", em que a cantadeira Hermínia Silva, acompanhada à guitarra por Victor Ramos, e à viola por Abel Negrão, interpreta dois novos números musicais do seu reportório, que são "Bagdad" e "Marujo". Este é o fado "Bagdad", da autoria de Raúl Portela, com versos de Amadeu do Vale e José Galhardo, que nos relata como é que era a fama da canção nacional na capital de Iraque, situada nas zonas dominadas pelo denominado "Estado Islâmico", que de islâmico não tem nada, parece-me. Nesta canção, Hermínia Silva relata quando teve de cantar o fado ao Sultão de Bagdad, e tão boa foi a divulgação que o Califa o guardou logo no cuuuuuu.....ração, dizendo o seguinte: os fados são tão belos, e pegam tão bem, que agradam aos camelos talvez mais que a ninguém. Portanto, não há nenhum marafat como o fado de Bagdad. Assim, o fado tornou-se canção hoje sábia, e quando diziam que era uma seca, mandavam o fado à meca. Portanto, em Lisboa, é no Café Luso. Em Bagdad, é no Café Moca. Hehehehehe. O sucesso desta canção de Hermínia foi notório, e ganhou popularidade em vendas de disco e transmissões radiofónicas, tanto na Emissora Nacional, como no Rádio Clube, na Renascença, e em outras emissoras radiofónicas portuguesas. Os puristas do fado acolheram o sucesso muito bem, e logo transformaram este fado num dos fados oficiais da lista dos fados considerados quasi tradicionais, fazendo-se novas letras para esta obra de Raúl Portela, interpretadas pelos mais diversos intérpretes da canção nacional. Resultado: este fado de Bagdad transformou-se num dos mais significativos êxitos de Hermínia. Este registo foi retirado do disco original disponibilizado no Arquivo Sonoro Digital do Museu do Fado. Como no início ouvia-se um som roufenho do disco a começar a girar, para não defraudar os ouvidos dos meus espectadores, decidi cortar um bocadinho do registo, e meter o "Fade In", para que o registo se tornasse mais viável e mais audível. Espero que gostem desta raridade, e desculpem qualquer coisinha..

Pequena biografia do Autor

                                                                                                                                                    Raúl Portela

Na Urbanização do Alto do Chapeleiro, Caxias,  nasceu em 1991 a Rua Raúl Portela,

na Rua E, com a legenda «Compositor Musical/1889 – 1942», através do Edital de 28 de

agosto de 1991, por sugestão de Luiz Francisco Rebello enquanto membro da Comissão

Municipal de Toponímia.

Raúl Portela Santos (Lisboa/1889 – 20.08.1942/Caxias) fez os seus estudos no

Reformatório Central de Lisboa em  Caxias, onde acabou por aos 20 anos ser o

professor e o maestro da Banda. Também ensaiou os coros da Tutoria da Infância

e foi regente da Banda do Grémio Literário e do Orfeão de Vila Franca de Xira, 

dos Bombeiros de Paço de Arcos, entre outras.

Na música ligeira foi o autor de canções que se tornaram clássicos como o fado-marcha Lisboa Antiga, com letra de José Galhardo e Amadeu do Vale, estreada por Hermínia Silvaem 1932, na revista Pirilau, no Teatro Politeama, mas também interpretada por Amália Rodrigues(1953) e que ao ser incluída no filme Lisbon (1956) pela voz de Anita Guerreiro contribuiu para o sucesso internacional do tema, sendo que a versão instrumental de Nelson Riddle (1955) já havia sido n.º 1 nos E.U.A. e permaneceu 24 semanas no Top, a que seguiram inúmeras versões internacionais como a de Carlos Galhardo (1956), Gloria Lasso (1957), Ray Conniff (1961) ou Los Indios Tabajaras  (1965).

Foram também sucessos de Raúl Portela a Triste Feia por Zulmira Miranda, nos anos vinte do séc. XX, para a revista Tic Tac ou o fado-fox-trot Nota Falsa (1925) para a revista Rataplan, sendo um dos mais prestigiados compositores da época, em paralelo com Frederico ValérioRaúl Ferrão ou Frederico de Freitas, sendo o autor do Fado Magala, e dos fados Perna de Pau ou Bagdad.

Refira-se também  a música que produziu para filmes: algumas canções para Bocage (1936), de Leitão de Barros com argumento de Rocha Martins;  a banda sonora do filme As Três Graças (1937) – a versão espanhola do filme Bocage -por Leitão de Barros; o fado do Zé Ninguém e outras canções para o filme Maria Papoila (1937), de Leitão de Barros; a música de Aldeia da Roupa Branca (1938), com letra de Ramada Curto para o filme homónimo de Chianca de Garcia, à excepção de dois fados; e toda a banda sonora de  O Pai Tirano (1941), de António Lopes Ribeiro, com Fernando Carvalho. Também, em parceria com Raúl Ferrão, fez os sucessos Coimbra é uma lição, assim como A Canção de Lisboa ou Fado do Estudante (1932), para o filme de Cottineli Telmo.

Raúl Portela foi pai de Hermes Portela em 1917 e faz parte também da toponímia de Caxias.

fontes de informação:    https://toponimialisboa.wordpress.com/2018/10/22/raul-portela-do-fado-lisboa-antiga-numa-rua-do-alto-do-chapeleiro/

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Pequena biografia da intérprete                                                                                         Hermínia Silva

( 23 Outubro, 1907 - 13 Junho, 1993 ) 

Possuidora de um improviso fácil e cheio de graça, algumas das suas frases

popularizaram-na e tornaram-se emblemáticas. Atribui-se, também, a Hermínia Silva

a inovação de trautear os refrões ou entoar "trolarós" que entusiasmam o público,

durante a parte instrumental que antecede os finais das músicas, ao invés de ficar

em silêncio como a generalidade dos outros fadistas.​

Hermínia Silva, de seu nome completo Hermínia Silva Leite Guerreiro, nasceu no

Hospital de S. José, em Lisboa, na freguesia do Socorro, no dia 23 de Outubro de

1907. Teve dois irmãos, Emília, a mais velha, e Artur, o mais novo. Quando tinha

apenas oito meses, a família mudou-se para o bairro do Castelo.

Chegou a ser aprendiza de costureira numa alfaiataria na Rua dos Fanqueiros, em

Lisboa, mas cedo começou a interessar-se por uma vida artística. Frequentadora da Sociedade de Recreio Leais Amigos, acaba por se inscrever no grupo como amadora na arte de representar, em 1925, tendo cantado os primeiros fados acompanhada ao piano.

Hermínia Silva estreou-se como amadora na Sociedade Recreativa Leais Amigos, em 1925. No ano seguinte, 1926, integra a Tournée Artística Gil Vicente, e percorre o país, passando por palcos de Vila Franca, Alenquer, Grândola, Alcácer do Sal, Santiago do Cacém, Sines, Odemira, Albufeira, Silves, Fuzeta, Lagos, Tavira e Vila Real de Santo António. Esta digressão passa ainda por Espanha.

A fadista sempre considerou o seu início de carreira a partir de 1926 quando fez parte da "Tournée Artística Gil Vicente" organizada pelo maestro A. Júlio Machado e pelo seu filho Victor Machado (que anos mais tarde escreveria o livro "Ídolos do Fado").Desta "Tournée Artística Gil Vicente" faziam parte, para além de Hermínia Silva, os actores Maria de Vasconcelos, Berta Moreira, Agripino de Oliveira, Artur Cunha, João Amaral, Pais Condessa e Raquel de Sousa (mais tarde também cantadeira), tendo Hermínia Silva alcançado grande êxito como actriz e como fadista.

No ano seguinte, a 9 de Abril de 1927, Hermínia Silva será mãe de um rapaz a quem dá o nome de Mário Silva. Estabelece-se como cantadeira de fados, primeiro no cinema Malacaio, onde faz as suas interpretações no final da exibição dos filmes, e depois no Valente das Farturas no Parque Mayer.

Hermínia Silva aspira também a ser artista de teatro e começará por interpretar fados em três peças, na Esplanada Egípcia do Parque Mayer, no decorrer de 1929: "Ouro Sobre Azul", "De Trás da Orelha" e "Off Side".

Nos anos seguintes actuará como cantadeira na antiga Cervejaria Jansen, no Salão Artístico de Fados, no Solar da Alegria e no Café Luso. Reconhecida pela sua voz castiça, Hermínia Silva será convidada a integrar o elenco da opereta "Fonte Santa", onde fará a sua estreia neste género, no ano de 1932, cantando alguns fados.

Participa já como actriz na peça seguinte em que participa, a revista "Feijão Frade", em 1933, onde é segunda figura de cartaz logo a seguir à conceituada actriz Beatriz Costa.

A partir desta data sucedem-se as suas interpretações no teatro, onde Hermínia Silva demonstra os seus dotes inconfundíveis de fadista aliados a um notável estofo de actriz cómica, de tal forma que as suas criações são constantemente lembradas na crítica jornalística: "Alegra-nos e encanta-nos o vermos, quer no palco ou no tablado, esta agarotada vedeta do Fado cujos personagens interpretados, são notáveis pelo pitoresco que contêm. Os seus «travesti» desde o «faia de "Tendinha"» ao provinciano «reservista» têm sido dignos dos melhores elogios para a Crítica exigente." (Cf. "Guitarra de Portugal", 10 de Abril de 1939).

Nesta década de 1930, e mesmo na seguinte, Hermínia Silva é a grande intérprete do Fado no Teatro de Revista. É nos palcos dos teatros que estreia aqueles que serão os seus maiores sucessos, como a "Velha Tendinha" (na revista "Zé dos Pacatos", em 1934), ou "Rosa Enjeitada" (na revista "Arre Burro!", em 1936), ou "Mãos Sujas" (na revista "Chuva de Mulheres", de 1937).

Com a interpretação da personagem Maria da Luz, a fadista apresenta-se pela primeira vez no grande ecrã com o filme "A Aldeia da Roupa Branca", realizado por Chianca de Garcia em 1938. Hermínia Silva contracena com Beatriz Costa, Óscar de Lemos e José Amaro e interpreta os temas: "Fado da Fadista" e "Fado do retiro".

Cinco anos depois, em 1943, voltará a desenvolver um papel para cinema, desta vez no filme "O Costa do Castelo", realizado por Artur Duarte. Aqui, no papel da cantadeira Rosa Maria, canta: "Fado da Saudade" e "Fado Rosa Maria", contracenando com António Silva, Milú e Maria Matos.

Hermínia Silva participa, também, nos filmes "Um Homem do Ribatejo", de 1946, e na sua continuação, "Ribatejo", de 1949, ambos realizados por Henrique de Campos. Na primeira película interpreta o "Fado da Sina" e na segunda o "Fado da Cigana".

A fadista voltará a aparecer nas telas do cinema apenas mais uma vez, em 1969, no filme realizado por Constantino Esteves, "O Diabo Era Outro". Protagonizada por António Calvário, a película integra duas cenas filmadas no Solar da Hermínia.

A sua relação com o Teatro de Revista será mais constante, sucedendo-se as produções em que participa, desde 1932, até 1958, altura em que opta por abrir a sua Casa de Fado. Assim, a título de exemplo, vejam-se algumas das peças em que integrou o elenco:

"Sempre em Pé" (Teatro Variedades, 1938); "Iscas com Elas" (Teatro Apolo, 1938); "O Banzé" (Teatro Maria Vitória, 1939); "Bailarico" (Teatro Variedades, 1940); "Boa vai ela!" (Teatro Maria Vitória, 1941); "Boa Nova" (Teatro Variedades, 1942); "Toma Lá Dá Cá" (Teatro Maria Vitória, 1943); "Rosa Cantadeira" (Teatro Apolo, 1944); "O Tiroliro" (Teatro Avenida, 1946); "’Tá Bem ou não ‘tá?" (Teatro Avenida, 1947); "Ai, Bate Bate" (Teatro Variedades, 1948); "Ora Agora Viras Tu" (Teatro Variedades, 1949); "Fogo de Vistas" (Teatro Maria Vitória, 1950); "Lisboa Antiga" (Teatro Apolo, 1953); "De bota abaixo" (Teatro Apolo, 1955); "Daqui fala o Zé" (Teatro ABC, 1956); "A Casa da Sorte" (Teatro ABC, 1957).

Em 1950 interpretará, também, duas peças declamadas, "História de uma Fadista" e "Sempre em Festa".

No ano de 1949, Hermínia Silva casa com Manuel Guerreiro, mas como verificámos a sua carreira prossegue muito ligada ao teatro, actuando em diversas peças nos palcos do Teatro Maria Vitória, Variedades, Apolo, Politeama ou Avenida. Neste último Teatro Avenida é-lhe prestada uma homenagem em Dezembro de 1945.

A 13 de Maio de 1958 abre o Solar da Hermínia com o marido e pouco tempo depois, em Benavente, o Pôr-do-Sol, onde apresentava espectáculos de fado ao sábado à noite e ao domingo à tarde. Passa então a actuar essencialmente no seu espaço do Largo Trindade Coelho até ao seu encerramento a 23 de Outubro de1982, altura em a fadista cede o espaço ao poeta José Luís Gordo.

Para delírio dos seus admiradores voltará ao Teatro de Revista, mas apenas de forma esporádica, com as peças: "Ai Venham Vê-las", em 1964; "Afinal como é?", em 1975; e "Cada cor seu paladar", em 1976, todas levadas à cena no Teatro ABC.

Hermínia Silva concentra a sua carreira nas actuações em Portugal. O seu conhecido e parodiado receio em andar de avião, inviabilizou-lhe muitos contratos. Na década de 1930 teve três convites para deslocar-se à Ilha da Madeira e ao Brasil, mas não aceitou.

A sua maior digressão realizou-se em 1952, com destino ao Brasil, para onde viajou no navio Vera Cruz para apresentar vários espectáculos e participar na revista "Há sinceridade nisso?". Ao fim de sete meses não aceitou renovar o contrato por mais um ano porque sentia falta de Lisboa.

Em 1954 desloca-se aos Açores e à Madeira. Actua várias vezes para as comunidades emigrantes em França, a última das quais em 1981, e acta na América do Norte e no Canadá numa digressão realizada em 1971.

Em Portugal fez espectáculos no Porto, nos Teatros Sá da Bandeira, Carlos Alberto e Palácio de Cristal; bem como nos Teatros de Aveiro e Coimbra.

O percurso de grande sucesso e popularidade de Hermínia Silva manifesta-se na sua vasta discografia, infelizmente com poucas reedições em formato de CD. A faceta discográfica da sua carreira começa por estar ligada ao teatro, com edições em 78 rpm de alguns dos seus êxitos nos palcos da revista.

A fadista aprecia bastante trabalhar em televisão e quando a RTP surge, em 1957, Hermínia é já muito conceituada e a sua presença é imprescindível. Participou em vários programas e era uma presença constante no "Natal dos Hospitais" e na "Grande Noite do Fado".

Possuidora de um improviso fácil e cheio de graça, algumas das suas frases popularizaram-na e tornaram-se emblemáticas, caso de : "Eh pá ‘tás à rasca", "Anda Pacheco" (dirigindo-se ao guitarrista António Pacheco) e "Isso bem picadinho que é p’ra voz sobressair".

Atribui-se, também, a Hermínia Silva a inovação de trautear os refrões ou entoar "trolarós" que entusiasmam o público, durante a parte instrumental que antecede os finais das músicas, ao invés de ficar em silêncio como a generalidade dos outros fadistas.

Em 1980 realizou um espectáculo no Teatro S. Luiz, onde lhe foi atribuída a medalha da cidade de Lisboa, actuação que foi gravada ao vivo e editada, posteriormente, em LP.

Em 1992 Nunes Forte realizou para a RTP um documentário sobre a fadista, recolhendo depoimentos de Hermínia Silva, familiares e amigos, bem como imagens de arquivo, o qual foi editado em DVD, em 2005, em conjunto com o programa "15 minutos com Hermínia Silva", realizado por Jorge Alves, em 1961, e várias filmagens com interpretações dos seus maiores êxitos.

O seu filho Mário Silva teve uma filha, que deu à fadista dois netos, um rapaz e uma rapariga. Após o encerramento da sua Casa de Fado, Hermínia Silva viveu os últimos anos completamente retirada, na sua casa em Lisboa, aparecendo apenas em algumas entrevistas que a RTP lhe fez com vista a um documentário sobre a sua vida. Faleceu em 1993.

Prémios e Homenagens:

1946 - Prémio Nacional do Teatro Ligeiro, pelo desempenho como actriz na revista "Sempre em Pé";

1980 - Medalha de ouro da cidade de Lisboa;

1985 - Comenda da Ordem do Infante D. Henrique, atribuída a 10 de Junho pelo Presidente da República General Ramalho Eanes;

1990 - Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, atribuída a 10 de Junho pelo Presidente da República Dr. Mário Soares;

1993 - Atribuição do seu nome a uma Rua da freguesia da Ajuda, pela Câmara Municipal de Lisboa.

 

 

Selecção de Fontes de Informação:

“Guitarra de Portugal”, 30 de Novembro de 1932;

“Trovas de Portugal”, 30 de Julho de 1933;

“Canção do Sul”, 18 de Outubro de 1934;

“Guitarra de Portugal”, 10 de Abril de 1939;

“Canção do Sul”, 1 de Agosto de 1939;

“Guitarra de Portugal”, 15 de Julho de 1945;

“Guitarra de Portugal”, 15 de Novembro de 1946;

“Ecos de Portugal”, 1 de Abril de 1948;

“Ecos de Portugal”, 1 de Agosto de 1950;

“Voz de Portugal”, 1 de Agosto de 1954;

“Voz de Portugal”, 30 de Novembro de 1954;

“Voz de Portugal”, 1 de Abril de 1958;

“Canção do Sul”, 16 de Junho de 1962;

“Álbum da Canção”, 1965;

Machado, Vítor (1937), "Ídolos do Fado", Tipografia Machado;

Rebello, Luis Francisco (1985), "História do Teatro de Revista em Portugal", vol. 2, Lisboa, Publicações Dom Quixote;

Duarte, Vítor (2004), "Recordar Hermínia Silva", Lisboa, Grafispaço;

"Hermínia Silva: Actriz e Fadista" (DVD) (2005), RTP / Videofono.

 

Última actualização: Dezembro/2007.

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Fado Bágdád

2010 - present

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