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Fado Sérgio

Promete, Jura

Letra:              Maria João Dâmaso

Música:          Sérgio Dâmaso

Intérprete:       Artur Batalha

​ 

 

Estás a pensar em mim, promete, jura
Se sentes como eu o vento a soluçar
As verdades mais certas mais impuras
Que as nossas bocas têm p'ra contar

 

 

Se sentes lá fora a chuva estremecida
Como o desenlaçar duma aventura
Que pode ou não ficar por toda a vida
Diz que sentes como eu, promete, jura

 

 

Se sentes este fogo que te queima
Se sentes o meu corpo em tempestade
Luta por mim amor, arrisca, teima
Abraça este desejo que me invade

 

 

Se sentes meu amor, o que eu não disse
Além de tudo o mais do que disseste
É que não houve verso que eu sentisse
Aquilo que eu te dei e tu me deste

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Pequena biografia do intérprete:

​                                                                                                                                Artur Batalha
Artur Henrique dos Santos Batalha é um fadista nascido em Alfama

(Lisboa) em 14 de abril de 1951. Sua primeira vez cantando em público

foi aos nove anos, e começou sua carreira aos 14 anos de idade na

Taverna do Embuçado, que na época era de propriedade de João

Ferreira-Rosa . Em 1971, Artur Batalha venceu a Noite do Fado no Coliseu

dos Recreios, em Lisboa, e passou a cantar em vários países e na televisão.


Batalha é conhecido como o "Príncipe do fado" (Fernando Maurício é

conhecido como o "Rei do Fado"). Seu repertório reflete uma sensibilidade

profundamente humana. São canções sobre a solidão, a pobreza extrema,

o amor entre homem e mulher, e, mais importante, a empatia pelos outros seres humanos. Quando perguntei a Batalha por três letras que ele considera essenciais em seu repertório, ele afirmou: "Promete, jura", "Hoje Morreu hum poeta", e "Noites Sem Fim ".

 

É bem conhecido que a Batalha passou por um certo número de anos de muito grave dificuldade pessoal, incluindo dependência de várias substâncias. Mas atualmente ele está em grande forma. No momento da minha entrevista com ele (16 de Abril de 2010), ele relatou ter cantado em público mais de 10 vezes ao longo dos meses anteriores, nos bairros da Serafina e Bairro Alto, e na freguesia da Pena.

Eu primeiro ouvi Batalha cantando ao vivo no restaurante "Os Ferreiras", na Rua de São Lázaro em Lisboa, e eu o continuei a visitar lá para ouvi-lo e aos outros fadistas excelentes que cantavam sob a administração do falecido António Ferreira.

Fiquei impressionado com a qualidade de sua voz, e também com a sua presença física - sobretudo a sua capacidade de comandar a atenção na sala.

 

Uma noite, eu visitei "Os Ferreiras" com um amigo de fora da cidade, e como as horas iam passando  vimos a multidão diminuir gradualmente - até que, em algum momento em torno de duas horas, havia apenas cerca de 10 pessoas. Batalha perguntou o que gostaria de ouvir. Um outro cliente e eu tentei convencê-lo a cantar "Meu Irmão Fora da Lei", mas não adiantou: foi "Sonho Tropical", um fado adorável, mas sobre um tema muito diferente. Aqui estão os dois fados.

Mas, por outro lado, eu nunca ouvi Batalha participar de qualquer um das desgarradas que aconteceram com frequência nos “Ferreiras”. Talvez isso não seja uma força especial da sua. A desgarrada requer um repertório pronto de frases que podem ser empregadas para desafiar cantores anteriores. Eu nunca ouvi falar Batalha cantar o tipo de estrofes humorísticos que são o estoque no comércio da desgarrada, então talvez isso seja um fator. Felizmente, alguns amigos estavam em “Os Ferreiras” uma noite em que Artur Batalha, de fato participou de uma desgarrada em “Os Ferreiras” (com Jorge Fernando não menos).

Uma coisa que eu tenho que mencionar. A primeira noite de fado após a morte de Michael Jackson (sim, esse), eu estava em “Os Ferreiras” e conversando com Batalha, durante um dos intervalos. Batalha queria falar sobre Michael Jackson. "Morreu O Nosso Colega", disse ele ("Nosso colega morreu."). Eu estava bem pavimentado, mas eu acho que a grande música é boa música.

Seleção de fontes de informação:

http://agal-gz.org/blogues/index.php/fado/2012/10/01/artur-batalha-outro-fadista-injustamente-esquecido

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