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Fado Alexandrino do Gabino

O Fado Está Doente

Letra:          Carlos Conde
Música:       Gabino Ferreira
Intérprete:   Gabino Ferreira

 

O Fado está doente, adoeceu o Fado,
Quando hoje o visitei, quedei-me em sobressalto...!

Ao vê-lo triste e só, com a guitarra ao lado,
Numa casa qualquer, ali no Bairro no Alto!

 


É triste a sua dor, profundo o seu abalo,
Saudoso do seu tempo alegre, de conquistas,

O Fado está doente, é preciso salvá-lo,
Com o gosto do povo e a alma dos fadistas!

 


Está muito abatido, eu nem o conhecia,
Ele, o Imperador, ali da Madragoa,
O Príncipe de Alfama, o Rei da Mouraria,
E, acima de tudo, o Senhor de Lisboa!

 


Fadistagem de garra, altiva e bem unida,
Se o Fado é muito nosso, é grande, é imortal!
Nós temos o dever, de lutar pela vida,
Da mais bela canção que existe em Portugal!

Intérprete: Gabino Ferreira
Título:       O Fado Está Doente

 

Autor da Letra:    Carlos Conde
Autor da Música: Gabino Ferreira

 

Guitarra Portuguesa:       António Parreira e

                                        José Luís Nobre Costa
Viola de Fado:                 Francisco Gonçalves

Viola-baixo:                      Raul Silva


 

Data da 1ª edição:  1981

Editora: "Movieplay"

Ref. MOV. 9.111

(este Fado com a métrica alexandrina foi transportado de um das variações para guitarra, do próprio Arnandinho; Variações em Lá)

Fado Alexandrino do Gabino


Fado em modo menor, que como todos os fados Alexandrinos, assim chamados em homenagem ao poeta francês Alexandre Berné, tem como característica ser cantado com versos em quadras de 12 sílabas, e com a particularidade do cantador se antecipar ligeiramente à música! Os fados Alexandrinos, são considerados fados da 1ª geração ou, como diz o "expert" na matéria Dr. Nuno de Siqueira, da 1ª geração e 1/2...!

Adquiriu o nome do seu autor, Gabino Ferreira, um dos maiores intérpretes que o Fado conheceu!

 

                                                                          

Pequena biografia do autor:                                                                        
                                                                                                                                     Gabino Ferreira
Gabino Ferreira, nasceu no Porto, freguesia do Bonfim, em 1922.
Aos 14 anos, começa a cantar o Fado, em festas nas colectividades e

de beneficência.
Aos 16 anos, estreou-se no Café Portugal, chamado a "Catedral do Fado"

portuense, e foi sendo solicitado para actuar noutros locais; por esta altura,

até lhe chamavam o “Miúdo do Bonfim”.
Em 1940, com 18 anos, é tal o seu prestígio, que é convidado a actuar

no espectáculo "Glória a Portugal" apresentado no Porto, em vários

recintos, em comemoração do aniversário da Fundação e da Restauração da Nacionalidade.
Em 1942, com 20 anos, decide vir para Lisboa, estreando-se na Esplanada Luso (ex-Retiro da Severa), mais tarde é contratado para Café Luso, já na Travessa da Queimada, altura em que o elenco era dos mais aceites pelo grande público, como Filipe Pinto, Maria do Carmo Torres, Júlio Vieitas, Fernando Farinha, Frutuoso França, Mário José Paninho e outros mais.
Cantou também no Retiro dos Marialvas, actuou em quase todos os restaurantes típicos da época, tendo, finalmente, sido contratado para “A Severa” como gerente artístico.
No programa radiofónico "Vozes de Portugal", cantou também ao lado de Berta Cardoso, Maria Cármen, Quinita Gomes e Moisés Campelos.
Simultaneamente, tem outra profissão, e opta por abandonar a vida artística profissional, numa fase da sua carreira em que era considerado um dos grandes intérpretes do Fado do seu tempo.
Não deixou, porém, de cantar e, hoje, quando aparece nas tertúlias fadistas, continua a deliciar-nos quando canta o Fado como ele o faz.



Gravou dois discos (long play) , um em 1979, (Fado da Velha Guarda), e outro em 1980, (Fados e Saudades de Gabino Ferreira).

Dispõe de um vasto reportório, tais como: Quem não tem mãe não tem nada, Vamos para as hortas, Juventude, O Fado está doente ( com música de sua autoria que apresentamos neste exemplo ), A praga que te rogo, Ri sempre!, A vida é uma tacada, Carta do hospital, Despedida, Esposa ideal, Incertezas do tempo, Três fases ( Partida, ausência e chegada ) , Lenda da amendoeira, Até logo!, Escravos e donos, Cabelo branco, Alfama, etc.

( Uma vez que sendo simultaneamente autor e intérprete deste fado, parte da sua biografia encontra-se descrita no início deste tópico, na parte destinada ao autor ).

 

 

Fonte de Informação:

Textos com adaptações com origem em: Lisboa no Guiness.

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