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Fado Licas
Fado Licas
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Fé e Coragem, Meu Filho
Letra:           João Linhares Barbosa
Música:        Armando Machado
Intérprete :   Maria de Lurdes Machado
 

 

 

Partiste filho meu, querido amor

Contigo foi metade do meu ser

Chorar, para quê chorar a minha dor

As mães são destinadas a sofrer   (bis)

De muito longe aonde estás de mim

Eu quero que este Fado, esta canção

Te dê fé e coragem até ao fim

A fé também salva da traição   (bis)

Declara aí a todos  teus amigos

Que atiro benções para todos vós

Que a minha voz os livre dos perigos

Ocultos nesta luta vil e atroz   (bis)

Por ti a toda a hora peço a Deus

Por ti e pela pátria nossa mãe

Portugal tem na Angola os filhos seus

Todos esse chão pertence-lhes também   (bis)

Intérprete:    Maria de Lurdes Machado

Título:          Fé e Coragem, Meu Filho

 

Autor da Letra:        João Linhares Barbosa
Autor da Música:     Armando Machado

 

Guitarra Portuguesa:    Acácio Gomes

Viola de Fado:              Miguel Ramos

 

Data da 1ª edição:  1962

Editora: "Rádio Triunfo"

Ref. Alvorada AEP 60 778

(Capa do disco Alvorada em que Maria de

Lurdes Machado canta o Fado "Fé e

Coragem, Meu Filho"

com letra de João Linhares Barbosa e

música de seu marido Armando Machado)

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Fado Licas

Composto pelo violista Armando Machado (1899 - 1974)

Este Fado deve o seu nome ao facto de o seu autor o ter dedicado a um dos filhos, o "Licas". Maria de Lurdes Machado casada com Armando Machado, de seu nome completo Armando Artur da Silva Machado, dirigiu durante muitos anos o restaurante típico "Adega Machado", inaugurado em 1937, no Bairro Alto em Lisboa.

Acresce ainda, a este facto,este poema ter sido escrito por João Linhares Barbosa a pedido expresso de Maria de Lurdes, aquando da mobilização de um dos seu filhos (Licas) para a injusta guerra colonial.

 

Este poema de João Linhares Barbosa, para quem conheça a sua obra, foge totalmente à temática da sua produção poética. Ao contrário de Gabriel de Oliveira (que se envolveu com Sidónio Pais, saindo-se mal, como se sabe), João Linhares, conjuntamente com outros poetas daquela época (Carlos Conde, Avelino de Sousa, Martinho d' Assunção (pai), defendeu sempre ideias e ideais muito progressistas. Já mais perto dos últimos anos de vida, de facto, João Linhares, ou por estar cansado da vida, ou porque a luta traz grande desgaste, se não for bem enquadrada e acompanhada, começou lentamente a tornar-se  um situacionista, alinhando no coro daqueles que defendiam princípios como  "Angola é Nossa", "Deus, Pátria e Autoridade", e outros ultrajes à inteligência do Homem e do Povo; como sobrevivia da venda dos seus poemas, calculo que este terá passado por essa situação. 

Pequena biografia do autor:

 

                                                                                                                                              Armando Machado

Armando Artur da Silva Machado, nasceu, em Lisboa, em 1899, cidade onde viria a

falecer em Fevereiro de 1974.

Começou a tocar viola nos solares e palacetes, dos arredores de Lisboa, em 1924,

actuando em quase todos os recintos de Fado lisboetas, nomeadamente,

"Adega Mesquita", "Farta-brutos" e "Café Luso".

Em 1935, juntamente com o guitarrista Fernando Freitas e a cantadeira

Maria Albertina, actua na Exposição Universal de Paris, espectáculo a que assistiu

a Rainha D. Amélia ( no exilo ).

Em 1937, funda a "Adega Machado", na altura a segunda casa de Fado no Bairro Alto,

a primeira a apresentar espectáculos diários, e que ainda hoje se mentem em plena

actividade, pela mão dos seus filhos ainda vivos, Filipe e Maria Rita Machado!

Compôs várias dezenas de temas, entre eles os Fados "Súplica", "Licas", ( dedicado a um dos seus filhos ), "Pipas", "Maria Rita" ( dedicado a sua filha com o mesmo nome ), "Lurdes", ( dedicado a sua esposa, a cantadeira Maria de Lurdes Machado ), "Santa Luzia" e o conhecido "Bolero do Machado" ( Cigano da Fronteira ), que foi disco de ouro em 1957, em S. Paulo ( Brasil ), numa gravação de Cidália Meireles, acompanhada pela Orquestra de Mantovani.

Armando Machado, foi sem duvida, um dos maiores compositores que o Fado conheceu, sendo os seus fados dos mais cantados actualmente, por quase aqueles que interpretam o Fado!

Fonte de informação:

 

“Histórias do Fado – A Capital" e investigação G-Sat.

 

O violista Armando Machado nasceu em Lisboa, em 1899, cidade onde veio a falecer em 1974.

Começou a tocar viola nos solares e nas festas em Lisboa e arredores.
Em 1924 profissionaliza-se, tendo tocado praticamente em todos os recintos onde houvesse Fado, da época.
Em 1937 fundou a Adega Machado no Bairro Alto, que foi a segunda casa do género no bairro, mas a primeira a dar espectáculos diários.
Foi autor de vários temas musicais para Fado, tais como, Fado Súplica, Fado Cunha e Silva, Fado Licas, Fado Maria Rita, Fado Lourdes e o célebre Bolero Cigano da Fronteira.

Conheceu e casou-se com uma linda moça, Maria de Lourdes, de profissão enfermeira, natural de Lisboa, onde nasceu em 1915, na freguesia do Socorro, tendo falecido também em Lisboa em 1999.
Maria de Lourdes Machado e Armando Machado, tiveram 5 filhos, 4 rapazes e uma rapariga, o Armando José (Licas) que era afilhado do Gonçalves dono de "O Ginjal", a Maria Rita, era afilhada de Amália Rodrigues, o Filipe teve como padrinho Filipe Nogueira (pai) e o Carlos Manuel foi apadrinhado por Adelina Ramos e seu marido, o António Tomaz Machado, (o Tricas para a família e amigos) era afilhado do artista plástico Tomaz de Melo (TOM) e também de Amália.

Maria de Lourdes Machado abandona a sua carreira de enfermeira para cuidar dos filhos e fica também, ao lado do marido na gerência da Adega Machado, tendo começado a cantar Fado, logo com grande sucesso, pois tinha uma bonita voz, presença e cantava muito bem.
Quando o seu filho mais velho o Armando José (apelidado carinhosamente como Licas), foi mobilizado para o Ultramar, Maria de Lourdes pede a João Linhares Barbosa, que lhe escreva um poema que exprima a sua dor de mãe, que teve o título de (Fé e Coragem Meu Filho). O pai Armando Machado faz a música já referida, Fado Licas.
(...)

 

 

Fonte de informação:

http://www.portaldofado.net/content/view/2876/327/

Última actualização:  Junho/2012

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Outras versões do mesmo Fado

A Voz
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Intérprete: Carminho

Letra: Diogo Clemente

Saudades de Mim
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Podes Passar Por Mim
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Letra: ?

Guitarra:    Fontes Rocha

Viola:         Pedro Leal

Horas Sem Pecado
00:00 / 03:02

Intérprete: Maria Valejo

Letra: Artur Ribeiro

Esta gravação data de 1974, foi efectuada no Estúdio "A" da Emissora Nacional, na Rua do Quelhas, em Lisboa, e pertence à Banda 2 da Face B do disco EP de 45 R.P.M. editado pela “Alvorada”, etiqueta da “Rádio Triunfo”, matriz de disco “EP-60-502”, nome “Maria Valejo – Meus Sonhos Proibidos”.

 

Neste disco, a fadista excepcional que é Maria Valejo, acompanhada pelas Guitarras de António Parreira e Nobre Costa, pela Viola de Francisco Gonçalves e pelo Viola-Baixo de Raúl Silva, interpreta 4 fados do seu reportório, que são “Quando”, “Noite Sem Dia”, “Meus Sonhos Proibidos”, e este tão reputado e tão reconhecido “Fado Licas” de Armando Machado, cantado por Maria Valejo com versos de Artur Ribeiro, de seu título “Horas Sem Pecado”.

 

Temos aqui uma notável e inteligentíssima interpretação de Maria Valejo, onde não há suspensões exageradas como é vulgar noutros artistas da nossa música, mas apesar disso, não foi esta a interpretação que foi bem acolhida pelo público, mas sim a interpretação do fadista Jorge Martinho, efectuada cinco anos depois, e muito difundida na Antena 1 da RDP, que relegou esta interpretação original de Maria Valejo no esquecimento.

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