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Fado Alexandrino do Martinho

No Nome do Teu Amor

Letra:          (desconhecido)
Música:       Martinho d' Assunção
Intérprete:   Aldina Duarte

 

Em nome da alegria, as rosas não morreram

Num muro arruinado, à beira da estação

São elas neste dia, as vozes que trouxeram

Nosso amor ceifado, aos pés do coração

 

À luz da nossa infância, contamos as estrelas

Na serra onde o luar, aquece a flor de lis

Resistem na distância, as histórias mais belas

Ninguém há-de apagar, o amor que foi feliz

 

Na árvore dos segredos, os versos desfolhados

No principio do fim, o som da despedida

Fantasmas e enredos, pelos bosques cercados

No teu nome rompi, as margens do passado

Guitarra:   Paulo Parreira

Viola:        Rogério Ferreira

2016 SME Portugal, Sociedade Unipessoal, Lda.

Outras versões do mesmo Fado

Deixem-me Ser Assim
00:00 / 01:48

Intérprete: Fernando Maurício

Letra: Jorge Fernando

Grito de Paz e Amor
00:00 / 02:06

Intérprete: Fernando João

Letra: José Fernandes Castro

Meu Amor Bom Dia
00:00 / 01:52

Intérprete: Augusto Fernandes

Letra: José Guimarães

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Fado Alexandrino do Martinho


Fado em modo maior, que como todos os fados Alexandrinos, assim chamados em homenagem ao poeta francês Alexandre Berné, tem como característica ser cantado com versos em quadras de 12 sílabas, e com a particularidade do cantador se antecipar ligeiramente à música! Os fados Alexandrinos, são considerados fados da 1ª geração ou, como diz o "expert" na matéria Dr. Nuno de Siqueira, da 1ª geração e 1/2...!

Pequena biografia do autor:

                                                                                                                                   Martinho d' Assunção

( 12 Abril, 1914 - 29 Março, 1992 )

Ainda na sua infância experimentou a guitarra, o bandolim e o violino.

Martinho d´Assunção Júnior optou pela viola, e já em 1927 a “Guitarra de

Portugal”, após um concerto seu no Politeama, dava conta da virtude de tão

“pequenito tocador de viola”

Filho do poeta do fado, Martinho d´Assunção nasceu em Lisboa, na freguesia

de Santos-o-Velho, em 12 de Abril de 1914.

A vocação para instrumentista desde cedo que se manifestou na sua vida.

Ainda na sua infância experimentou a guitarra, o bandolim e o violino. Martinho

d´Assunção Júnior optou pela viola, e já em 1927 a “Guitarra de Portugal”, após

um concerto seu no Politeama, dava conta da virtude de tão “pequenito tocador

de viola”. Anteriormente, em 1926, já o pequeno violista se havia estreado ao lado de Armandinho.

Fundamental na sua aprendizagem, em termos de conhecimentos musicais e de execução, foi a figura de João da Mata Gonçalves, de quem foi discípulo.

Por ocasião do V aniversário da “Guitarra de Portugal”, celebrado no Teatro de S. Luís em 1927, Martinho d´Assunção viria a revelar uma vez mais as suas potencialidades, ao lado da jovem guitarrista Isabel de Sousa. Rapidamente Martinho d´Assunção se projecta em concertos e espectáculos, tanto a nível nacional como internacional, e em 1932 acompanha Armandinho, Ercília Costa e João da Mata, numa digressão pelas Ilhas da Madeira e dos Açores.

Em 1933 a “Guitarra de Portugal” volta a referir mais uma tournée, por terras de Angola, Moçambique e ex-Rodésia, desta vez Martinho d´Assunção integra o Grupo Artístico de Fados, juntamente com Berta Cardoso, Madalena de Melo, Armandinho e João da Mata.

A sua carreira de violista passou também pelos espaços de fado em Lisboa, dos quais se destacam: “Salão Jansen”, “Casablanca”, “Solar da Alegria”, “Café Mondego”, “Mirante”, “Luso”, “Toca”, “Lisboa à Noite” e “Faia”, entre outras.

Entre 1937 e 1938 Martinho d´Assunção dirigiu um conjunto de guitarras composto por Carvalhinho, Fernando Freitas, e José Duarte Costa, tendo Constança Maria como vocalista. No iníco da década de 1940 integrou o “Conjunto Artístico Português”, junto de Jaime Santos, Fernando Freitas, Miguel Ramos e Freitas da Silva.

No final da mesma década integrou o “Conjunto Típico de Guitarras” ao lado de Jaime Santos, Francisco Carvalhinho, Alberto Correia e o pianista Fernando Potier. E, em 1950, o “Quarteto Típico de Guitarras” com António Couto, Francisco Carvalhinho e Joel Pina.

Mais tarde, na década de 1950, tem uma passagem pelo elenco dos Companheiros da Alegria, de Igrejas Caeiro e Elvira Velez.

Martinho d´Assunção Júnior mesmo enquanto instrumentista e solista nunca deixou de se dedicar ao Fado e compôs várias músicas para letras de poetas consagrados, com destaque para o “Fado Faia”, letra de João Linhares Barbosa, que foi interpretado por nomes como Amália Rodrigues, Berta Cardoso, Anita Guerreiro, Maria Marques ou Cidália Meireles, e que chegou a ser editado em disco no Brasil e em Espanha. Foi também autor de temas como “Bom dia Meu Amor”, letra de Vasco de Lima Couto, “Fado do Chiado” com letra de Ary dos Santos, ou “Lisboa da Beira-Mar”, com poema de Alfredo Meca, que foi gravado por Maria Pereira e Anita Guerreiro, e editado em Espanha pela etiqueta discográfica Canciones del Mundo.

A par da faceta de compositor, o violista dedicou-se também ao ensino do instrumento, contribuindo de modo significativo para a divulgação do mesmo.

Nos últimos anos da sua vida trabalhou praticamente em exclusivo para o “Faia”, de Lucília do Carmo e quando aquela casa encerrou, formou o “Trio de Guitarras de Martinho d’Assunção”, com Arménio de Melo e Vital Assunção (seu neto) e, posteriormente o “Opus Fado” onde, ao trio anterior se juntava o fadista Chico Madureira. Com esta formação de trio actuou em casas de fado como o Painel do Fado, a Tipóia e Os Gordos, bem como em tournées internacionais, com espectáculos na Suécia, França, Alemanha, entre outros.

Faleceu em 29 de Março de 1992.

 

Fontes de informação:

“Guitarra de Portugal”, 04 de Junho de 1927

“Guitarra de Portugal”, 09 de Julho de 1933

Sucena, Eduardo (1992) “Lisboa, o Fado e os Fadistas”, Lisboa, Vega;

Guinot, M., Carvalho, R., Osório, J.M. (1999) “Histórias do Fado”, Col. “Um Século de Fado”, Lisboa, Ediclube

 

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Última actualização: Maio de 2014

Pequena biografia da intérprete:

                                                                                                                                              Aldina Duarte

Aldina Maria Miguel Duarte nasceu em Lisboa, em 1967. Cresceu num bairro social

em Chelas. Com 20 anos começou a trabalhar num jornal, depois numa estação de

rádio e, mais tarde, foi monitora num curso de formação profissional do Centro de

Paralisia Cerebral.

Paralelamente foi membro do coro do grupo Valdez e as Piranhas Douradas.

Com 24 anos conheceu o Fado através de Beatriz da Conceição. Jorge Silva Melo

solicitou-lhe que entrevistasse a fadista para um documentário que estava a realizar.

Foi com este contacto que a visão de Aldina sobre o Fado se transformou, como a

própria revelou no seu site pessoal: ”Fiquei apaixonada por tudo o que ouvi, pedi-lhe

conselhos, falou-me de tudo o que é mais importante no fado. Quis ser fadista.

Passei dias a ouvir muitos discos de fado, noites a ouvir muitos fadistas, meses a ler

e a decorar poemas.”. O seu primeiro espectáculo foi para os funcionários do Centro de Paralisia Cerebral.

Em 1992, Aldina Duarte faz uma aparição no filme Xavier, realizado por Manuel Mozos, para o qual interpreta A Rua do Capelão, filmando na rua da Mouraria, onde os moradores a aplaudiram de tal forma que teve de repetir o Fado apenas para eles.

 

No ano seguinte canta na peça Judite, Nome de Guerra, de Almada Negreiros, encenada por Germana Tânger, no Teatro S. Luís. Foi a primeira vez que se apresentou em palco para cantar Fado. De seguida participou na programação de Noites de Fado, das Festas de Lisboa, que decorreu aos fins-de-semana na Casa do Registo da Mãe d'Água.

 

Filipe La Féria convidou-a a participar no programa musical Grande Noite, transmitido pela RTP em 1992, mas após 3 programas Aldina Duarte não se conseguia concentrar na interpretação do Fado, entre a azáfama de luzes e pessoas que um programa deste tipo implica.

Em estreita colaboração com o encenador João Mota e Paulo Anes, Aldina Duarte criou as Noites de Fado no Teatro da Comuna, onde foram convidados fadistas e actores que faziam leituras de poetas portugueses, casos de Beatriz da Conceição, Manuel de Almeida, Maria da Nazaré, Carlos Paulo e Manuela de Freitas. Nesse ciclo de eventos a fadista trabalhou com Camané, com quem posteriormente casou e viveu 10 anos, ajudando-o na escolha de repertórios para os seus discos.

Aldina Duarte, enquanto colaboradora da EMI-Valentim de Carvalho trabalhou na organização digital do espólio e na elaboração de colectâneas de Raul Ferrão e Alfredo Marceneiro.

Em 1995 e 1996, por convite do guitarrista Mário Pacheco, integrou o elenco permanente da casa Clube de Fado. E, desde 1997, passou a actuar na casa de Fados de Maria da Fé, o Sr. Vinho.

A sua primeira deslocação a Itália surge por convite do Teatro Piccolo de Milão, para cantar numa peça sobre a vida de Fernando Pessoa, Os Últimos Três Dias de Fernando Pessoa, escrita por António Tabucchi e dirigida por Giancarlo Dettori (actor principal), Lamberto Puggelli (encenador) e Giorgio Strehler (o Mestre).

Em 2004, Aldina Duarte editou o seu primeiro trabalho discográfico pela EMI. Apenas o Amor foi aplaudido pela crítica e destacava-se por integrar 8 poemas inéditos da fadista nos 12 temas interpretados.

Após o lançamento deste álbum, Aldina inicia uma série de espectáculos de divulgação do seu disco em Portugal e no estrangeiro, dos quais destacamos, no ano de 2004, as actuações no Centro Cultural de Arzila, em Marrocos, em Agosto, e novamente no Teatro Piccolo de Milão.

No ano seguinte, 2005, prossegue a realização de concertos em Viena de Aústria (Konzerthause), Espanha (Zamora), Itália (Pontedera e Roma), Holanda (Ijmuden, Gronigen, Haarlem e Amesterdão), França (Festival d’Ile de France, em Paris, e Bouguenais) e, em território nacional, no Castelo de Sines, na Casa da Cultura de Beja, na Culturgest e nas Festas da Cidade de Loures.

O mercado discográfico acolhe, em 2006, novo disco de Aldina. De título Crua, este álbum reúne 12 poemas de João Monge interpretados sobre músicas do Fado Tradicional. Nas palavras de João Monge: “A textura da voz, a intenção da leitura, a respiração que toma as rédeas do peito e que respira quando nós nos sustemos, a força telúrica capaz de devolver à terra tudo o que à terra pertence, o drama e a dádiva, principalmente a dádiva das coisas simples e eternas da vida, é que me levam Mar adentro. Se tudo isto é fado, tudo isto é Aldina!”.

Nesse mesmo ano a fadista actua em França e faz uma digressão em território nacional, com espectáculos no Teatro da Luz, no Maxime, no Fórum Cultural José Manuel Figueiredo, na 5ª Gala do Fado do Casino Estoril, no Pavilhão Rosa Mota do Porto, na Festa do Fado do Castelo de S. Jorge, no Grande Auditório da Casa da Música do Porto e no Grande Auditório da Culturgest, e, ainda, no Festival Sons em Trânsito no Teatro Aveirense e no Teatro Viriato em Viseu.

A 1 de Novembro de 2007, integrou o elenco do espectáculo Divas do Fado, apresentado no Queen Elizabeth Hall, em Londres, no âmbito da 7ª edição do Festival Atlantic Waves, organizado pela Fundação Gulbenkian. Ao palco, para além de Aldina, subiram as fadistas Beatriz da Conceição, Maria da Fé, Mafalda Arnauth, Joana Amendoeira e Raquel Tavares. No decorrer desse ano apresentou-se, também, em França (Bobigny), no Teatro Municipal de Faro, no Auditório Municipal de Sines, na 6ª Gala do Fado no Casino Estoril, no Teatro do Campo Alegre no Porto, no Centro Cultural Vila-Flor, em Guimarães, e na Festa do Avante.

O seu mais recente disco, Mulheres ao Espelho, foi editado em 2008. Depois de dispensada, juntamente com vários artistas nacionais, da EMI, Aldina Duarte fundou a sua própria editora, a Rodalámusic, para lançar este álbum. Em entrevista à “Notícias Magazine” Aldina relata: “Tive de pedir um empréstimo para abrir uma editora para poder editar o meu disco, sou eu que faço a facturação da empresa, sou eu que negoceio e monto os meus próprios espectáculos, as tournées, a promoção”.

Dos seus espectáculos de 2008 destacamos as actuações na Casa Fernando Pessoa, na Grande Gala do Fado no Casino Estoril, no Teatro da Batalha no Porto, na Fábrica Braço de Prata, no CAE de Portalegre e no Poetry Festival em Berlim.

Todas as gravações de Aldina Duarte são acompanhadas por José Manuel Neto, na guitarra portuguesa, e Carlos Manuel Proença, na viola. A fadista procurou manter os rituais que considera “distintos e belos no fado: o xaile preto, o vestido preto, discreto e elegante, o silêncio, a luz baixa” e escolheu interpretar fados tradicionais porque lhe atraiu “a possibilidade de contar histórias diferentes com uma mesma música. (…) É preciso conhecer a base e respeitá-la, sabendo contudo que em termos criativos há um mundo de coisas que podem ser feitas.” (“Notícias Magazine”, 19 de Outubro de 2008).

A sua aprendizagem e estudo do Fado são manifestas no respeito e admiração por outras fadistas, patentes, por exemplo, na homenagem que faz a Maria José da Guia, Lucília do Carmo e Hermínia Silva, interpretando temas destas fadistas no seu último disco. Aldina justifica: “são três fadistas a quem dedico muito tempo a ouvir para aprender a dizer bem as palavras, a dividir bem as frases, a saborear o ritmo e o balanço dos fados… a desvendar as melodias nas suas subtilezas… porque me dão força para avançar no meu caminho, enquanto fadista” (“Diário digital”; 25 de Junho de 2008).

Na Sociedade Portuguesa de Autores estão registados mais de 70 poemas da sua autoria. Para além dos que a própria interpreta nos seus discos, outros fadistas gravaram letras de sua autoria, como é o caso de Camané (À Mercê de uma Saudade, Fecho os Olhos p’ra Dar, Dor repartida, Por um Acaso, Memórias de um Chapéu, ou Fado da Vendedeira; Joana Amendoeira (Se o Fado não Tem Idade, Acordo Agora, Feitiço dos Temores; Só Deus Sabe, Estrelas Sem Sentido ou Na Mesma Rua); António Zambujo (A Nossa Contradição); Pedro Moutinho (O medo de Acordar e “Sem Sentir Não Sei Viver) ou Mariza (Malmequer).

Em Setembro de 2009, estreia o documentário Aldina Duarte - Princesa Prometida, realizado por Manuel Mozos a partir de uma ideia original de Maria João Seixas. Este documentário foi apresentado e premiado em diversos festivais de cinema nacionais e internacionais.

O disco Conto de Fados é editado em 2011. Neste trabalho, Aldina Duarte canta letras originais, de vários autores, escritas a partir de obras literárias, portuguesas e estrangeiras adaptadas à métrica e à rima da estrutura poética das melodias do Fado Tradicional. Destaca-se a participação de figuras como Manuela de Freitas, Maria do Rosário Pedreira, José Mário Branco e José Luis Gordo.

Romance(s) foi editado em 2015. Trata-se de um álbum duplo que incorpora um romance, escrito em verso por Maria do Rosário Pedreira, para as melodias do fado tradicional e uma banda sonora para a mesma história criada pelo produtor musical Pedro Gonçalves (Dead Combo), tendo sido considerado pela crítica nacional como o melhor disco do ano e merecido especial destaque por parte da revista Songlines, referência mundial no campo da imprensa musical especializada.

O seu mais recente trabalho de estúdio - Quando se Ama Loucamente - lançado em 2017, pela Sony Music, é um tributo à escritora Maria Gabriela Llansol. Neste disco, 10 das 12 letras são da autoria de Aldina Duarte, sendo os outros dois poemas assinados por Manuel Cruz e por Maria do Rosário Pedreira. À semelhança do que sucedeu no disco anterior, a produção ficou a cargo de Pedro Gonçalves.

Aldina Duarte é autora de diversos projetos de difusão do Fado, entre eles o ciclo de conferências-debates A Cantar e a Contar, realizado no Centro Cultural de Belém, ou as oficinas Fado para Todos, promovidas pelo Museu do Fado, e a série de entrevistas Fados e Tudo, em exibição online na página do Museu do Fado, tendo este último projeto dado origem a um ciclo de espetáculos no Teatro Municipal de São Luiz, sob a sua coordenação.

Em 2019 edita “Roubados”, um disco onde recria 16 temas clássicos do Fado.

 

Fonte de informação:

https://www.facebook.com/aldinaduarteoficial/

http://aldinaduarte.blogspot.pt/

http://www.museudofado.pt/calendario/detalhes.php?id=184

“Diário Digital”, 25 de Junho de 2008;
“Notícias Magazine”, 19 de Outubro de 2008.

Carita, Alexandra e Jorge Simão (2006), “Fados Nossos”, Lisboa, Aletheia Editores;

Hapern, Manuel (2004), “O Futuro da Saudade. O Novo Fado e os Novos Fadistas”, Lisboa, Dom Quixote.

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