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Fado Carmencita

Carmencita
Letra:             Joaquim Frederico de Brito (Britinho)
Música:          Pedro Rodrigues
Intérprete:      António Pelarigo
 

 ​

Chamava-se Carmencita

A cigana mais bonita

Do que um sonho, uma visão

Diziam que era a cigana,

Mais linda da caravana,

Mas não tinha coração   (bis)

 

Os afagos, os carinhos

Perdeu- os pelos caminhos

Sem nunca os ter conhecido

Anda buscando a aventura

Como quem anda a procura

De um grão de areia perdido   (bis)

 

Numa noite , de luar,

Ouviram o galopar

De dois cavalos fugindo

Carmencita, linda graça

Renegando a sua raça,

Foi atrás de um sonho lindo   (bis)

 

Com esta canção magoada

Se envolve no pó da estrada

Quando passa a caravana

Carmencita, carmencita

Se não fosses tão bonita,

Serias sempre cigana   (bis)

Intérprete:    António Pelarigo

Título:          Carmencita

 

Autor da Letra:       Frederico de Brito (Britinho)
Autor da Música:   Pedro Rodrigues

Guitarra Portuguesa:    Custódio Castelo

Viola de Fado:              Jorge Fernando

Viola-baixo:                  André Dequech

 

Data da 1ª edição:  1984

Editora: "Movieplay"

Ref. LP MOV 10. 015

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Intérprete: Amália Rodrigues

Letra: Frederico de Brito

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Intérprete: Lenita Gentil

Letra: Frederico de Brito

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Intérprete: Isabel de Oliveira 

Letra: Frederico de Brito

Fado Carmencita
00:00 / 02:14
Edited Image 2013-3-23-0:59:22

Fado Carmencita

Este Fado tem sido atribuído o cantador José António da Silva "Bacalhau" (1880 - 1935).

O nome deste fado deriva do facto da primeira letra nele cantada se chamar Carmencita, Um belo poema de Joaquim Frederico de Brito

Pequena biografia do intérprete:                                                                                      António Pelarigo

 

António Pelarigo tem feito a sua carreira ao lado de variados nomes do fado.

Participou na antologia “O mais triste fado”, ao lado de artistas como Fernanda

Maria, Fernando Maurício e António Mourão. O seu nome pode ser também

encontrado em diversos discos de compilações de fado.



O fadista privou com Amália Rodrigues, Carlos Zel e João Ferreira-Rosa e recebeu

convites para cantar em casas de fado tanto em Lisboa como no Porto. Em alguns

casos, “ora por isto, ora por aquilo não aconteceu”, afirmou.

Em Santarém, na sua terra natal Caneiras, António Pelarigo realizou várias tertúlias e fadistices também com Celeste Rodrigues, Jorge Fernando, José Pracana, Pedro Lafões e João Braga.

 

O nome não será estranho a muita gente, mas até agora havia muito poucas gravações suas. António Pelarigo, 61 anos, deambula pelo fado com devoção há décadas mas tem deixado cair muitas hipóteses (e algumas bem sérias foram) de gravar discos ou de se tornar fadista profissional. Tinha a sua vida, a sua família, o seu trabalho, o resto era apenas amor ao canto. Fadistices, como ele diz, com uma ponta de ironia e sem menosprezo. Até que um vizinho ribatejano o convenceu agora a gravar. Músico, também com uma editora, insistiu e ele cedeu. O vizinho é José Cid e o disco chama-se António Pelarigo. Tal como ele.

 

“Eu sou de uma aldeia piscatória, descendente de avieiros, pescadores. E os pescadores todos cantam, mesmo quando estão zangados cantam, lá na labuta deles.” António Pelarigo fala do passado com à-vontade. Nascido no Ribatejo, a 30 de Maio de 1953 (embora no seu BI conste 30 de Agosto, ficou essa data para não pagarem multa pelo atraso no registo), a sua mãe cantava em casa, canções da época. O pai nem por isso. O resto ouvia na rádio: “Tenho mais cinco irmãos e todos cantávamos um bocadinho. Nunca mais me esqueço de um programa que havia na Rádio Ribatejo com discos pedidos, à hora do almoço, onde se ouviam os fadistas e os cançonetistas que estavam na moda e também os já consagrados, como o Alfredo Marceneiro, a Amália, a Hermínia.” Nessa época tinha ele uns 14 anos. “Depois fui percebendo mais, ouvindo mais, e a primeira vez que cantei em público, acompanhado à guitarra e à viola, tinha 19, 20 anos. Foi na Golegã, numa festa de anos de um padre ou uma coisa assim.” A partir daí entrou em dois concursos na Feira do Ribatejo. “No primeiro fui eliminado mas no segundo fui à final e fiquei em terceiro lugar.”

 

Por essa altura ele era caixeiro-viajante, estava muito tempo no Porto, e certo dia, teria ele uns 22 anos, os patrões convidaram-no para ir a uma casa de fados. “Era a Madrugada, a casa mais antiga do Porto, pelo menos era essa a informação que eu tinha na altura. A primeira vez que eu lá cantei, o dono da casa convidou-me logo para fazer parte do elenco. Até disse que se eu lá ficasse tratava de gravar um disco comigo rapidamente. Mas eu ia em trabalho, era de Santarém, já era casado e não dava para estar ali. Isto foi em 1976-77.”

 

E voltou a Santarém. Deambulando por aquilo a que ele chama “fadistices”, encontros onde o fado é pretexto para reuniões de amigos. “Até que conheci o João Ferreira-Rosa numa dessas fadistices na Feira do Ribatejo, uns meses antes de ele reabrir o Embuçado. Ouviu-me, convidou-me logo para ir para lá — e eu também não fui. Porque tinha trabalho e tinha a minha vida.” Mas ia até Lisboa, sem compromissos de assiduidade nem contratos. E conheceu no Embuçado muita gente ligada ao fado e fez amigos, fadistas e músicos.

Foi isso que o levou, há uns anos, a gravar dois fados num projecto colectivo. Chamava-se João Ferreira-Rosa Convida à Fadistice e saiu só em cassete. “Foi uma produção do Jorge Fernando, com o Alcino Frazão e o Pedro Veiga, que infelizmente já cá não estão.” Nessa altura, António Pelarigo ainda não tinha 30 anos. “Logo aí a Discossete [a editora desse trabalho] interessou-se por mim para gravar. E eu não gravei. Depois apareceu a Valentim de Carvalho, onde eu assinei contrato. O Jorge Fernando era lá produtor, mas depois saiu e as coisas perderam-se um pouco. Eu não tinha ninguém que me tratasse do repertório e fui deixando passar. Até que, ao fim de quatro anos, recebi uma carta da Valentim a perguntar como é que era possível um indivíduo ter um contrato e nunca mais aparecer. E pediram-me para ir lá com o meu repertório. Como não tinha repertório, gravei com a ajuda de um amigo meu uns fadinhos e lá fui com a cassete. Escreveram-me a depois a dizer que o repertório não se coadunava com a minha voz. E ficámos por ali.”

Não foi o único episódio deste género na sua vida. Um dia o fadista Carlos Zel contactou-o a dizer que “os indivíduos da CBS” estavam interessados em gravar com ele. “Estava todo contente: ‘já viste, saiu-te o totoloto!’ E eu lá vim, de Santarém. Mas nesse dia o senhor que representava a CBS cá em Portugal não apareceu. Fiquei desiludido e voltei para Santarém. No dia seguinte telefonou-me o Carlos Zel a dizer que o senhor já estava lá. E eu respondi: pois agora já não vou. Depois arrependi-me, claro.” Depois destas histórias gravou um disco em 1995, para a Discossete, Negro Xaile, e começou até a gravar para outra editora, com a qual assinou contrato mas sem consequências de futuro.

Fado de “alma honesta”

Até que José Cid, seu vizinho e seu conhecido há trinta anos, que já o tinha tentado convencer a gravar para a Polygram na altura em que ele assinou com a Valentim, insistiu numa gravação actual. “Temos que fazer o disco”. Muitas fadistices depois, lá o fizeram. E o resultado são 12 temas onde a voz de António Pelarigo soa como se sempre a tivéssemos ouvido e fizesse já parte da nossa memória colectiva. Em temas assinados por Rosa Lobato Faria, João Ferreira-Rosa, José Cid, Maria Luísa Baptista, Paulo de Carvalho ou por ele próprio (Senhora da paz), a voz que caldeou nas “fadistices” revela uma alma de fado antigo e intemporal, moldando cada palavra a que dá vida. Hoje o seu disco chega às lojas e dia 23 vai apresentá-lo em Santarém, no Convento de São Francisco, pelas 21h30, com João Ferreira-Rosa e José Cid como convidados. Ele diz: “O fado põe a nossa alma honesta. Porque é a nossa vida, a nossa passagem, a nossa alma.” Ouçam-no e avaliem..

Fonte de informação:

http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/antonio-pelarigo-fadistices-com-alma-1672030

Última actualização: Abril/2012

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Jóia Sagrada
00:00 / 03:27

Intérprete: Fernanda Baptista

Letra: Gabriel de Oliveira

Esta gravação data de 1984 e pertence à Banda 1 da Face A da Cassete editada pela "Riso e Ritmo", editora discográfica de Armando Cortez e Francisco Nicholson, de seu nome "Fernanda Baptista - Fados Típicos", em que a cantadeira Fernanda Baptista, acompanhada à guitarra por Alcino Frazão, e à viola e viola baixo por Mário Pacheco, interpreta vários fados do seu reportório, entre eles "A Vida, O Que Vale a Vida" e "Riso Mascarado".

 

Este é o “Fado Carmencita” de Pedro Rodrigues, conhecido nos meios fadistas devido aos notáveis versos que Joaquim Frederico de Brito escreveu para Amália Rodrigues, aqui cantado por Fernanda Baptista, a Segunda Amália, como já era conhecida nos meios fadistas, com versos de Gabriel de Oliveira, de seu nome “Jóia Sagrada”, que nos relatam a história duma mulher que abandonou o homem que gostava dela, e que depois se vingou duma forma bem desprezível, roubando-lhe a sua filha. Então, a pobre mãe, tomada pela dor e pelo desespero, suplica-lhe para que o possa ver pelo menos uma vez, para saber o que lhe aconteceu, depois, pede-lhe que a filha de ambos não sofra as consequências do fracasso desse amor.

 

Décadas mais tarde, parte desta história serviu de mote para a célebre "Comunhão de Bens" de Ricardo Landum, o mais célebre sucesso de Ágata, e uma das canções que me marcaram a infância. Esta nova letra foi um verdadeiro fenómeno de sucesso na voz de Fernanda Baptista, mas despertou de imediato a fúria da Censura, que mal o disco foi lançado ao mercado pela “Valentim de Carvalho”, a 35 escudos, mandaram proibir a sua difusão no Rádio Clube Português, onde o disco foi riscado com golpes de tesoura, e catalogado com a cota “DISCO INUTILIZADO / PROIBIDO!”, e num instante, a PIDE apreendeu todos os seus exemplares.

 

Esta gravação de 1984, com as guitarras de Alcino Frazão e do Pacheco da Hermínia, foi a mais popular e a mais ouvida de Fernanda Baptista na rádio portuguesa, principalmente na Rádio Renascença, sendo a primeira e única vez, que eu tenha conhecimento, que uma cassete editada para comércio foi transmitida pela rádio, pois geralmente a sua radiodifusão era sempre proibida, salvo autorização excepcional dos titulares dos direitos de autor. Este registo foi retirado da Banda 6 do CD "Clássicos da Renascença - Fernanda Baptista", editado em 12 de Junho de 2000 pela Movieplay.

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