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Fado Anadia
Fado Anadia
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Flor Na Tua Mão

Letra:              David Mourão Ferreira
Música:          José Maria dos Cavalinhos
Intérprete:      Celeste Rodrigues

Talvez houvesse uma flor

Aberta na tua mão

Podia ter sido amor

Mas foi apenas traição   (bis)

Talvez houvesse passagem

De uma estrela no teu rosto

Era mais uma viagem

Foi apenas um desgosto   (bis)

É tão negro o labirinto

Que vai dar à tua rua

Ai de mim que nem pressinto

A cor dos ombros da lua   (bis)

Eis agora a mão fechada

no rosto nenhum fulgor

Não foi nada, não foi nada

Podia ter sido amor   (bis)

Intérprete:    Celeste Rodrigues
Título:           
Flor Na Tua Mão

Autor da Letra:         David Mourão Ferreira
Autor da Música:      José Maria dos Cavalinhos

Guitarra Portuguesa:      Carlos Gonçalves e                                                António Chainho

Viola de Fado:                José Maria Nóbrega

Viola-baixo:                     Raul Silva


 

Data da 1ª edição:  1974

Editora: "Riso e Ritmo"

Ref. FF 30. 035

 

Outras versões do mesmo Fado

Fado Anadia
00:00 / 02:49

Intérprete: Maria Teresa de Noronha

Letra: Marques dos Santos

Guitarra:   Raúl Nery

Viola:        Joaquim do Vale

Baixo:       Joel Pina

DISCO Nº 2421 DA EMISSORA NACIONAL!

Esta gravação data de 1961, foi efectuada nos Estúdios Valentim de Carvalho, em Paço d’Arcos, e pertence à Banda 1 da Face A do disco EP de 45 R.P.M. editado pela marca "Decca", etiqueta "Valentim de Carvalho", matriz discográfica “PEP 1018”, matriz fonográfica “DEP 210”, nome "Maria Teresa de Noronha - Fado Anadia”. Neste disco, a cantadeira Maria Teresa de Noronha, acompanhada à guitarra por Raúl Nery, à viola por Joaquim do Vale, e à viola-baixo por Joel Pina, interpreta quatro números do seu reportório, que são "Mataram a Mouraria", "Fado Velhinho", "Fado Boémio" e este grande sucesso do seu reportório, muitas vezes interpretado pela cantadeira aos microfones da Emissora Nacional.

Trata-se do "Fado Anadia", uma “Canção Fado” da autoria de José Maria dos Cavalinhos, sobre versos de Marques dos Santos e arranjo de Maria Teresa de Noronha, de ritmo e tom bem animado, com uma poesia que evidencia totalmente tendências claramente suicidas.  

Trata-se de uma letra em que a cantadeira deseja que a morte chegue o mais rapidamente possível, pois pensa que a vida que vive não passa de uma verdadeira ilusão, e que nunca há-de ver uma vida bem vivida. Uma poesia do estilo "fado da desgraçadinha", mas que certamente, com a profundidade da interpretação de Maria Teresa de Noronha, e o humor envolvente do contraste aqui presente, será do agrado de muitos dos meus regulares ouvintes.

E trata-se de um dos fados que mais gosto de ouvir da Maria Teresa de Noronha, descoberto numa compilação nomeada de "Uma Noite de Fados", onde estava o registo da interpretação deste fado no espectáculo de homenagem a Alfredo Marceneiro. Trata-se de um dos mais célebres sucessos de Maria Teresa de Noronha, presença diária na Emissora Nacional, tanto no programa semanal "Fados por Maria Teresa de Noronha", como nos programas de fados e guitarradas em discos, coordenados por D. João da Câmara. Tem sido inúmeras vezes reeditada em várias compilações da "Valentim de Carvalho" dedicadas à cantadeira. A mais recente foi em 2014, na Banda 11 da compilação "Maria Teresa de Noronha - Essencial", disco esse de onde este registo foi retirado

Fado Anadia

Dedicado ao 4º Conde de Anadia, D. José Maria de Sá Pereira e Menezes Pais do Amaral de Almeida e Vasconcelos Quifel Barbarino. Dos relatos que chegaram até nós, este Conde de Anadia era um amante do Fado, sem nunca ter ficado claro se tocava ou não guitarra, ou se alguma vez tinha composto o que quer que fosse para ser cantado ou somente tocado.

Pequena biografia do autor:

José Maria dos Cavalinhos notabilizou-se como um guitarrista de haute-marque. Tinha a alcunha dos Cavalinhos, porque fizera parte de uma companhia de cavalinhos ambulante. Tocava por música e mandou fazer uma guitarra de dezoito cordas, em que realizava o tour de force de executar todos os fados de dificuldades. Compôs o Fado Anadia e um outro fado que tomou o nome do autor. O Fado Anadia, que fez época, estava em todos os lábios, escapava-se dolorosamente em todas as guitarras. O Conde de Anadia teve celebridade como um pândego de truz, Não tocava guitarra, nem cantava, mas apreciava deveras o canto do fado, e gostava muito de ir às feiras e jantares no campo.
(Pinto de Carvalho, Tinop, 1908, p.237-238).

A Melodia Popular D' Anadia, que logo ficou conhecida como Fado de Anadia, surge nas páginas 58 e 59 do "Cancioneiro de músicas populares". O fado foi escrito na tonalidade de fá menor e no compasso de 2/2. O

total do número de compassos da partitura é de 28 compassos.

​O guitarrista Armando Augusto Freire, "Armandinho" (11 de Outubro de1891 – 21 deDezembro de1946), músico autodidacta, que tocava de ouvido, grava em 1928 em fonograma o Fado do Conde de Anadia, respeitando, parcialmente, a partitura original,e inclusive, utilizando a tonalidade de fá menor, uma tonalidade de não fácil execução na guitarra portuguesa. Na sua interpretação o fado torna se marcha após a exposição do tema. Por outro lado, por exemplo, na interpretação de Maria Teresa De Noronha e com outra letra, temos um Fado Anadia, onde pouco resta da melodia original para além da pequena frase utilizada como um introdução e refrão instrumental.

​É curioso o autor considerá-la como mais distinta e não monótona por comparação, já que harmónicamente o fado mantém dois acordes sempre iguais, praticamente sem cambiantes rítmicas ou melódicas. O acompanhamento em baixo de Alberti sugere que a partitura isenta de síncope, acordes complexos e acentuações, que se destina ao consumo e fruição do público amador.A letra do Fado de Anadia
tem métrica de sete sílabas, métrica conhecida como a redondilha maior  (…) metrificação que serve indubitavelmente o Fado Tradicional,bem como toda a poesia portuguesa de raiz popular e todos os géneros musicais folclóricos, do Minho ao Algarve. A grande maioria dos viras, chulas, malhões e verdegaios minhotos, canções beirãs, toadas transmontanas, cantes alentejanos,corridinhos algarvios, são cantados em versos de sete sílabas. Os nossos poetas eruditos fazem largo uso deste metro, que em poética se chama redondilha maior. Enfim,Portugal canta, dança, escreve em sete sílabas.

Há até quem defenda que falamos predominantemente em sequências                   

de sete sílabas, separadas por segmentos de quantidade silábica aleatória.

O verso de sete sílabas está na base da quadra, a forma mais singela e

também mais representativa da poesia popular da maioria das línguas

latinas.Após o mote de quarto versos, sem antecanto ou bordão, seguem

se quatro estrofes de dez versos cada (décimas). Os versos, onde abundam

rimas ricas, numa espécie de ode a reis e reinos naturais, além de

personagens vários, o Capitão, Dante, Adão , Cupido,etc…Ou seja, a partir

de um fado que ao ser cantado na rua, tascas e baiucas, provavelmente

contaria as desventuras mais ou menos mundanas do Conde D´Anadia

temos uma versão bem comportada de uma letra destinada aos salões da

sociedade burguesa de então.

                                                                                                                             ​                                                                                                                                 

Fonte de informação:

http://www.academia.edu/2194581/Tres_Fados_do_Cancioneiro_de_Musicas_Populares_Neves-Campos_1893-1899_

 

D. José Maria de Sá Pereira Menezes Pais do Amaral, 4.o conde da Anadia, fidalgo tido e batido nas esperas de toiros que se faziam às portas de Lisboa. Conta Tinop que o conde era "um pândego de truz, gostando de fado mas não tocando guitarra nem cantando".

D. José Pais do Amaral tinha uma protegida de peso, a Cesária, fadista bem apessoada, bonita e de voz afinada. Não era sua amante, como a Severa do conde de Vimioso, era antes uma amiga que ele gostava de ouvir cantar e a quem protegia.

O 4º conde da Anadia morreu aos 31 anos, em 1870, deixando três filhos e muita saudade nos que com ele privaram. Quatro anos depois, em 1879, o guitarrista José Maria dos Cavalinhos compôs um fado a que chamou Anadia, em sua homenagem. Cesária cantou-o e a música tornou-se um clássico.

Meio século depois, uma outra fadista e fidalga, D. Maria Teresa de Noronha, haveria de voltar a interpretá-lo de forma soberba.

 

 

Fontes d informação:

 

http://www.portaldofado.net/content/view/2812/67/

 

Última actualização:  Abril/2012

partitura fado anadia.png

( Partitura do Fado Anadia )

 

guitarra.jpg
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