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Fado Odéon

Rainha Santa
Letra:                 Henrique Rêgo
Música:              Joaquim Campos
Intérprete:          Alfredo Duarte "Marceneiro"
 



Não sabes tricana linda
Porque chora quando canta
O rouxinol do Choupal;

É porque ele chora ainda
Pela rainha mais santa
Das santas de Portugal  (bis)





A rainha que mais reinou
No coração da pobreza
De que no faustoso Paço

Milagreira portuguesa
Que no seu alvo regaço
Pão em rosas transformou  (bis)





E as lindas rosas geradas
Por um milagre fermente
Que a Santa Rainha fez

Viverão acarinhadas
Com amor eternamente
No coração português  (bis)





Santa Isabel, se algum dia
Seu nome de eras famosas
Fosse esquecido afinal

Outro milagre faria
E nunca mais haver rosas
Nos jardins de Portugal  (bis)

Intérprete:      Alfredo Duarte "Marceneiro"

Título:            Rainha Santa

 

Autor da Letra:              Henrique Rego
Autor da Música:           Joaquim Campos

Guitarra Portuguesa:       António Bessa

Viola de Fado:                 Fernando Reis

 

Data da 1ª edição:  1972

Editora: "Estúdio"

Ref. EEP 50 200

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Joaquim+Campos2.jpg

Fado Odéon

Composto pelo cantador Alfredo Rodrigo Duarte "Marceneiro" (1891 - 1982)

Inspirado no pregão de um cauteleiro, quotidianamente encontrado pelo autor deste Fado em frente do "Cinema Condes", nos Restauradores, em Lisboa,  que fica, como se sabe, ao lado do antigo cinema Odéon (já fechado...)


                                                                                       

                                                                                                                             

Pequena biografia do autor:   

                                                                                                                                Joaquim Campos da Silva  Joaquim Campos da Silva, nasceu em Lisboa, na Fonte Santa, em 1911, tendo

falecido em Mem Martins ( Sintra ), em 1981.

Era filho de Joaquim Maria da Silva e de Maria Campos
Aos 16 anos, empregou-se na Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses

- CP, como escriturário, lugar em que permaneceu até à reforma, sem todavia

deixar de cantar o Fado, que foi a grande paixão da sua vida.
Ainda criança, passou a viver em Alfama, onde se iniciou a cantar o Fado.
Foi, no entanto, em Setúbal, que se apresentou em público pela primeira vez, em

1923, com 12 anos de idade, cantando uma letra que adquirira num quiosque do

Rossio, onde se vendiam folhetos com cantigas de poetas populares.
Participou em inúmeras festas de caridade, andou por retiros e esperas de toiros e,

com Alberto Costa, foi um dos fundadores, em 1923, do Grémio Artístico Amigos do Fado, apologista de uma dignificação do Fado, pela sua interpretação em salões, em detrimento dos tradicionais retiros e tabernas.
 

Joaquim Campos fez a sua estreia na “Cervejaria Boémia” no ano de 1927.Também em 1927 a “Guitarra de  Portugal” noticiava: “Cantou numa festa humanitária realizada a 27 de Setembro de 1927 (Domingo) no recinto da verbena do Orfanato Ferroviário da CP, em favor de "um pobre proletário a quem as vicissitudes da vida atiraram para a desgraça deixando sem amparo uma numerosa prole".Em Dezembro de 1933 vivia com a cantadeira Rosa Maria.Participou numa audição de fados no Forte de Monsanto, no dia de Outubro de 1934, «1ª festa que da grande série que este jornal está empenhado em realizar em estabelecimentos prisionais e hospitalares»,conjuntamente com Maria Cármen, Rosa Maria, Júlio Proença, Joaquim Seabra, Júlio Correia e António Sobral (cf. Guitarra de Portugal de 14 de Novembro de 1934)

Em 1937, é exaltado como a melhor voz dos últimos 20 anos, juntando ainda o facto de dizer primorosamente os versos que interpretava, impregnando-os de sentimento: - Chamaram-lhe o Bruxo do Fado, devido à sua marcante personalidade e estilo pessoal, aliada a um fino sentido musical a que não terá sido alheio o convívio em jovem com Luís Carlos da Silva ( Petrolino ); por isso foi, considerado por muitos, o maior cantador da sua geração.
Joaquim Campos tomou parte da festa de homenagem aos tocadores Júlio Correia (guitarra) e António 
Sobral (viola) no dia 4 de Novembro de 1934 levada a cabo por um grupo de sócios do Grémio Recreativo-Amadores do Fado. (cf. “Guitarra de Portugal” de 14 de Novembro de 1934).Foi também possível vê-lo cantar em festas de beneficência, em retiros e esperas de touros. Participou,juntamente com Maria do Carmo, Alberto Costa, Júlio Proença e Raul Seia, numa digressão por todo o Algarve, com grande êxito. A sua projecção e sucesso levam-no ao Coliseu dos Recreios, ao Éden-Teatro,Maria Vitória, Apolo e aos ambientes da época: “Solar da Alegria”, “Retiro da Severa”, no “Café Luso” e“Café Mondego”.Considerado na época como uma das melhores vozes de fado, Joaquim Campos foi também compositor,com registo para os seguintes temas: “Fado Vitória”, “Fado Tango”, “Fado Rosita”, entre outros.É de sua autoria a música do fado Povo que Lavas no Rio, com letra de Pedro Homem de Mello, celebrizado por Amália Rodrigues.

 

Actuou no Coliseu dos Recreios, Teatros Éden, Maria Vitória e Apolo, Solar da Alegria, Retiro da Severa e nos Cafés Luso e Mondego.
Efectuou diversas digressões, das quais se destacou aquela, em que na companhia de Maria do Carmo, Alberto Costa, Júlio Proença e Raul Seia, percorreu todo o Algarve.
São de sua autoria, temas essenciais do reportório de Fado clássico, ainda hoje profusamente utilizado, como são o caso dos Fados Vitória, Tango, Rosita, Estela, Castanheira, Amora, Olivais, Simples, Amadores, Camélia e Contraste, entre outros.
As suas composições, celebrizaram os versos de alguns poetas populares com os quais trabalhou mais de perto, tais como Fernando Teles, Manuel Soares, João Linhares Barbosa e Gabriel de Oliveira.
Da sua obra discográfica, assumem especial interesse as desgarradas com Ercília Costa e Júlio Proença.
Foi companheiro da cantadeira Rosa Maria, até à morte prematura desta.

 ​Faleceu em 1981.

 ​
Fontes de informação:

“Guitarra de Portugal”, 24 de Setembro de 1927;
“Guitarra de Portugal” de 22 de Dezembro de 1933;
“Guitarra de Portugal” de 14 de Novembro de 1934;
Machado, A. Victor (1937) “Ídolos do Fado”, Lisboa, Tipografia Gonçalves.


Última actualização: Maio/

Pequena biografia do poeta:

                                                                                                                                            Henrique Rêgo

Poeta popular, nasceu e morreu em Lisboa (1885-1963), cantador na juventude,

foi na poesia que se celebrizou, abordando temas bucólicos e líricos.

 

Fez parte dos concílios poéticos muito na moda na época.
Foi quem mais versos escreveu para Alfredo Marceneiro

Alfredo Marceneiro tinha uma sensibilidade muito especial para escolher os fados

que cantava, e a partir de certa altura eram os poetas que o assediavam para que

interpretasse os seus poemas.

Dos muitos poetas que para ele escreveram, Henrique Rêgo foi decerto o que mais admirou. Mas no início desta relação houve um episódio que Alfredo relembrava:

Henrique Rêgo afirmou certo dia num "concílio poético" de fado:
— Que os versos só tinham valor e eram sentidos, quando escritos ou recitados, mas que nunca poderia senti-los quem os cantasse.

Alfredo Marceneiro ao ouvir tal afirmação, discordou firmemente e solicitou ao guitarrista Henrique Simas que o acompanhasse, e cantou um fado da autoria de Henrique Rêgo, Amor de Mãe.

Este ao ouvir os seus versos cantados com tal sentimento e intuição, comovido disse:
— Isto define um cantador... retiro o que tinha dito

Deve ter sido a partir desta altura, que amizade de ambos mais se cimentou, Henrique Rêgo veio a ser seu compadre, pois fez questão de ser padrinho de baptismo da sua filha Aida.

Certo dia perguntaram-lhe a sua opinião sobre Alfredo Marceneiro, ao que ele respondeu em verso:

Como existe compadrio
Ente mim e «Marceneiro»,
O meu maior elogio
É dizer, abertamente,
Que este fadista afamado
Enebria toda a gente
Que gosta de ouvir o Fado!...

 

Alfredo Duarte Marceneiro

Fontes de informação:

“Guitarra de Portugal”, 24 de Setembro de 1927;
“Guitarra de Portugal” de 22 de Dezembro de 1933;
“Guitarra de Portugal” de 14 de Novembro de 1934;

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