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Fado da Defesa
Fado da Defesa
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Fado da Defesa
Letra:               António Calém
Música:            José António Sabrosa
Intérprete:         Margarida Bessa

 

 

Lembras-te da nossa rua
Que hoje é minha e já foi tua
Talhada para nós dois​

Foi aberta p’la amizade
Construída com saudade
P’ro amor morar depois  (bis)

Mas um dia, tu partiste
E um vento frio e triste
Varreu toda a Primavera​

E agora vem o Outono
E as folhas ao abandono
Morreram à tua espera  (bis)

 

Certas noites, o luar
Traça o caminho no mar
Para chegares até mim

Mas é tão longa a viagem
Que só te vejo em miragem
Num sonho que não tem fim  (bis)

Intérprete:    Margarida Bessa

Título:          Fado da Defesa

 

Autor da Letra:     António Calém
Autor da Música:  José António Sabrosa

Guitarra Portuguesa:       António Parreira e

                                         Paulo Parreira

Viola de Fado:                 Francisco Gonçalves

Viola-baixo:                     Joel Pina

 

Data da 1ª edição:  1997

Editora: "Movieplay"

Ref. CD MP 401

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Fado da Defesa

Dedicado a José Manuel Martins, dono da "Herdade da Defesa", onde se encontravam na altura José António Sabrosa e a sua mulher Maria Teresa de Noronha.

Pequena biografia da intérprete:
                                                                                                                                           Margarida Bessa

Maria Margarida de Paula Bessa , nasceu em Lisboa.

Licenciada em Germânicas, Margarida Bessa começou por cantar em festas

de amigos, até que um destes, fez chegar à RTP uma cassete gravada em

casa, foi o passaporte para concorrer ao Grande Prémio do Fado RTP em  1993,

que venceu “exéquo” com Luís Almada.

Exerceu o cargo de directora de marketing da Effem em Lisboa, mas a música

falou mais alto, e decidiu  optar pela carreira de fadista a partir do ano de 1995.

Edita em 1995 o seu primeiro álbum, o segundo álbum foi  editado em 1997, em

2005, surge um CD,  onde canta poemas de José Niza, que incluí 13 temas e Niza

assina além de "Nocturnos", "Um olhar sobre Lisboa" (Maluda) que Margarida Bessa

interpreta na música do Fado Franklim.

Acerca da fadista José Niza salienta o "belo timbre" e a "voz diferente", o que lhe dá "uma expressão e uma forma própria de cantar" onde se notam "algumas referências de Maria Teresa de Noronha".

Hoje divulga o seu repertório entre espectáculos e gravações, sempre com o maior acolhimento do público.

A sua grande paixão para além da música é a protecção aos animais domésticos abandonados.

(texto da própria)

 

Fonte de informação:

http://lisboanoguiness.blogs.sapo.pt/240794.html

Última actualização:  Abril/2011

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Fado da Defesa
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Intérprete: Claúdia Duarte

Letra: António Calém 

Fado da Defesa
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Intérprete: Maria Leopoldina da Guia

Letra: António Calém 

Fado da Defesa
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Intérprete: Maria Teresa de Noronha

Letra: António Calém 

Fado da Defesa
00:00 / 04:23

Intérprete: Cristina  Branco

Letra: António Calém 

Fado da Defesa
00:00 / 04:45

Intérprete: Gonçalo Salgueiro

Letra: António Calém 

Joel Pina (1920 - 2021)

A poucos dias de completar 101 anos, no dia 17 de Fevereiro, o nosso querido Mestre e Professor Joel Pina deixou-nos. Morreu em 11 / 2 / 2021, na sequência de um AVC.
                                                                                                                                        Joel Pina
Ao longo de décadas sucessivas e durante cerca de 80 anos de vida

artística, Joel Pina contribuiu e protagonizou alguns episódios do maior

significado para a história do Fado. Teve, entre outros, um contributo

determinante para a consagração do Fado como Património Cultural

Imaterial da Humanidade (UNESCO). Com Amália Rodrigues, que

acompanhou em palcos e gravações ao longo de 29 anos, levou o Fado

ao mundo. Profundamente acarinhado por distintas gerações de

intérpretes e músicos, Joel Pina foi - é - um nome Maior da música

portuguesa.

No dia 24 de Setembro a Câmara Municipal de Lisboa prestou-lhe

homenagem no Teatro São Luiz com um concerto de celebração dos seus 100 anos em que participaram Ana Sofia Varela, António Pinto Basto, António Zambujo, Beatriz Felício, Carminho, Gaspar Varela, Gonçalo Salgueiro, Joana Almeida, Joana Amendoeira, João Braga, Katia Guerreiro, Lenita Gentil, Maria da Fé, Mariza, Matilde Cid, Mísia, Nuno da Câmara Pereira, Pedro Moutinho, Ricardo Ribeiro, Rodrigo Costa Félix, Rodrigo Rebelo de Andrade, Tânia Oleiro, Teresa Siqueira, Teresinha Landeiro e Zé Maria Souto Moura.

 

“O fado é a música que mais me emociona”, diz-nos Joel Pina no documentário “Fado” (Sofia de Portugal Aurélio Vasques, 2012) e não será por acaso que no seu percurso musical encontramos mais de seis décadas de fado.

João Manuel Pina nasceu no Rosmaninhal, uma aldeia do concelho de Idanha-a-Nova, a 17 de Fevereiro de 1920. Adoptou o nome artístico de Joel Pina e a interpretação da viola baixo para o seu percurso como músico profissional. 

O nome de Joel Pina é indissociável da história do fado, seja pela contribuição fundamental que deu na integração da viola baixo no conjunto de instrumentos de acompanhamento do fado, seja pela qualidade interpretativa que o destaca no universo musical, desde que se profissionalizou em 1949 até hoje.

Através das emissões radiofónicas teve os primeiros contactos com o fado, ainda em criança e, com 8 anos, começou a tocar, quando o pai, numa viagem a Lisboa, lhe comprou um bandolim. Seguiu-se a viola e a guitarra. A sua aprendizagem foi autodidacta e pela observação dos outros, como próprio descreveu a Baptista Bastos: “na minha terra tocava-se muito e, então, via os outros e talvez por uma questão de intuição comecei logo a mexer na viola e a mexer na guitarra também.” (Bastos: 256).

Em 1938 mudou a sua residência para Lisboa e, como apreciador de fado, frequentava assiduamente o Café Luso. Nessa casa conheceu Martinho de Assunção que, em 1949, o convidou para integrar o Quarteto Típico de Guitarras de Martinho de Assunção. Deste conjunto faziam também parte Francisco Carvalhinho e Fernando Couto. É neste conjunto que Joel Pina se começa a dedicar à viola baixo e que se profissionaliza como músico.

No ano seguinte passa a integrar o elenco da Adega Machado, com Francisco Carvalhinho, na guitarra, e Armando Machado, na viola. Neste ambiente Joel Pina começa a construir a presença da viola baixo no acompanhamento instrumental do fado, que até essa altura não era habitual. Vai manter-se no elenco desta casa durante 10 anos.

Em paralelo, Joel Pina trabalhou como funcionário público na Inspecção Económica, iniciou esta actividade em 1961 e que manteve até se reformar.

No decorrer do seu percurso profissional foi um dos fundadores do Conjunto de Guitarras com Raul Nery, Fontes Rocha e Júlio Gomes. Este quarteto granjeou um sucesso extraordinário e foi um marco na interpretação musical do universo do fado. 

O conjunto surgiu por iniciativa de Eduardo Loureiro, chefe do departamento de música da Emissora Nacional, que convidou Raul Nery a formar um conjunto, com o intuito de apresentar na rádio, quinzenalmente, um programa de guitarradas. Em 1959 iniciaram-se as emissões regulares e o programa prolongou-se por 12 anos.

O Conjunto de Guitarras de Raul Nery “estabeleceu um conjunto instrumental maior para o acompanhamento do fado e para a execução do reportório instrumental ligado a esse género, contribuindo também para a formulação dos papéis musicais da primeira e da segunda guitarra, bem como da viola baixo.” (Castelo-Branco: 127). Para além das emissões radiofónicas e da gravação de inúmeros discos, o conjunto popularizou-se, também no acompanhamento dos mais carismáticos intérpretes de fado, nomeadamente Maria Teresa de Noronha ou Amália Rodrigues, entre muitos outros.

 

A partir de 1966 Joel Pina começa a acompanhar regularmente Amália Rodrigues, actividade que mantem por três décadas até ao final da carreira da fadista. Com ela percorrerá os palcos de todo o mundo, em inúmeros espectáculos e digressões que passam, por exemplo, pelo Canadá, Estados Unidos e Brasil (diversas vezes), Chile, Argentina, México, Inglaterra, França, Itália (diversas vezes), Rússia, cinco vezes ao Japão, Austrália, África do Sul, Angola, Moçambique, Macau, Coreia do Sul.

 

A vasta carreira de Joel Pina torna quase impossível a tarefa de enumerar os fadistas com quem tocou e que continua a acompanhar. Para além das já mencionadas Amália Rodrigues e Maria Teresa de Noronha, marca presença na gravação de discos e espectáculos de fadistas como Carlos do Carmo, Carlos Zel, João Braga, Fernando Farinha, Nuno da Câmara Pereira, João Ferreira-Rosa, Teresa Silva Carvalho, Fernanda Maria, Celeste Rodrigues, Carlos Ramos, Lenita Gentil, Rodrigo e, mais recentemente, Cristina Branco, Joana Amendoeira ou Ricardo Ribeiro.

O seu percurso artístico é consensualmente reconhecido. Foi condecorado em maio de 1992 com a Medalha de Mérito Cultural pelo Estado Português. Em 2012 recebe a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique. No mesmo ano recebe a Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa. A 24 de setembro de 2020 a Câmara Municipal de Lisboa presta-lhe homenagem no Teatro São Luiz descerrando uma placa com o seu nome junto à placa evocativa de Amália Rodrigues que acompanhou em palco durante cerca de três décadas.

 

Até sempre, Professor!

Fontes de informação:

“Fado” (2012), documentário de Sofia de Portugal Aurélio Vasques;

 

Baptista-Bastos, (1999), "Fado Falado", Col. "Um Século de Fado", Lisboa, Ediclube;

 

Castelo-Branco, Salwa El-Shawan (1994), “Vozes e Guitarras na Prática Interpretativa do Fado”, in Fado: Vozes e Sombras, Lisboa: Museu Nacional de Etnologia;

 

Museu do Fado - Entrevista realizada em 21 de Setembro de 2006.

Joel Pina (1920 - 2021) - Museu do Fado

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