top of page
Fado Franklim 6ª

Sete Gritos
Letra:                Luís Alcaria
Música:             Franklim Godinho
Intérprete:         Maria da Fé

Trago dentro do meu peito

Sete espadas, sete ventos

Sete mares de sofrimento

Sete dias de pecado

Sete amores no esquecimento

Em sete versos de Fado   (bis)

Morre por dentro de mim

Esta tristeza sem fim

Esta angústia sem verdade

Este sofrer sem guarida

Onde me esqueço da vida

Sem dar vida à minha idade   (bis)

Sete palavras me calam

Outras sete que não falam

Em sete gritos de razão

Será que o tempos as matou

E nem uma se finou

Dentro do teu coração   (bis)

Intérprete:    Maria da Fé

Título:          Sete Gritos

 

Autor da Letra:       Luís Alcaria
Autor da Música:    Franklim Godinho

Guitarra Portuguesa:  José Luís Nobre Costa e

                                   José Fontes Rocha

Viola de Fado:            Pedro Leal

Viola-baixo:                Joel Pina

 

Data da 1ª edição:  1978

Editora: "Riso e Ritmo"

Ref. RR 2055

Outras versões do mesmo Fado

Eu Queria Cantar-te Um Fado
00:00 / 03:54

Intérprete: Amália Rodrigues

Letra: António Sousa Freitas

Gavião de Asas Cortadas
00:00 / 03:57

Intérprete: Pedro Lisboa

Letra: Manuel da Silva Ferreira

Grande, Grande é o Meu Povo
00:00 / 03:59

Intérprete: Mimi de Sousa

Letra: João Dias

Leviana
00:00 / 03:13

Intérprete: Pedro Figueira

Letra: António Vilar da Costa

Fado Franklim 6ª
00:00 / 03:17
Edited Image 2013-3-23-0:59:22
maria_da_fé.jpg

Fado Franklim 6ª

Composto por J. Franklim Gomes Rodrigues Godinho (? - 1954)

Pequena biografia da intérprete:

                                                                                                                                            Maria da Fé

Maria da Fé, de seu nome de baptismo Maria da Conceição da Costa Marques,

nasceu no Porto no dia 25 de Maio de 1942. A sua mãe teve 17 filhos, mas

actualmente tem apenas 5 irmãos.  
Na cidade do Porto fez a sua instrução primária e foi também aí que começou a

cantar, por influência da mãe, usando nessa altura o nome artístico de Maria da

Conceição. 
Durante um curto período de tempo, ainda muito jovem, para ajudar os pais,

trabalhou como ajudante de costureira e de alfaiate e, também, na fábrica de

tecidos Nogueira, actividades a que juntava as actuações em espectáculos ao fim

de semana.  
A fadista conta os seus anos de carreira apenas a partir de 1963, dois anos depois de ter vindo para Lisboa, embora nesta data já tivesse feito vários espectáculo e inclusive editado gravações discográficas. 
Maria da Fé começou a cantar Fado ainda em criança e, com apenas nove anos, apresentava-se em festas de amadores. Aos 13 anos ganhou um concurso realizado pelo "Jornal de Notícias" e o empresário Domingos Parker, na Feira Popular do Porto. Em 1959, com 16 anos, voltou a ser consagrada vencedora como Rainha das Cantadeiras, no mesmo concurso, desta vez apresentado no Palácio de Cristal. 
No ano seguinte, acompanhada pela mãe estabelece residência em Lisboa e, incentivada pelo poeta Francisco Radamanto, rapidamente integrou o elenco de uma das mais importantes casas de Fado de Lisboa, a Adega Machado. Ao fim de dois meses foi para a Parreirinha de Alfama, local onde foi convidada a apresentar-se durante 14 dias num espectáculo do Casino Estoril. 
Data também da sua vinda para Lisboa o registo do seu nome artístico como Maria da Fé, escolha feita por sugestão do fadista Raul Dias, com o objectivo de tirar a carteira profissional exigida na altura. 
Casou com o poeta José Luís Gordo, em 1968, e deste casamento nasceram 2 filhas. Nunca teve outras profissões a não ser a de fadista, até se juntar ao seu marido na gestão da Casa de Fados que abrem em 1975, o Senhor Vinho. Esta casa situa-se no bairro da Madragoa, primeiro na Rua das Trinas e, a partir de 1981, na Rua do Meio à Lapa, onde funciona até hoje. 
Em 1969 participa no Festival RTP da Canção, estreando o género fado no certame com a interpretação de "Vento do Norte", da autoria de Francisco Nicholson e Braga dos Santos. 
Maria da Fé actuou em diversas Casas de Fado, mas a "sua casa" será a que abre com o marido, o Senhor Vinho. As suas interpretações trouxeram-lhe um imenso sucesso, com um grande protagonismo nos meios de comunicação social, uma sucessão regular de discos gravados, inúmeros espetáculos por Portugal inteiro e várias digressões pela Europa, Norte de África, Guiné, Angola e Moçambique, Américas do Norte e do Sul e Austrália. 
A sua primeira actuação no estrangeiro foi numa associação recreativa de Newark (New Jersey), a que se sucederam inúmeros países e salas de grandes cidades, de onde salientamos o Brasil, país em que Maria da Fé atuou logo na década de 1960, voltando em 1984. no âmbito da ponte cultural luso-brasileira, e novamente na década de 1990. 
No ano de 1984 participa no filme "To Catch a King", realizado por Clive Donner e protagonizado por Robert Wagner, onde interpreta dois fados: "Cantarei até que a voz me doa" e "Portugal, meu amor". 

 
Maria da Fé prosseguiu com os seus concertos individuais, comemorando no Teatro S. Luiz os seus 40 anos de carreira, no ano de 2003, com um espectáculo intitulado "Divino Fado" em que participaram convidados como Ana Sofia Varela, António Zambujo, Carlos Macedo, Jorge Fernando, Ana Moura, Aldina Duarte, João Ferreira Rosa e Argentina Santos. 
Actualmente Maria da Fé faz apenas os espectáculos que lhe dão prazer, mantém a gestão da sua Casa de Fados, onde muitas vezes se apresenta ao público, consciente de que é ela própria cabeça de cartaz da programação da sua casa, apesar de ter muitos artistas conceituados no seu elenco. 
O seu primeiro disco gravou-o em 1960, ainda no Porto, com dois Fados seus e outros dois de Fernando Manuel, um fadista que à data fazia parte do elenco da Casa de Fados Viela. A esta edição somaram-se muitas outras, ao longo de mais de 40 anos como profissional.  
Ainda na década de 1960 a convite de José Duarte integra o projecto Pop Fado, gravando as suas interpretações acompanhada por guitarra eléctrica e bateria. Um projecto que gerou muita polémica no meio tradicionalista do Fado. 
Recentemente, em 2000, integrou o projecto Entre Vozes - conjunto também constituído por Alexandra, Alice Pires e Lenita Gentil, com o propósito de interpretar a solo, em dueto, terceto ou quarteto diversos Fados de referência. Com esta formação foi apenas editado um CD, no ano de 2000, tendo Maria da Fé e Alexandra saído do projecto e sido substituídas por Maria Armanda e Teresa Tapadas. 
No âmbito comemorativo do 40º aniversário da sua carreira é editado um CD de inéditos intitulado "Divino Fado", tal como o espectáculo que apresentou nesse mesmo ano de 2003, no Teatro S. Luiz em Lisboa.  
Na sua vasta discografia conta com cerca de 30 Lps e 15 Cds. A sua mais recente edição discográfica data de 2005 - o CD "Nome de Fado". 
Intérprete de temas emblemáticos como "Cantarei até que a voz me doa", de autoria de José Luís Gordo e de José Fontes Rocha; ou "Valeu a Pena", composto pelo prof. Moniz Pereira, Maria da Fé é uma figura incontornável do universo do fado desde a década de 1960.  
Através da casa Senhor Vinho a fadista mantém uma grande ligação com as novas gerações de fadista, tendo muitos intérpretes registado uma passagem pelo elenco do seu restaurante, como é o caso de Mariza, Camané, Ana Moura, Aldina Duarte ou António Zambujo, entre outros. 
 
 
Selecção de Prémios: 
 
- Prémio da Imprensa, 1970; - Prémio de Consagração de Carreira, no decorrer da Grande Noite do Fado, Casa da Imprensa, 1997; - Cruz de Mérito da Cruz Vermelha Portuguesa, 2005; - Medalha de Mérito Cultural, Ministério da Cultura, 2005; - Medalha de Ouro da Cidade do Porto, 2005; - Prémio Intérprete Feminina, Fundação Amália Rodrigues, 2006. 


 
Fonte de informação:

 
http://www.museudofado.pt/personalidades/detalhes.php?id=339 


 

Última actualização: Fevereiro/2008 

Teu Corpo Cheira-me a Fado
00:00 / 03:23

Intérprete: Idílio Armando

Letra: Idílio Armando

Varandas
00:00 / 03:32

Intérprete: Mercês da Cunha Rêgo

Letra: David Mourão Ferreira

Fado, Dor e Sofrimento
00:00 / 02:55

Intérprete: Teresa Tarouca

Letra: ?

Verbo Amar
00:00 / 03:10

Intérprete: Fernanda Maria

Letra: Frederico de Brito

Eu Queria
00:00 / 03:40

Intérprete: Helena Santos

Letra: António Nunes

Joel Pina (1920 - 2021)

A poucos dias de completar 101 anos, no dia 17 de Fevereiro, o nosso querido Mestre e Professor Joel Pina deixou-nos. Morreu em 11 / 2 / 2021, na sequência de um AVC.
                                                                                                                                        Joel Pina
Ao longo de décadas sucessivas e durante cerca de 80 anos de vida

artística, Joel Pina contribuiu e protagonizou alguns episódios do maior

significado para a história do Fado. Teve, entre outros, um contributo

determinante para a consagração do Fado como Património Cultural

Imaterial da Humanidade (UNESCO). Com Amália Rodrigues, que

acompanhou em palcos e gravações ao longo de 29 anos, levou o Fado

ao mundo. Profundamente acarinhado por distintas gerações de

intérpretes e músicos, Joel Pina foi - é - um nome Maior da música

portuguesa.

No dia 24 de Setembro a Câmara Municipal de Lisboa prestou-lhe

homenagem no Teatro São Luiz com um concerto de celebração dos seus 100 anos em que participaram Ana Sofia Varela, António Pinto Basto, António Zambujo, Beatriz Felício, Carminho, Gaspar Varela, Gonçalo Salgueiro, Joana Almeida, Joana Amendoeira, João Braga, Katia Guerreiro, Lenita Gentil, Maria da Fé, Mariza, Matilde Cid, Mísia, Nuno da Câmara Pereira, Pedro Moutinho, Ricardo Ribeiro, Rodrigo Costa Félix, Rodrigo Rebelo de Andrade, Tânia Oleiro, Teresa Siqueira, Teresinha Landeiro e Zé Maria Souto Moura.

 

“O fado é a música que mais me emociona”, diz-nos Joel Pina no documentário “Fado” (Sofia de Portugal Aurélio Vasques, 2012) e não será por acaso que no seu percurso musical encontramos mais de seis décadas de fado.

João Manuel Pina nasceu no Rosmaninhal, uma aldeia do concelho de Idanha-a-Nova, a 17 de Fevereiro de 1920. Adoptou o nome artístico de Joel Pina e a interpretação da viola baixo para o seu percurso como músico profissional. 

O nome de Joel Pina é indissociável da história do fado, seja pela contribuição fundamental que deu na integração da viola baixo no conjunto de instrumentos de acompanhamento do fado, seja pela qualidade interpretativa que o destaca no universo musical, desde que se profissionalizou em 1949 até hoje.

Através das emissões radiofónicas teve os primeiros contactos com o fado, ainda em criança e, com 8 anos, começou a tocar, quando o pai, numa viagem a Lisboa, lhe comprou um bandolim. Seguiu-se a viola e a guitarra. A sua aprendizagem foi autodidacta e pela observação dos outros, como próprio descreveu a Baptista Bastos: “na minha terra tocava-se muito e, então, via os outros e talvez por uma questão de intuição comecei logo a mexer na viola e a mexer na guitarra também.” (Bastos: 256).

Em 1938 mudou a sua residência para Lisboa e, como apreciador de fado, frequentava assiduamente o Café Luso. Nessa casa conheceu Martinho de Assunção que, em 1949, o convidou para integrar o Quarteto Típico de Guitarras de Martinho de Assunção. Deste conjunto faziam também parte Francisco Carvalhinho e Fernando Couto. É neste conjunto que Joel Pina se começa a dedicar à viola baixo e que se profissionaliza como músico.

No ano seguinte passa a integrar o elenco da Adega Machado, com Francisco Carvalhinho, na guitarra, e Armando Machado, na viola. Neste ambiente Joel Pina começa a construir a presença da viola baixo no acompanhamento instrumental do fado, que até essa altura não era habitual. Vai manter-se no elenco desta casa durante 10 anos.

Em paralelo, Joel Pina trabalhou como funcionário público na Inspecção Económica, iniciou esta actividade em 1961 e que manteve até se reformar.

No decorrer do seu percurso profissional foi um dos fundadores do Conjunto de Guitarras com Raul Nery, Fontes Rocha e Júlio Gomes. Este quarteto granjeou um sucesso extraordinário e foi um marco na interpretação musical do universo do fado. 

O conjunto surgiu por iniciativa de Eduardo Loureiro, chefe do departamento de música da Emissora Nacional, que convidou Raul Nery a formar um conjunto, com o intuito de apresentar na rádio, quinzenalmente, um programa de guitarradas. Em 1959 iniciaram-se as emissões regulares e o programa prolongou-se por 12 anos.

O Conjunto de Guitarras de Raul Nery “estabeleceu um conjunto instrumental maior para o acompanhamento do fado e para a execução do reportório instrumental ligado a esse género, contribuindo também para a formulação dos papéis musicais da primeira e da segunda guitarra, bem como da viola baixo.” (Castelo-Branco: 127). Para além das emissões radiofónicas e da gravação de inúmeros discos, o conjunto popularizou-se, também no acompanhamento dos mais carismáticos intérpretes de fado, nomeadamente Maria Teresa de Noronha ou Amália Rodrigues, entre muitos outros.

 

A partir de 1966 Joel Pina começa a acompanhar regularmente Amália Rodrigues, actividade que mantem por três décadas até ao final da carreira da fadista. Com ela percorrerá os palcos de todo o mundo, em inúmeros espectáculos e digressões que passam, por exemplo, pelo Canadá, Estados Unidos e Brasil (diversas vezes), Chile, Argentina, México, Inglaterra, França, Itália (diversas vezes), Rússia, cinco vezes ao Japão, Austrália, África do Sul, Angola, Moçambique, Macau, Coreia do Sul.

 

A vasta carreira de Joel Pina torna quase impossível a tarefa de enumerar os fadistas com quem tocou e que continua a acompanhar. Para além das já mencionadas Amália Rodrigues e Maria Teresa de Noronha, marca presença na gravação de discos e espectáculos de fadistas como Carlos do Carmo, Carlos Zel, João Braga, Fernando Farinha, Nuno da Câmara Pereira, João Ferreira-Rosa, Teresa Silva Carvalho, Fernanda Maria, Celeste Rodrigues, Carlos Ramos, Lenita Gentil, Rodrigo e, mais recentemente, Cristina Branco, Joana Amendoeira ou Ricardo Ribeiro.

O seu percurso artístico é consensualmente reconhecido. Foi condecorado em maio de 1992 com a Medalha de Mérito Cultural pelo Estado Português. Em 2012 recebe a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique. No mesmo ano recebe a Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa. A 24 de setembro de 2020 a Câmara Municipal de Lisboa presta-lhe homenagem no Teatro São Luiz descerrando uma placa com o seu nome junto à placa evocativa de Amália Rodrigues que acompanhou em palco durante cerca de três décadas.

 

Até sempre, Professor!

Fontes de informação:

“Fado” (2012), documentário de Sofia de Portugal Aurélio Vasques;

 

Baptista-Bastos, (1999), "Fado Falado", Col. "Um Século de Fado", Lisboa, Ediclube;

 

Castelo-Branco, Salwa El-Shawan (1994), “Vozes e Guitarras na Prática Interpretativa do Fado”, in Fado: Vozes e Sombras, Lisboa: Museu Nacional de Etnologia;

 

Museu do Fado - Entrevista realizada em 21 de Setembro de 2006.

Joel Pina (1920 - 2021) - Museu do Fado

Joel Pina.jpg
guitarra.jpg
guitarra.jpg

Todos os Fados do Site

Todos os Fados do Site

Início

Início

bottom of page