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Fado Franklim 4ª

O Meu Amor Não Partiu
Letra:                João Ferreira Rosa
Música:             Franklim Godinho
Intérprete:         João Braga

 

 

 

Vi partir o meu amor
Para o outro lado do rio (bis)

Mas digo seja a quem for
Que o meu amor não partiu (bis)


 

 

Manhã cedo foi-se embora
Disse-me adeus sem me olhar (bis)

Penso nela a toda a hora
Pois já sei que há-de voltar (bis)


 

 

Os fados que lhe cantava
Eram bem nossos somente (bis)

E o tempo para nós parava 

Hoje canto para toda a gente (bis)


 

 

E tudo o que existe em mim
Nada a consegue esquecer (bis)

Nem esta dor sem ter fim

Nem meu olhar sem a ver (bis)

Intérprete:    João Braga

Título:          O Meu Amor Não Partiu

 

Autor da Letra:       João Ferreira Rosa
Autor da Música:    Franklim Godinho

Guitarra Portuguesa:  Raul Nery e

                                   Fontes Rocha

Viola de Fado:            Júlio Gomes

Viola-baixo:                Joel Pina

 

Data da 1ª edição:  1967

Editora: "Movieplay"

Ref. EP 01 - 4

Bairro Alto Velhinho
00:00 / 03:04

Outras versões do mesmo Fado

Intérprete: Odete Maria

Letra: Alexandre Fontes

Nossos Caminhos
00:00 / 03:16

Intérprete: Natércia da Conceição

Letra: Francisco Ribeiro

Vou Deixar-te
00:00 / 02:52

Intérprete: Maria João Quadros

Letra: Maria João Quadros

Minha Dor
00:00 / 03:30

Intérprete: Maria Teresa de Noronha

Letra: Arlette P. Correia

Envelhecer
00:00 / 03:15

Intérprete: Teresa Tarouca

Letra: ?

Se Tardas Amor Não Venhas
00:00 / 03:25

Esta gravação data de 1966, foi efectuada nos Estúdios Valentim de Carvalho, em Paço d’Arcos, e pertence à Banda 1 da Face B do disco EP de 45 R.P.M. editado pela marca "Columbia", etiqueta da "Valentim de Carvalho, Comércio e Indústria, SARL", matriz “SLEM 2268”, nome "Beatriz da Conceição - Se Tardas, Amor Não Venhas", em que a cantadeira Beatriz da Conceição, acompanhada pelo Quarteto de Guitarras de Martinho d'Assunção, interpreta variados fados do seu reportório.

 

Este é o fado tradicional de Franklim Godinho em Quadras, cantado aqui com quadras de Almeida Santos, nomeadas de “Se Tardas, Amor Não Venhas”, num poema que fala de uma mulher que pede ao seu amor em jeito de brincadeira "Se tardas, amor não venhas", fazendo-lhe assim uma bela e terna declaração de amor, retratos da influência da obra "Não Venhas Tarde" de Carlos Ramos.

 

O sucesso deste fado foi de tal ordem, que ainda hoje, esta composição faz parte do Portal do Fado, e do cancioneiro popular fadista, sendo hoje muitas vezes interpretada pelos cantadores e cantadeiras amadores nos retiros, adegas e casas de fado nacionais.

 

Esta gravação está em muito bom estado porque foi restaurada e remasterizada em 1996, e incluída na Banda 9 do disco CD "Beatriz da Conceição - Sou um Fado Desta Idade", da colecção "Caravela EMI", colecção da responsabilidade da "EMI-Valentim de Carvalho", cujo alinhamento foi reeditado em 2014 na compilação "Beatriz da Conceição - Essencial", da Companhia Nacional de Música e da "Valentim de Carvalho".

 

Em 2008, a gravação foi reeditada em CD na compilação "O Melhor de Beatriz da Conceição", editada pela "IPLAY/Valentim de Carvalho".

Intérprete: Beatriz da Conceição

Letra: Teresinha Landeiro

Fado Franklim 4ª
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Fado Franklim 4ª

 

Composto por J. Franklim Gomes Godinho (? - 1954)

Existem dois Fados com o mesmo nome: um em quadras e o outro em sextilhas.

Pequena biografia do intérprete:

                                                                                                                                                João Braga
Filho de Óscar José da Costa Braga e de Maria de Lurdes de Oliveira e Costa,
João Braga nasce em Lisboa, na antiga Rua da Creche, (hoje Rua José Dias Coelho),
em Alcântara, no dia 15 de Abril de 1945, quando a Segunda Guerra Mundial está
prestes a terminar.
Oriundo de uma família de três irmãos, João Braga faz os primeiros estudos no
Colégio São João de Brito onde, por curiosidade, canta pela primeira em público, a
solo, aos nove anos de idade, (1954), aquando da inauguração da cripta da igreja do
colégio.
Rende-se ao rock´n´roll, jazz e bossa-nova, no limiar da sua adolescência, que ouve

pela primeira vez em casa do pai de um amigo. A partir de então, cada vez mais

rendido, começa a adquirir gravações destes géneros musicais: "...estavam a criar, na minha opinião, a música mais bonita do séc. XX que é o bossa-nova e então só pela descrição daquilo (...) parti o meu mealheiro e dei-lhe as minhas economias para ele trazer aquilo tudo em discos de bossa-nova”, confidenciou em entrevista.
Em 1963 abandona o curso de direito para, como o próprio confessa, começar a "cantar ao Fado" no Galito (Estoril, 18 Março 1963), já que até aí cantara "a muitas outras músicas" (Sinatra, Roy Orbison, Nat "King" Cole, Aznavour, Everly Brothers (com Xico Stoffel), Elvis, Beatles, Tom Jobim, João Gilberto, Vinícius de Moraes, Ray Charles, e tantos outros.
Entre 1963 e 1967, (ano em que profissionaliza), João Braga desenvolve uma intensa actividade como
amador, num processo muito rico de experiências e conhecimentos que passam por casas como a Tipóia
(onde conhece Manuel de Almeida e Maria da Fé), a Adega Machado (ambas em Lisboa), mas também por cantar em inúmeras festas de beneficência e outras "fadistices.
Em Março de 1964 tem a sua primeira prova de fogo fadista na Tertúlia da Festa Brava. Conhece Alfredo
Marceneiro, Lucília do Carmo, Teresa Tarouca, os poetas Manuel de Andrade e João Fezas-Vital.
Ainda em 1964 inaugura, em Junho, o Estribo Club (Birre-Cascais) como casa de Fados, em parceria com
Xico Stoffell, mudando-se ambos para o bar Cartola (Cascais), em Novembro.
1965 é o ano do seu primeiro cachet (mil escudos) nas Festas de Nossa Senhora do Castelo (Agosto, em
Coruche). Conhece Carlos Ramos, João Ferreira-Rosa e Carlos do Carmo. É convidado a cantar, juntamente com Teresa Tarouca e António de Mello-Corrêa, na festa dos 50 anos de toureio de Mestre João Branco Núncio.
Em Abril de 1966, João Ferreira-Rosa inaugura a Taverna do Embuçado, e João Braga passa a cantar aí
diariamente, começando a alcançar uma maior projecção pública. Nesse ano conhece uma das suas principais referências; Amália Rodrigues. Retomando a entrevista realizada terá as seguintes palavras: "Amália era um ser humano raríssimo e apaixonante...".
Em Dezembro de 1966 grava o primeiro disco, um EP com 4 faixas: "É Tão Bom Cantar o Fado", que sairá
para o mercado em Janeiro de 1967.
Em Janeiro de 1967, altura em que ingressa no serviço militar, profissionaliza-se como cantor. Esta evolução está patente no lançamento de mais 3 EP's. João Braga estreia-se a cantar na televisão (RTP), num programa apresentado por Júlio Isidro.
​João Braga continua a multiplicar a sua discografia, sucedem-se apresentações nos mais diversos palcos e nomeadamente na televisão.
O fadista elege um dos momentos altos da sua carreira: o convite para a co-organização do 1º Festival de Jazz em Cascais, que decorre no mês de Novembro, e que contou com as presenças, entre outros, de Miles Davis, Ornette Coleman, Charlie Haden e Keith Jarret, entre outros.
A 4 de Outubro de 1971 casa com Ana de quem virá a ter dois filhos, Filipe e Miguel.
Corre o ano de 1974 quando face ao período conturbado que o país atravessa parte para o exílio em Madrid.
De regresso a Portugal, inaugura no verão de 1976, a casa de Fado O Montinho, em Montechoro.
Na década de 70 João Braga destaca-se como um dos mais influentes intérpretes de Fado, denotando uma preocupação permanente pela inovação e progressos dos seus trabalhos. Dando mostras da sua enorme versatilidade, João Braga inaugura O Páteo das Cantigas, em 1978 (onde se manterá até 1982), e lança um novo álbum para a etiqueta Orfeu "Miserere". Participa na série de programas para a RTP, "Fado Vadio".
Percorre todo o país com espectáculos e é um dos convidados para a homenagem a Pedro Homem de Melo, no Ateneu do Porto (1979).
Revelando-se com uma figura carismática do Fado, o início da década de 80 traz-lhe um novo contrato com a Valentim de Carvalho. È convidado a participar no Casino Estoril, numa Gala em Honra da Princesa
Grace, do Mónaco (1980) e, no Palácio de Queluz (Sala dos Embaixadores), para o Presidente do Brasil,
João Baptista Figueiredo (1981). João Braga estreia-se como autor de melodias no LP "Do João Braga para Amália".
Revelação de uma nova faceta do fadista, decorria o ano de 1987, e João Braga dedica à campanha "Timor87 - Vamos Ajudar!", destinada a angariar fundos para os refugiados timorenses na Vale do Jamor.
Mantêm-se o seu percurso na televisão (RTP 2) com a gravação de um documentário "Desgarradas" com
Artur Albarran e outros convidados. Grava para a TV Globo, onde canta poemas de Fernando Pessoa. Início de uma estreita colaboração e amizade com Manuel Alegre que, pela primeira vez, escreve poemas inéditos para o cantor.
Em 1990 no decorrer de um espectáculo no Teatro São Luiz, é agraciado com a Medalha de Mérito Cultural
do Governo Português.
Conjuga a sua actividade de espectáculos com a de editor na revista "Eles & Elas" e na crónica semanal que apresenta na TSF. È neste período que João Braga se destaca como um dos impulsionadores da renovação do panorama fadista, com o convite e apresentação de novos talentos no género.
Em 29 de Maio de 1992 concerto no Teatro de S. Carlos, por ocasião da Gala dos 25 anos de carreira. No
âmbito da Expo´92 em Sevilha, apresenta-se no espectáculo «100 Anos de Fado», e em Dezembro, os antigos alunos do Colégio de S João de Brito organizam-lhe uma homenagem, durante a qual é agraciado com a medalha «José Carlos Belchior».
Em 1995, aquando da Grande Noite do Fado, recebe o Prémio Neves de Sousa. Em 1996 é condecorado pelo Presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, com a Medalha da Cruz Vermelha de Mérito.
Em 1997 celebração 30 anos de carreira com a realização de um concerto no Teatro de São Luiz. A cidade de Lisboa presta-lhe homenagem sendo-lhe oferecida uma gravura de Lisboa quinhentista.
João Braga inaugura, por ocasião da Expo´98, o Palco do Fado sendo também um dos convidados para a
Festa de Encerramento da Expo´98 e estreia-se com o concerto "Terra do Fado" (Land of Fado), no New
Jersey Performing Arts Center, com lotação esgotada.
Em Abril de 1999, João Braga prepara o lançamento do novo CD "100 Anos de Fado", (gravado ao vivo),
editado pela Farol e apresentado no Salão Nobre dos Paços do Concelho da CML. Canta ainda, na Gala do "Expresso", um fado-homenagem de Manuel Alegre a Amália Rodrigues e é escolhido para entregar o
Troféu dos «25 Anos, 25 Nomes» à maior cantora de sempre.
Nesse ano João Braga participa, como cantor, produtor e apresentador, no espectáculo "Amália Para Sempre", transmitido pela TVI». Em reconhecimento a uma das mais distintas carreiras de Fado, João Braga recebe, em Outubro, o Prémio Carreira entregue pela Casa da Imprensa. Em Novembro apresenta-se no Parque das Nações, no concerto "100 Dias de Fado", com Carlos Zel, Maria Ana Bobone, Miguel Sanches, António Pinto Basto e Ana Sofia Varela.
Nas celebração do 167º Aniversário do Café Martinho da Arcada, (2000) João Braga canta temas de
Fernando Pessoa e em Fevereiro, presta uma nova homenagem a Amália Rodrigues em "Porto Amália" um
espectáculo que contou com a sua colaboração como cantor, produtor e apresentador.
No âmbito da visita do Papa João Paulo II, o fadista organiza, como cantor produtor e apresentador, o
concerto "Quando o Fado é Oração".
Em Junho, no Salão Nobre dos Paços do Concelho (Lisboa) apresenta o novo CD "Cantar ao Fado”,
considerado por João Braga como o seu favorito.
Em Agosto prepara a 2ª série de «100 Anos de Fado», num CD duplo gravado ao vivo no Parque das
Nações. João Braga é mais uma vez convidado a produzir e a apresentar o concerto realizado no Coliseu dos Recreios, «Uma vela por Amália», e onde revela uma nova voz de Fado, Kátia Guerreiro.
A 18 de Fevereiro de 2004, João Braga regressa, uma vez mais, ao palco do Teatro de São Luiz, para um
concerto único. Para o espectáculo convida Maria Ana Bobone e Ana Sofia Varela e os habituais músicos
José Luís Nobre Costa, Carlos Gonçalves, Jaime Santos Jr., e Joel Pina.
Como guionista e produtor musical, apresenta com José Carlos Malato, o programa "Fados de Sempre",
onde todos os temas de Fado são cantados em dueto.
Abre o ano de 2005 no grande espectáculo, organizado pela RTP1, e apresentado no Coliseu, a favor das
vítimas do tsunami de Dezembro no Continente Asiático, cantando o tema «Bem Sei».
Na entrega dos Prémios de 2004 da Associação da Imprensa Estrangeira, interpreta um dos maiores êxitos de Carlos Paredes, "Verdes Anos".
Em 2006 a RTP transmite o programa «Fados de Sempre 2», da sua autoria, assinalando o regresso à
televisão portuguesa, de duas grandes vozes: Fernanda Maria e do próprio João Braga (após uma intervenção cirúrgica a que foi submetido dois meses antes).
Em Fevereiro, é agraciado pelo presidente Jorge Sampaio, numa cerimónia no Palácio de Belém, com a
"Comenda da Ordem do Infante Dom Henrique", numa justa homenagem a uma das mais distintas figuras
nacionais.
Em Março assinala na Aula Magna, num espectáculo concebido, realizado, produzido e apresentado pelo
fadista, os 40 anos da sua carreira. "De Alma e Coração" contou ainda com as actuações de nomes como
Mafalda Arnauth, Miguel Ângelo, Rão Kyão, Miguel Guedes, entre outros.
João Braga revela-se hoje como uma das mais emblemáticas vozes de Fado, cantando e homenageando os melhores poetas portugueses, revelando: "a minha primeira paixão, paixão mesmo, é a poesia".




Fontes de informação:

Entrevista realizada em 08 de Agosto de 2006 - Museu do Fado
Baptista-Bastos (1999), "Fado Falado", Col. "Um Século de Fado", Lisboa, Ediclube;
"De Alma e Coração", catálogo do espectáculo apresentado na Aula Magna, 16 de Março 2006.


Última actualização: Outubro/2008

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