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Fado Camélia

Como a Vida Passa
Letra:             Germano Silva
Música:          Júlio Proença
Intérprete:      Júlio Peres
 

 ​

A vida passa tão breve,
tão vertiginosa e leve,
deixando apenas saudades,

eu sinto um grande desgosto
de já ter rugas no rosto,
da perdida mocidade. (bis)

 

 

Os anos correm a esmo,
sinto que não sou o mesmo,
neste mundo de ilusão,

quando o espelho consultei,
tremi, depois chorei
magoei o meu coração (bis)
 

Quem me dera não amar
não ter alma não sentir,
os tormentos do amor,

p'ra não carpir não chorar,
p'ra não saber definir,
as amarguras da dor. (bis)

 

 

Eu sinto um grande desgosto
de já ter rugas no rosto
da perdida mocidade,

a vida passa tão breve,
tão vertiginosa e leve,
deixando apenas saudades (bis)

Intérprete:    Júlio Peres

Título:          Como a Vida Passa

Autor da Letra:       Germano Silva
Autor da Música:   Júlio Proença

Guitarra Portuguesa:    Francisco Carvalhinho e 

                                     Armandino Maia

Viola de Fado:              José Maria de Carvalho

 

Data da 1ª edição:  1978

Editora: "Riso e Ritmo"

Ref. RR LP 2. 062

julio proença

Fado Camélia

De Júlio Proença guarda-se uma saudosa memória. Do grande cantador que foi, mas também do homem, do ser humano, do companheiro de muitas lutas e cantigas (para usar a expressão de um amigo, Miguel Silva), também ficou um faceta praticamente desconhecida nos dias que correm: a de um homem empenhado na luta pelas grandes causas, que enfrentou com coragem e determinação o poder político da época, chegando a ser perseguido pelos seus ideais.

Pequena biografia do autor:

                                                                                                                                               Júlio Proença

Filho de Amélia da Conceição Proença, Júlio Proença nasceu em Lisboa, no bairro

da Mouraria, no dia 25 de Outubro de 1901. Desde cedo Júlio Proença sentiu o

apelo fadista, aprendendo a cantar com a sua mãe.

Sobrinho do cantador António Lado, começou aos 16 anos (1917) a cantar o fado

como amador e, até à sua profissionalização em 1929, na opereta "Mouraria"  que

se estreou no Coliseu dos Recreios, cantou em inúmeras festas de beneficência,

nas esperas de touros, e outros espaços.

Júlio Proença exerceu sempre a profissão de estofador-decorador numa das mais

importantes casas do ramo sita na cidade de Lisboa.

Ao longo da sua actividade artística, Júlio Proença passou pelo “Salão Artístico de

Fados” e pelos retiros: “Charquinho”, “Ferro de Engomar”, “Caliça” e “Pedralvas”, entre outros.

Na década de 20 fez parte da primeira digressão artística de artistas de Fado que percorreu algumas terras do país e de que faziam parte os colegas Maria do Carmo, Joaquim Campos, Alberto Costa, Raul Ceia, os guitarristas Armando Freire "Armandinho", Herculano Rodrigues e o violista Abel Negrão.

Júlio Proença passou também pelos teatros: “Apolo”, “Trindade”, “Avenida”, “Maria Vitória”, “Joaquim de Almeida”, “Éden-Teatro”, “São Luís”, “Variedades” e “Capitólio” e nos clubes “Ritz”, “Monumental”, “Olímpia” e “Maxim's”, evidenciando, em inúmeros espectáculos, o seu enorme talento.

Posteriormente, cantou no “Retiro da Severa”, no “Solar da Alegria” (que dirigiu em conjunto com Deonilde Gouveia em 1931) e cafés “Gimnásio”, “Mondego” e “Luso”.

Júlio Proença foi um dos primeiros cantadores a cantar nas emissoras C.T.1 A.A, Rádio Luso, Rádio Peninsular e Rádio Condes.

Destacamos as gravações: “Mentindo Sempre”, “Olhos Fatais”, “Como Nasceu o Fado”, “Mentindo”, “Três Beijos”, “Meu Sentir”, “Meu Sonho”, “Minha Terra” (de cuja música é autor), bem como das músicas dos fados “Verbena”, “Lélé”, “Arlete”, “Fado Proença”, “Modesto” e “Fado Moral”. Regista-se também a gravação em dueto com Joaquim Campos dos discos “Dueto sobre o Fado” e “Romance”.

Participou numa audição de fados no Forte de Monsanto, no dia de Novembro de 1934, «1ª festa que da grande série que este jornal está empenhado em realizar em estabelecimentos prisionais e hospitalares», conjuntamente com Maria Carmen, Rosa Maria, Joaquim Campos, Joaquim Seabra, Júlio Correia e António Sobral (cf. Guitarra de Portugal de 14 de Novembro de 1934).

"Júlio Proença (juntamente com Ercília Costa e Márcia Condessa) tomou parte no espectáculo da "Mãe de Portugal" que se realizou no Coliseu do Porto, sob o alto patrocínio de Madame Carmona." (cf. Canção do Sul de 16 Setembro de 1944).

Em 1946 partiu para Moçambique onde fixou residência e onde viria a falecer, em Setembro de 1970.

Observações:
Em 21-05-1946, aquando da sua ida para África, foi homenageado numa festa realizada na Sala Júlia Mendes no Parque Mayer.

Fontes de informação:
 

“Guitarra de Portugal” 14 de Novembro de 1937;
“Canção do Sul” 16 de Setembro de 1944;
“Guitarra de Portugal”, 15 de Agosto de 1946;
Machado, A. Victor (1937) “Ídolos do Fado”, Lisboa, Tipografia Gonçalves;
Sucena, Eduardo (1992) “Lisboa, O Fado e os Fadistas”, Lisboa Vega;

Última actualização: Maio de 2008

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