

Fados Tradicionais


Fado Marana
Reencontro
Letra: Jorge Fernando
Música: Armando Machado
Intérprete: Jorge Fernando
Segue-me há tanto a sede de ser gente
Desejos de esconder o que fui eu
Escrever de corpo aberto a alma que sente
A razão de viver que me nasceu
A promessa de uma luz que me é nova
Escondida no perfil do seio profundo
Cavam com os seus dedos uma cova
Enterrando o que fui eu bem para o fundo
A sombra de um passado tão distante
Repelida pela raiz que eu criei
Apaga em mim a imagem mais errante
E as pegadas dos caminhos que trilhei
E hoje que me sinto reencarnado
No fruto de um prazer feito esperança
Consigo olhar em frente e encontrar
Um modo de lembrar que fui criança
Intérprete: Jorge Fernando
Título: Reencontro
Autor da Letra: Jorge Fernando Silva Mendes
Autor da Música: Armando Machado
Guitarra Portuguesa: António Chainho e
José Luís nobre Costa
Viola de Fado: José Maria Nóbrega
Viola-baixo: Raul Silva
Data da 1ª edição: 1979
Editora: "Rádio Triunfo"
Ref. Alvorada N S 97 - 135

Fado Marana
Composto pelo violista Armando Machado (Armando Artur da Silva Machado, 1899 - 1974)
Esta designação deriva do facto do seu autor ter dedicado este Fado à cantadeira Marana dos Santos.
A seu respeito pouco ou nada se sabe. A imprensa da época (1938) refere o nome de Marana dos Santos, apelidando-a de "discípula amadora", designação também usada para falar de Amália Rebordão Rodrigues.
Só que uma chegou onde chegou e a outra ficou pelo caminho, não sem antes ter despertado a atenção do violista Armando Machado, que lhe escreveu um Fado, e do guitarrista Marcírio Ferreira (1909 - 1973), que lhe escreveu outro.
Pequena biografia do autor:
Armando Machado
Armando Artur da Silva Machado, nasceu, em Lisboa, em 1899, cidade onde viria a
falecer em Fevereiro de 1974.
Começou a tocar viola nos solares e palacetes, dos arredores de Lisboa, em 1924,
actuando em quase todos os recintos de Fado lisboetas, nomeadamente,
"Adega Mesquita", "Farta-brutos" e "Café Luso".
Em 1935, juntamente com o guitarrista Fernando Freitas e a cantadeira
Maria Albertina, actua na Exposição Universal de Paris, espectáculo a que assistiu
a Rainha D. Amélia ( no exilo ).
Em 1937, funda a "Adega Machado", na altura a segunda casa de Fado no Bairro Alto,
a primeira a apresentar espectáculos diários, e que ainda hoje se mentem em plena
actividade, pela mão dos seus filhos ainda vivos, Filipe e Maria Rita Machado!
Compôs várias dezenas de temas, entre eles os Fados "Súplica", "Licas", ( dedicado a um dos seus filhos ), "Pipas", "Maria Rita" ( dedicado a sua filha com o mesmo nome ), "Lurdes", ( dedicado a sua esposa, a cantadeira Maria de Lurdes Machado ), "Santa Luzia" e o conhecido "Bolero do Machado" ( Cigano da Fronteira ), que foi disco de ouro em 1957, em S. Paulo ( Brasil ), numa gravação de Cidália Meireles, acompanhada pela Orquestra de Mantovani.
Armando Machado, foi sem duvida, um dos maiores compositores que o Fado conheceu, sendo os seus fados dos mais cantados actualmente, por quase aqueles que interpretam o Fado!
Origem: “Histórias do Fado – A Capital" e investigação G-Sat.
O violista Armando Machado nasceu em Lisboa, em 1899, cidade onde veio a falecer em 1974.
Começou a tocar viola nos solares e nas festas em Lisboa e arredores.
Em 1924 profissionaliza-se, tendo tocado praticamente em todos os recintos onde houvesse Fado, da época.
Em 1937 fundou a Adega Machado no Bairro Alto, que foi a segunda casa do género no bairro, mas a primeira a dar espectáculos diários.
Foi autor de vários temas musicais para Fado, tais como, Fado Súplica, Fado Cunha e Silva, Fado Licas, Fado Maria Rita, Fado Lourdes e o célebre Bolero Cigano da Fronteira.
Conheceu e casou-se com uma linda moça, Maria de Lourdes, de profissão enfermeira, natural de Lisboa, onde nasceu em 1915, na freguesia do Socorro, tendo falecido também em Lisboa em 1999.
Maria de Lourdes Machado e Armando Machado, tiveram 5 filhos, 4 rapazes e uma rapariga, o Armando José (Licas) que era afilhado do Gonçalves dono de "O Ginjal", a Maria Rita, era afilhada de Amália Rodrigues, o Filipe teve como padrinho Filipe Nogueira (pai) e o Carlos Manuel foi apadrinhado por Adelina Ramos e seu marido, o António Tomaz Machado, (o Tricas para a família e amigos) era afilhado do artista plástico Tomaz de Melo (TOM) e também de Amália.
Maria de Lourdes Machado abandona a sua carreira de enfermeira para cuidar dos filhos e fica também, ao lado do marido na gerência da Adega Machado, tendo começado a cantar Fado, logo com grande sucesso, pois tinha uma bonita voz, presença e cantava muito bem.
Quando o seu filho mais velho o Armando José (apelidado carinhosamente como Licas), foi mobilizado para o Ultramar, Maria de Lourdes pede a João Linhares Barbosa, que lhe escreva um poema que exprima a sua dor de mãe, que teve o título de (Fé e Coragem Meu Filho). O pai Armando Machado faz a música já referida, Fado Licas.
(...)
Fonte de informação:
http://www.portaldofado.net/content/view/2876/327/
Última actualização: Junho/2012
Outras versões do mesmo Fado
Intérprete: Raquel Tavares
Letra: Diogo Clemente
Intérprete: Claúdia Picado
Letra: António Rocha