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Fado Santa Luzia

Há Saudades Toda a Vida
Letra:              Maria de Jesus Facco Viana
Música:          Armando Machado
Intérprete:      Vicente da Câmara
 

Passam por baixos dos arcos

Adeus traineiras e barcos
Dos mais distantes países
Há saudares à partida
Há saudades toda a vida
Para quem deixou raízes   (bis)

 



Trovadores e marinheiros
Mercadores e cavaleiros

Partiram daqui, um dia
Passado que nos responde
Queixa que no rio se esconde

Como eco da Mouraria   (bis)

 



Pilares da ponte do Tejo
Lisboa eterna que vejo

Povoada de mil vidas
Vive os dias hora a hora
Que a vida nunca demora

Demoram as despedidas   (bis)

Intérprete:      Vicente da Câmara

Título:            O Vento Agitou o Trigo

 

Autor da Letra:        Maria de Jesus Facco Viana
Autor da Música:    Armando Machado

Guitarra Portuguesa:      José Fontes Rocha e

                                       Carlos Gonçalves

Viola de Fado:                Pedro Leal

   

 

Data da 1ª edição:  1970

Editora: "Rádio Triunfo"

Ref. Alvorada EP S 60 1228

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Fado Santa Luzia

Composto pelo violista Armando Machado (1899 - 1974)

Pequena biografia do autor:

 

                                                                                                                                              Armando Machado

Armando Artur da Silva Machado, nasceu, em Lisboa, em 1899, cidade onde viria a

falecer em Fevereiro de 1974.

Começou a tocar viola nos solares e palacetes, dos arredores de Lisboa, em 1924,

actuando em quase todos os recintos de Fado lisboetas, nomeadamente,

"Adega Mesquita", "Farta-brutos" e "Café Luso".

Em 1935, juntamente com o guitarrista Fernando Freitas e a cantadeira

Maria Albertina, actua na Exposição Universal de Paris, espectáculo a que assistiu

a Rainha D. Amélia ( no exilo ).

Em 1937, funda a "Adega Machado", na altura a segunda casa de Fado no Bairro Alto,

a primeira a apresentar espectáculos diários, e que ainda hoje se mentem em plena

actividade, pela mão dos seus filhos ainda vivos, Filipe e Maria Rita Machado!

Compôs várias dezenas de temas, entre eles os Fados "Súplica", "Licas", ( dedicado a um dos seus filhos ), "Pipas", "Maria Rita" ( dedicado a sua filha com o mesmo nome ), "Lurdes", ( dedicado a sua esposa, a cantadeira Maria de Lurdes Machado ), "Santa Luzia" e o conhecido "Bolero do Machado" ( Cigano da Fronteira ), que foi disco de ouro em 1957, em S. Paulo ( Brasil ), numa gravação de Cidália Meireles, acompanhada pela Orquestra de Mantovani.

Armando Machado, foi sem duvida, um dos maiores compositores que o Fado conheceu, sendo os seus fados dos mais cantados actualmente, por quase aqueles que interpretam o Fado!

Fonte de informação:

 

“Histórias do Fado – A Capital" e investigação G-Sat.

 

O violista Armando Machado nasceu em Lisboa, em 1899, cidade onde veio a falecer em 1974.

Começou a tocar viola nos solares e nas festas em Lisboa e arredores.
Em 1924 profissionaliza-se, tendo tocado praticamente em todos os recintos onde houvesse Fado, da época.
Em 1937 fundou a Adega Machado no Bairro Alto, que foi a segunda casa do género no bairro, mas a primeira a dar espectáculos diários.
Foi autor de vários temas musicais para Fado, tais como, Fado Súplica, Fado Cunha e Silva, Fado Licas, Fado Maria Rita, Fado Lourdes e o célebre Bolero Cigano da Fronteira.

Conheceu e casou-se com uma linda moça, Maria de Lourdes, de profissão enfermeira, natural de Lisboa, onde nasceu em 1915, na freguesia do Socorro, tendo falecido também em Lisboa em 1999.
Maria de Lourdes Machado e Armando Machado, tiveram 5 filhos, 4 rapazes e uma rapariga, o Armando José (Licas) que era afilhado do Gonçalves dono de "O Ginjal", a Maria Rita, era afilhada de Amália Rodrigues, o Filipe teve como padrinho Filipe Nogueira (pai) e o Carlos Manuel foi apadrinhado por Adelina Ramos e seu marido, o António Tomaz Machado, (o Tricas para a família e amigos) era afilhado do artista plástico Tomaz de Melo (TOM) e também de Amália.

Maria de Lourdes Machado abandona a sua carreira de enfermeira para cuidar dos filhos e fica também, ao lado do marido na gerência da Adega Machado, tendo começado a cantar Fado, logo com grande sucesso, pois tinha uma bonita voz, presença e cantava muito bem.
Quando o seu filho mais velho o Armando José (apelidado carinhosamente como Licas), foi mobilizado para o Ultramar, Maria de Lourdes pede a João Linhares Barbosa, que lhe escreva um poema que exprima a sua dor de mãe, que teve o título de (Fé e Coragem Meu Filho). O pai Armando Machado faz a música já referida, Fado Licas.
(...)

 

 

Fonte de informação:

http://www.portaldofado.net/content/view/2876/327/

Última actualização:  Junho/2012

Outras versões do mesmo Fado

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00:00 / 03:38

Intérprete: Gonçalo Salgueiro

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Pequena biografia do intérprete:

                                                                                                                                       Vicente da Câmara
Dom Vicente Maria do Carmo de Noronha da Câmara nasceu em Lisboa, no Alto

de Santa Catarina, no dia 7 de Maio de 1928. Descende de uma antiga família

cujas raízes remontam a João Gonçalves Zarco.

Filho de Maria Edite e João Luís da Câmara, jornalista e locutor na Emissora

Nacional, começou a interessar-se pelo Fado ouvindo os discos de João do

Carmo de Noronha, seu tio avô, e assistindo aos ensaios de sua tia, Maria Teresa

de Noronha.

Vicente da Câmara começou a “puxar para a fadistice” e, com 15 anos, já

interpretava o fado como amador, frequentando com os amigos, espaços como

a Adega Mesquita, a Adega Machado ou a Adega da Lucília. Nesta altura aprende

também a tocar guitarra. Apesar de presença habitual nestes espaços, o fadista nunca integrou

nenhum elenco fixo das casas de fado.

Incentivado pela tia e por Henrique Trigueiro participa num concurso da Emissora Nacional, nesse

ano a vencedora é Júlia Barroso, mas no ano seguinte Vicente da Câmara ganha o 1º prémio. A partir dessa data, 1948, actuou num grande número de programas daquela estação, como os “Serões para Trabalhadores”, programas de estúdio e sobretudo no programa que a sua tia, Maria Teresa de Noronha, manteve naquela emissora até 1962.

Por essa altura, em 1950, e em vésperas da sua partida para Luanda (Angola), onde permanecerá

2 anos, assina o seu primeiro contrato discográfico, com a Valentim de Carvalho, e grava o seu

primeiro disco, lançando os temas: "Fado das Caldas" e "Varina".

A 23 de Abril de 1955 casa-se com D. Maria Augusta de Mello Novais e Atayde, com quem terá 6

filhos. O mais novo, José da Câmara, segue as pisadas do pai, chegando os dois a pisar o mesmo palco e a gravar juntos, como acontece no CD “Tradição” (EMI, 1993), onde se juntam a Nuno da Câmara Pereira numa homenagem a Maria Teresa de Noronha.

Vicente da Câmara passa a ser contratado da editora Custódio Cardoso Pereira em 1961. É neste

período que escreve "A Moda das Tranças Pretas", hoje reconhecidamente o seu maior. Em 1967

celebra um contrato com a Rádio Triunfo, onde grava temas como "Guitarra Soluçante", “O Fado

Antigo é Meu Amigo” e "Há Saudades Toda a Vida".

No cinema participou na "Última Pega" (1964), filme realizado por Constantino Esteves, com Leónia Mendes e Fernando Farinha. Vicente da Câmara protagoniza uma desgarrada com Fernando Farinha.

Só voltará ao cinema em 2007, mas as suas participações em programas de televisão serão uma constante ao longo de toda a carreira.

Após o 25 de Abril o fado passa por um conhecido período de menor popularidade que se reflecte

para o fadista numa quase total ausência de espectáculos. Vicente da Câmara mantém a sua

actividade profissional, durante 19 anos, como inspector da CIDLA, pelo que a sua dedicação ao fado como profissional, com uma actividade bastante intensa, a nível nacional e internacional, atinge o

auge na década de 80.

Desde então tem realizado espectáculos na Alemanha, Luxemburgo, França, Espanha, Holanda,

Canadá, África do Sul, Macau, Hong Kong, Seul, Coreia, Malásia, Brasil, Moçambique e Angola.

Em 1989, por ocasião dos seus 40 Anos de Carreira Artística, os amigos organizam uma Festa de Homenagem, no Cinema Tivoli, onde ele próprio actuou e, como confidência "jamais esquecerá".

No dia 25 de Setembro, na inauguração do Museu do Fado (do qual é um dos membros do Conselho Consultivo), abriu o espectáculo realizado no Largo Chafariz de Dentro, gravado pela RTPi.

Poeta e intérprete do fado, acompanhando-se à guitarra, D. Vicente continua a manter a tradição do fidalgo fadista, imprimindo às suas interpretações um cunho muito particular, destacando-se uma característica única, o timbre e musicalidade da sua voz, numa sempre clara articulação dos poemas.

O seu registo discográfico mais recente, “O rio que nos viu nascer”, foi editado pela Ovação em 2006.

O mercado acolhe também algumas reedições das suas gravações em formato CD, de que

salientamos as colectâneas do seu trabalho nas colecções “O Melhor dos Melhores” (Movieplay, 1994) e “Biografia do Fado” (EMI, 2004).

Em 2007 regressa ao cinema, no filme de Carlos Saura, "Fados", protagonizando um excerto dedicado

às Casas de Fados, onde se junta a Maria da Nazaré, Ana Sofia Varela, Carminho, Ricardo Ribeiro e Pedro Moutinho para recriar o ambiente das interpretações.

Em 2009, Vicente da Câmara festeja os seus 60 anos de carreira artística. O Teatro Tivoli é novamente o palco de comemoração da efeméride com um espectáculo onde, para além do próprio actuaram

José da Câmara, Maria João Quadros, Teresa Siqueira e António Pinto Basto, entre outros. Ainda

neste ano a Fundação Amália Rodrigues distinguiu-o com o “Prémio Carreira”.

​Fontes de informação:

Baptista-Bastos (1999), "Fado Falado", Col. "Um Século de Fado", Lisboa, Ediclube.
Museu do Fado - Entrevista realizada em 17 de Novembro/2006.

Última actualização: Abril/2009

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