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Fado Tango

Eterna Amizade
Letra:               Linhares Barbosa

Música:            Joaquim Campos
Intérprete:         Fernando Farinha

 


P'las mãos de minha mãezinha
Andei nos tempos de então;

Hoje, como está velhinha
É ela que anda p´la minha
Faço a minha obrigação (bis)

 

Quase que perdeu o tino
Pobre mãe, como mudou

Que coisas há no destino
Eu agora é que lhe ensino
Tudo o que ela me ensinou (bis)

 

Toda a radiosa alegria
Na sua alma é defunta

Ela que tudo sabia 
E que tudo me dizia
Hoje tudo me pergunta (bis)

 

Agora só peço a Deus
Que neste mundo d'escolhos

Quando ela for para os céus
Seja eu quem feche os olhos
Àquela que abriu os meus (bis)

Intérprete:      Fernando Farinha

Título:            Eterna Amizade

 

Autor da Letra:         Linhares Barbosa
Autor da Música:     Joaquim Campos

Guitarra Portuguesa:    António Chainho e

                                     António Parreira

Viola de Fado:              José Maria Nóbrega

Viola-baixo:                   Raúl Silva 

   

 

Data da 1ª edição:  1960

Editora: "Rádio Triunfo"

Ref. Alvorada MEP 60.129​​​

Outras versões do mesmo Fado

Cansaço
00:00 / 04:26

Intérprete: Amália Rodrigues

Letra: Luís Macedo

Esquina de Rua
00:00 / 03:10

Intérprete: Ada de Castro

Letra: João Fezas Vital

Esquina de Rua
00:00 / 03:52

Intérprete: Camané

Letra: João Fezas Vital

Fado Tango
00:00 / 00:00
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Fado Tango


Composto pelo cantador Joaquim Campos da Silva (1911 - 1981)

Composto pelo cantador Joaquim Campos da Silva, compositor de alguns dos mais importantes e bonitos Fados do repertório dos Chamados Fados Tradicionais (Fado Amora, Fado Puxavante, Fado Rosita, Fado Vitória, etc). Diz-se que este Fado se cantava em ritmo de Tango. Tenho alguma dificuldade em acreditar nesta história, mesmo sabendo que, nessa época, o Tango fazia algum furor em Lisboa. Amália chamava-lhe Fado Cansaço. Achava mais bonito do que Fado Tango. O poema que Amália cantava nesta música é do poeta Luís Macedo:

Por trás do espelho quem está

De olhos fixados nos meus

Alguém que passou por cá

E seguiu ao Deus-dará

Deixando os olhos nos meus

Aliás, diga-se em abono da verdade, Amália cantava mais do que um poema nesta mesma música.


                                                                                                       

             

                                                                                                               

Pequena biografia do autor:                                                                

                                                                                                                               Joaquim Campos da Silva

Joaquim Campos da Silva, nasceu em Lisboa, na Fonte Santa, em 1911, tendo

falecido em Mem Martins ( Sintra ), em 1981.

Era filho de Joaquim Maria da Silva e de Maria Campos
Aos 16 anos, empregou-se na Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses

- CP, como escriturário, lugar em que permaneceu até à reforma, sem todavia

deixar de cantar o Fado, que foi a grande paixão da sua vida.
Ainda criança, passou a viver em Alfama, onde se iniciou a cantar o Fado.
Foi, no entanto, em Setúbal, que se apresentou em público pela primeira vez, em

1923, com 12 anos de idade, cantando uma letra que adquirira num quiosque do

Rossio, onde se vendiam folhetos com cantigas de poetas populares.
Participou em inúmeras festas de caridade, andou por retiros e esperas de toiros e,

com Alberto Costa, foi um dos fundadores, em 1923, do Grémio Artístico Amigos do Fado, apologista de uma dignificação do Fado, pela sua interpretação em salões, em detrimento dos tradicionais retiros e tabernas.
 

Joaquim Campos fez a sua estreia na “Cervejaria Boémia” no ano de 1927.Também em 1927 a “Guitarra de  Portugal” noticiava: “Cantou numa festa humanitária realizada a 27 de Setembro de 1927 (Domingo) no recinto da verbena do Orfanato Ferroviário da CP, em favor de "um pobre proletário a quem as vicissitudes da vida atiraram para a desgraça deixando sem amparo uma numerosa prole".Em Dezembro de 1933 vivia com a cantadeira Rosa Maria.Participou numa audição de fados no Forte de Monsanto, no dia de Outubro de 1934, «1ª festa que da grande série que este jornal está empenhado em realizar em estabelecimentos prisionais e hospitalares»,conjuntamente com Maria Cármen, Rosa Maria, Júlio Proença, Joaquim Seabra, Júlio Correia e António Sobral (cf. Guitarra de Portugal de 14 de Novembro de 1934)

Em 1937, é exaltado como a melhor voz dos últimos 20 anos, juntando ainda o facto de dizer primorosamente os versos que interpretava, impregnando-os de sentimento: - Chamaram-lhe o Bruxo do Fado, devido à sua marcante personalidade e estilo pessoal, aliada a um fino sentido musical a que não terá sido alheio o convívio em jovem com Luís Carlos da Silva ( Petrolino ); por isso foi, considerado por muitos, o maior cantador da sua geração.
Joaquim Campos tomou parte da festa de homenagem aos tocadores Júlio Correia (guitarra) e António 
Sobral (viola) no dia 4 de Novembro de 1934 levada a cabo por um grupo de sócios do Grémio Recreativo-Amadores do Fado. (cf. “Guitarra de Portugal” de 14 de Novembro de 1934).Foi também possível vê-lo cantar em festas de beneficência, em retiros e esperas de touros. Participou,juntamente com Maria do Carmo, Alberto Costa, Júlio Proença e Raul Seia, numa digressão por todo o Algarve, com grande êxito. A sua projecção e sucesso levam-no ao Coliseu dos Recreios, ao Éden-Teatro,Maria Vitória, Apolo e aos ambientes da época: “Solar da Alegria”, “Retiro da Severa”, no “Café Luso” e“Café Mondego”.Considerado na época como uma das melhores vozes de fado, Joaquim Campos foi também compositor,com registo para os seguintes temas: “Fado Vitória”, “Fado Tango”, “Fado Rosita”, entre outros.É de sua autoria a música do fado Povo que Lavas no Rio, com letra de Pedro Homem de Mello, celebrizado por Amália Rodrigues.

 

Actuou no Coliseu dos Recreios, Teatros Éden, Maria Vitória e Apolo, Solar da Alegria, Retiro da Severa e nos Cafés Luso e Mondego.
Efectuou diversas digressões, das quais se destacou aquela, em que na companhia de Maria do Carmo, Alberto Costa, Júlio Proença e Raul Seia, percorreu todo o Algarve.
São de sua autoria, temas essenciais do reportório de Fado clássico, ainda hoje profusamente utilizado, como são o caso dos Fados Vitória, Tango, Rosita, Estela, Castanheira, Amora, Olivais, Simples, Amadores, Camélia e Contraste, entre outros.
As suas composições, celebrizaram os versos de alguns poetas populares com os quais trabalhou mais de perto, tais como Fernando Teles, Manuel Soares, João Linhares Barbosa e Gabriel de Oliveira.
Da sua obra discográfica, assumem especial interesse as desgarradas com Ercília Costa e Júlio Proença.
Foi companheiro da cantadeira Rosa Maria, até à morte prematura desta.

 ​Faleceu em 1981.

 


Selecção de fontes de informação:

“Guitarra de Portugal”, 24 de Setembro de 1927;
“Guitarra de Portugal” de 22 de Dezembro de 1933;
“Guitarra de Portugal” de 14 de Novembro de 1934;
Machado, A. Victor (1937) “Ídolos do Fado”, Lisboa, Tipografia Gonçalves.


Última actualização: Maio/2008

Não Chames Pela Saudade
00:00 / 03:44

Intérprete: Conceição Ribeiro

Letra: Joaquim Pimentel

Não Chames Pela Saudade
00:00 / 03:59

Intérprete: Patrícia Costa

Letra: Joaquim Pimentel

Folhas Caídas
00:00 / 03:59

Guitarra:   Ângelo Freire

Viola:        Flávio César Cardoso

Baixo:       Paulo Paz

Intérprete: Lina (Carolina)

Letra: António de Bragança

Teia de Enganos
00:00 / 03:13

Guitarras:   Pedro de Castro e Gaspar Varela

Viola:        André Ramos

Baixo:       Francisco Gaspar

Intérprete: Ricardo Ribeiro

Letra: ?

Desdenhar São Sempre Manhas
00:00 / 03:26

Trio de Guitarras de Jorge Fontes

Intérprete: Tristão da Silva

Letra: Noel de Arriaga

Amei-te Tanto e Perdi-te
00:00 / 03:54

Intérprete: José Júlio de Morais

Letra: João de Freitas

Conjunto de Guitarras de Raúl Nery

Guitarras: Raúl Nery e José Fontes Rocha

Viola:        Júlio Gomes

Baixo:       Joel Pina

A Minha Cruz
00:00 / 02:49

Intérprete: Maria Valejo

Letra: Clemente Pereira

"Obrigado meu Pai" com letra de Nanda Martins (Mãe de Sérgio Nunes) e música de Joaquim Campos, e a quinta faixa do album "Ah Fadista!" editado pela Lusosom em 1998. Sérgio Nunes dedicou este fado ao seu Pai Carlos Nunes.

Obrigado Meu Pai
00:00 / 05:04

Intérprete: Sérgio Nunes

Letra: Nanda Martins

Meu Amor Sem Direcção
00:00 / 03:55

Intérprete: Pedro Moutinho

Letra: Vasco de Lima Couto

Fado Tango
00:00 / 02:59

Intérprete: Ercília Costa

Letra: Fernando Teles

Esta gravação data de 1930, foi efectuada em Madrid, Espanha, e pertence à Face B do disco de 78 R.P.M. editado pela marca "Odeon", etiqueta da Casa Cardoso, matriz de disco “A 187 275”, matriz de fonograma “Og 824”, em que a cantadeira Ercília Costa, acompanhada à guitarra por João Fernandes, e à viola por Georgino de Sousa, interpreta dois números do seu reportório, que são o “Fado Tango” que aqui escutamos, e o célebre “Fado Lisboa”.

 

Este é o "Fado Tango", modelo musical do fado bem célebre da carreira de Ercília Costa, da autoria de Joaquim Campos, com versos de Fernando Telles. Foi um dos mais badalados números da Santa do Fado, e um dos mais emitidos na rádio portuguesa da década de 1930, e foi tal o sucesso, que mais tarde, os fadistas mais diversos começaram a cantar este fado tradicional de Joaquim Campos com mais letras de toda a espécie e feitio, como foi o caso de "Cansaço" de Amália Rodrigues.

 

Hoje, o "Fado Tango" de Joaquim Campos é uma das composições fadistas que se assemelha à música clássica, ou seja, todo e qualquer fadista que se preze, tem de saber este fado de cor e salteado, seja qual for a letra. Reeditado em várias compilações dedicadas à Santa do Fado, a mais recente reedição foi efectuada no CD “Ercília Costa – A Santa do Fado”, editada pela “Tradisom” em conjunto com a Universidade de Aveiro.

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