top of page
Fado Vitória

O Rouxinol do Choupal
Letra:               Fernando Telles
Música:            Joaquim Campos
Intérprete:        Manuel de Almeida
 

 

 

Ainda o Sol não mostra o dia
Já nos troncos do Choupal
Da linda estrada aldeã   (bis)

O rouxinol desafia
A toutinegra real
Que espera a luz da manhã

 



Quando à linda luz do Sol
Ouço o meu amor cantar
Com sua voz feiticeira   (bis)

Julgo ouvir um rouxinol
Numa noite de luar
Junto à fonte, ou na ribeira

 



Quem me dera possuir
A voz que o rouxinol tem
Sem ter outra que o afronte   (bis)
Havia de conseguir
Entreter-me com o meu bem
Na ribeira, ou junto à fonte   (bis)

Intérprete:      Manuel de Almeida

Título:           O Rouxinol do Choupal

 

Autor da Letra:       Fernando Telles
Autor da Música:    Joaquim Campos

Guitarra Portuguesa:    António Parreira e

                                     Paulo Parreira

Viola de Fado:              Guilherme

Viola-baixo:                   Filu

Acordeão:                     Renato Júnior

Arranjos e direcção:     Rão Kyao

   

 

Data da 1ª edição:  1995

Editora: "Rádio Triunfo"

Ref. Alvorada EP S 60 1640

​​​

Outras versões do mesmo Fado

Igreja de Santo Estevão
00:00 / 03:44

Intérprete: Fernando Maurício

Letra: Gabriel de Oliveira

A Candeia
00:00 / 04:34

Intérprete: Raquel Tavares

Letra: Frederico de Brito

Fado da Verdade
00:00 / 04:47

Intérprete: Maria Teresa de Noronha

Letra: D.António de Bragança

Fado Vitória
00:00 / 00:00
Edited Image 2013-3-23-0:59:22
Joaquim+Campos2.jpg

Fado Vitória

Composto pelo cantador Joaquim Campos (1911 - 1981)

Composto por Joaquim Campos, atribui-se esta designação a este Fado pelo facto de ter sido, ao que se diz, composto durante uma sessão fadista realizada no "Vitória Futebol Clube", em Setúbal. Também é possível que esta designação esteja relacionada com a cantadeira Ermelinda Vitória, nascida na Mouraria em 1892, que foi uma das primeiras fadistas a tornar-se profissional. Outra versão, menos credível, apontaria para uma coincidência entre o dia da "Vitória doa Aliados" e o dia da eventual composição deste Fado. Ainda outra versão aponta a "Adega da Vitória", lugar onde se cantava o Fado, ali para os lados do Lumiar. Esta Taberna ou, se preferirem, esta Adega era muito frequentada por Joaquim Campos que, com Miguel Silva e Júlio Proença, ali se encontrava regularmente.

Esta história foi contada pelo próprio Miguel Silva, que ainda hoje tem mais de 80 anos e uma memória e uma lucidez de fazer inveja a muita gente.


                           

                                                                                         

                                                                                                                             

Pequena biografia do autor:                                                                

                                                                                                                               Joaquim Campos da Silva

Joaquim Campos da Silva, nasceu em Lisboa, na Fonte Santa, em 1911, tendo

falecido em Mem Martins ( Sintra ), em 1981.

Era filho de Joaquim Maria da Silva e de Maria Campos
Aos 16 anos, empregou-se na Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses

- CP, como escriturário, lugar em que permaneceu até à reforma, sem todavia

deixar de cantar o Fado, que foi a grande paixão da sua vida.
Ainda criança, passou a viver em Alfama, onde se iniciou a cantar o Fado.
Foi, no entanto, em Setúbal, que se apresentou em público pela primeira vez, em

1923, com 12 anos de idade, cantando uma letra que adquirira num quiosque do

Rossio, onde se vendiam folhetos com cantigas de poetas populares.
Participou em inúmeras festas de caridade, andou por retiros e esperas de toiros e,

com Alberto Costa, foi um dos fundadores, em 1923, do Grémio Artístico Amigos do Fado, apologista de uma dignificação do Fado, pela sua interpretação em salões, em detrimento dos tradicionais retiros e tabernas.
 

Joaquim Campos fez a sua estreia na “Cervejaria Boémia” no ano de 1927.Também em 1927 a “Guitarra de  Portugal” noticiava: “Cantou numa festa humanitária realizada a 27 de Setembro de 1927 (Domingo) no recinto da verbena do Orfanato Ferroviário da CP, em favor de "um pobre proletário a quem as vicissitudes da vida atiraram para a desgraça deixando sem amparo uma numerosa prole".Em Dezembro de 1933 vivia com a cantadeira Rosa Maria.Participou numa audição de fados no Forte de Monsanto, no dia de Outubro de 1934, «1ª festa que da grande série que este jornal está empenhado em realizar em estabelecimentos prisionais e hospitalares»,conjuntamente com Maria Cármen, Rosa Maria, Júlio Proença, Joaquim Seabra, Júlio Correia e António Sobral (cf. Guitarra de Portugal de 14 de Novembro de 1934).

Em 1937, é exaltado como a melhor voz dos últimos 20 anos, juntando ainda o facto de dizer primorosamente os versos que interpretava, impregnando-os de sentimento: - Chamaram-lhe o Bruxo do Fado, devido à sua marcante personalidade e estilo pessoal, aliada a um fino sentido musical a que não terá sido alheio o convívio em jovem com Luís Carlos da Silva ( Petrolino ); por isso foi, considerado por muitos, o maior cantador da sua geração.
Joaquim Campos tomou parte da festa de homenagem aos tocadores Júlio Correia (guitarra) e António 
Sobral (viola) no dia 4 de Novembro de 1934 levada a cabo por um grupo de sócios do Grémio Recreativo-Amadores do Fado. (cf. “Guitarra de Portugal” de 14 de Novembro de 1934).Foi também possível vê-lo cantar em festas de beneficência, em retiros e esperas de touros. Participou,juntamente com Maria do Carmo, Alberto Costa, Júlio Proença e Raul Seia, numa digressão por todo o Algarve, com grande êxito. A sua projecção e sucesso levam-no ao Coliseu dos Recreios, ao Éden-Teatro,Maria Vitória, Apolo e aos ambientes da época: “Solar da Alegria”, “Retiro da Severa”, no “Café Luso” e“Café Mondego”.Considerado na época como uma das melhores vozes de fado, Joaquim Campos foi também compositor,com registo para os seguintes temas: “Fado Vitória”, “Fado Tango”, “Fado Rosita”, entre outros.É de sua autoria a música do fado Povo que Lavas no Rio, com letra de Pedro Homem de Mello, celebrizado por Amália Rodrigues.

 

Actuou no Coliseu dos Recreios, Teatros Éden, Maria Vitória e Apolo, Solar da Alegria, Retiro da Severa e nos Cafés Luso e Mondego.
Efectuou diversas digressões, das quais se destacou aquela, em que na companhia de Maria do Carmo, Alberto Costa, Júlio Proença e Raul Seia, percorreu todo o Algarve.
São de sua autoria, temas essenciais do reportório de Fado clássico, ainda hoje profusamente utilizado, como são o caso dos Fados Vitória, Tango, Rosita, Estela, Castanheira, Amora, Olivais, Simples, Amadores, Camélia e Contraste, entre outros.
As suas composições, celebrizaram os versos de alguns poetas populares com os quais trabalhou mais de perto, tais como Fernando Teles, Manuel Soares, João Linhares Barbosa e Gabriel de Oliveira.
Da sua obra discográfica, assumem especial interesse as desgarradas com Ercília Costa e Júlio Proença.
Foi companheiro da cantadeira Rosa Maria, até à morte prematura desta.

 ​Faleceu em 1981.

 


Selecção de fontes de informação:

“Guitarra de Portugal”, 24 de Setembro de 1927;
“Guitarra de Portugal” de 22 de Dezembro de 1933;
“Guitarra de Portugal” de 14 de Novembro de 1934;
Machado, A. Victor (1937) “Ídolos do Fado”, Lisboa, Tipografia Gonçalves.


Última actualização: Maio/2008

Fado Victória
00:00 / 04:59

Intérprete: Joaquim Campos

Letra: Fernando Teles-Álvaro Leal-Henrique Rêgo

Meu Peito Rasgado a Fogo
00:00 / 04:13

Esta gravação data de 1930, foi efectuada em Madrid, Espanha, e pertence à Face A do disco de 78 R.P.M. editado pela marca “Odeon” com a matriz “A 187 206”, em que o fadista Joaquim Campos, acompanhado por João Fernandes na Guitarra Portuguesa, e por Georgino de Sousa na Guitarra Clássica, interpreta dois fados de sua autoria, que são “Fado Victória” e “Estações de Vida”. Esta foi a 1ª gravação oficial autência e definitiva do seu célebre “Fado Victória”, retirado do exemplar residente do Arquivo Sonoro Digital do Museu do Fado, e cantado pelo próprio com poesia da parceria “T.L.R.”, uma parceria de escrita desenvolvida por Fernando Teles, Álvaro Leal e Henrique Rêgo, numa das suas mais notáveis interpretações, muito bem acolhida nos meios fadistas e nas rádios portuguesas da época.

Intérprete: Marina Rosa

Letra: Maria Lourdes de Carvalho

Povo Que Lavas No Rio
00:00 / 05:04

Intérprete: Amália Rodrigues

Letra: Pedro Homem de Melo

A Candeia
00:00 / 05:29

Intérprete: Fernanda Maria

Letra: Frederico de Brito

Sombras da Noite Escura
00:00 / 02:53

Intérprete: Maria Alice

Letra: Frederico de Brito

Esta gravação data de 1929 e pertence à Face A do disco de 78 R.P.M. editado pela "Brunswick", etiqueta "Valentim de Carvalho", matriz “AP 9126”, em que a cantadeira vedeta da rádio Maria Alice, acompanhada à guitarra e à viola, interpreta dois números musicais do seu reportório, que são "O Louco (Sombras da Noite Escura)" e "Fado Alexandrino (O Nascimento do Fado)".

 

Este é o “Fado Victória” de Joaquim Campos, cantado por Maria Alice com a poesia “Sombras da Noite Escura” de Joaquim Frederico de Brito, mencionado no disco como “O Louco”, e também como sendo o autor total da obra toda, fruto da omissão da autoria musical pela “Valentim de Carvalho”.

 

Este fado fala da história de um pobre tolinho que, caminhando pela rua, vai cantando de olhos pregados no chão, que enlouqueceu por causa de uma mulher que lhe renegou o seu amor, e cuja paixão lhe devora a alma.

 

Trata-se de uma composição do estilo de "fado da desgraçadinha", que foi um dos maiores sucessos de Maria Alice em pleno ano do crás financeiro que destruiu a vida financeira do Brasil e dos Estados Unidos da América.

 

Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística, Portugal somente escapou graças às habilidades e maquinações financeiras de “Sua Excelência” o Sr. Ministro das Finanças, sr. dr. Oliveira Salazar, que fez uma política de total corte de despesas, política que atingiu pobres e ricos, e ajudou Portugal a fortalecer o Escudo, segundo os factos apresentados na História. Contribuiu para tal, e muito também, a ajuda da Lei do Padrão Ouro, lei que regia os valores das moedas mundiais pelo valor das onças de ouro, e que foi abolida em 1973 pelo Presidente dos Estados Unidos da América, o Richard Nixon. Esta gravação foi retirada do disco "Maria Alice - A Voz do Povo", da colecção "Arquivos do Fado", editada em 2007 e em 2013 pela "Tradisom", onde estão algumas das 1ªs gravações de Maria Alice.

guitarra.jpg
guitarra.jpg

Todos os Fados do Site

Todos os Fados do Site

Início

Início

bottom of page