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Fado Zirita

O Trabalhador Falhado
Letra:            José Fernandes Castro
Música:         Álvaro Martins
Intérprete:     Zé Carvalho

 

 

 

A provar minha eficácia
Eu já tive bons empregos;
Mordomo da dona Engrácia
Empregado de farmácia
Sempre andei como os morcegos


 


Fui chauffer particular

Dum tipo muito importante
Mas fui logo posto a andar
Pois sempre que ia a guiar

Dava-me o sono, ao volante


 


Fui gerente, certo dia

Do antigo Salão Machado
O negócio não rendia
Pois de manhã não abria

E de tarde estava fechado


 


No futebol, tive azar

E perdi boas propostas
A bola vinha p'lo ar
No peito a quis parar

Ela pirou-se p'las costas


P'ra controlador, hei-de ir

Profissão melhor, não há
De manhã, fico a dormir
De tarde vou conferir

A produção da manhã

alvaro martins.jpg

Pequena biografia do autor:         

                                                                                                                                          Álvaro Martins

                                                                                                  

Filho de Joaquim Martins dos Santos, barbeiro, e de Alzira Rosa Martins, foi

na barbearia do seu pai e localizada no centro do Padrão da Légua, que Álvaro

Martins começou a tocar aos 5 anos de idade. Nessa época, nas barbearias era

frequente haver uma guitarra portuguesa e uma viola para os clientes e/ou os

barbeiros tocarem.

Entretanto, Álvaro Martins começou a tocar em outros estabelecimentos e

acompanhar João Gago, tio de 2º grau de Ângelo Jorge, um dos violas que

o mais acompanhou.

E aos 12 anos de idade, Álvaro Martins tocou pela primeira na vez na antiga

Emissora Nacional.

Nos anos 40 do século passado, José Maria Nóbrega, actualmente um dos grandes violas de Fado, estabeleceu-se no Padrão da Légua como alfaiate. Nesta zona do concelho de Matosinhos, José Maria Nóbrega conheceu Álvaro Martins, que o lançou no Fado. Durante cerca de dez anos, ambos tocaram no Tamariz, casa de fados no Porto. No Tamariz, passaram todos os grandes nomes do Fado da época, havendo um forte intercâmbio entre fadistas de Lisboa e Porto. Quando Moniz Trindade ouviu os dois no Tamariz, convidou a dupla para actuar em Lisboa, durante um mês, no Café Pam-Pam, uma casa de fados que ia abrir perto da Praça do Chile. É assim que, em 1957, José Maria Nóbrega e Álvaro Martins chegam à capital para actuarem cerca de um mês. Findo o contrato, ambos os músicos regressam ao Porto. Para além da excelente relação profissional que eles tiveram, Álvaro Martins foi padrinho da filha de José Maria Nóbrega.

No final da década de 1950, em 1959, a sua música “Noite” foi incluída no disco "Amália Rodrigues" da Amália Rodrigues e acompanhou Fernando Farinha no Coliseu do Porto no dia 25 de Outubro.

Em 1965, Álvaro Martins conheceu o poeta Torre da Guia no restaurante típico A Candeia.

Torre da Guia como poeta e Álvaro Martins como compositor tornaram-se na dupla criadora de grandes Fados como "Pão de Gestos", que se tornou um sucesso popular nos anos 80 do século passado na voz de Beatriz da Conceição e Rodrigo, ou "Olhai a Noite", que é cantado por centenas de fadistas (por exemplo, Tony de Matos, Fernando Maurício, Fernando Gomes, Fernando João, António Calvário, etc.).

Durante a sua carreira, Álvaro Martins fez muitas digressões nas comunidades de emigrantes portugueses e não só como acompanhador de Fados mas também como solista. Estados Unidos da AméricaBrasilFrança ou Moçambique são alguns dos países.

Entre as muitas casas de fado em que atou, destaca-se A Candeia, Arcadas Dom Vaz, Lisboa à Noite, O Requinte e Tamariz.

Entre os muitos violas de Fado, que formaram dupla com Álvaro Martins, destacam-se José Maria Nóbrega, José Maria de Carvalho, Mário Lopes, Manuel Carvalho e Ângelo Jorge.

E entre os fadistas, que foram acompanhados à guitarra portuguesa por Álvaro Martins, destacam-se Amália RodriguesFernando FarinhaFernando MaurícioTristão da Silva, entre outros grandes fadistas.

Álvaro Martins faleceu a 8 de Novembro de 2003 com 85 anos de idade no Padrão da Légua, a sua terra natal.

Com o passar do tempo, a sua obra, que é composta por mais de 100 trabalhos editados, ganha cada vez mais importância. Actualmente, é alcunhado como Mestre.

Em 2015, André Almeida Rodrigues, familiar de Álvaro Martins, produziu e realizou "O Barbeiro Guitarrista", um pequeno documentário sobre este artista no âmbito do Mestrado Som e Imagem da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa. Este filme, que se encontra disponível no Youtube, conta com os depoimentos de Ângelo Jorge (viola de fado), Armindo Álvaro (filho de Álvaro Martins), Fernando João (fadista), Humberto Teixeira (empresário de fado), Rodrigo (fadista) e Torre da Guia (poeta e letrista), ganhou o Prémio Latino de Melhor Curta Metragem Portuguesa (Fundación Mundo Ciudad, 2016, Espanha), Menção Honrosa no FARCUME (Faro, 2016), foi nomeado ao Sophia Estudante (Academia Portuguesa de Cinema) e exibido em 19 países.

  • Álvaro Martins dizia que era barbeiro de profissão e guitarrista de paixão;

Até a sua morte, em Novembro de 2003, Álvaro Martins acompanhou os grandes nomes do fado da sua época e deixou mais de 100 trabalhos editados.

 

Selecção de fontes de informação:          

 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Álvaro_Martins_dos_Santos

Pequena biografia do poeta:

                                                                                                                                             José Fernandes Castro

Começando pela música ligeira como artista de variedades, foi pela mão do

guitarrista Acácio Gomes que teve o seu primeiro contacto com o fado.

 

A partir daí as suas deambulações pelos recantos fadistas tornaram-se um ritual

de fim de semana.

Decorria o ano de 1980, quando, pela mão do consagrado poeta António Torre da

Guia fez a sua estreia nas casas de fado, passando a integrar o elenco privativo da

extinta Cave do Fado.
Do elenco faziam parte as fadistas Adelaide Madrugada, Alma Rosa, América Rosa e os músicos Álvaro Martins “guitarra” e Ângelo Jorge “viola”.

Em 1982, a convite do empresário Joaquim Martins, é convidado para integrar o elenco da Casa da Mariquinhas juntando-se às vozes de Aurora Pinto, Almerinda Azevedo e Tony Quim, tendo como músicos o guitarrista Carlos Moreira e o violista João Cruz. Entretanto, deixa as casa de fado para trás e e entra como vendedor na Credilello onde se manteve durante 11 anos sem nunca abdicar do fado, passando a realizar espectáculos nos mais diversos recantos fadistas.

De quando em vez voltaria às casa de fado, registando passagens pela Cave do Fado, Solar das Caves, Candeia, Cozinha Real do Fado, Cantinho da Teresinha, Mal Cozinhado, etc...

Entre 1987 e 1993, ao serviço da Credilello faz várias deslocações ao estrangeiro aproveitando para acentuar a sua veia fadista, o que o levou a actuar nos seguintes locais:

USA – Para comemorar mais um aniversário do Clube Português de Ludlow, onde foi carinhosamente recebido, aproveitando para promover o seu trabalho discográfico com o título genérico “Paixão de Mel” tendo Eduardo Jorge e Ângelo Jorge como músicos.
Luxemburgo – Restaurante Arcadas com Leonor Santos, José Augusto, Pedro Simões e Américo Rezende
Bélgica - Restaurante O Barril” com Ana de Carvalho, José do Carmo, José Manuel Neto e António Proença
Suiça – Café Lisboa - com Fernando Figueiredo, Lina Santos, Virgílio Franco e Carlos Nogueira, entre outros

Aceitando o convite de José Pereira, quedou-se pelo Café Lisboa onde, juntamente com José Lopes “Zézito” e depois de criado o “Duo Cintilante” passou a fazer animação nocturna conciliando a musica ligeira com o Fado. Entretanto grava o seu 2° trabalho discográfico com o título genérico "Coração de Portugal" voltando a contar com Eduardo Jorge e Ângelo Jorge como músicos.

Em 1987 regressa a Portugal passando a conciliar o fado com diversas actividades profissionais, nomeadamente na área da publicidade ao serviço do jornalismo local. Publicou pontualmente alguns artigos nos jornais “O Portucalense” e "Gazeta Lusófona” na Suíça e também nos jornais “Notícias de Ermesinde” e “Voz de Rio Tinto”.

2003 é o ano de mudança radical para Genéve / Suíça encetando uma activade profissional na área da hotelaria, mas nunca abdicando da sua carreira enquanto cantor, passando a efectuar espectáculos para a comunidade portuguesa.

Em 2006 re-entra em estúdio para gravar o álbum “Setembro, jardim das palavras” que ainda não foi editado. Os músicos convidados para a gravação foram: Samuel Cabral “guitarra”, Ângelo Jorge “viola” e Hugo Carvalhais “contra-baixo”.

Sempre no sentido de servir o fado, criou um blogue de Letras de Fados que tem como objectivo homenagear autores, compositores, intérpretes, etc...

Realiza e apresenta o programa Bocas do Fado e da Poesia, todas as segundas-feiras das 20 ás 22h na Rádio Alma Lusa.

Fonte de informação:   

 

Portal do Fado - José Fernandes Castro

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