top of page
Fado CalĂșnia

​Quem o Fado Calunia

Letra:            AnĂ­bal NazarĂ©
MĂșsica:         RaĂșl FerrĂŁo
IntĂ©rprete:     AmĂĄlia Rodrigues
​



Quem o fado calunia, nĂŁo entende
O encanto das vielas de Lisboa
Ser fadista, nĂŁo se estuda nem se aprende
Nasce logo, quando nasce uma pessoa

​

 


E essa voz que ĂĄ gente fala e nos responde
Que nos vem nĂŁo sei de aonde
NĂŁo se compra nem se vende

​

 


O fado Ă© prazer e dĂŽr, amar, sofrer 
Com orgulho e altivez
Veio da ralé, viveu, cantou, sofreu e amou
P'ra ser portuguĂȘs

​

 


Um fadista, uma cantiga, uma guitarra
E a mulher que mais se ame, ao nosso lado
Uma bota afiambrada e uma samarra
E uma alma p'ra saber sentir o fado

​

 


E Ă© isto que Ă© preciso, meus senhores
P'ro fadinho ser cantado
Com todos os matadores

​

​

raul ferrao.jpg

Pequena biografia do autor:

                                                                                                             

                                                                                                                                          RaĂșl FerrĂŁo
Ninguém diria, mas o compositor de algumas das mais populares e conhecidas

cançÔes, fados e marchas de Lisboa era... militar de carreira!
Raul FerrĂŁo escreveu mĂșsica para mais de uma centena de peças de teatro e

revistas e ainda para alguns dos mais aclamados filmes portugueses.
A ele se devem ĂȘxitos como Cochicho, As CamĂ©lias, BurriĂ©, Velha Tendinha,

Rosa Enjeitada, Ribatejo, e ainda cançÔes para os filmes A Canção de Lisboa,

Maria  Papoila, A Aldeia da Roupa Branca e A Varanda dos RouxinĂłis; e

escreveu ainda mĂșsica para operetas como A InvasĂŁo, Ribatejo, NazarĂ©,

Colete Encarnado ou Senhora da Atalaia.
Em 1907, com 17 anos de idade, ingressou na carreira militar. Foi professor da

Escola de Guerra em 1917 e 1918, depois de ter cumprido comissÔes de serviço em África durante a I Guerra Mundial.
Ferrão, formado em engenharia química, começou a compor durante os anos vinte e chegou a ser
representante da antecessora da Sociedade Portuguesa de Autores, a Sociedade de Escritores e Compositores Teatrais, em congressos internacionais de direitos de autor.
Extraordinariamente produtivo como compositor (sĂł na dĂ©cada de quarenta escreveu mĂșsica para quase
quarenta revistas!), as suas criaçÔes atravessaram geraçÔes, e basta recordarmos duas das mais importantes: Lisboa Não Sejas Francesa, originalmente composta para a opereta A Invasão, e o eterno Coimbra, que, contudo, tem uma história curiosa.
De facto, a melodia de Coimbra existia desde 1939 sem que FerrĂŁo conseguisse que lha aceitassem numa peça. A canção foi ficando na gaveta atĂ© que, finalmente, apareceu em 1947 no filme Capas Negras, onde foi criada por Alberto Ribeiro, ironicamente, sem grande sucesso. SĂł trĂȘs anos mais tarde, quando AmĂĄlia a interpreta numa digressĂŁo internacional, a canção se tornaria popular em todo o mundo, ficando conhecida no estrangeiro como AvrĂ­l au Portugal ou AprĂ­l in Portugal... FerrĂŁo ainda assistiu ao triunfo desta "canção enjeitada" antes de falecer em 1953. O realizador e produtor televisivo Ruy FerrĂŁo, seu filho, encarregou-se de manter viva a sua memĂłria.

​

​

Fonte de informação:

 

http://www.portaldofado.net/content/view/2334/327/

​

​

Última actualização: Fevereiro/2011

​

​

​

Guitarra:   Domingos Camarinha

Viola:        Santos Moreira

Outras versÔes do mesmo Fado

Quem o Fado Calunia
00:00 / 02:26

Intérprete: António Mourão

Letra: Aníbal Nazaré

Quem O Fado Calunia
00:00 / 02:15

Intérprete: Vasco Rafael

Letra: Aníbal Nazaré

Pequena biografia da intérprete:

                                                                                                                                          AmĂĄlia Rodrigues

AmĂĄlia Rodrigues, de seu nome completo AmĂĄlia da Piedade RebordĂŁo Rodrigues,

nasceu em Lisboa por acaso, quando os seus pais, Lucinda da Piedade RebordĂŁo

e Albertino de Jesus Rodrigues, se encontravam de visita aos avĂłs maternos, na

Rua Martim Vaz, na freguesia da Pena.

No registo de nascimento consta a data de 23 de Julho de 1920, porém, dado

existirem algumas reservas quanto ao dia exato, a artista adotou o dia 1 de Julho

como data de aniversĂĄrio durante toda a sua vida. ApĂłs o seu nascimento e depois

de um curto perĂ­odo na capital Ă  procura de vida melhor, os pais regressaram ao

FundĂŁo deixando a filha, entĂŁo com catorze meses, ao cuidado dos avĂłs.

Quando tem seis anos os seus avĂłs mudam-se para o bairro de AlcĂąntara, onde

Amålia viverå até aos 19 anos, primeiro com os avós e depois com os pais. Abandona os estudos após completar a instrução primåria, por ser necessårio trabalhar e ajudar no sustento familiar.

 

Foi aprendiza de costureira, de bordadeira e operåria de uma fåbrica de chocolates e rebuçados. Mais tarde, com a sua irmã Celeste, vende fruta à percentagem pelas ruas do cais de Alcùntara. Desde muito cedo mostrou gosto por cantar e, em 1935, foi escolhida para cantar o "Fado Alcùntara" como solista, nos festejos dos Santos Populares, acompanhando a Marcha Popular do seu bairro. Em 1938 Amålia faz audiçÔes para o "Concurso da Primavera", onde cada bairro apresentava as suas concorrentes, disputando-se o prémio Rainha do Fado desse ano. Amålia não chega a participar, mas conhece, neste concurso, Francisco da Cruz, um guitarrista amador com quem, em 1940, se casa. Este casamento não dura muito tempo, embora o divórcio só se concretize em 1949. Voltarå a casar, em 1961, no Brasil, com o Engenheiro César Henrique de Seabra Rangel, com quem vive até ao falecimento deste em 1997.

 

Entretanto continua a cantar em festas e verbenas com o nome de AmĂĄlia RebordĂŁo. E, nesse mesmo ano, aparece pela primeira vez uma foto da fadista e uma crĂ­tica muito elogiosa na imprensa (cf. “Guitarra de Portugal”, 10 de Agosto de 1938). SĂł mais tarde adota o nome artĂ­stico de AmĂĄlia Rodrigues, por sugestĂŁo de Filipe Pinto, entĂŁo diretor artĂ­stico do Solar da Alegria. Por influĂȘncia de Santos Moreira presta provas no Retiro da Severa, e faz a sua estreia profissional em 1939. Neste local exibe-se durante 6 meses, passando depois para o Solar da Alegria e para o CafĂ© Mondego.

 

O seu sucesso Ă© tal que rapidamente se torna cabeça de cartaz e, graças Ă  intervenção de JosĂ© Melo, passa a cantar no CafĂ© Luso com um cachet que atinge valores nunca antes pagos a um fadista. Nesta altura AmĂĄlia jĂĄ nĂŁo canta diariamente, fazendo-o apenas 4 vezes por mĂȘs e recebendo por atuação. A partir de 1941 as suas atuaçÔes serĂŁo menos regulares, mas ainda assim uma constante na cidade de Lisboa atĂ© ao inĂ­cio dos anos 50. A sua presença regista-se na Cervejaria Luso e Esplanada Luso, em 1941; no Casablanca, PavilhĂŁo PortuguĂȘs e Retiro dos Marialvas, em 1942; no Casablanca, Retiro dos Marialvas e CafĂ© Latino, em 1943;

no CafĂ© Luso, em 1944, e de 1947 a 1950; no Casino Estoril, em 1949 e 1950, e no Comboio das Seis e Meia, um programa de variedades gravado no Teatro Politeama e depois transmitido pela rĂĄdio, em 1950. 26 AmĂĄlia Rodrigues realiza longas viagens de digressĂŁo em espetĂĄculo a partir do inĂ­cio da dĂ©cada de 1950, pelo que as suas apariçÔes em Portugal se limitam a alguns espetĂĄculos anuais, como a Grande Noite do Fado, o Natal dos Hospitais, o RĂ©veillon do Casino Estoril e outras festas e festivais, muitas de beneficĂȘncia.

 

Apenas em 19 de Abril de 1985 apresenta o seu primeiro concerto individual em Portugal, no Coliseu dos Recreios de Lisboa, o qual serĂĄ repetido no Coliseu do Porto a 26 de Abril do mesmo ano. A sua primeira saĂ­da do paĂ­s ocorre em 1943, para atuar numa festa do Embaixador portuguĂȘs em Madrid, Dr. Pedro TeotĂłnio Pereira. Faz-se acompanhar do cantador JĂșlio Proença e dos instrumentistas Armandinho e Santos Moreira. No ano seguinte, vai ao Brasil, onde atua no Casino de Copacabana, Teatro JoĂŁo Caetano e na RĂĄdio Globo.

​

VoltarĂĄ ao Brasil logo em 1945, numa estadia que se prolongarĂĄ atĂ© Fevereiro de 1946, na qual grava os seus primeiros discos, oito ediçÔes de 78 rpm para a editora Continental. As viagens de AmĂĄlia sucedem-se, os destinos de atuação no estrangeiro serĂŁo uma constante durante a sua longa carreira e abarcam os cinco continentes. AmĂĄlia Rodrigues tem pois um estatuto de exceção marcado por uma carreira repleta de ĂȘxitos e de tournĂ©es um pouco por todo o mundo, e nĂŁo apenas para atuaçÔes em comunidades de emigrantes. Logo em 1949, a convite de AntĂłnio Ferro atua em Paris e em Londres.

 

Em 1950 vai à Madeira e desloca-se uma vez mais ao estrangeiro, para participar numa série de espetåculos patrocinados pelo Plano Marshall em Berlim, Roma, Trieste, Dublin, Berna e Paris. Canta pela primeira vez em Nova Iorque, em 1952, no La Vie en Rose, onde ficarå 14 semanas em cartaz.

No ano seguinte, atua na Cidade do MĂ©xico e volta a Nova Iorque onde participa no programa de Eddie Fisher, sendo esta a primeira apresentação de um artista portuguĂȘs na televisĂŁo norte-americana. Em 1956, a convite de Bruno Coquatrix, empresĂĄrio do Olympia de Paris, estreia-se naquela casa de espetĂĄculos e alcança grande ĂȘxito. Em seguida canta na CĂŽte d'Azur, BĂ©lgica, ArgĂ©lia, Rio de Janeiro e na Cidade do MĂ©xico.

 

Em 1957 volta ao Olympia acompanhada pelo guitarrista Domingos Camarinha e pelo violista Santos Moreira, sala onde atuarĂĄ novamente em 1959 e 1960. No ano de 1957 canta ainda na CĂŽte d' Azur, em Estocolmo, Lausane e Caracas. AmĂĄlia Rodrigues regressa com vĂĄrios espetĂĄculos ao Brasil, em 1960 e 1961. Em 1963 canta "Foi Deus" na Igreja de SĂŁo Francisco no aniversĂĄrio da independĂȘncia do LĂ­bano. Na dĂ©cada de 1960 atua em Tunes, Argel, Sidi Abbes, Bruxelas e Atenas. Participa no Festival Internacional de Edimburgo, canta em vĂĄrias cidades de Israel, no I Festival Internacional de MĂșsica Ligeira de Brasov em Leningrado, Moscovo, Tiflis, Erivan e Baku, entre outras cidades e paĂ­ses. Em 1970 esteve pela primeira vez no JapĂŁo, onde voltou em 1976, 1986 e 1990.

E em 1972 atua na Austrålia. Durante esta década e na seguinte prossegue as suas digressÔes artísticas por vårios países. Em 1989 grava um espetåculo para a televisão espanhola, inserido num programa apresentado por Sara Montiel. Ainda nesse ano, comemora os cinquenta anos de atividade artística profissional, realizando uma grande tournée com espetåculos em Espanha, França, Suíça, Portugal, Israel, India, Macau, Coreia, Japão, Bélgica, Estados Unidos e Itålia, de que destacamos o regresso, pela oitava vez, ao Olympia de Paris.

 

As interpretaçÔes de AmĂĄlia Rodrigues podem tambĂ©m ser vistas no teatro e no cinema, bem como escutadas em inĂșmeras gravaçÔes discogrĂĄficas. A estreia da fadista no teatro faz-se em 1940, no Teatro Maria VitĂłria, com a peça "Ora vai tu!". AtĂ© 1947 AmĂĄlia Rodrigues participa em vĂĄrias revistas e operetas: "Espera de Toiros" (Teatro Variedades, 1941), 27 "Essa Ă© que Ă© essa" (Teatro Maria VitĂłria, 1942), "Boa Nova" (Teatro Variedades, 1942), "Alerta estĂĄ!" (Teatro Apolo, 1943), "A Rosa cantadeira", "Ó viva da costa!" e "A Senhora da Atalaia" (Teatro Apolo, 1944); "Boa Nova" e "A Rosa cantadeira" (reposição no Teatro RepĂșblica, Brasil, 1945), "EstĂĄs na Lua", e reposição de "Mouraria" (Teatro Apolo, 1946); e "Se aquilo que a Gente Sente" (Teatro Variedades, 1946). O seu regresso ao teatro ocorrerĂĄ apenas em 1955 para participar na reposição da peça "Severa", levada Ă  cena por Vasco Morgado no Teatro Monumental.

 

A relação de Amålia com o cinema inicia-se com a interpretação do papel de Maria Lisboa, ao lado de Alberto Ribeiro, no filme "Capas Negras", de Armando Miranda. A película estreia no cinema Condes a 16 de Maio de 1947. No mesmo ano protagonizou, com Virgílio Teixeira, "Fado, História de uma Cantadeira", realizado por Perdigão Queiroga; e participa, ainda, com Jaime Santos e Santos Moreira nas curta-metragens realizadas por Augusto Fraga: "Fado da Rua do Sol", "Fado Malhoa", "Fado Amålia", "Fado lamentos", "O meu amor na vida (Confesso)", "Só à Noitinha", "Ronda dos Bairros", "Eu disse adeus à casinha" e "Ai! Lisboa". Voltarå ao cinema em 1949, com Manuel dos Santos no filme "Sol e Toiros" de José Buchs, e com Paulo Maurício no filme "Vendaval Maravilhoso", de Leitão de Barros.

 

Em 1955 participa com Daniel Gelin no filme "Les Amants du Tage (Os Amantes do Tejo)" de Henri Verneuil, onde canta a canção "Barco Negro", com letra de David MourĂŁo Ferreira. Ainda em 1955, com AntĂłnio dos Santos, participa no filme "April in Portugal" de Evan Lloyd. As suas Ășltimas interpretaçÔes para o grande ecrĂŁ sĂŁo: em 1958, no filme "Sangue Toureiro", de Augusto Fraga, onde canta o Fado "Que Deus me Perdoe"; em 1964, como figura central do filme "Fado Corrido", de Jorge Brum do Canto e baseado num conto de David MourĂŁo Ferreira; e em 1965, nos filmes "As Ilhas Encantadas" de Carlos VilardebĂł, rodado em Porto Santo, e "Via Macao", de Jean Leduc. AmĂĄlia Rodrigues destaca-se, tambĂ©m, pela forma como introduziu inovaçÔes na postura e indumentĂĄria dos fadistas que vieram a transformar-se em verdadeiras convençÔes performativas, como Ă© o caso do uso sistemĂĄtico do vestido e xaile negros, e do posicionamento Ă  frente dos guitarristas.

 

O interesse pela poesia erudita Ă© mais uma novidade imposta pela fadista. Assim, logo no inĂ­cio da dĂ©cada de 1950, AmĂĄlia Rodrigues grava "Fria Claridade" de Pedro Homem de Mello e, em 1953, "Primavera" de David MourĂŁo-Ferreira. A colaboração com estes dois poetas serĂĄ uma constante e outros fazem parte, posteriormente, das suas interpretaçÔes, caso de Luiz Macedo e SidĂłnio Muralha (1954), Alexandre O’Neill (1964), JosĂ© RĂ©gio (1965), Vasco de Lima Couto (1967), ou Manuel Alegre e JosĂ© Carlos Ary dos Santos (1970). Em 1962 a fadista lança o seu primeiro LP com composiçÔes de Alain Oulman, muitas vezes referidas como as "Ăłperas" de AmĂĄlia. Neste disco, "Busto" ou "Asas Fechadas", inicia-se uma ligação que durarĂĄ atĂ© 1975, e que incluĂ­ gravaçÔes discogrĂĄficas onde para alĂ©m dos poetas jĂĄ referidos, a fadista integra poesias do passado, como os trovadores galaico-portugueses, o Cancioneiro de Garcia de Resende ou CamĂ”es, que resultarĂŁo em discos de referĂȘncia na histĂłria do Fado: "Fado PortuguĂȘs", "Fado’67", "Vou dar de beber Ă  dor" e "Com que voz".

 

Em 1965, AmĂĄlia Rodrigues edita o disco AmĂĄlia canta LuĂ­s de CamĂ”es e o jornal DiĂĄrio Popular, de 23 de Outubro de 1965, interroga vĂĄrias figuras pĂșblicas sobre a legitimidade dessas interpretaçÔes, apresentando este tema polĂ©mico na capa do jornal. AmĂĄlia foi autora de muitos poemas que interpretou e editou em disco, alguns deles estĂŁo entre as faixas que mais a celebrizaram. Estes poemas foram editados no livro "Versos" da editora Cotovia, em 1997. A tĂ­tulo de exemplo destacamos os seguintes: "Estranha forma de vida", "LĂĄgrima", "Asa de vento", "Grito", "Gostava de ser quem era", "Trago o Fado nos sentidos", "Entrei na vida a cantar", "Ai esta pena de mim", "Lavava no rio lavava", "Teus olhos sĂŁo duas fontes", "Fui ao mar buscar sardinhas". 28 Em 1987 Ă© lançada a sua biografia oficial, escrita por VĂ­tor PavĂŁo dos Santos, com base em entrevistas realizadas entre 15 de Novembro de 1985 e 16 de Setembro de 1986.

 

Escrita na primeira pessoa Ă© um documento fundamental para compreender a carreira da mais importante fadista portuguesa. As comemoraçÔes dos seus 50 anos de carreira, em 1989, sĂŁo marcadas por diversas iniciativas que se prolongam pelo ano seguinte: um espetĂĄculo no Coliseu dos Recreios, a 8 de Janeiro de 1990; a exposição "AmĂĄlia Rodrigues. 50 Anos", no Museu Nacional do Teatro, de Junho de 1989 a Março de 1990; a retrospetiva "AmĂĄlia no Cinema", na Cinemateca Portuguesa, em Novembro de 1989; uma grande tournĂ©e com espetĂĄculos em Espanha, França, Suíça, Israel, Índia, Macau, Coreia, JapĂŁo, BĂ©lgica, Estados Unidos e ItĂĄlia. ApĂłs o seu afastamento dos palcos, em 1994, AmĂĄlia continuou a ser convidada de honra em inĂșmeros eventos culturais, nomeadamente durante a exibição das Marchas Populares no dia de Santo AntĂłnio, em Lisboa. E, em 1998 foi alvo de uma homenagem pĂșblica durante um espetĂĄculo na Expo'98, no Parque das NaçÔes. Faleceu no dia 6 de Outubro de 1999. O seu funeral constituiu uma grande e sentida manifestação de dor e saudade como nunca antes se vira. O paĂ­s inteiro chorou a sua Diva do Fado.

 

Os seus restos mortais foram transladados do CemitĂ©rio dos Prazeres para o PanteĂŁo Nacional a 8 de Julho de 2001. AmĂĄlia Rodrigues Ă© uma figura incontornĂĄvel da HistĂłria do Fado sendo por isso uma referĂȘncia muito presente na exposição permanente do Museu do Fado. Ainda assim, em Junho de 2004 o Museu do Fado apresentou "AmĂĄlia, Gostava de Ser Quem Era", uma mostra evocativa da fadista que esteve patente ao pĂșblico durante um ano. Por vontade testamentĂĄria da fadista foi instituĂ­da a Fundação AmĂĄlia Rodrigues, oficialmente criada a 10 de Dezembro de 1999, dois meses apĂłs a sua morte.

 

Desde 2005 que esta fundação realiza uma gala anual, com atribuição dos seguintes prémios:

 

Carreira Feminina e Masculina, Revelação Feminina e Masculina, Internacional, MĂșsica Étnica, Viola, Viola Baixo, Guitarra Portuguesa, IntĂ©rprete Feminina e Masculino, Registo DiscogrĂĄfico, Poeta de Fado, Compositor de Fado, MĂșsica SinfĂłnica, Fado Amador, e Ensaio e Divulgação. Alguns PrĂ©mios e condecoraçÔes: 1948 - PrĂ©mio do SNI para a Melhor Atriz do Ano, pelo desempenho como atriz no filme "Fado, HistĂłria de uma Cantadeira"; 1958 - Grau de Cavaleiro da Ordem de Santiago de Espada; 1959 - Grande Medalha de Prata da Cidade de Paris; 1965 - PrĂ©mio do SNI para a Melhor Atriz do Ano, pelo desempenho como atriz nos filmes "Fado Corrido" e "As Ilhas Encantadas"; 1966 - PrĂ©mio Pozal Domingues para o EP "Fandangueiro"; 1967 - PrĂ©mio M.I.D.E.M. 1965-1966 para o record de vendas no mercado discogrĂĄfico portuguĂȘs; 1968 - PrĂ©mio M.I.D.E.M. 1966-1967 para o record de vendas no mercado discogrĂĄfico portuguĂȘs; 1966 - PrĂ©mio Pozal Domingues para o EP "Vou dar de beber Ă  dor"; 1969 - PrĂ©mio M.I.D.E.M. 1967-1968 para o record de vendas no mercado discogrĂĄfico portuguĂȘs; 1970 - Grau de Oficial da Ordem Militar da Ordem Militar de Santiago de Espada; 1980 - Grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique; 1980 - Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa (7 Julho), Teatro SĂŁo LuĂ­s; 1985 - Grau de Comendador da Ordem das Artes e Letras; 1986 - Medalha de Ouro da Cidade do Porto; 1990 - GrĂŁ Cruz da Ordem de Santiago de Espada.

​

 

Fontes de Informação:

 

“Guitarra de Portugal”, 10 de Agosto de 1938; “Canção do Sul”, 1 de Março de 1940; “Guitarra de Portugal”, 15 de Junho de 1945; “Ecos de Portugal”, 1 de Março de 1948; “Flama”, 4 de Julho de 1952; “Álbum da Canção”, 1 de Junho de 1963; “Flama”, 18 de Junho de 1965; “O SĂ©culo Ilustrado”, 29 de Junho de 1968; “RĂĄdio & TelevisĂŁo”, 5 de Dezembro de 1970; “RĂĄdio & TelevisĂŁo”, 9 de Fevereiro de 1974; “Mais”, 12 de Agosto de 1983; “Telestar”, 27 de Dezembro de 1986; “VisĂŁo”, 29 de Junho a 5 de Julho de 1995; “Expresso”, 1 de Julho de 1995; “Caras”, 8 de Outubro de 1999; Santos, VĂ­tor PavĂŁo dos (1987), "AmĂĄlia: uma biografia", Lisboa, Contexto; Sucena, Eduardo (1992), "Lisboa, o Fado e os Fadistas", Lisboa, Veja; Rodrigues, AmĂĄlia (1997), "Versos", Lisboa, Cotovia; Baptista-Bastos (1999), "Fado Falado", Col. "Um SĂ©culo de Fado", Lisboa, Ediclube; Coelho, Nuno Almeida, 2005, "AmĂĄlia", Col. "Grandes Protagonistas da HistĂłria de Portugal", Lisboa, Planeta DeAgostini. “The Art of AmĂĄlia” (DVD), EMI Valentim de Carvalho, 2004.

amalia-rodrigues-1.jpg
guitarra.jpg
guitarra.jpg

Todos os Fados do Site

Todos os Fados do Site

InĂ­cio

InĂ­cio

Zé da Viola© Copyright

© 2019 by ZĂ©daVioladeFado. All rights reserved

guitarraportuguesa-lisboa.jpg
violao.jpg
bottom of page