

Fados Tradicionais


Fado Súplica
Nasci Ao Pé do Teu Mundo
Letra: Vasco de Lima Couto
Música: Armando Machado
Intérprete: Carlos Macedo
Vou dar-te aquele tempo de criança
Que tem vontade de gritar ás aves
Para voar aquela doce esperança
Que não conhece as horas que são graves (bis)
Vou dar-te a minha infância sem medida
Primeiro passo dos regaços quentes
As praias que eu amava de escondida
Onde enterrava o corpo das sementes (bis)
Vou dar-te a geração do palco frio
Onde inventei o meu total deserto
De correr o meu corpo em desafio
E a minha boca a soluçar mais perto (bis)
E vou dar-te este canto que é já triste
Mas que ultrapassa ainda, a maresia
Para saberes que o meu amor existe
No teu amor onde nasci um dia (bis)
Intérprete: Carlos Macedo
Título: Nasci Ao Pé do Teu Mundo
Autor da Letra: Vasco de Lima Couto
Autor da Música: Armando Machado
Guitarra Portuguesa: António Chainho e
António Parreira
Viola de Fado: José Maria Nóbrega
Viola-baixo: Raul Silva
Data da 1ª edição: 1976
Editora: "Rádio Triunfo"
Ref. Alvorada EP S 60 1643

Fado Súplica
Composto pelo violista Armando Machado (1899 - 1974)
Pequena biografia do autor:
Armando Machado
Armando Artur da Silva Machado, nasceu, em Lisboa, em 1899, cidade onde viria a
falecer em Fevereiro de 1974.
Começou a tocar viola nos solares e palacetes, dos arredores de Lisboa, em 1924,
actuando em quase todos os recintos de Fado lisboetas, nomeadamente,
"Adega Mesquita", "Farta-brutos" e "Café Luso".
Em 1935, juntamente com o guitarrista Fernando Freitas e a cantadeira
Maria Albertina, actua na Exposição Universal de Paris, espectáculo a que assistiu
a Rainha D. Amélia ( no exilo ).
Em 1937, funda a "Adega Machado", na altura a segunda casa de Fado no Bairro Alto,
a primeira a apresentar espectáculos diários, e que ainda hoje se mentem em plena
actividade, pela mão dos seus filhos ainda vivos, Filipe e Maria Rita Machado!
Compôs várias dezenas de temas, entre eles os Fados "Súplica", "Licas", ( dedicado a um dos seus filhos ), "Pipas", "Maria Rita" ( dedicado a sua filha com o mesmo nome ), "Lurdes", ( dedicado a sua esposa, a cantadeira Maria de Lurdes Machado ), "Santa Luzia" e o conhecido "Bolero do Machado" ( Cigano da Fronteira ), que foi disco de ouro em 1957, em S. Paulo ( Brasil ), numa gravação de Cidália Meireles, acompanhada pela Orquestra de Mantovani.
Armando Machado, foi sem duvida, um dos maiores compositores que o Fado conheceu, sendo os seus fados dos mais cantados actualmente, por quase aqueles que interpretam o Fado!
Origem: “Histórias do Fado – A Capital" e investigação G-Sat.
O violista Armando Machado nasceu em Lisboa, em 1899, cidade onde veio a falecer em 1974.
Começou a tocar viola nos solares e nas festas em Lisboa e arredores.
Em 1924 profissionaliza-se, tendo tocado praticamente em todos os recintos onde houvesse Fado, da época.
Em 1937 fundou a Adega Machado no Bairro Alto, que foi a segunda casa do género no bairro, mas a primeira a dar espectáculos diários.
Foi autor de vários temas musicais para Fado, tais como, Fado Súplica, Fado Cunha e Silva, Fado Licas, Fado Maria Rita, Fado Lourdes e o célebre Bolero Cigano da Fronteira.
Conheceu e casou-se com uma linda moça, Maria de Lourdes, de profissão enfermeira, natural de Lisboa, onde nasceu em 1915, na freguesia do Socorro, tendo falecido também em Lisboa em 1999.
Maria de Lourdes Machado e Armando Machado, tiveram 5 filhos, 4 rapazes e uma rapariga, o Armando José (Licas) que era afilhado do Gonçalves dono de "O Ginjal", a Maria Rita, era afilhada de Amália Rodrigues, o Filipe teve como padrinho Filipe Nogueira (pai) e o Carlos Manuel foi apadrinhado por Adelina Ramos e seu marido, o António Tomaz Machado, (o Tricas para a família e amigos) era afilhado do artista plástico Tomaz de Melo (TOM) e também de Amália.
Maria de Lourdes Machado abandona a sua carreira de enfermeira para cuidar dos filhos e fica também, ao lado do marido na gerência da Adega Machado, tendo começado a cantar Fado, logo com grande sucesso, pois tinha uma bonita voz, presença e cantava muito bem.
Quando o seu filho mais velho o Armando José (apelidado carinhosamente como Licas), foi mobilizado para o Ultramar, Maria de Lourdes pede a João Linhares Barbosa, que lhe escreva um poema que exprima a sua dor de mãe, que teve o título de (Fé e Coragem Meu Filho). O pai Armando Machado faz a música já referida, Fado Licas.
(...)
Selecção de fontes de informação:
http://www.portaldofado.net/content/view/2876/327/
Última actualização: Junho/2012
Outras versões do mesmo Fado
Intérprete: Nadine Brás
Letra: Vasco de Lima Couto
Intérprete: Cristina Branco
Letra: Manuela de Freitas
Intérprete: Patrícia Costa
Letra: ?
Intérprete: Marta Rosa
Letra: Marta Rosa



Guitarra: Eduardo Jorge
Viola: Alexandre Santos
Intérprete: Fernando Gomes
Letra: João Alberto
Pequena biografia do intérprete:
Carlos Macedo
Carlos Macedo, de seu nome completo José Carlos de Campos Macedo, nasceu na
freguesia de Lousado, concelho de Vila Nova de Famalicão, distrito de Braga, em 9 de
Dezembro de 1946. Tem apenas 8 anos quando perde a mãe Idalina Costa Campos.
Esta prematura partida causa-lhe um profundo desgosto, superado junto do pai, Arménio
Costa Macedo, dos dois irmãos e dos poemas e versos que escreve como forma de
atenuar toda a mágoa sentida.
Ainda adolescente começa a cantar o fado entre familiares e em festas de amigos,
momentos esses, em que todos se apercebem do enorme talento que Carlos Macedo faz
transparecer nas suas actuações. Porém, naquele meio tão pequeno e isolado não existia
qualquer guitarrista que o acompanhasse. Sozinho, aprende a tocar guitarra e forma o
Conjunto Típico Carlos Macedo, com o qual se apresenta em diversas festas e programas radiofónicos.
Ingressa no serviço militar e parte para Moçambique levando consigo a sua guitarra. Durante a sua permanência naquele país, Carlos Macedo integra o Grupo Regional das Forças Armadas participando em espectáculos para os militares aí destacados. Findo o serviço militar, Carlos Macedo decide permanecer em Moçambique onde ingressa no quadro de pessoal da Imprensa Nacional (Função Pública).
Paralelamente, mantém uma carreira artística, actuado em várias casas típicas existentes na altura em Moçambique como a Tertúlia e o Solar da Madragoa, propriedade da fadista Eulália Duarte. Mais tarde chega mesmo a abrir um restaurante seu, o Ribatejano, onde actuava diariamente. Nesta década profícua Carlos Macedo é eleito “Rei do Fado em Moçambique”, (1972) e no ano seguinte lança os primeiros registos discográficos: “Campa Florida” e “Guitarra Toca Baixinho”.
Regressa a Portugal em 1975, fixando-se em Lisboa, e depois da estada em Moçambique num percurso pautado de sucesso, Carlos Macedo opta por se dedicar à carreira artística. Integra o elenco da casa típica Mil e Um ao que se segue o Chaparro, Tabuinhas e Copos Bar.
Em 1997 apresenta-se em Versailles na casa típica Saudade. Após um ano de actuações regressa a Lisboa integrando novos elencos, são exemplo O Embuçado e o Senhor Vinho, propriedade da fadista Maria da Fé, onde se manteve até Março de 2008. Sobre esta enriquecedora experiência pode ler-se no seu site pessoal: “Ao serviço desta empresária, grande e imortal fadista, o Carlos Macedo percorreu Portugal de lés a lés e vários países Europeus e da América do Sul, acompanhando-a à guitarra e por vezes cantando.” (cf. http://www.carlosmacedo.net/ )
Reveladores do seu talento são as autorias e composições dos fados que interpreta, e que resultam em inúmeras gravações. Os temas que compõem os seus discos e cd´s têm sido apresentados em espectáculos e em programas televisivos um pouco por todo o mundo: Espanha, França, Alemanha, Bélgica, Luxemburgo, Suíça, Holanda, Brasil, Macau, Canadá, Estados Unidos da América, Angola, entre outros. Em algumas destas actuações, Carlos Macedo acompanhou grandes nomes do panorama musical, casos de Ada de Castro, Carolina Tavares, Maria da Fé, Dr. Machado Soares, entre outros.
Em Setembro de 2006 na freguesia do Lousado e no âmbito das festividades do Sagrado Coração de Maria e Nossa Senhora da Boa Hora, Carlos Macedo foi homenageado, figurando hoje como uma das ilustres personalidades do concelho. Acrescente-se a este facto o espectáculo, com grande êxito, realizado em Janeiro de 2009, na Casa das Artes, em Vila Nova de Famalicão.
No Centro Pastoral Paulo VI, no decorrer das celebrações do 90º aniversário das aparições de Fátima, em Outubro de 2007, Carlos Macedo foi convidado pelo Bispo de Leiria a interpretar dois fados. Nesse mesmo ano, o fadista e guitarrista lança o trabalho discográfico “Ser Peregrino”, e que resulta de uma profunda experiência pessoal pautada pelo sofrimento, esperança e fé.
Desde 1989, Carlos Macedo também se tem dedicado à construção de guitarras aprendendo o ofício com uma das suas principais referência na arte da guitarra portuguesa, guitarrista Fontes Rocha. Ao longo deste tempo Carlos Macedo desenvolve as qualidades técnicas e acústicas deste instrumento, sendo da sua autoria a guitarra com que neste momento trabalha. Segundo ele, a sua primeira guitarra guarda-a como relíquia.
Fonte:
