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Fado Marceneiro
Fado Marceneiro
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A Mais Linda Mulher

Letra:  (não referenciado no registo encontrado)

Música:              Alfredo Duarte "Marceneiro"

Intérprete:          Júlio Peres

Fez-te linda a natureza

Não te deu um só defeito

És o supremo primor

Só não te pôs, que tristeza

Coração dentro do peito

Para sentir o amor

Quando se gosta de alguém

E esse alguém do mesmo jeito

Nos quer com amor profundo

A gente julga que tem

No cofre do nosso peito

Toda a riqueza do mundo

Há no fundo quem aponte

E se ria da má sina

De uma mulher quando cai

Corre água limpa na fonte

Nasce pura e cristalina

Quem a suja é quem lá vai

Há quem procure saber

Qual é a mulher mais bela

De formas esculturais

A mais formosa mulher

A mais linda é sempre aquela

De quem nós gostamos mais   (bis)

Intérprete:      Júlio Peres

Título:           A Mais Linda Mulher

 

Autor da Letra: (não referenciado no registo encontrado)
Autor da Música:    Alfredo Duarte "Marceneiro"

Guitarra Portuguesa:    Carlos Gonçalves

Viola de Fado:              Júlio Gomes

 

Data da 1ª edição:  1968

Editora: "Rádio Triunfo"

Ref. EP 60 1214

​​

Fado Marcha do Alfredo Marceneiro

Composto pelo cantador Alfredo Rodrigo Duarte "Marceneiro" (1891 - 1982)

Este Fado resultou de um desafio feito por um grande cantador da época, Manuel Maria Rodrigues Marques que, em jeito de provocação (fadista, está bem de ver), lhe lançou um repto para improvisarem na música do Fado Corrido, em ritmo de Marcha. Manuel Maria cantou de tal forma que o Alfredo puxou dos galões e respondeu-lhe à letra, dando origem a uma melodia nova, ou melhor, um estilar novo, que ficou logo ali registado como "Marcha do Alfredo". E porquê a "Marcha" e não outra designação? É que era costume naquela altura chamar, aos Fados cantados em sextilhas, Marcha de... (conforme o criador do estilo, assim ficava conhecida aquela melodia-fado.

Quando um dia, no "Arreda", lugar de Fado em Cascais onde se reunia o que havia de melhor na época, sabiamente orientado por José Pracana, perguntaram ao Ti ' Alfredo porque é que ele tinha deixado de o cantar em marcha, ou seja, mais rápido, não permitindo muito espaços para respirar, optando por um ritmo muito mais lento, ele respondeu "Começam a faltar-me as flautas!!!". Acho que ele deu esta reposta para despachar o interlocutor em três tempos. 

Uma curiosidade que talvez valha a pena referir: Tanto Alfredo Marceneiro como Amália Rodrigues cantaram, nesta música, um poema com o mesmo título. Só que de autores diferentes: Alfredo cantou um belo poema de António Amargo, enquanto Amália cantou uma das jóias mais preciosas da poesia popular, escrita para ser cantada em Fado, desse grande poeta que foi Gabriel de Oliveira, o "Poeta Marujo".

Poema de Gabriel de Oliveira

 

Há festa na Mouraria,
é dia da procissão
da senhora da saúde.
Até a Rosa Maria
da rua do Capelão
parece que tem virtude.

 

Naquele bairro fadista
calaram-se as guitarradas:
não se canta nesse dia,
velha tradição bairrista,
vibram no ar badaladas,
há festa na Mouraria.

 

Colchas ricas nas janelas,
pétalas soltas no chão.
Almas crentes, povo rude
anda a fé pelas vielas:
é dia da procissão
da senhora da saúde.

 

Após um curto rumor
profundo siléncio pesa:
por sobre o largo da guia
passa a Virgem no andor.
Tudo se ajoelha e reza,
até a Rosa Maria.

 

Como que petrificada,
em fervorosa oração,
é tal a sua atitude,
que a rosa já desfolhada
da rua do Capelão
parece que tem virtude.

Poema de António Amargo

 

Desde manhã, os fadistas
Jaquetão, calaça esticada
Se aprumam com galhardia
Seguem as praxes bairristas
É data santificada
Há festa na Mouraria

 

 


Toda aquela que se preza
De fumar, falar calão 
Pôr em praça a juventude
Nessa manhã chora e reza
É dia da procissão 
Da senhora da saúde

 

 


Nas vielas do pecado
Reina a paz tranquila e santa 
Vive uma doce alegria
À noite, é noite de fado
Tudo toca, tudo canta 
Até a Rosa Maria

 

 


A chorar de arrependida
A cantar com devoção 
Numa voz fadista e rude
Aquela rosa perdida
Da Rua do Capelão 
Parece que tem virtude

Alma de Criança
00:00 / 04:29

Intérprete: Silvino Batalha

Letra: ?

Amor É Água Que Corre
00:00 / 03:55

Intérprete: Vítor Marceneiro

Letra: Augusto de Sousa

Fado do Cartaz
00:00 / 03:08

Intérprete: Teresa Siqueira

Letra: Manuel Andrade

Há Festa na Mouraria
00:00 / 03:46

Intérprete: Alfredo Marceneiro

Letra: António Amargo

Fado do Cartaz
00:00 / 03:43

Intérprete: Teresa Tarouca

Letra: Manuel Andrade

Esta Noite
00:00 / 03:06

Intérprete: Ana Moura

Letra: Jorge Fernando

Guitarra:    Custódio Castelo

Viola:         Jorge Fernando

Baixo:        Filipe Larsen

O Remorso (Natal do Criminoso)
00:00 / 04:14

Intérprete: Alfredo Duarte (Marceneiro)

Letra: João Linhares Barbosa

O NATAL DE 1930 COMEMORADO PELA VOZ DO REI DO FADO, ALFREDO MARCENEIRO!

Esta gravação data de 1930, foi efectuada em Madrid, Espanha, e pertence à Face A do disco de 78 R.P.M. editado pela “Odeon”, etiqueta da “Casa Cardoso” comercializada pela “Valentim de Carvalho” com a matriz “AA 174808”.

 

Neste disco, o fadista Alfredo Duarte (Marceneiro) interpreta dois fados do seu reportório, que são "O Remorso (Natal do Criminoso)" e "Moinho", sendo acompanhado no 1º por João Fernandes na guitarra, e no 2º por Armandinho, ambos com Georgino de Sousa na viola.

 

Aqui, escutamos o seu muito célebre “Fado-Marcha”, interpretado pelo próprio naquela que foi a 1ª gravação oficial deste tema em toda a sua discografia, com a poesia “O Natal do Criminoso”, escrita por João Linhares Barbosa, e paga pelo fadista com o preço módico de 30 escudos.

 

Conhecido mais vulgarmente pelo nome de “Remorso”, relata a história natalícia de um criminoso, que na Noite de Natal, ouve bater à porta uma data de vezes sem ninguém dar um pio, e cheinho de medo, carregado pelo remorso do crime que cometeu, que foi matar a sua mulher, vai perguntando à toa, e deseja saber quem é, se é o fantasma dela, para a atormentar, ou os homens da Justiça, para o levar ao degredo. No final, apercebe-se que é somente o vento a tentar acordá-lo.

 

De tão bem-sucedida que foi esta interpretação, num muito popular concurso de fados, Marceneiro venceu a Medalha de Ouro devido à sua forma de divisão de versos na sua “perfomance”, que se tornou em pedra basilar de todas as suas interpretações fadistas inesquecíveis.

 

Regravado nos anos 60 para a “Estúdio”, tornou-se desde sempre num dos maiores sucessos do Rei do Fado, que viria a interpretar mais vezes esta melodia, tanto com o poema de Linhares Barbosa, como com a poesia “Há Festa na Mouraria” de Gabriel de Oliveira.

 

Este registo foi retirado do exemplar existente no Arquivo Sonoro Digital do Museu do Fado, restaurado e remasterizado por mim, através dos sistemas do "Audio Joiner" e do "Online MP3 Cutter", num trabalho que durou três dias.

alfredo marceneiro.jpg

A quem estiver interessado, vou tentar resolver a “confusão” que existe à volta do Fado:

«HÁ FESTA NA MOURARIA».

Nos meados dos anos 20 do século passado, Gabriel de Oliveira - O Poeta Marujo – escreve uma letra de fado com o título:  SENHORA DA SAÚDE, que dá em primeira mão a Alfredo Marceneiro, para o seu repertório, que este,  a canta com a música “A Marcha do Marceneiro” , como ele próprio o afirmou.

Amália canta e grava a que a versão a que dão o título,  Há Festa na Mouraria, em vez de Senhora da Saúde, que esta sim, são de versos de Gabriel de Oliveira, também  na música da Marcha de Alfredo Marceneiro.

Mais fadistas o começam a cantar, mas como Gabriel de Oliveira, não se faz sócio da Sociedade de Autores, consequentemente não há registo, pelo que o título passa a ser por desconhecimento dos actuantes, alterado, (fenómeno que ainda hoje acontece, quer com  poemas quer com  músicas), e passa a ser conhecido por “Há Festa na Mouraria”.  Em 1933 Alberto Costa canta este tema todas as noites, no Teatro Maria Victoria, onde obtém grande êxito.

No final dos anos vinte do século passado é registado na Sociedade de Autores um poema com o título de Há Festa na Mouraria, um glosamento da primeira sextilha da versão de Gabriel de Oliveira, da autoria de António Correia Pinto de Almeida, que usa o pseudónimo de António Amargo, amigo de Gabriel Araújo, que também ofereceu a Alfredo Marceneiro, para o seu repertório, propondo a música para sextilhas,  da autoria de José Marques (Piscalarete) (autor do Fado triplicado), mas que Marceneiro decide gravar na sua marcha.

 

 

Nos anos sessenta a editora “Valentim de Carvalho” produz o LP “Há Festa na Mouraria” em que Alfredo Marceneiro grava o poema, da autoria de António Amargo, porque embora ele fosse o criador  da versão de Gabriel de Oliveira, como já se explicou, esta já tinha sido gravada por Amália Rodrigues e outros, e Marceneiro não quer gravar o que os outros já gravaram.

Em 1995 no meu livro mono-biográfico Recordar Alfredo Marceneiro, o poema que transcrevo é o tema de António Amargo, que ele na realidade gravou.

Acontece que há registos, em que se canta os versos de Gabriel de Oliveira, e que os créditos são dados a António Amargo!, e vice-versa.

Posso afirmar com bastante credibilidade, que António Amargo, em nada contribuiu  para esta confusão, a razão principal, tem a ver  com de Gabriel de Oliveira, que  não ter registado a sua versão.

António Amargo, foi poeta e escritor, faleceu em 1933, é de salientar que era muito, quer de Gabriel de Oliveira, não existiu nenhuma quezília entre eles, e foi também amigo de Alfredo Marceneiro.

 

 

 

 

Fonte de informação:

http://lisboanoguiness

 

 

Última atualização:  Junho/2012

Pequena biografia do autor
                                                                                                                                      Alfredo Marceneiro
Alfredo Rodrigo Duarte, que ficou conhecido por Alfredo Marceneiro, dada a sua
profissão, nasceu em Lisboa, no dia 29 de Fevereiro de 1888, embora o seu
bilhete de identidade referisse o seu nascimento a 25 de Fevereiro de 1891.
Filho de Gertrudes da Conceição e Rodrigo Duarte, Alfredo foi o primeiro filho
do casal, seguiram-se dois irmãos - Júlio e Álvaro - e uma irmã - Júlia.
Em 1905, quando tinha apenas 13 anos, o seu pai faleceu e Alfredo Duarte
abandonou os estudos para ir trabalhar e ajudar no sustento da família. O seu
primeiro emprego foi o de aprendiz de encadernador.
Tomou contacto com o Fado ao assistir às cegadas de rua. Conheceu então Júlio
Janota que, para além de participar nas cegadas, tinha o ofício de marceneiro e lhe
arranjou lugar como seu aprendiz numa oficina em Campo de Ourique.
Alfredo Duarte começou por cantar Fados nos bailes populares que frequentava, entre os 14 e os 17 anos. É nesta altura, em 1908, que faz a sua estreia na cegada do poeta Henrique Lageosa, inspirada no argumento   do filme mudo O Duque de Guise, onde interpreta o papel da amante do Duque.
Para além de participar nas cegadas, onde desenvolve o seu método de dizer bem e dividir as orações,
Alfredo Duarte começa a cantar em diversas festas de solidariedade e nos retiros do Caliça, Bacalhau, José
dos Pacatos, Cachamorra, Baralisa e Romualdo, mas é no 14 do Largo do Rato que se torna mais conhecido.
É alcunhado de "Alfredo Lulu" por se vestir de forma elegante e aprumada, mas será o apelido de
"Marceneiro", que se eternizará, cantado pelo próprio fadista no poema de Armando Neves, de que
reproduzimos um excerto:

"Orgulho-me de ser em toda a parte
Português e fadista verdadeiro,
Eu que me chamo Alfredo, mas Duarte
Sou para toda a gente o Marceneiro"

Esse nome artístico - "Alfredo Marceneiro" - surge numa festa de homenagem aos cantadores Alfredo dos
Santos Correeiro e José Bacalhau, como o próprio fadista conta: "Uma noite fui convidado por amigos que já me tinham ouvido cantar em paródias próprias da idade a ir ao Club Montanha (hoje Ritz). Dirigia a festa o
poeta Manuel Soares e perguntou: «Quem é este rapazinho? Como se chama? Que ofício tem?» Então,
quando me apresentou ao público, esquecendo o meu apelido, anunciou: «Vai cantar a seguir o principiante
Alfredo... Alfredo... Olhem não me ocorre o apelido. É Alfredo... Marceneiro...» E ainda hoje sou o Alfredo
Marceneiro." (cf.”Guitarra de Portugal”, 15 Julho de 1946).
Ao longo da sua vasta carreira, e apesar de manter a sua profissão de marceneiro, Alfredo Duarte é
contratado para exibições em casas como o Clube Olímpia, onde esteve com Armandinho, Júlio Proença e
Filipe Pinto, e depois em outras casas típicas como a Boémia, na Travessa da Palha, o Ferro de Engomar,
o Castelo dos Mouros, o Solar da Alegria, ou o Júlio das Farturas, onde cantou durante um ano.
No ano de 1924 participa num concurso de Fados do Sul-América, um espaço situado na Rua da Palma, e
onde ganhou a "Medalha de Ouro". Nesse mesmo ano canta durante dois meses no Chiado Terrasse para
animar as noites de cinema e é presença na "Festa do Fado" organizada pelo jornal "Guitarra de Portugal" no Teatro São Luís.
A partir desta data a sua carreira prossegue com grande sucesso actuando em casas como o Retiro da Severa, o Solar da Alegria ou o Café Mondego. Chega mesmo a ter a sua própria casa, o Solar do Marceneiro, no final da década de 1940, mas sendo um espírito irrequieto não consegue cingir-se a cantar diariamente nesse espaço.
Como exemplo dos momentos mais evidentes da admiração e fama que adquiriu ao longo da sua longa
carreira salientamos: a organização de uma festa artística, em 1933 no Júlio das Farturas do Parque Mayer;
em 1936, o segundo lugar do título "Marialva", ganho num concurso do Retiro da Severa; a 10 de Maio de
1941 um outro espectáculo denominado "Festa Artística de Alfredo Marceneiro", desta feita no Solar da
Alegria; ou, ainda, a consagração como "Rei do Fado", no Café Luso, a 3 de Janeiro de 1948.
Apesar do sucesso da sua carreira nunca saiu de Portugal para actuações e raramente deixou Lisboa, embora na década de 1930 tivesse integrado alguns espectáculos de grupos criados para efectuar tournées por Portugal, caso da "Troupe Guitarra de Portugal", com Ercília Costa, Rosa Costa, Alberto Costa, João Fernandes (guitarra) e Santos Moreira (viola); ou da "Troup Artística de Fados Armandinho", com Armandinho, Georgino Gonçalves, Cecília d’ Almeida, Filipe Pinto e José Porfírio.
Alfredo Marceneiro cantou também no Teatro, subindo ao palco do Coliseu dos Recreios, em 1930, com a
Opereta "História do Fado", onde atuavam Beatriz Costa e Vasco Santana. As suas interpretações em palcos de teatros incluíram também o São Luís, o Avenida, o Apolo, o Éden - Teatro, o Capitólio, o Politeama, o Maria Vitória, e outros.
Em 1939, com a conhecida cantadeira Berta Cardoso, grava actuações no Teatro Variedades e no Retiro do
Colete Encarnado, que serão apresentadas no filme" Feitiço do Império", de António Lopes Ribeiro. O
"Feitiço do Império" estreia nas salas de cinema em 1940, e tem apresentações até 1952. O filme foi
protagonizado por Luís de Campos e Isabela Tovar, Francisco Ribeiro (Ribeirinho), António Silva e
Madalena Sotto. Lamentavelmente, a película existente na Cinemateca Portuguesa apresenta-se bastante
deteriorada.
As gravações discográficas da sua obra não são muitas, uma vez que não apreciava cantar senão nos locais que considerava próprios e com a presença do público. Assim, apesar de ter gravado o seu primeiro disco, para a Casa Cardoso, em 1930, com os temas "Remorso" e "Natal do Criminoso", passou logo depois a ser artista privativo da Valentim de Carvalho. Seguiram-se apenas quatro LP’s e três EP’s, o último, "Fabuloso Marceneiro", gravado aos 70 anos.
O fadista também fez poucas aparições em programas de televisão. Em 1969, uma equipa técnica constituída por Henrique Mendes e Carlos do Carmo, como produtores, Luís Andrade, como realizador e José Maria Tudella, como operador de imagem, tem de se deslocar ao Bairro Alto para acompanhar Alfredo Marceneiro nas suas interpretações e poder assim realizar uma reportagem documental para a RTP. Dez anos mais tarde, em 1979, será pela intervenção do seu neto Vítor Duarte, que acederá a realizar um programa para a RTP, o qual foi exibido a 14 de Janeiro de 1980 e editado em DVD, pela Ovação, em 2007.
Apesar da sua fama e sucesso crescente mantém a profissão de marceneiro, até à década de 1930 nas oficinas de Diamantino Tojal e, posteriormente, nas Construções Navais do Arsenal do Alfeite, que depois passaram a ser administradas pela C.U.F.
Só em 1946 se dedica exclusivamente ao Fado como profissional, conservando no entanto em casa o banco de marceneiro e as ferramentas com que se entretinha a fazer pequenos trabalhos, um dos quais "A Casa da Mariquinhas", obra que merece especial relevo pelo cariz emblemático que assume para a própria História do Fado de Lisboa. Trata-se de uma construção em madeira, na escala de 1 por 10, em que, inspirado na letra de Silva Tavares, construiu/reconstruiu a casa evocada na descrição do poeta. Esta peça está actualmente na exposição permanente do Museu do Fado.
Alfredo Marceneiro considerava-se um estilista e nesta criação de estilos acabou por ser autor de
composições que são hoje consideradas Fados tradicionais. A sua primeira composição foi a "Marcha do
Alfredo Marceneiro", mas seguiram-se muitas outras como: "Fado Laranjeira", "Lembro-me de ti", "Fado
Bailado", "Fado Bailarico", "Fado Balada", "Fado Cabaré", "Fado Cravo", "Fado CUF", "Fado Louco",
"Mocita dos Caracóis", "Fado Pagem", "Fado Pierrot", "Bêbado Pintor" e "Fado Aida". Com a ajuda de
Armando Augusto Freire (Armandinho), que lhe passa para pauta as suas criações, o fadista regista as suas músicas na Sociedade de Escritores e Autores Teatrais Portugueses.
O fadista foi pai de cinco filhos. Os primeiros dois: Rodrigo Duarte e Esmeraldo Duarte, resultaram de duas
relações efémeras e os outros três: Carlos, Alfredo e Aida são fruto da sua união com Judite de Sousa
Figueiredo com quem viveu até à data da sua morte, a 26 de Junho de 1982.
"Ti’ Alfredo" para os fadistas e amigos continua a ser considerado um dos fadistas maiores, seguido como
um modelo na forma de dividir os versos cantados, não permitindo que as pausas musicais interrompam o
sentido das orações. A sua figura característica, sempre de boina e lenço de seda ao pescoço, será recordada juntamente com o seu modo particular de interpretar, com o balancear de ombros e tronco e as mãos nos bolsos.
Alfredo Marceneiro reforma-se em 1963, realizando-se a 25 de Maio desse ano, no Teatro S. Luís, a festa de consagração e despedida do Grande Artista Alfredo Duarte Marceneiro. Na verdade esta não foi uma despedida, Alfredo Marceneiro continuou a cantar durante quase mais duas décadas.
Em 23 de Junho de 1980, numa cerimónia realizada no Teatro São Luiz, é-lhe entregue a "Medalha de Ouro
de Mérito da Cidade de Lisboa", pelo Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Eng.º Krus Abecassis.
Homenagens póstumas:
- "Comenda da Ordem do Infante D. Henrique", atribuída a 10 de Junho de 1984 pelo Presidente da
República General Ramalho Eanes;
- A Câmara Municipal de Lisboa dá o seu nome a uma rua do Bairro de Chelas;
- Em 1991 foi comemorado o centenário do nascimento do fadista e entre outros eventos foi lançado o duplo
álbum "O melhor de Alfredo Marceneiro" (EMI-Valentim de Carvalho) e foi exibido na RTP o
documentário "Alfredo Marceneiro é só Fado".


​Fontes de Informação:

“Guitarra de Portugal”, 10 de Novembro 1926;
“Trovas de Portugal”, 4 de Fevereiro 1934;
“Guitarra de Portugal”, 20 de Julho 1935;
“Canção do Sul”, 16 de Setembro 1935;
“Canção do Sul”, 16 de Novembro 1943;
“Guitarra de Portugal”, 15 de Julho 1946;
“Ecos de Portugal”, 1 de Janeiro 1948;
“Voz de Portugal”, 1 Outubro 1957;
“Flama”, 12 de Outubro de 1962;
“Álbum da Canção”, 1 de Agosto 1963;
“Diário de Lisboa”, 20 de Março 1968;
“Rádio e Televisão”, Novembro 1969;
“Flama”, 26 de Abril de 1974;
“Diário de Notícias”, 27 de Junho de 1981;
“Correio da Manhã”, 28 de Junho de 1982;
“Mais”, 2 de Julho de 1982;
Machado, Vítor (1937), “Ídolos do Fado”, Tipografia Machado;
Duarte, Vítor (1995), “Recordar Alfredo Marceneiro”, Venda Nova, Sistema J;
Duarte, Vítor (2001), “Alfredo Marceneiro...Os Fados que ele cantou”, Lisboa, Clássica Editora.
DVD “3 Gerações de Fado”, Ovação, 2007.
www.alfredomarceneiro.com
http://alfredomarceneiro.blogs.sapo.pt
Informações fornecidas pelo neto do fadista Vítor Duarte


​Última actualização: Novembro/2007

Outras versões do mesmo Fado

A Minha Sina
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Intérprete: Mariana Silva

Letra: Henrique Rêgo

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