

Fados Tradicionais


Fado Seixal
O Meu Bairro
Letra: João Linhares Barbosa
Música: José Duarte (José Seixal)
Intérprete: Júlio Peres
É senhor dos seus deveres
Alcântara, bairro operário
Porque tem lindas mulheres
Fica pertinho aos "Prazeres"
Fica juntinho ao Calvário (bis)
Mulher, prazer de momento
E que um calvário traduz
Alegria e sofrimento
Morre na Rua da Cruz
Ou Rua do Livramento
Meu Bairro não tem vaidade
Na pobreza que o encanta
As suas necessidades
Acoitaram majestades
E possui a Fonte Santa
Meu bairro é todo uma trova
De contradições velhinhas
E nisto temos a prova
Não tem ponte a "Ponte Nova"
Nem fontes as "Fontaínhas"
Bairro de contrariedades
Teu nome é feminino
"Prazeres, Necessidades"
Sacramento, que saudades
Dos meus tempos de menino
Intérprete: Júlio Peres
Título: O Meu Bairro
Autor da Letra: João Linhares Barbosa
Autor da Música: José Duarte (José Seixal)
Guitarra Portuguesa: Francisco Carvalhinho e
Armandino Maia
Viola de Fado: José Maria de Carvalho
Data da 1ª edição: 1978
Editora: "Riso e Ritmo"
Ref. RR LP 2062

Fado Seixal
Composto pelo cantador José Duarte, que tinha a alcunha de "Zé do Seixal" (? - 1962)
Pequena biografia do poeta:
Linhares Barbosa
João Linhares Barbosa nasceu a 15 de Julho de 1893 em Lisboa, no Bairro da Ajuda
onde sempre viveu.
Figura incontornável do universo do Fado, a sua obra poética estima-se em mais de
3.000 versos A defesa do Fado que preconizou toda a vida - nomeadamente dos seus
ambientes e seus protagonistas - a par de um imenso talento poético consagrá-lo-iam
como o “Príncipe dos Poetas” vulto maior de entre os Poetas Populares do Fado.
Autodidacta, activo até 1965 - ano em que viria a falecer – João Linhares Barbosa viu
os seus primeiros versos publicados no jornal “A Voz do Operário” quando contava
apenas 14 anos de idade.
Mais tarde, exerceria a profissão de torneiro mecânico até à fundação do seu próprio
jornal, “Guitarra de Portugal”, precisamente no dia em que completou 29 anos, no dia 15 de Julho de 1922. Este periódico viria rapidamente a assumir-se como um dos mais emblemáticos títulos de uma imprensa especializada no fado que vingou, a partir de 1910.
Nos primeiros tempos de vida da Guitarra de Portugal, João Linhares Barbosa contou com a colaboração dos amigos, também poetas populares, Domingos Serpa e Martinho d' Assunção (pai). Foi nas páginas da “Guitarra de Portugal” que, ao longo dos anos, João Linhares Barbosa defendeu o Fado, os poetas e os fadistas, dos ataques de um grupo de detractores do Fado que teve em Luiz Moita, célebre autor da obra “O Fado, Canção de Vencidos” um dos maiores expoentes.
Para além de uma vastíssima obra poética, a João Linhares Barbosa se fica a dever uma acção preponderante na reabilitação do Fado e na dignificação da carreira dos fadistas.
Fonte de informação:
Dados biográficos fornecidos pelo Sr. Francisco Mendes.
http://www.museudofado.pt/personalidades/detalhes.php?id=234
Última Actualização: Setembro/2008
Outras versões do mesmo Fado
Pequena biografia do intérprete:
Júlio Peres
Júlio Peres nasceu em Alcântara em 1909. Órfão de mãe, viveu a sua infância junto do avô
e da irmã. Em criança, revela todo o seu potencial talento, e com apenas 11 anos começa a
cantar. Aos 15 anos, Júlio Peres toma parte em serenatas em Lisboa, profissionalizando-se
aos 18 anos quando começa a actuar nas casas de fado.
A par da sua actividade artística, Júlio Peres foi também gerente do “Café Luso”.
No livro “Histórias do Fado” escreve-se: “Entre os seus companheiros habituais contavam-se
Gabino Ferreira, Frutuoso França, José Coelho, Júlio Vieitas e Manuel Calixto, com quem
participou em muitas cegadas”.
Dotado de uma excelente voz, Júlio Peres foi também um exímio dançarino, facto que o
levou a ganhar vários prémios.
Do seu repertório destaque para os temas “Velho Tinteiro”, “Como a Vida Passa” e “Ó Minha Mãe Minha Amada”.
"Actuou na Festa de Inauguração da Cervejaria Monumental, no dia 19 de Julho de 1945, conjuntamente com Isabel de Oliveira, Fernanda Baptista, Moisés Campelos, Berta Cardoso, a cantadeira cigana Maria Helena Maia e Ivete Pessoa (que se estreou com êxito)" (cf. Guitarra de Portugal de 22 Julho 1945)
Faleceu em 1995.
Fontes de informação:
“Guitarra de Portugal”, 22 de Julho de 1945
Guinot, M.; Carvalho, R.; Osório, J.M. (1999) “Histórias do Fado”, col. “Um Século de Fado”, Lisboa, Ediclube.

Intérprete: Gabriel Silva
Letra: Gabriel Silva
Intérprete: Manuel Luís
Letra: Carlos Conde
Intérprete: Julieta Santos
Letra: Frederico de Brito
Intérprete: Mariza
Letra: Frederico de Brito



Guitarra: Acácio Rocha
Viola: Pais da Silva
Baixo: António Leite
Intérprete: Fernanda Maria
Letra: Frederico de Brito