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Fado Vadio

Moreninha da Travessa
Letra:               Jorge Rosa
Música:            Filipe Pinto
Intérprete:        Fernando Maurício
 

 


Moreninha da travessa
Que atravessa a minha rua  (bis)
Apenas por culpa sua
Penas minh'alma atravessa  (bis)

Onde vai assim depressa
Porque atravessa a correr  (bis)
Fugindo a quem a quer ver
Onde vai com tanta pressa  (bis)

 


Por mais que diga e lhe peça
Que essa pressa diminua  (bis)
Apressada continua
E o que eu digo não lhe interessa  (bis)

Qualquer dia ainda tropeça
Nessa pressa de fugir  (bis)
Tropeça e pode cair
Veja lá, não caia nessa  (bis)

 
Mas se cair, lhe aconteça
P'ra se livrar de embaraços  (bis)

Veja se cai nos meus braços
Moreninha da travessa
Veja se cai nos meus braços
Veja lá se cai depressa

Intérprete:      Fernando Maurício

Título:            Moreninha da Travessa

 

Autor da Letra:         Jorge Rosa
Autor da Música:      Filipe Pinto

Guitarra Portuguesa:    Alcino Frazão e

                                     Armindo Fernandes

Viola de Fado:              Francisco Gonçalves

Viola-baixo:                   José Vilela

   

 

Data da 1ª edição:  1982

Editora: "Riso e Ritmo"

Ref. FF LP 30 10

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Outras versões do mesmo Fado

Moreninha da Travessa
00:00 / 02:00

Intérprete: Cândido ?

Letra: Jorge Rosa

Moreninha da Travessa
00:00 / 01:47
filipe pinto.jpg

Fado Vadio

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Pequena biografia do autor:

                                                                                                                                                    Filipe Pinto

Filipe Pinto, cujo nome completo era Filipe de Almeida Pinto, nasceu em Lisboa, nos

Barbadinhos, freguesia de Santa Engrácia, em 2 de Maio de 1905. Era filho de

Henrique de Almeida Pinto e de Maria da Silva.

 

Como o próprio confessou: "era nos Barbadinhos que, ao tempo, deitavam o pregão

dos seus Fados o Rosa Sapateiro, de saudosa memória, e os irmãos Vilanova ou o

Aguiar Batata, ainda vivos, felizmente" ( cf. “Guitarra de Portugal 18 Junho 1932).

 

Exerceu a profissão de Operário Litógrafo e começou a cantar o fado com quinze anos

de idade, como ele próprio afirma em entrevista inserida na primeira página da

“Guitarra de Portugal” de 18 de Junho de 1932:

 

"Há dez anos era hábito no meu sítio realizarem-se, pelas Sociedades de Recreio, frequentes concílios poéticos, em benefício de necessitados. Pontificava o Bringuel, cantador de primeira plana; ouvi-lo cantar, era para mim um salutar prazer. Comecei nesta época ensaiando os meus primeiros vôos. Pouco tempo depois (1922) cantava nos “Sempre Unidos”, à Rua Vale de Santo António, e num pequeno grémio da minha vizinhança, aonde ia outro grande cantador, o Joaquim Campos, a quem devo o início da minha vida de cantador". (cf. Guitarra de Portugal de 18 de Junho de 1932)

 

Em Maio de 1927, Filipe Pinto, adquire o cartão artístico e destaca-se como uma das figuras mais apreciadas pelo público, dotado, não só de uma excelente voz, como de uma presença muito marcante.

 

Manteve uma ligação sentimental com a jovem cantadeira Cecília de Almeida, que vivia na Rua do Norte, ao bairro Alto, a célebre «Cotovia do Bairro Alto», e que viria a falecer no dia 1 de Fevereiro de 1932.

 

Fez parte da “Companhia Típica Portuguesa da Embaixada do Fado” que se deslocou ao Brasil, tendo partido em Agosto de 1934. Este grupo, dirigido por Alberto Reis, que incluía também as presenças de Maria do Carmo e Maria do Carmo Torres, Branca Saldanha, Joaquim Pimentel, Armandinho (guitarra) e Santos Moreira (viola). (Cf. Guitarra de Portugal de 21 de Agosto de 1934). Posteriormente, em Junho de 1935 estariam presentes em Buenos Aires.

 

De regresso passou pelo “Salão Artístico de Fados”, e pela “Cervejaria Vitória”, colaborou em inúmeros programas de Emissora Nacional, mantendo-se no elenco do “Café Mondego”, “”Retiro da Severa”, e “Solar da Alegria”, de que foi director artístico em finais da década de trinta e onde, anos antes, havia ganho uma medalha de ouro num concurso de Fado Corrido, onde foi agraciado por uma enorme ovação.

 

Continuou o seu percurso de actuação em várias casas de Fado, designadamente, no “Luso”, na “Adega Mesquita”, na “Márcia Condessa”, na “Toca”, na “Viela”, na “Mãe Preta”, no “Canto do Camões”, entre outras.

 

Em 1945 era referenciado como “fadista de carreira brilhante, profissional com “fúria de amador, sempre presente onde o Fado se apresenta…”. Saliente-se que, Filipe Pinto, se tornou numa das figuras mais influentes no meio, conciliando também a actividade de gerente artístico (“Café Monumental” (1945) e “Café Luso” (1946)), que lhe proporcionou a descoberta e divulgação de novos talentos, bem como a organização de festas de homenagem, como a realizada em Janeiro de 1948, no Café Luso, e que distinguiu Alfredo Marceneiro como Rei do Fado.

 

Pela forma peculiar de como se vestia, Filipe Pinto ficou conhecido pelo " Marialva do Fado ".

 

Em 29 de Novembro de 1962 é alvo de uma Homenagem no antigo Cinema Tivoli, com a participação, entre outros artistas, de Alfredo Marceneiro, Fernando Farinha, Max, Artur Ribeiro, Ilídio dos Santos, Lucília do Carmo, Martinho D´Assunção, entre outros.

 

Faleceu em Lisboa corria o ano de 1968.

 

 

Selecção de fontes de informação:

 

“Guitarra de Portugal”, 18 de Junho de 1932;

“Canção do Sul”, 01 de Setembro de 1940;

“Guitarra de Portugal”, 01 de Novembro de 1945;

Machado, A. Victor (1937), “Ídolos do Fado”, Lisboa, Tipografia Gonçalves;

Sucena, Eduardo (1992) “Lisboa, o Fado e dos Fadistas”, Lisboa, Vega;

 

 

Última actualização: Abril de 2008

Intérprete: Ricardo Ribeiro

Letra: Jorge Rosa

O meu Tesouro
00:00 / 02:55

Intérprete: Maria Alice

Letra: Armando Neves e Henrique Rêgo

Esta gravação data de 1936 e pertence à Face A do disco de 78 R.P.M. editado pela “Valentim de Carvalho” com o selo da “Columbia”, a matriz de disco “M.L. 11” e a matriz de fonograma “CP 690”, em que a cantadeira Maria Alice, acompanhada à guitarra e à viola, interpreta este número musical do seu reportório: “Fado Vadio”, que escutamos aqui.

 

Trata-se dum Fado Tradicional geralmente atribuído a Jaime Thiago dos Santos ou a Filipe Pinto, e interpretado neste registo pela cantadeira Maria Alice com o poema “O Meu Tesouro” de Armando Neves e Henrique Rego, em que a célebre cantadeira homenageia o seu filho, que é o seu tesouro, como diz o título da poesia, e como ilustram as quadras presentes:

 

O meu filho é pequenino,

É pequenino, ainda bem!

Pois Jesus Cristo é Divino,

E foi pequeno também!

 

Dizem que é feio, o meu filho,

Mas Deus já mo quis levar...

Julgava que ele era um anjo

Que o lá lhe foram buscar

 

O meu filho, quando chora,

Eu canto de alma em pedaços...

Morte, não venhas agora!

Que eu trago a vida nos braços...

 

Jóias, usá-las, não posso!

Que o seu valor é mesquinho!

Eu trago sempre, ao pescoço,

Os braços do meu filhinho.

 

Eu amo tanto o meu filho,

Pequenino, encantador,

Que nem o sol, com o seu brilho,

Brilha mais do que este amor!

O fado tradicional em questão viria a alcançar uma popularidade mais superior na voz do cantador Fernando Maurício, com o poema "Moreninha da Travessa" de Jorge Rosa, e na voz de Joaquim Cordeiro, com o célebre “Maurício Caramunha, O Polidor de Calçadas”, igualmente popularizado por Paulo de Carvalho e Quim Barreiros. Esta gravação, que creio ter sido a 1ª gravação oficial deste conhecido “Fado Vadio”, foi retirada do disco original disponibilizado no Arquivo Sonoro Digital do Museu do Fado.

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