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Fado Concórdio

Eu Quis Fazer de Ti
Letra:                 Paco Gonzalez
Música:              Fernando Silva
Intérprete:          Nuno de Aguiar

 

 

Eu quis fazer de ti, no espelho do carinho

Um jardim de esperança em forma de paixão

Eu quis fazer de ti o meu melhor caminho

Que désse a luz da vida à minha solidão

 

Eu quis fazer de ti, na febre dos desejo

A loucura d’amor em risos d’alegria

Eu quis fazer de ti um poema de beijos

Nos sonhos mais bonitos da minha fantasia

 

Eu quis fazer de ti a voz da eternidade

Com fé de peregrino eu arrastei meus passos

Sedento de ternura, faminto de verdade

Eu quis fazer de ti abismo dos meus braços

 

Mas quando quis fazer o tema do meu fado

Na revolta infinita do meu amargo ser

As tuas mãos tremeram, não ficaste a meu lado
E o céu tornou-se noite p’ra nunca mais te ver

Guitarra:     Jaime Santos

Viola:          Fernando Silva

Baixo:         Tó Moliças

Pequena biografia do autor:

                                                                                                                                                 Fernando Silva


Fernando Jorge Aniceto Silva nasceu na bonita vila de Óbidos, em 1966. Desde

muito jovem que sentiu o gosto para a música, o pai cantava fado como amador

O tio Guilherme, irmão de seu pai, vendo o seu gosto pela música ofereceu-lhe

uma guitarra, que Fernando ainda recorda que lhe parecia maior do que ele,

pois tinha só 12 anos. 

Como o tio Guilherme dava alguns “toques” na guitarra, e por vezes até

dedilhava para pôr o irmão a cantar, o jovem Fernando não tirava os olhos dos

dedos do tio, lembra-se que lhe parecia um acariciar do instrumento. Como havia

em casa discos de Fado, começou sozinho a tentar reproduzir os tons que ouvia.

Passado pouco tempo ainda de calções, já acompanhava nas festas populares alguns

amadores lá da terra, e era muito aplaudido. 

Entretanto estuda e tira o curso de "Desenhador Projectista de Moldes" , e chega a trabalhar numa empresa na Marinha Grande. Mas o seu “hobbie” é tocar guitarra, e, assim todos os fins-de-semana era vê-lo em locais onde houvesse Fado, agarrado à sua guitarra. Quando andava a estudar, era seu professor de educação física, o baterista Tó Freitas, que conhecia os seus dotes a tocar guitarra, como mais tarde abraça a profissão só de músico, é convidado por Júlio Isidro para a banda do seu programa na RTP – Luzes da Ribalta, e como precisavam para as partes de Fado de um guitarrista, lembra-se do Fernando e convida-o para ser o guitarrista residente, onde se manteve cerca de um ano. 

Em 1990 foi convidado por Paulo de Carvalho, para seu guitarrista privativo numa “tournée” que durou alguns meses viajando pelo mundo inteiro. È convidado por Nuno da Câmara Pereira, no auge da sua carreira para seu guitarrista privativo, fazendo parelha com os violistas Carlos Garcia (Cajé) e Fernando Maia, com quem sempre se manteve enquanto este só fazia espectáculos. Mesmo agora, o Nuno quando actua não dispensa o Fernando como seu guitarrista, assim como quando grava. 

Actuou em diversos recintos com Fado, destacando-se O Faia, Grand..Tasca, Luso e outros. Nas “Quartas de Fado no Wonder Bar” no Casino Estoril, Carlos Zel convida-o para guitarrista, ao Cajé como viola acompanhamento e Marino Freitas, para viola-baixo, para músicos residentes do evento, aí teve a oportunidade de acompanhar grandes nomes e valores do Fado, o que obviamente contribuiu para o seu amadurecimento como acompanhante de Fado. 

A partir do ano 2000, começa a acompanhar o fadista Rodrigo, fazendo parelha com o violista Jaime Santos e Tó Moliças viola-baixo, que se mantém até aos dias de hoje, em espectáculos e nas recentes gravações. Em simultâneo é solicitado para acompanhar outros artistas, tais como, Mafalda Arnauth, Dulce Pontes com quem gravou um álbum duplo e um DVD em Istambul, gravou um CD de instrumentais, com produção e músicas Pedro Brito, e arranjos Ramon Gallarza. Gravou ainda com Teresa Tapadas, Lenita Gentil, Entre Vozes, João Ferreira Rosa (ao vivo no Casino do Estoril), George Dallaras (Grego) em dueto com Dulce Pontes, Duas Luas de Marco Quelhas, Rão Kyao e Teresa Salgueiro, Débora Rodrigues, Natalino de Jesus, e um espectáculo ao vivo no Coliseu de Lisboa com Paulo Gonzo e Carlos do Carmo. 

Quando Mariza apresenta na Antena 1, o seu primeiro disco, é Fernando Silva que ela escolhe para a acompanhar em directo.

Fonte de informação:        

 

http://www.portaldofado.net/content/view/1954/385/lang,pt/

Última actualização:  em 22 / 06 / 2010

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Pequena biografia do intérprete:

                                                                                                                                                  Nuno de Aguiar

Concórdio Henriques, nome de baptismo de Nuno d'Aguiar, nasceu na Travessa do

Olival à Graça e revelou-nos que desde muito cedo se sentiu rendido ao mundo do

Fado. Na sua vida infância, Concórdio trocava de bom agrado os pontapés na bola

de futebol para ouvir e cantar o Fado. O fadista de hoje recorda os momentos em que,

as vizinhas lhe pediam para fazer recados, e com os tostões que lhe davam, descia

até ao Vale de Santo António para, numa tasca pagar um copo de vinho aos

guitarristas, em troca de um Fado. È em pleno bairro de Alfama, no "Retiro" do Sr.

Augusto, que Concórdio canta alguns dos Fados que ouve na Emissora Nacional.

Contudo, estes acontecimentos dão-se sempre à revelia dos seus pais.

Uma nota curiosa neste seu percurso é que um dos grandes apreciadores de ouvir

Concórdio a cantar, era o General França Borges, antigo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, que frequentava o "Retiro" do Sr. Augusto e que em troca de uns tostões lhe pedia a interpretação de alguns temas de Fado.

Influenciado pelo pai, mestre em marcenaria de obras de arte, Concórdio aprende o ofício, no Instituto Industrial de Lisboa, mas cedo opta por se dedicar exclusivamente ao Fado e passa a ser solicitado para cantar, ainda que a título amador. Destaca-se então pelo estilo próprio de interpretação que o distingue de tantas outras vozes.

Em 1960 profissionaliza-se após ganhar o concurso "Primavera no Fado", no Coliseu dos Recreios, findo várias eliminatórias no "Salão Luso".

Depois do serviço militar, onde encantou os colegas com as suas interpretações de Fado, é convidado para o "Ritz Clube" (1965): “Um lugar fora do comum” dirá. Neste espaço, o Fado tinha início às 2 horas da manhã e durava até cerca das 7 horas da manhã. Aqui, Concórdio manteve-se por cerca de dois anos, até ao convite do Sr. Barros para integrar o elenco do "Retiro da Severa". Surge então a oportunidade de gravar para a editora "Estúdio", ainda que seja aconselhado a alterar o seu nome próprio - Concórdio para um nome considerado mais artístico e "nasce" Nuno de Aguiar. Praticamente todas as noites, Nuno de Aguiar interpretava o Fado "Bairro Alto", (letra de Carlos Simões Neves e música de Nuno de Aguiar) e que se revelaria um enorme sucesso e que pontua a sua carreira.

Mais tarde, é convidado por Lucília do Carmo para o elenco do "Faia" situado no Bairro Alto, local de contínua aprendizagem e óptimas recordações.

Nuno de Aguiar revela-nos ainda as actuações de sucesso que tiveram lugar no Casino do Funchal.

É neste período que a carreira do fadista conhece contornos internacionais, com incontáveis viagens e concertos um pouco por todo o mundo, com apresentações em cidades que o fadista diz conhecer tão bem como o bairro onde nasceu! Numa dessas deslocações até à América, Nuno de Aguiar acaba por ficar durante 9 anos, em concertos para a comunidade portuguesa e não só.

Passou um longo período numa casa típica em Lourenço Marques (Moçambique), até ao 25 de Abril, altura em que regressa a Lisboa.

Após o regresso inicia um novo circuito pelas casas típicas de Lisboa, salientando-se a inauguração do "Forcado" e o início de uma colaboração assídua com Rodrigo no "Picadeiro", em Cascais.

Torre da Guia é o seu poeta de eleição. Conheceram-se no serviço militar e desde então tem a particularidade de escrever a maior parte das letras que Nuno de Aguiar interpreta.

Em 2006, celebra 45 anos de carreira assinalados com a edição de um CD, etiqueta Metro- Som: "Meu Disco, Meu Fado", e onde revela a sua faceta de poeta, ao assinar dois dos 14 fados que compõem o CD.

 

Fonte de informação:

Museu do Fado - Entrevista realizada em 13/18 de Julho de 2006.

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