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Fado Britinho
Fado Britinho
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Travessa da Palha
Letra:              Gabriel de Oliveira
Música:           J.
Frederico de Brito (Britinho) 
Intérprete:       Augusta Ermida
 

 ​

Foi na Travessa da Palha
Que o meu amante, um canalha,
Fez sangrar meu coração​

Trazendo ao lado outra amante
Vinha a gingar petulante
Em ar de provocação. (bis)

Na taberna de friagem
Entre muita fadistagem
Enfrentei os seus rancores,​

Porque a mulher que trazia
Com certeza não valia
Nem sombra do meu amor. (bis)

 

 

 

 

A ver quem tinha mais brio
Cantamos ao desafio
Eu e essa outra qualquer.​

Deixei-a perder de vista
Mostrando ser mais fadista
Provando ser mais mulher. (bis)

Foi uma cena vivida
De muitas da minha vida
Que não se esquecem depois,

Só sei que de madrugada
Após a cena acabada
Voltamos para casa os dois. (bis)

Intérprete:    Augusta Ermida

Título:          Travessa da Palha

Autor da Letra:       Gabriel de Oliveira
Autor da Música:    
Frederico de Brito (Britinho)

Guitarra Portuguesa:    Carlos Gonçalves e 

                                     António Chaínho

Viola de Fado:              José Maria Nóbrega

 

Data da 1ª edição:  1970

Editora: "Marfer"

Ref. MEL. 2. 183

Fado Britinho

Este Fado devo o seu nome ao facto do seu autor se chamar Joaquim Frederico de Brito, também conhecido como "Britinho", o poeta "Chauffer". Sem dúvida, o poema que celebrizou este Fado foi essa jóia preciosa da poesia popular que dá pelo nome de "Travessa da Palha". O autor da letra é Gabriel de Oliveira, "poeta maior do Fado" (1891 - 1953)

​Pequena biografia do autor:

                                                                                                                                             Frederico de Brito

Joaquim Frederico de Brito, nasceu em Carnaxide ( Oeiras ), em 25 de Setembro

de 1894, tendo falecido em Lisboa, em Março de 1977.

Cantador, compositor e poeta, era conhecido no meio do Fado com o diminutivo

de “Britinho” e também poeta-chauffer, alcunha que lhe atribuíram porque durante

muitos anos foi motorista de táxi, depois de ter sido estocador durante alguns

anos; no entanto, vem a reformar-se como empregado da companhia petrolífera

Atlantic, onde entrou, quando deixou de conduzir táxis!

Aos 8 anos, leu o livro de Avelino de Sousa, “Lira do Fado”, que o levou a escrever

versos, que o seu irmão mais velho, João de Brito, cantava em festas de amadores.

É um facto adquirido, que durante a sua vida, escreveu mais de um milhar de letras

e compôs várias centenas de músicas.

Participou na opereta "História do Fado", de Avelino de Sousa, com Alfredo Marceneiro e outros, cantando versos de sua autoria.

Em 1931, edita um livro de sua autoria, “Musa ao Volante”, compilação de todos os versos que até aí tinha escrito.

Para além de grande poeta, foi também um extraordinário compositor!

Assim, são de sua autoria, ( letra e música ), "Biografia do Fado", ( criação de Carlos Ramos ); "Fado do Cauteleiro"( criação de Estêvão Amarante ); "Janela virada para o mar" ( criação de Tristão da Silva ); "Não digam ao Fado...!" ( criações de Carlos do Carmo e Beatriz da Conceição ) e "Canoas do Tejo"( tema popularizado pela criação de Carlos do Carmo e, mais tarde, também cantado por Max, Beatriz da Conceição, Francisco José, Tony de Matos e muitos outros ).

O "Fado Carmencita", na voz de Amália Rodrigues, foi também um dos seus sucessos, tal como foram “Troca de olhares”, “Rapaz do camarão", “Casinha dum Pobre” e Fado Corridinho ( ambos com música de Martinho d' Assunção ), “Fado Britinho”; “Fados dos Sonhos” e o celebérrimo “Fado da Azenha”, que David Mourão- Ferreira, considerou das melhores criações da poesia popular portuguesa!

Vários compositores, entre eles Raul Ferrão, Raul Portela, Jaime Mendes e Alves Coelho ( filho ) escreveram músicas para letras de Joaquim Frederico de Brito.

As revistas ”Anima-te Zé” ( Teatro Maria Vitória, 1934 ), “Salsifré” ( Teatro Apolo, 1936 ), “Bocage” ( Eden Teatro, 1937 ), “Chuva de Mulheres” ( Eden Teatro, 1938 ), “Sol e Dó” ( Teatro Variedades, 1939 ) e “Haja saúde!”, com a qual se inaugurou o Teatro ABC, integraram várias composições de sua autoria.

Era muito estimado nos meios fadistas ( o carinhoso diminutivo “Britinho”, reflectia aliás essa generalizada simpatia ).

Poeta popular, que manteve os padrões do Fado tradicional, sem “lamechas retrógradas”, sem terminologia de exagerado lirismo, seduzindo assim compositores de nomeada, já acima referidos, que compõem para as suas letras, de cunho bem fadista, e que foram cantadas no teatro, por fadistas e cançonetistas da época.

Joaquim Frederico de Brito, deixou-nos um valioso espólio, que continua a ser interpretado por inúmeros artistas, recebendo do grande público, enorme aceitação e agrado!



Fonte de informação:



http://lisboanoguiness.blogs.sapo.pt/96690.html





Última actualização:  Dezembro/2009

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Outras versões do mesmo Fado

Aquela Praia Ignorada
00:00 / 03:10

Intérprete: Carlos do Carmo

Letra: Pedro Homem de Mello

Rua Sombria
00:00 / 01:56

Guitarras:   Raúl Nery e José Fontes Rocha

Viola:        Castro Mota

Baixo:       Joel Pina

Intérprete: Amália Rodrigues

Letra: Linhares Macedo

Travessa da Palha
00:00 / 02:39

Intérprete: Lucília do Carmo

Letra: Gabriel de Oliveira

Andorinha Tagarela
00:00 / 03:18

Intérprete: Salazar Silva

Letra: Salazar Silva

Guitarra:   José Pereira

Viola:        Artílio Costa

Baixo:       Ernesto Almeida

Coração Louco
00:00 / 02:30

Intérprete: Fernanda Maria

Letra: Domingos Gonçalves Costa

Última Carta
00:00 / 02:59

Intérprete: Alfredo Marceneiro

Letra: Henrique Rêgo

O PRIMEIRO DISCO DO MARCENEIRO!

Esta gravação data de 1930, foi efectuada em Madrid, Espanha, e pertence à Face A do disco de 78 R.P.M. editado pela “Odeon”, etiqueta “Valentim de Carvalho” comercializada pela “Casa Cardoso” na época, com a matriz “A 187273”, em que o fadista Alfredo Duarte (Marceneiro), acompanhado pela Guitarra Portuguesa de Armando Augusto Freire, e pela Guitarra Clássica de Georgino de Sousa, interpreta dois fados do seu reportório, que são “No Cabaret” e “Última Carta”, que escutamos aqui.

 

Trata-se do célebre tradicional “Fado Britinho” de Joaquim Frederico de Brito, com versos bem interessantes de Henrique Rêgo, cantados duma maneira bem peculiar pelo consagrado fadista. Pouco tempo depois deste fonograma, no Dia do Ano Novo de 1931, Alfredo Marceneiro afirmou o seguinte numa entrevista ao jornal “Ilustração”: «O meu maior desgosto, em 1930, é um desgosto profissional... O Gramophone veio industrializar o Fado. Que vergonha! O Fado não se deve nem se devia vender! Eu canto o fado como se rezasse. Mas veio o Sr. Menano e a Menina Alice, começaram a ganhar dinheiro, e o Fado tornou-se mercadoria. Que vergonha! Eu canto porque a minha alma mo ordena.

 

E o que eu mais ambicionava para 1931 é que fossem proibidas as especulações que se fazem com a nossa linda canção. É que eu sou um “Fadista Trágico”.». E depois desta entrevista, quando os jornalistas o deixaram, começou a chorar compulsivamente ao ouvir uma fadista que acabava de subir a um estrado, a Maria mélia a cantar: “É Loucura! E eu bem o sei...”. Curiosamente, um ano antes, Maria mélia tinha gravado um disco de gramophone com este fado... E o Marceneiro viria a gravar mais discos, mas sempre de muita má vontade...

O registo em questão foi retirado da compilação “Portuguese Sound Archives – Fado (Vol. 10”, editada em 2013 pela Tradisom.

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