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Fado Carlos da Maia 4ª
Fado Carlos da Maia 4ª
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Tinhas Razão Minha Mãe
Letra:             Domingos Gonçalves Costa
Música:          Carlos da Maia
Intérprete:      António Rocha
 

 ​

Tinhas razão minha mãe

Quando ao cingir-me em teus braços

Dizias não saber bem

Para que guiavas os meus passos   (bis)

Meus passos amargurados

Andam trocados, mãe querida

Pois só caminhos errados

Me oferece a estrada da vida   (bis)

Por não saber recuar

Hoje perdido e sem norte

Vou num triste caminhar

Pela estrada da minha sorte   (bis)

Sorte dos desiludidos

Que em vão buscam algum bem

Só têm passos perdidos

 Tinhas razão minha mãe   (bis)

Intérprete:    António Rocha

Título:          Tinhas Razão Minha Mãe

 

Autor da Letra:       Domingos Gonçalves Costa
Autor da Música:   Carlos da Maia

Guitarra Portuguesa:    António Chainho e 

                                     Carlos Gonçalves

Viola de Fado:              José Maria Nóbrega

Viola-baixo:                  Raul Silva

 

Data da 1ª edição:  1967

Editora: "Marfer"

Ref. Marfer LP 30037

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Letra: Fernanda Maria

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Letra: Jaime Lúcio

Recordar
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Intérprete: Helena Marques

Letra: Reinaldo Silva

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00:00 / 02:30

Intérprete: Maria da Nazaré

Letra: João Ferreira Rosa

DISCO Nº 12200 DO REGISTO 9336 DA EMISSORA NACIONAL!

O PRIMEIRO DISCO DE MARIA DA NAZARÉ!

 

Esta gravação data de 1966, foi efectuada nos Estúdios Valentim de Carvalho, em Paço d'Arcos, e pertence à Banda 2 da Face B do disco EP de 45 R.P.M. editado pela "Valentim de Carvalho", com o selo da "Decca", de seu nome "Maria da Nazaré - Lá Vai Ele Atrás de Ti", em que o Conjunto de Guitarras de Raúl Nery acompanham a cantadeira Maria da Nazaré na interpretação quatro músicas do seu reportório, que são "Lá Vai Ele Atrás de Ti", "A Lenda duma Guitarra", "Águas Paradas" e "Vi Partir o Meu Amor", número musical que estamos a ouvir neste momento.

 

Trata-se de um poema da autoria do celebrado cantador João Ferreira Rosa, criador do êxito radiofónico "O Embuçado", interpretado por Maria da Nazaré, na melodia do"Fado do Passado" de Manuel de Lencastre, pseudónimo de Carlos Augusto da Maia, rebaptizado pelos puristas preconceituosos do fado pelo nome de "Fado Carlos da Maia Sextilhas", originalmente criado em 1929 por Ercília Costa.

Aquando da gravação deste seu 1º disco, Maria da Nazaré com escassos vinte anos já se tinha classificado em 2º Lugar nas Grandes Noites do Fado de 1962 e 1963, e em 1º Lugar nas Grandes Noites do Fado de 1964 e 1965, proezas que, como é sabido, não são nada fáceis de serem conseguidas, dada a categoria dos seus concorrentes, numa louvável iniciativa da Casa da Imprensa que fez história na nossa música.

 

Segundo a editora, da justiça dessa selecção que a insistência confirmou, vai através deste seu 1º disco ajuizar todo aquele que ouvir a voz de Maria da Nazaré, fadista que, com este seu 1º disco, passou a estar destinada a ganhar relevo entre as vozes do fado da época, relevo que se mantém até hoje. Passado até à exaustão nas rádios portuguesas, principalmente na Emissora Nacional, onde este 1º disco de Maria da Nazaré foi catalogado com o nº 1220 do registo 9336, foi tão bem-sucedido, que pouco tempo depois, Maria da Nazaré passou a fazer parte do Elenco Residente dos "Serões para Trabalhadores" da Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho, onde alcançaria uma meritória popularidade, que se mantém intacta até hoje.

 

Este registo foi retirado da compilação "O Melhor de Maria da Nazaré", editado em 6 de Junho de 2009 pela parceria "IPLAY/Valentim de Carvalho"

Fado Carlos da Maia 4ª

Por vezes grafado como Carlos da Maia, o autor usava habitualmente o pseudónimo de Manuel Lencastre e era irmão do oficial da Armada José Carlos da Maia (1878 - 1921) que foi um conhecido conspirador no tempo da Monarquia. Herói da revolução republicana de 5 de Outubro, foi assassinado, com Machado dos Santos e António Granjo, pelo grupo anarquista dito do "Dente de Ouro" (de seu nome Abel Olímpio) durante a revolução de 19 de Outubro de 1921.

Existem três Fados com o mesmo nome, um em quadras, outro em quintilhas e o outro em sextilhas.

Pequena biografia do intérprete:

​                                                                                                                                               António Rocha

António Domingos Abreu Rocha nasceu em Belém, Lisboa, a 20 de Junho de 1938.
Frequentou apenas a escola até completar a instrução primária, pela necessidade

de se empregar e assim ajudar nos rendimentos familiares.
Com apenas 13 anos, em 1951, ganhou um concurso de Fado organizado pelo jornal
Ecos de Portugal, mas como estava na idade da mudança de voz, só volta a cantar
passados alguns anos num restaurante da Cova da Piedade, o Riba-Mar. Nesse
restaurante é ouvido pelo Conde de Sobral que, entusiasmado com as suas
interpretações, o apresenta a Deolinda Rodrigues. A fadista apadrinha a carreira de
António Rocha, desafia-o a cantar em Lisboa, no Retiro Andaluz, e a recepção que
obtém não podia ser melhor. Faz a sua estreia profissional em 1956, como contratado

deste espaço.
Apesar de nessa altura estar ainda empregado numa loja de ferragens, com os êxitos que se vão somando, cedo acaba por optar pela carreira artística.
No mesmo ano em que se estreia profissionalmente faz programas de televisão, entra para a Emissora
Nacional e é convidado a gravar o seu primeiro EP, com 4 faixas, para a editora Fonomate.
Em 1959, num concurso levado a cabo pelo Café Luso, é eleito “Rei” do Fado menor, uma das formas
clássicas do Fado tradicional, que continua a interpretar como ninguém.
António Rocha assume já nesta altura um papel de relevo no panorama da música nacional, com uma
popularidade plenamente demonstrada com a atribuição do título de “Rei do Fado”, em 1967, numa votação realizada pelo público para a revista “Plateia”.
Por esta ocasião o poeta Carlos Conde publica um poema sobre António Rocha, elucidativo da sua
popularidade por um lado e, por outro, das suas qualidades de intérprete:

“Porque encanta quando canta,
O António Rocha parece
Que tem sempre na garganta
A ternura de uma prece!

Põe na voz tal melodia
E um sabor tão requintado
Que perfuma de magia
As próprias rimas do Fado!

Conseguiu ter um reinado,
Um trono alto, uma grei;
- o Rocha tem o seu Fado,
O Fado tem o seu Rei!”

Sucedem-se os contratos para se apresentar nas mais conceituadas casas de Fado de Lisboa, os espectáculos por todo o país, actuando em restaurantes típicos e casinos, bem como as deslocações ao estrangeiro, nomeadamente aos Estados Unidos.
As apresentações em espectáculos para rádio e televisão são também uma constante e António Rocha tem durante algum tempo o seu próprio programa radiofónico, onde apresenta uma rubrica esclarecedora das questões dos ouvintes sobre Fado.
Nas últimas décadas o fadista continua a brilhar nos elencos das Casas de Fado de Lisboa, estando já há
vários anos no Faia. Mas as suas apresentações não se limitam ao território nacional, sendo diversas vezes convidado a integrar festivais de música do mundo ou a realizar espectáculos em países como os Estados Unidos, Itália, Espanha, França, Holanda e Bélgica.
Fadista consciente da importância de ter um repertório próprio, cedo constituiu o seu repertório individual,
sendo autor da maior parte dos poemas que canta e ainda de algumas das músicas.
António Rocha actuou em quase todas as Casas de Fado de Lisboa, das quais destacamos, pelo número de anos de permanência no elenco, o Solar da Hermínia, o Timpanas e o Faia, onde faz parte do actual elenco.
Em 1996, com Beatriz da Conceição, foi convidado a integrar o projecto de Paul van Nevel e o Huelgas
Ensemble, “Tears of Lisbon”, que consistia numa recolha, realizada pelo maestro, de fados e música
portuguesa do século XVI. Para além dos inúmeros espectáculos realizados foi, também, gravado um CD ao vivo, no Refectory of the Bijloke Abbey, em Ghent na Bélgica. Neste disco António Rocha interpreta temas com poemas da sua autoria, como “Luz de teu caminho”, com música de Paulo Valentim, ou “Pede à noite”, com música de Manuel Mendes.
Os espectáculos de António Rocha estenderam-se a inúmeros Restaurantes Típicos e Casinos do país, bem como a vários locais no estrangeiro.
Destacamos, nos anos mais recentes, a sua presença nos seguintes espectáculos:
- Semana Portuguesa em Roma, em 1988;
- Noites Longas, realizadas no âmbito da Lisboa 94 – Capital Europeia da Cultura;
- Holanda, a convite do maestro Paul Van Nevel, em 1994;
- Bélgica, a convite do maestro Paul Van Nevel, em 1995;
- França, a convite do maestro Paul Van Nevel, em 1996;
- Festival de Música do Mundo, realizado em Barcelona no ano de 1997;
- Sete espectáculos realizados na EXPO’ 98;
- Festival de Música de Bruxelas, em 1998;
- Digressão por várias cidades da França e da Bélgica, em 1999;
- Encontros em la Musica, no Tenerife, em 2000;
- Festival des Bucoliques du Pays de Racan, em França, no ano de 2000;
- I e II Festival da Música e dos Portos, em Lisboa, nos anos de 2000 e 2001
- XXIII Festival Sabandeño, em 2001;
- Espectáculos no âmbito do Porto Capital da Cultura, 2001;
- Os Poetas Populares, CCB, Festas de Lisboa 2004.
O mais recente trabalho discográfico de António Rocha, “Silêncio, Ternura e Fado”, foi editado pela Ovação
em 2004. Das 12 faixas apresentadas, podem escutar-se 11 poemas do fadista.
É sócio fundador da APAF (Associação Portuguesa dos Amigos do Fado).
Entre 2001 e 2004 foi professor do Gabinete de Ensaios para Intérpretes de Fado, na Escola de Guitarra
Portuguesa do Museu do Fado.

Fontes de Informação:

Dados biográficos fornecidos pelo fadista;
Programa do espectáculo “Um Porto de Fado” (2001), Lisboa, HM Música;
Programa do espectáculo “Les Larmes de Lisbonne” (1996), Abbaye-aus-Dames, 8 de Julho.
Museu do Fado - Entrevista realizada em 8 de Julho/2006.


Última actualização: Junho/2006

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