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Fado Penélope

Penélope
Letra:                   Manuela de Freitas
Música:                José Mário Branco
Intérprete:            Camané

Sagrado é este fado que te canto
Do fundo da minh’alma tecedeira
Da noite do meu tempo me levanto
E nasço feito dia à tua beira



Passei por tantas portas já fechadas
Com a dor de me perder pelo caminho
A solidão germina nas mãos dadas
Que dão a liberdade ao passarinho



E enquanto o meu amor anda em viagem
Fazendo a guerra santa ao desespero
Eu encho o meu vazio de coragem
Fazendo e desfazendo o que não quero



A fome de estar vivo é tão intensa
Paixão que se alimenta do perigo
De o chão em que se inscreve a minha crença
Só ter por garantia ser antigo

Intérprete:      Camané

Título:            Penélope

 

Autor da Letra:          Manuela de Freitas
Autor da Música:       José Mário Branco

Guitarra Portuguesa:    Custódio Castelo

Viola de Fado:              Jorge Fernando

 

Data da 1ª edição:  1988

Warner Music Portugal

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Pequena biografia do autor:

                                                                                                                                                  José Mário Branco

José Mário Monteiro Guedes Branco, mais conhecido como José Mário Branco

(Porto25 de maio de 1942 - Lisboa, 19 de novembro de 2019), foi um músico e compositor ( cantautorportuguês.

 

Filho de professores primários, cresceu entre o Porto e Leça da Palmeira, sendo

marcado pelo ambiente luzidio e inspirador desta vila piscatória. Iniciou o curso de 

História, primeiro na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, depois na 

Faculdade de Letras da Universidade do Porto, não o tendo terminado. Expoente da

música de intervenção portuguesa, começou por ser ativo na Igreja Católica.

Depois aderiu ao Partido Comunista Português e foi perseguido pela PIDE, até se exilar

em França, em 1963. Em 1974 regressou a Portugal e fundou o Grupo de Acção Cultural - Vozes na Luta!, com o qual gravou dois álbuns.

 

Como interveniente em concertos ou álbuns editados, como cantautor e/ou como responsável pelos arranjos musicais, José Mário Branco é autor de uma obra singular no panorama musical português. Entre música de intervençãofado e outras, são obras famosas os discos Ser solidárioMargem de Certa Maneira, A noite, e o emblemático FMI, obra síntese do movimento revolucionário português com seus sonhos e desencantos. Esta última foi proibida pelo próprio José Mário Branco de passar em qualquer rádio, TV ou outro tipo de exibição pública. Não obstante este facto, FMI será, provavelmente, a sua obra mais conhecida.

 

O seu álbum mais recente, lançado em 2004, intitula-se Resistir é Vencer, em homenagem ao povo timorense, que resistiu durante décadas à ocupação pelas forças da Indonésia logo após o 25 de Abril. O ideário socialista está expresso em muitas das suas letras.

 

Trabalhou com diversos outros artistas de relevo da música de intervenção e outros géneros, nomeadamente José AfonsoSérgio GodinhoLuís RepresasFausto Bordalo DiasJanita SaloméAmélia MugeOs Gaiteiros de Lisboa e, no âmbito do FadoCarlos do CarmoCamané e Katia Guerreiro

Do mesmo modo compôs e cantou para o teatro, o cinema e a televisão, tendo sido elemento de "A Comuna" - Teatro de Pesquisa.

 

Em 2006, com 64 anos, José Mário Branco iniciou uma licenciatura em Linguística, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Terminou o 1.º ano com média de 19,1 valores, sendo considerado o melhor aluno do seu curso. Desvalorizou a Bolsa de Estudo por Mérito que lhe foi atribuída, dizendo que é «algo normal numa carreira académica».

 

Em 2009 voltou às atuações públicas com dois concertos intitulados Três Cantos, juntando «referências não só musicais mas também poéticas do que é cantar em português»: José Mário Branco, Sérgio Godinho e Fausto.

Morreu aos 77 anos, de paragem cardiorrespiratória, na madrugada do dia 19 de novembro de 2019, em Lisboa.

Fonte de informação:

José Mário Branco – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

Outras versões do mesmo Fado

Penélope
00:00 / 04:05

Intérprete: Carlos do Carmo

Letra: Manuela de Freitas

Penélope
00:00 / 03:16

Intérprete: Sílvia ?

Letra: Manuela de Freitas

Aqui
00:00 / 04:03

Guitarra:   Hélder Machado

Viola:        António Neto

Baixo:       Jorge Carreiro

Intérprete: Cristiano de Sousa

Letra: Mário Raínho

Pequena biografia do interprete:

                                                                                                                                                         Camané

Carlos Manuel Moutinho Paiva dos Santos adoptou o nome artístico de Camané,

diminutivo que tinha desde a creche.

 

Nasceu em Oeiras a 20 de Dezembro de 1966. Tem dois irmãos mais novos, também eles

intérpretes profissionais de fado: Helder Moutinho e Pedro Moutinho.

Na instrução escolar não chegou a completar o 9º ano, pelo que o pai, chefe de

construção naval, lhe arranjou um emprego no Arsenal do Alfeite, onde esteve dois anos,

deixando esse trabalho quando foi cumprir o serviço militar obrigatório.

Os primeiros contactos com o fado surgiram em sua casa, onde muito se apreciava este género musical. Durante a recuperação de uma doença na infância, Camané teve de permanecer em casa durante 20 dias e ouviu compulsivamente a colecção de discos dos pais, maioritariamente composta por discos de fado. Tomou assim contacto com todos os grandes intérpretes do género: Amália Rodrigues, Fernando Maurício, Lucília do Carmo, Maria Teresa de Noronha, Alfredo Marceneiro, Carlos Ramos, Hermínia Silva e Carlos do Carmo, entre outros.

Através destas audições assimilou de tal a forma característica de canto e os próprios fados que, passado pouco tempo, o seu pai trauteava a primeira fase musical de um fado tradicional e ele adivinhava-o porque os conhecia todos.

A sua primeira interpretação em público fê-la no restaurante Cesária, em Alcântara, por sua própria iniciativa em se dirigir aos músicos e pedir para cantar um fado de Fernando Maurício. Cantou, as pessoas acharam muita graça e aplaudiram muito e, a partir daí, aos fins de semana gostava de ir com os pais às colectividades que tinham fado, podendo assim continuar a cantar.

Camané participa em 1979 no concurso “Grande Noite do Fado” e sagra-se vencedor, facto que lhe permite gravar os seus primeiros discos, em formato 45 rpm. No ano seguinte, com cerca de 13 anos, grava o primeiro LP, um disco produzido pelo guitarrista António Chainho.

Nesta altura Camané está na mudança de voz e afasta-se do fado, mas regressa com 18 anos, pela mão de Alcino Frazão, que o leva para a casa "Fado Menor". Aproveitou o período de serviço militar, como escriturário na Direcção de Armas de Artilharia, para actuar nas várias casas de fado, circuito em que se manteve com regularidade até à edição do seu segundo CD, em 1998.

Durante esse período apresenta-se em diversas casas típicas, passando por espaços como o já referido Fado Menor, ou o Faia, Adega Machado, Luso, Clube de Fado e Senhor Vinho, entre outros.

O percurso de Camané permitiu-lhe ouvir cantar os grandes vultos do universo do fado, caso de Marceneiro, e conviver com alguns deles, como Amália Rodrigues ou Carlos Conde. Este aspecto foi de grande importância para a sua aprendizagem, que complementou com os anos passados a cantar em casas de fado.

Fez as suas primeiras apresentações em programas televisivos, pela mão de Teresa Guilherme e Herman José e, mais tarde, recebe um convite para participar em alguns espectáculos de Filipe La Féria. As produções teatrais permitem-lhe ganhar uma maior popularidade e é também nessa altura que surge o convite da EMI para gravar o seu primeiro CD, Uma Noite de Fados, editado em 1995.

De facto uma mudança importante acontece na sua carreira com os convites de Filipe la Féria para os projectos "Grande Noite", "Maldita Cocaína" e "Cabaret". Para além da notoriedade resultante da divulgação televisiva, Camané tem a hipótese de cantar num palco, e ganhar mais segurança, porque até essa altura, estava habituado a cantar em casas de fado e para um público de apreciadores muito mais reduzido.

É durante a gravação do espectáculo "Maldita Cocaína" que surge o convite para gravar o seu primeiro CD para a editora EMI. O registo "Uma Noite de Fados" é gravado ao vivo, durante quatro noites consecutivas, no Palácio das Alcáçovas, recriando o ambiente de uma verdadeira casa de fado. No fundo procurando reconstituir em disco aquilo que foi o seu percurso de fadista entre os 18 e os 27 anos.

A edição de "Uma Noite de Fados", elogiada pela critica especializada, elege Camané como a voz mais representativa da nova geração do fado. E o seu trabalho discográfico seguinte – “Na Linha da Vida” (1998), confirma as expectativas que "Uma Noite de Fados" provocara, e consagra-o em definitivo como um dos intérpretes mais impressionantes do fado.

Desde essa altura as suas actuações alargam-se aos grandes palcos, efectuando diversos espectáculos em Portugal e no estrangeiro, como as participações, logo em 1998, nos festivais “Tombées de La Nuit”, em Rennes e “Les Méditerranées à l'Européen” em Paris. Progressivamente, Camané abandona as actuações profissionais nas casas de fado.

O disco “Esta Coisa da Alma” (2000), tal como os anteriores, teve produção de José Mário Branco, e foi editado simultaneamente em Portugal, na Bélgica e na Holanda. Para além da apresentação do disco de norte a sul de Portugal, Camané realizou, também, digressões na Bélgica e na Holanda, para além de concertos em Espanha, Suiça, Alemanha e França.

Em 2001 Camané é distinguido com os prémios Globo de Ouro da SIC de “Melhor Intérprete Individual”; Prémio Bordalo para “Melhor Intérprete de Música Ligeira”, atribuído pela Casa da Imprensa; e o Prémio /Clix para “Melhor Voz Masculina Nacional”.

No final do ano lança o seu quarto CD – “Pelo Dia Dentro”, novamente com produção de José Mário Branco, e participação do mesmo trio de músicos do seu anterior álbum: José Manuel Neto (guitarra portuguesa), Carlos Manuel Proença (Viola) e Carlos Bica (contrabaixo).

O seu primeiro registo discográfico ao vivo, de título “Como Sempre… Como Dantes” (2003) é um CD duplo que obteve o galardão de “Disco de Ouro” e dá o mote para a realização de inúmeros espectáculos no ano de 2004, com início no Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra, e posteriormente passando por cidades como Famalicão, Coimbra, Évora, Porto e Lisboa.

Em 2004 integra o projecto Humanos, com David Fonseca e Manuela Azevedo, interpretando canções inéditas de António Variações o que projectou a sua imagem a nível nacional para um público mais alargado. Para além da edição em CD, são gravados os espectáculos ao vivo realizados nos Coliseus de Lisboa e do Porto, em 2005, e editados em DVD.

Considerando-se sempre um fadista, Camané aprecia integrar na sua carreira alguns espectáculos diferentes, realçando que a sua forma de cantar algo diferente vem precisamente da carga emotiva e interpretativa que lhe dá o fado. Neste âmbito integra-se, também, o espectáculo “Outras Canções” (Teatro São Luiz), onde Camané interpretou canções de referência da música portuguesa e brasileira.

A Fundação Amália Rodrigues atribuiu-lhe o prémio de “Melhor Intérprete Masculino” na sua primeira Gala, em 2005.

No ano seguinte, com base nos concertos realizados no Teatro São Luiz, na digressão do espectáculo “Como Sempre… Como Dantes”, é lançado no mercado o DVD “Camané ao Vivo no S. Luiz”.

Em 2006 Camané realizou com Carlos do Carmo um grande concerto de encerramento das Festas de Lisboa, com um palco instalado na Torre de Belém. Este espectáculo teve uma audiência de 20 mil pessoas.

O fadista participou, em 2007, numa película cinematográfica consagrada ao fado como género musical, onde interpreta dois temas. Da autoria do premiado realizador espanhol Carlos Saura, o filme "Fados" teve uma circulação a nível mundial que certamente contribui para uma maior popularidade de Camané junto de públicos mais vastos.

Em Maio de 2008 Camané apresentou o seu novo disco de originais “Sempre de Mim”, com um concerto no Coliseu dos Recreios. “Insistindo na divulgação de um repertório centrado no seu lado Tradicional, sem deixar de arriscar ao utilizar novas linguagens poéticas e musicais, os novos fados reflectem duas vertentes, uma de novidade temas inéditos de Alain Oulman, poemas de Luís de Macedo nunca antes musicados, um “fado” de Sérgio Godinho ou uma letra de Jacinto Luas Pires num fado tradicional outra pelas escolhas que já deram bons frutos poemas de Fernando Pessoa e Pedro Homem de Mello, a irresistível métrica de Manuela de Freitas e as inconfundíveis melodias de José Mário Branco” (cf. www.vachier.pt).

Actualmente Camané mantém uma agenda de espectáculos muito activa que abarca digressões de norte a sul de Portugal e um pouco por todo o mundo, sendo um nome sempre presente entre os consagrados do universo fadista. Museu do Fado

Fonte de informação:    

 

Portal do Fado - Camané

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