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Fado Marcinha

Ternura
Letra:              David Mourão Ferreira

Música:           Álvaro Martins

Intérprete:       Patrícia Costa



Desvio dos teus ombros o lençol
Que é feito de ternura amarrotada
Da frescura que vem depois do sol
Quando depois do sol não vem mais nada

 



Olho a roupa no chão – que tempestade
Há restos de ternura pelo meio
Como vultos perdidos na cidade
Onde uma tempestade sobreveio

 



Começas a vestir-te, lentamente
E é ternura também que vou vestindo
Para enfrentar lá fora aquela gente
Que da nossa ternura anda sorrindo

 



Mas ninguém sonha a pressa com que nós
A despimos assim que estamos sós

 

Guitarra portuguesa: Miguel Amaral

Viola de fado: André Teixeira

Contrabaixo: Filipe Teixeira

Letra: David Mourão Ferreira

Música: Álvaro Martins

Local: Auditório de Campanhã, Porto

(2015-01-10)

alvaro martins.jpg

Pequena biografia do autor:                                                                                             Álvaro Martins

                                                                                                  

Filho de Joaquim Martins dos Santos, barbeiro, e de Alzira Rosa Martins, foi

na barbearia do seu pai e localizada no centro do Padrão da Légua, que Álvaro

Martins começou a tocar aos 5 anos de idade. Nessa época, nas barbearias era

frequente haver uma guitarra portuguesa e uma viola para os clientes e/ou os

barbeiros tocarem.

Entretanto, Álvaro Martins começou a tocar em outros estabelecimentos e

acompanhar João Gago, tio de 2º grau de Ângelo Jorge, um dos violas que

o mais acompanhou.

E aos 12 anos de idade, Álvaro Martins tocou pela primeira na vez na antiga

Emissora Nacional.

Nos anos 40 do século passado, José Maria Nóbrega, actualmente um dos grandes violas de Fado, estabeleceu-se no Padrão da Légua como alfaiate. Nesta zona do concelho de Matosinhos, José Maria Nóbrega conheceu Álvaro Martins, que o lançou no Fado. Durante cerca de dez anos, ambos tocaram no Tamariz, casa de fados no Porto. No Tamariz, passaram todos os grandes nomes do Fado da época, havendo um forte intercâmbio entre fadistas de Lisboa e Porto. Quando Moniz Trindade ouviu os dois no Tamariz, convidou a dupla para actuar em Lisboa, durante um mês, no Café Pam-Pam, uma casa de fados que ia abrir perto da Praça do Chile. É assim que, em 1957, José Maria Nóbrega e Álvaro Martins chegam à capital para actuarem cerca de um mês. Findo o contrato, ambos os músicos regressam ao Porto. Para além da excelente relação profissional que eles tiveram, Álvaro Martins foi padrinho da filha de José Maria Nóbrega.

No final da década de 1950, em 1959, a sua música “Noite” foi incluída no disco "Amália Rodrigues" da Amália Rodrigues e acompanhou Fernando Farinha no Coliseu do Porto no dia 25 de Outubro.

Em 1965, Álvaro Martins conheceu o poeta Torre da Guia no restaurante típico A Candeia.

Torre da Guia como poeta e Álvaro Martins como compositor tornaram-se na dupla criadora de grandes Fados como "Pão de Gestos", que se tornou um sucesso popular nos anos 80 do século passado na voz de Beatriz da Conceição e Rodrigo, ou "Olhai a Noite", que é cantado por centenas de fadistas (por exemplo, Tony de Matos, Fernando Maurício, Fernando Gomes, Fernando João, António Calvário, etc.).

Durante a sua carreira, Álvaro Martins fez muitas digressões nas comunidades de emigrantes portugueses e não só como acompanhador de Fados mas também como solista. Estados Unidos da AméricaBrasilFrança ou Moçambique são alguns dos países.

Entre as muitas casas de fado em que atou, destaca-se "A Candeia", "Arcadas Dom Vaz", "Lisboa à Noite", "O Requinte" e "Tamariz".

Entre os muitos violas de Fado, que formaram dupla com Álvaro Martins, destacam-se José Maria Nóbrega, José Maria de Carvalho, Mário Lopes, Manuel Carvalho e Ângelo Jorge.

E entre os fadistas, que foram acompanhados à guitarra portuguesa por Álvaro Martins, destacam-se Amália RodriguesFernando FarinhaFernando MaurícioTristão da Silva, entre outros grandes fadistas.

Álvaro Martins faleceu a 8 de Novembro de 2003 com 85 anos de idade no Padrão da Légua, a sua terra natal.

Com o passar do tempo, a sua obra, que é composta por mais de 100 trabalhos editados, ganha cada vez mais importância. Actualmente, é alcunhado como Mestre.

Em 2015, André Almeida Rodrigues, familiar de Álvaro Martins, produziu e realizou "O Barbeiro Guitarrista", um pequeno documentário sobre este artista no âmbito do Mestrado Som e Imagem da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa. Este filme, que se encontra disponível no Youtube, conta com os depoimentos de Ângelo Jorge (viola de fado), Armindo Álvaro (filho de Álvaro Martins), Fernando João (fadista), Humberto Teixeira (empresário de fado), Rodrigo (fadista) e Torre da Guia (poeta e letrista), ganhou o Prémio Latino de Melhor Curta Metragem Portuguesa (Fundación Mundo Ciudad, 2016, Espanha), Menção Honrosa no FARCUME (Faro, 2016), foi nomeado ao Sophia Estudante (Academia Portuguesa de Cinema) e exibido em 19 países.

  • Álvaro Martins dizia que era barbeiro de profissão e guitarrista de paixão;

Até a sua morte, em Novembro de 2003, Álvaro Martins acompanhou os grandes nomes do fado da sua época e deixou mais de 100 trabalhos editados.

 

Fonte de informação:          

 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Álvaro_Martins_dos_Santos

 

Pequena biografia da intérprete:

                                                                                                                                                             Patrícia Costa

Patrícia Costa

Nascida em Guimarães, Patrícia Costa cresceu a ouvir música tradicional portuguesa.

O Fado desde muito cedo tomou conta da sua voz. Cantou pela primeira vez em público

aos oito anos no já extinto Teatro Jordão, na sua terra natal, e a partir daqui participou

em diversos programas de rádio e espetáculos ao vivo.

Amália Rodrigues é a sua maior referência.

Iniciou estudos musicais aos nove anos no Conservatório Regional de Vila Nova de

Famalicão / Caldas da Saúde, onde fez o Curso Complementar de Formação Musical,

com os instrumentos: Guitarra Clássica / Viola Dedilhada (classe do Prof. Óscar Flecha);

e Canto (classe das professoras Cecília Fontes e Ana Paula Matos). 

Do seu percurso de formação clássica destacam-se a participação, como solista, no concerto “Música no Coração” com a Orquestra Juvenil da ARTAVE, em Junho de 2000 no extinto Cinema Terço, no Porto; e a opereta “A Viúva Alegre” de Franz Lzar, com a Orquestra ARTAVE dirigida pelo maestro Manuel Ivo Cruz, levada cena no Fórum da Maia em Maio de 2001 e na Casa das Artes de V. N. Famalicão em Outubro do mesmo ano, uma co-produção da Companhia de Ópera do Real Teatro de Queluz e do Centro de Cultura Musical. 

Concluiu o Curso Complementar de Formação Musical em 2001. 

Desde 1994, tem-se apresentado com regularidade em espectáulos fora do país, nomeadamente na Suiça – Genéve; Alemanha – Feiburg e Gro゚-Umstadt; Espanha – Madrid e em vários locais da Galiza; Finlândia – Hensínquia; e África do Sul – Joanesburgo. De entre estas apresentações destacam-se 5 concertos em Novembro de 2007, na Córsega, no contexto do famoso festival Réencontres Musicales de la Méditerran onde integrou a representação portuguesa a convite da ESMAE (Escola Superior de Música do Porto), actuando com o seu Quarteto de Saxofones. 

É licenciada em Enfermagem desde 2007.

Desde 2009 integra o elenco de fadistas residentes na casa de fado “O Fado”, no Porto, cidade onde reside desde 2001.

Em 2010, editou o seu primeiro álbum original, “Um cantar velado e lento”. Composto por treze temas, apresenta vários inéditos, quatro dos quais compostos especialmente para Patrícia Costa: “Balada de Lisboa” de Fontes Rocha com letra de Manuel Alegre ; “Fado das Ondas” de André Teixeira com as palavras de José Carlos Vasconcelos; “Guitarras do Meu País” e “Em Todos os Jardins” compostos por Miguel Amaral para os poemas de Manuel Alegre e Sophia de Mello Breyner Andresen, respectivamente.

Em Portugal, foram inúmeras as salas de referência onde Patrícia Costa se apresentou: Casa da Música, Coliseu do Porto, Palácio da Bolsa, Palácio do Freixo, Teatro Rivoli, Teatro Sá da Bandeira, e a Casa das Artes de V. N. Famalicão.

Recentemente, fez três concertos no festival “Cais de Fado” promovido pela Casa da Música e Câmara Municipal de Gaia (Julho de 2014), e um concerto integrado na terceira edição do ciclo “Fado no Museu” (Agosto de 2014) no Museu do Vinho do Porto, promovido pela Câmara Municipal do Porto; ambos elogiados pela crítica e com lotação esgotada.

Patrícia Costa marcou presença confirmada para o Festival Caixa Ribeira, que decorreu na zona ribeirinha do Porto a 12 e 13 de Junho de 2015, onde actuou num cenário inusitado e especial: um barco rabelo no rio Douro.

Encontra-se actualmente a preparar o seu segundo trabalho discográfico, um registo ao vivo onde a fadista apresenta um novo repertório inédito; alguns temas do folclore rural; e também irrecuperar o legado fadista da cidade Invicta das últimas décadas.

Patrícia Costa foi ainda convidada para integrar a próxima edição de Porto timeless um àlbum de fotografia e texto político da co-autoria de Eugénia Soares Lopes e Markus Zuber (Edições Afrontamento), que neste volume se focarem retratos de figuras da cidade do Porto.

Fonte de informação:

Portal do Fado - Patrícia Costa

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