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Fado Proença
Fado Proença
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Não Te Quero Perder
Letra:               Júlio Vieitas
Música:            Júlio Proença
Intérprete:        Júlio Vieitas
 

​​

Andei perdido no cais
nesse dia negro dia
sem te ver na despedida,

entre gemidos e ais,
o mar revolto bramia
insultando a própria vida.   (bis)

 

Após a tua partida,
vaguei pela cidade,
quis esquecer-te e bebi,

quis dar novo rumo à vida,
mar era sempre a saudade,
que me falava de ti.   (bis)

 

Há quem não pense nem veja,
há mesmo quem não suporte,
esta razão singular,

quando a gente se deseja,
há só um fim só a morte,
nos consegue separar.   (bis)

 

Perdi-te fiz falsas juras,
partiste e por cá fiquei,
alguns anos sem te ver.

quero esquecer tais loucuras,
agora que te encontrei,
jamais te quero perder   (bis)

Intérprete:      Júlio Vieitas

Título:            Não Te Quero Perder

 

Autor da Letra:       Júlio Vieitas
Autor da Música:    Júlio Proença

Guitarra Portuguesa:      António Parreira e

                                       Armandino Maia

Viola de Fado:                José Maria de Carvalho

Viola-baixo:                    Francisco Gonçalves

   

 

Data da 1ª edição:  1980

Editora: "Riso e Ritmo"

Ref. RR LP 2131

​​​

julio proença

Fado Proença

Composto pelo cantador Júlio Proença (1901 - 1970)

O cantador Júlio Proença, cujo verdadeiro nome era Júlio Fonseca, haveria de deixar o seu nome na designação deste Fado. 

Este Fado Foi buscar a sua designação a uma das letras nele cantadas, um poema de David Mourão-Ferreira (1927 - 1996) que a voz de Amália Rodrigues, mais uma vez, a grande Amália celebrizou.

Consta, aliás, que terá sido a própria Amália que baptizou este Fado, como de resto fez com tantos outros.

Pequena biografia do autor:

                                                                                                                                               Júlio Proença

Filho de Amélia da Conceição Proença, Júlio Proença nasceu em Lisboa, no bairro

da Mouraria, no dia 25 de Outubro de 1901. Desde cedo Júlio Proença sentiu o

apelo fadista, aprendendo a cantar com a sua mãe.

Sobrinho do cantador António Lado, começou aos 16 anos (1917) a cantar o fado

como amador e, até à sua profissionalização em 1929, na opereta "Mouraria"  que

se estreou no Coliseu dos Recreios, cantou em inúmeras festas de beneficência,

nas esperas de touros, e outros espaços.

Júlio Proença exerceu sempre a profissão de estofador-decorador numa das mais

importantes casas do ramo sita na cidade de Lisboa.

Ao longo da sua actividade artística, Júlio Proença passou pelo “Salão Artístico de

Fados” e pelos retiros: “Charquinho”, “Ferro de Engomar”, “Caliça” e “Pedralvas”, entre outros.

Na década de 20 fez parte da primeira digressão artística de artistas de Fado que percorreu algumas terras do país e de que faziam parte os colegas Maria do Carmo, Joaquim Campos, Alberto Costa, Raul Ceia, os guitarristas Armando Freire "Armandinho", Herculano Rodrigues e o violista Abel Negrão.

Júlio Proença passou também pelos teatros: “Apolo”, “Trindade”, “Avenida”, “Maria Vitória”, “Joaquim de Almeida”, “Éden-Teatro”, “São Luís”, “Variedades” e “Capitólio” e nos clubes “Ritz”, “Monumental”, “Olímpia” e “Maxim's”, evidenciando, em inúmeros espectáculos, o seu enorme talento.

Posteriormente, cantou no “Retiro da Severa”, no “Solar da Alegria” (que dirigiu em conjunto com Deonilde Gouveia em 1931) e cafés “Gimnásio”, “Mondego” e “Luso”.

Júlio Proença foi um dos primeiros cantadores a cantar nas emissoras C.T.1 A.A, Rádio Luso, Rádio Peninsular e Rádio Condes.

Destacamos as gravações: “Mentindo Sempre”, “Olhos Fatais”, “Como Nasceu o Fado”, “Mentindo”, “Três Beijos”, “Meu Sentir”, “Meu Sonho”, “Minha Terra” (de cuja música é autor), bem como das músicas dos fados “Verbena”, “Lélé”, “Arlete”, “Fado Proença”, “Modesto” e “Fado Moral”. Regista-se também a gravação em dueto com Joaquim Campos dos discos “Dueto sobre o Fado” e “Romance”.

Participou numa audição de fados no Forte de Monsanto, no dia de Novembro de 1934, «1ª festa que da grande série que este jornal está empenhado em realizar em estabelecimentos prisionais e hospitalares», conjuntamente com Maria Carmen, Rosa Maria, Joaquim Campos, Joaquim Seabra, Júlio Correia e António Sobral (cf. Guitarra de Portugal de 14 de Novembro de 1934).

"Júlio Proença (juntamente com Ercília Costa e Márcia Condessa) tomou parte no espectáculo da "Mãe de Portugal" que se realizou no Coliseu do Porto, sob o alto patrocínio de Madame Carmona." (cf. Canção do Sul de 16 Setembro de 1944).

Em 1946 partiu para Moçambique onde fixou residência e onde viria a falecer, em Setembro de 1970.

Observações:
Em 21-05-1946, aquando da sua ida para África, foi homenageado numa festa realizada na Sala Júlia Mendes no Parque Mayer.

Fontes de informação:

“Guitarra de Portugal” 14 de Novembro de 1937;
“Canção do Sul” 16 de Setembro de 1944;
“Guitarra de Portugal”, 15 de Agosto de 1946;
Machado, A. Victor (1937) “Ídolos do Fado”, Lisboa, Tipografia Gonçalves;
Sucena, Eduardo (1992) “Lisboa, O Fado e os Fadistas”, Lisboa Vega;

Última actualização: Maio de 2008

Outras versões do mesmo Fado

Esperança Morta
00:00 / 03:13

Intérprete: Milene Candeias

Letra: Maria de Lourdes Carvalho

Fado Proença
00:00 / 02:55

Intérprete: Maria Emília Ferreira

Letra: João da Mata

Pai, É Bom Estar Aqui
00:00 / 04:04

Intérprete: Isabel Maria

Letra: Isabel Maria

Recordar é Viver
00:00 / 03:36

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Letra: Carlos Conde

Pequena biografia do poeta e intérprete:

                                                                                                                                                       Júlio Vieitas

Júlio Vieitas nasceu em Caldas da Rainha, no dia 8 de Agosto de 1915 e era ainda muito

jovem quando começou a cantar o fado.

 

Por esse motivo, resolve aos quinze anos, procurar na cidade novas oportunidades.

Emprega-se no ramo do comércio. Aos dezassete anos, Júlio Vieitas canta no “Retiro da

Basalisa”, e seguem-se outras actuações em verbenas e sociedades recreativas.

Em 1937 Júlio Vieitas estreia-se como profissional no “Café Mondego”, ao que se seguem

apresentações no “Solar da Alegria”, “Café Vera Cruz” e “Café Latino”. Actuou também no

“Café Luso”, “Sala Júlia Mendes”, “Café Monumental” e “Cervejaria Artística”.

Integrou, no ano de 1943, uma tournée pelo centro e norte do país com Ercília Costa como empresária, actuando durante algum tempo no “Cinema Olímpia” do Porto, onde também cantou na “Candeia” e no “Solar da Saudade”. Ainda na cidade do Porto, actuou na “Taverna de São Jorge”, no Hotel D. Henrique, na “Cozinha Real do Fado”, na “Casa da Mariquinhas” e no “Rabelo” em Vila Nova de Gaia. Também a cidade de Coimbra recebeu as suas actuações, nomeadamente no “Retiro do Hilário”.

Em 1954 e em 1960 cantou em programas de fados na Emissora Nacional, Rádio Clube Português e Emissores Associados de Lisboa, que contribuíram para a sua projecção artística e para as actuações no retiro do “Caliça”, na “Parreirinha do Rato”, no “Ritz Club”, na “Adega da Lucília”, na “Adega Mesquita”, no “Faia”, na “Nau Catrineta”, no “Paraíso das Guitarras” e na “Parreirinha de Alfama”.

Revela-se como artista-apresentador em 1957, no “Vira de Cascais” e nesse mesmo ano foi um dos primeiros artistas do fado a cantar nos programas experimentais da R.T.P.

Em 1970 voltou a Alfama como director artístico do “Arabita”.

Júlio Vieitas distinguiu-se também como autor de conhecidas letras de fados, algumas delas com música sua, destaque para: “Juventude”, “A Cigana”, “Princesa do Tejo” e “Varina dos Olhos Verdes”.

Registam-se várias gravações em disco, nomeadamente em 1979 quando gravou juntamente com Gabino Ferreira, Júlio Peres, Manuel Calixto, José Coelho e Frutuoso França, o álbum “Fado da Velha Guarda”.

Foi homenageado por diversas vezes. Já depois da revolução de 25 de Abril homenagearam-no na Tertúlia Festa Brava (1979), nas Caldas da Rainha (1985) e pelo grupo " Amigos de Lisboa " (1986).

Faleceu em 8 de Junho de 1990.

Fonte de informação:     

 

Portal do Fado - Júlio Vieitas

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