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Fado Puxavante

Canto Para Não Chorar
Letra:                Manuel de Andrade
Música:             Joaquim Campos
Intérprete:         Carlos do Carmo
 

 

 

Eu canto para não chorar
Chorando canto também

Eu vivo só para cantar
Toda a dor que a vida tem (bis)

 

Como uma prece diferente
Que aos pés de Deus vá rezar

Cada um canta o que sente
Eu canto para não chorar (bis)

 

E esta canção tão linda
Que me ensinou minha mãe

Cada vez que a lembro ainda
Chorando a canto também (bis)

 

Comecei de pequenino
Neste louco caminhar

Fiz do fado o meu destino
Eu vivo só para cantar (bis)

 

Na minha voz dolorida
O fado retrata bem

As incertezas da vida
Toda a dor que a vida tem (bis)

Intérprete:      Carlos do Carmo

Título:            Canto Para Não Chorar

 

Autor da Letra:       Manuel de Andrade
Autor da Música:    Joaquim Campos

Guitarra Portuguesa:      Fernando Freitas e

                                       José Nunes

Viola de Fado:                Martinho d' Assunção

Viola-baixo:                    Vítor Ferreira

   

 

Data da 1ª edição:  1970

Editora: "Tecla"

Ref. TE 1064

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joaquim+campos.jpg

Composto pelo cantador Joaquim Campos Silva (1911 - 1981)

Pequena biografia do autor:

​                                                                                                                                            Joaquim Campos
Joaquim Campos Silva, conhecido apenas por Joaquim Campos era filho de Joaquim

Maria da Silva e de Maria Campos, tendo nascido em Lisboa em 1911.
Aos 12 anos, vivia em Alfama tendo começado a cantar o fado junto da família
e dos amigos.
Aos completar os 16 anos, Joaquim Campos emprega-se como funcionário da

secretaria da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses.
Juntamente com Alberto Costa foi um dos fundadores do Grémio Artístico Amigos do

Fado. Joaquim Campos fez a sua estreia na “Cervejaria Boémia” no ano de 1927.
Também em 1927 a “Guitarra de  Portugal” noticiava: “Cantou numa festa
humanitária realizada a 27 de Setembro de 1927 (Domingo) no recinto da verbena do

Orfanato Ferroviário da CP, em favor de "um pobre proletário a quem as vicissitudes da vida atiraram para a desgraça deixando sem amparo uma numerosa prole".
Em Dezembro de 1933 vivia com a cantadeira Rosa Maria.
Participou numa audição de fados no Forte de Monsanto, no dia de Outubro de 1934, «1ª festa que da grande série que este jornal está empenhado em realizar em estabelecimentos prisionais e hospitalares»,
conjuntamente com Maria Cármen, Rosa Maria, Júlio Proença, Joaquim Seabra, Júlio Correia e António
Sobral (cf. Guitarra de Portugal de 14 de Novembro de 1934)
Joaquim Campos tomou parte da festa de homenagem aos tocadores Júlio Correia (guitarra) e António
Sobral (viola) no dia 4 de Novembro de 1934 levada a cabo por um grupo de sócios do Grémio Recreativo
Amadores do Fado. (cf. “Guitarra de Portugal” de 14 de Novembro de 1934).
Foi também possível vê-lo cantar em festas de beneficência, em retiros e esperas de touros. Participou,
juntamente com Maria do Carmo, Alberto Costa, Júlio Proença e Raul Seia, numa digressão por todo o
Algarve, com grande êxito. A sua projecção e sucesso levam-no ao Coliseu dos Recreios, ao Éden-Teatro,
Maria Vitória, Apolo e aos ambientes da época: “Solar da Alegria”, “Retiro da Severa”, no “Café Luso” e
“Café Mondego”.
Considerado na época como uma das melhores vozes de fado, Joaquim Campos foi também compositor,
com registo para os seguintes temas: “Fado Vitória”, “Fado Tango”, “Fado Rosita”, entre outros.
É de sua autoria a música do fado Povo que Lavas no Rio, com letra de Pedro Homem de Mello,

celebrizado por Amália Rodrigues.
Faleceu em 1981.



Fontes de informação:

“Guitarra de Portugal”, 24 de Setembro de 1927;
“Guitarra de Portugal” de 22 de Dezembro de 1933;
“Guitarra de Portugal” de 14 de Novembro de 1934;
Machado, A. Victor (1937) “Ídolos do Fado”, Lisboa, Tipografia Gonçalves.


Última actualização: Maio/2008

Pequena biografia do intérprete:

                                                                                                                                                 Carlos do Carmo

Falar de Carlos do Carmo é associar o seu nome ao que de mais genuíno e popular

se canta nas ruas de Lisboa, quer seja um simples pregão de varina ou um esvoaçar

de gaivotas do Tejo.

 

Carlos do Carmo nasceu em Lisboa. Filho de Lucília do Carmo (uma das maiores

fadistas do século XX) e de Alfredo de Almeida, livreiro e posteriormente empresário

na indústria hoteleira. Pode dizer-se que Carlos do Carmo foi criado no meio de uma

atmosfera artística. A casa de seus pais, na parte velha da cidade, Bairro Alto, era

um lugar de reuniões de intelectuais e de artistas, algumas das figuras proeminentes

da Lisboa de então. Carlos do Carmo iniciou em 1963 uma das carreiras mais

sólidas no panorama artístico português, para a qual contribuiu a sua coragem de

assumir o Fado no masculino e também o facto de trazer para o Fado novos elementos: contrabaixo e formação com orquestra, entre outros e ainda novos talentosos compositores, bem como a poesia e a prosa de grandes poetas e escritores contemporâneos portugueses. Por tudo isto, são inúmeros os prémios e honrarias recebidos até hoje (em anexo, destacam-se os mais relevantes).

Falar de Carlos do Carmo é associar o seu nome ao que de mais genuíno e popular se canta nas ruas de Lisboa, quer seja um simples pregão de varina, um esvoaçar de gaivotas do Tejo ou uma festa popular com sardinha assada. Na sua voz, andam também de mãos dadas a saudade, os amores não correspondidos, a solidão, a primavera com andorinhas e os "putos" deste Portugal e ainda a esperança e o futuro.

Carlos do Carmo é acarinhado por um público que o respeita e estima, apreciando nele, além das suas qualidades de grande intérprete e comunicador, as de um homem interessado na evolução da música da sua terra, acreditando na evolução do homem na sua globalidade. Os seus mais de um milhão de discos vendidos são prova inequívoca disso mesmo.

Os seus recitais para a televisão fazem parte do arquivo histórico do Fado, reconhecidos que são pela sua elevada qualidade e pelo sentimento inovador que cada um deles transmite. "Por Morrer uma Andorinha", "Duas Lágrimas de Orvalho", "Bairro Alto", "Gaivota", "Canoas do Tejo", "Os Putos", "Lisboa Menina e Moça", "Estrela da Tarde" são alguns dos grandes sucessos populares da sua carreira.

Cantou nos cinco continentes e as suas passagens no "Olympia" em Paris, nas óperas de Frankfurt e de Wiesbaden, no Canecão de Rio de Janeiro, no "Savoy" de Helsínquia, no Auditório Nacional de Madrid, no Teatro da Rainha em Haia, no teatro de São Petersburgo, na Place des Arts em Montreal, no Tivoli de Copenhaga, no Memorial da América Latina em São Paulo e mais recentemente no Teatro D. Pedro V em Macau (com transmissão em directo para toda a China) são momentos muito altos da sua carreira. Os concertos no Mosteiro dos Jerónimos, na Fundação Gulbenkian, no Casino Estoril, no Centro Cultural de Belém, na Casa da Música, na Torre de Belém e no Coliseu dos Recreios de Lisboa fazem a diferença a nível nacional, pelo conceito que lhes foi dado, sempre em prol da evolução do Fado.

Em 2003, aquando dos seus 40 Anos de carreira, Carlos do Carmo apresentou-se no Coliseu dos Recreios de Lisboa.

Sobre este concerto, Rui Vieira Nery escreveu: É bom vê-lo e ouvi-lo assim, passados já os sessenta anos, com esta sabedoria de quem mergulha numa tradição de que é um pilar fundamental, mas se afirma ao mesmo tempo, a partir dela, como o mais consistentemente experimental dos jovens fadistas portugueses.

De especial importância, foi o reconhecimento da carreira deste grande Homem, não só como fadista, mas também pela sua importância como homem e cantor no Fado, na música portuguesa, para Portugal e para o Mundo, feito pelo Museu do Fado, através de uma exposição intitulada "Um Homem no Mundo", que decorreu de 15 de Outubro de 2003 a 15 de Fevereiro de 2004.

No final de 2006 a Raymond Weil, prestigiada marca mundial de relógios distinguiu Carlos do Carmo, com a edição especial de um relógio de ouro de homenagem ao fadista, cujo o resultado económico elevado foi atribuído à Casa do Artista.

Em 2007 o jornal "Público" contou com a participação de Carlos do Carmo para a edição das colecções "Poemas da minha vida ".

Nesse mesmo ano é editado o disco "À Noite", que chegou ao grande público exclusivamente através da distribuição na Revista Visão e no Jornal Público, onde o Fadista cantou poemas de personalidades como Júlio Pomar, Nuno Júdice, Luís Represas ou Maria do Rosário Pedreira, sob composições de três dos grandes nomes lendários do Fado: Alfredo Marceneiro, Joaquim Campos e Armandinho. Rapidamente os discos se esgotaram nas bancas, o que levou a que a Universal Music Portugal, a sua editora discográfica, reeditasse o álbum para as lojas de todo o país.

Com todo o empenho Carlos do Carmo esteve envolvido no filme "Fados", de Carlos Saura, do qual foi o consultor. Recebeu um prestigiado galardão do cinema espanhol, com a atribuição do Prémio Goya de "Melhor Canção Original" para o tema "Fado da Saudade". O tema é incluído na reedição de "À Noite", bem como "Fado Tropical".

No ano seguinte comemoram-se os 45 Anos de Carreira do Artista. O primeiro dos concertos de aniversário teve lugar no Casino do Estoril, a 3 de Outubro, no qual o artista homenageou alguns dos músicos com quem partilhou os palcos ao longo da sua carreira: António Victorino d'Almeida, o espanhol António Serrano, José Maria Nóbrega, Joel Pina, José Fontes da Rocha e a Orquestra Sinfonietta de Lisboa foram alguns dos músicos que acompanharam Carlos do Carmo nesta noite tão especial, com direito a placa comemorativa e tudo.

O segundo grande acto comemorativo dá-se com a edição do seu primeiro "best of". "Fado Maestro" chega às lojas em formato CD/DVD, tendo as vendas disparado de imediato. Fados intemporais como "Lisboa Menina e Moça", "Os Putos", "Canoas do Tejo", "Por Morrer Uma Andorinha" ou "Um Homem na Cidade" são registados numa compilação de excelência. A edição especial do CD conta também com o documentário "O Fado de Uma Vida" , realizado por Rui Pinto de Almeida. A história da vida e da carreira de Carlos do Carmo contada através do próprio e de testemunhos de quem fez e faz parte da sua carreira. Neste DVD estão incluídos ainda 10 temas ao vivo, quatro gravados em Frankfurt e os restantes gravados em Lisboa.

O terceiro e último grande acto traduz-se numa super produção no Pavilhão Atlântico, em Lisboa. No dia 29 de Novembro Carlos do Carmo sobe ao palco da maior sala de espectáculos do país para uma noite que ficará na memória de cerca de 11.000 pessoas. Camané, Mariza, Carminho, Gil do Carmo, Bernardo Sassetti, a galega Maria Berasarte e a Orquestra Sinfonietta de Lisboa, dirigida pelo Maestro Vasco Pearce de Azevedo, foram os convidados especiais do artista para partilharem um dos pontos mais altos da sua carreira.

Carlos do Carmo integra actualmente a equipa coordenadora da candidatura do Fado a Património Mundial e é consultor da série televisiva "A História do Fado". Tem dado um enorme incentivo aos jovens que o procuram para aprofundar a investigação dos seus estudos sobre este tema, estimulando-os a escrever sobre o Fado.

Carlos do Carmo faleceu no dia 1 de Janeiro de 2021 no hospital de Santa Maria, em Lisboa. Tinha 81 anos.

Fonte de informação:   

 

Portal do Fado - Carlos do Carmo

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Fado Puxavante
00:00 / 02:50

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