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Fado Tia Dolores

Tia Dolores
Letra:              Linhares Barbosa
Música:           José António Sabrosa
Intérprete:       Lucília do Carmo

Vi hoje a Tia Dolores
Veio falar-me dos filhos
Cheia dum prazer profundo;
Porque esses seus dois amores
São os únicos atilhos
Que a trazem segura ao mundo

O João é marinheiro
Um rapagão denodado
Que anda sempre a navegar
É um moço prazenteiro
No seu olhar esverdeado
Andam vestígios do mar

De olhos azuis, o segundo
Mais novo do que o João
É um cabeça no ar
Nunca se prendeu ao mundo
Quis ir para a aviação
E leva a vida a voar

Assim, a Tia Dolores
Conta, não escondendo as mágoas
Que a envolvem como um véu
Os olhos dos seus amores
Um é verde cor do mar
Outro, azul da cor do céu

 

Ela procede aos amanhos
Duma casinha na serra
Aonde espera morrer
Velhinha de olhos castanhos
Castanhos, da cor da serra
Da terra que a viu nascer

 

Um, tem olhos cor do mar
Outro, olhar azul divino
No céu, no mar, andam escolhos
Eu então fico a pensar
Se a gente segue o destino
Que diz bem á cor dos olhos

Intérprete:      Lucília do Carmo

Título:            Tia Dolores

 

Autor da Letra:         Linhares Barbosa
Autor da Música:     José António Sabrosa

Guitarra Portuguesa:    Ilídio dos Santos

Viola de Fado:              Orlando Silva

Viola-baixo:                   Liberto Conde

   

 

Data da 1ª edição:  1968

Editora: "Valentim de Carvalho CI SA"

Ref. EP Decca nº PEP 1246

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Fado Tia Dolores

Composto pelo guitarrista José António Guimarães Serôdio (Conde de Sabrosa). (1915 - 1987)

Este Fado deve o seu nome à primeira letra nele cantada, "Tia Dolores", exemplo em apreço.

Conde de Sabrosa é um título nobiliárquico, criado por El-Rei D. Carlos I de Portugal, por Decreto de 15 de Novembro de 1900, em favor de José Gonçalves Guimarães Serôdio.

Titulares:

  1. José Gonçalves Guimarães Serôdio, 1.º Conde de Sabrosa.

Após a Implantação da República Portuguesa, e com o fim do sistema nobiliárquico, usaram o título:

  1. João Davidson Guimarães Serôdio, 2.º Conde de Sabrosa;

  2. José António Barbosa Guimarães Serôdio, 3.º Conde de Sabrosa;

  3. Martim Guimarães Serôdio Ricciardi, 4.º Conde de Sabrosa.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Conde_de_Sabrosa

Pequena biografia do autor:

                                                                                                                                                 José António Sabrosa

José António Barbosa Guimarães Serôdio, de seu nome de registo, nasceu em 1915 no

seio de uma família aristocrata.                                                                                                                                            

Sobre a composição de José António Sabrosa, Nuno Siqueira, que também é poeta e

guitarrista, afirmou que o músico "conseguia fazer uma mistura de tons maiores e tons

menores, e de harmonias, com um resultado lindíssimo".​

José António Sabrosa "é um nome muito relevante na composição musical do fado,

perfeitamente amador, acho mesmo que nunca ganhou um centavo com o fado, mas

notável", salientou Nuno Siqueira,

José António Barbosa Guimarães Serôdio, de seu nome de registo, ficou conhecido como

José António Sabrosa, por ter sido o 3.º conde de Sabrosa, um título criado em 1900,

pelo rei D. Carlos.
 

É autor de vários Fados, entre eles, Fado José António em quadras, Fado José António em sextilhas, Fado Velho, 

Fado da Defesa, Fado Tia Dolores, Fado Sabrosa, Fado da Portagem, entre outros...
 

José António Sabrosa casou com Maria Teresa de Noronha em 1947, em Lisboa, e

morreu em 1987, na sua residência em S. Pedro de Penaferrim, em Sintra. Várias das

suas melodias continuam hoje a ser gravadas por diferentes fadistas e guitarristas.

 

 

Selecção de fontes de informação:

http://www.portaldofado.net/content/view/4188/379/lang,pt/

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Fado Tia Dolores
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Pequena biografia do poeta:

                                                                                                                                           Linhares Barbosa

João Linhares Barbosa, poeta e jornalista, nas­ceu em Lisboa em 1893, na freguesia

da Ajuda onde viveu toda a sua vida e foi lá que veio a falecer em 1965.

 

vado por Martinho d'Assunção (pai) e por Domingos Serpa, enveredou pela poesia na

linha do sentimenta­lismo ultra-romântico. Vivia exclusivamente do fruto das suas

composições, vendendo as suas cantigas, tal como os outros poetas da altura, pois

não havia como hoje as gravações, e portanto era uma forma de receber

monetáriamente o retorno do seu trabalho.
Começou a publicar os seus versos no Jornal A voz do Operário, chegando muitas das

vezes a ser ele próprio a declamá-los
Em 1922 iniciou a publicação da Guitarra de Portugal que dirigiu até ao final da primeira série, em 1939, e que foi o mais influente jornal da im­prensa fadista, exercendo durante quase duas déca­das forte influência na evolução do Fado.
Sob a sua direcção, a Guitarra de Portugal não só divulgou centenas e centenas de poemas para o repertório fadista como se envolveu em duras po­lémicas com os críticos do Fado, particularmente activos durante a década de 30. O jornal contou com numerosas colaborações (Stuart de Carva­lhais, Artur Inez, Antônio Amargo) e constituiu um precioso elemento de ligação entre os amado­res de Fado, tendo assinantes em praticamente todo o país.
Continuou a colaborar na II série (1945-1947) e noutros jornais, nomeadamente o Ecos de Portugal, que sur­giria em substituição da Guitarra.

Foi durante muito tempo Director Artístico do Salão Luso.
Em 1963 é Homenageado no Coliseu dos Recreios, recebendo o prémio da Imprensa para o “Melhor Poeta de Fado”
Em 1995 a Câmara Municipal de Lisboa presta-lhe a justa consagração dando o se nome a uma rua de Lisboa, no Bairro do Camarão da Ajuda.
Foi e ainda é, um dos mais admirados poetas do Fado, a sua produção ultra­passou decerto o milhar de poemas, entre os quais se contam algumas das mais duradouras letras tradicionais, entre outras:
É Tão bom Ser Pequenino; Lenda das Rosas; Cinco Pedras; Dá-me o Braço An­da Daí; As Sardinheiras; Cabeça de Vento; O Ardinita; Ternura, O Leilão da Mariquinhas; Depois do Leilão Fado dos Alamares; Não te Lembres de mim; O Meu; O Pierrot; Lembro-me de Ti; Mocita dos Caracóis; O Remorso; Vida Airada; Perdição; O Fado da Mouraria; Desespero; As Pedras; Aquela Rua, Ternura, Cabeça de Vento, O Ardinita, Eterna Amizade, Fado Menor, Lenda das Rosas, O Fado da Mouraria, Vida Airada, Disse Mal de Ti, Fado Corrido, Fado das Tamanquinhas, Faia, Lá porque tens cinco pedras, Não digas mal dele. Os teu Olhos são dois Círios, Sei Finalmente, Troca de Olhares.

Fontes de informação:   

 

Portal do Fado - Linhares Barbosa

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