

Fados Tradicionais


Fado Latino
Na Mouraria
Letra: Gabriel de Oliveira
Música: Jaime Santos
Intérprete: Fernando Maurício
Na velha Mouraria é onde eu moro
Qual jóia sem valor em áureo cofre
Agora é lá que eu sofro, canto e choro
Como um fadista chora, canta e sofre (bis)
Embala-me à janela o sonho lindo
Do Fado suspirando à luz da lua
E as lágrimas que choro vão caindo
Quais pérolas de mágoa sobre a rua (bis)
Perpassa o sentimento português
Naquelas ruas tristes e bizarras
E sobre as tuas pedras muita vez
Eu julgo ouvir trinar, velhas guitarras (bis)
Na minha vida incalma de fadista
Eu sinto dentro d’alma noite e dia
Vibrar alegremente a fé bairrista
De quem sabe sofrer na Mouraria (bis)
Intérprete: Fernando Maurício
Título: Na Mouraria
Autor da Letra: Gabriel de Oliveira
Autor da Música: José Pereira
Guitarra Portuguesa: Manuel Mendes e
Armandino Maia
Viola de Fado: José Vilela
Data da 1ª edição: (não foi possível apurar)
Editora: "Estúdio"
Ref. ELPS - 145

Fado Latino
Composto pelo guitarrista Jaime Santos
Outro poema cantado neste Fado e popularizado por António Severino "Senhor Natal"
Pequena biografia do autor:
Jaime Santos
Jaime Tiago dos Santos, de seu verdadeiro nome Tiago dos Santos, nasceu em
Lisboa,na freguesia de Santa Engrácia, em 01 de Junho de 1909, tendo falecido
também em Lisboa, em 04 de Julho de 1982. Descendente de uma família com
tradições fadistas e vocação musical ( o seu avô materno, de nome Manuel dos
Santos “O jardineiro” , tocava guitarra e cantava Fado e, um seu tio, consta que
era um excelente cantador ).
Ainda muito jovem, com cinco ou seis anos apenas, pegou numa velha guitarra,
e em acção espontânea, dedilhou as cordas do instrumento que o tornaria famoso.
Aos 12 anos, inicia-se no trabalho como aprendiz de marceneiro, altura em que
já tocava viola, bandolim e violino. Porém, seria a viola o instrumento que, mais
o entusiasmou, e ao qual se dedicou no inicio da sua carreira de instrumentista, na qual acompanhou, entre outros, os guitarristas Bento Camacho, Fernando de Freitas, Gonçalves Dias e José Marques ( Piscalarete ) .
Um pouco às escondidas, começou a aprender a tocar guitarra! Consta, que o grande empurrão é dado pelo já referido Bento Camacho, que durante uma visita de Jaime Santos a sua casa, e como aquele se demorasse a preparar para irem trabalhar, apanha Jaime Santos a tocar a sua guitarra! Logo aí, e embora não consiga que ele largue a viola, Bento Camacho desafia-o a tocar guitarra, tarefa em que recebe a preciosa ajuda do violista Georgino de Sousa.
Casou com Ofélia, uma das filhas de Georgino de Sousa, violista de Armandinho, tendo sido este quem o incentivou a trocar a viola pela guitarra e o lançou como guitarrista, integrando-o no seu conjunto de guitarras e violas (1937/1938).
É também Georgino de Sousa, que fez com que ele passasse a ser conhecido como Jaime Santos, correspondendo à vontade que Tiago exprimia frequentemente de gostar de se chamar Jaime em vez de Tiago.
Nos dois anos seguintes, junta-se com o violista Miguel Ramos, actuando no Café Luso, na Avenida da Liberdade, em Lisboa.
No ano seguinte, O Retiro da Severa, onde já actuava Armandinho, contrata Jaime Santos! Logo aí se gerou uma tentativa de criar uma rivalidade entre eles! O empresário José Jorge Soreano, promove um confronto público entre os dois com honras de publicidade nos jornais! O tiro saiu-lhes pela culatra, pois ambos rejeitaram a proposta e ambos se despediram da casa onde deveria ter lugar o referido confronto, o Retiro da Severa, tendo saído de braço dado! Assim nasceu uma enorme e sólida amizade.
Em 1944, integra o Conjunto Português de Guitarras, de Martinho d' Assunção, de que também faziam parte, além deste, António Couto e Alberto Correia; em 1945 esses mesmos elementos, decidem formar o Conjunto Típico de Guitarras.
Acompanhou Amália Rodrigues ( período que com algumas interrupções, se prolongou até 1955 ), tendo participado com ela em inúmeros espectáculos quer em Portugal quer no estrangeiro, nomeadamente em Espanha, França, Estados Unidos e México.
Participou no filme “Fado - História Duma Cantadeira” (1947) e ainda nas curtas-metragens de Augusto Fraga sobre temas de fados, filmadas no mesmo ano; em 1954, tem uma intervenção no filme “Les Amants du Tage” na companhia de Santos Moreira.
Fez digressões pelos antigos territórios portugueses da África e pela República da África do Sul, acompanhando Alberto Ribeiro.
Em 1960, com o violista Américo Silva, acompanhou à Holanda a artista Clara de Ovar e, em 1961, foi para Paris durante um ano, actuar na casa típica “O Fado”, de que Clara de Ovar era proprietária.
A partir de 1963, como bom marceneiro, começou a construir e a tocar os seus próprios instrumentos.
Autor das músicas de considerável número de fados ( com letras de diferentes poetas), das quais apresentaremos exemplos, Jaime Santos compôs também diversas variações,
Jaime Santos, foi dos guitarristas que nos deixou um vasto espólio da sua arte, nas imensas gravações fonográficas que nos deixou, sendo o “inventor” das "unhas postiças" , como alternativa às unhas naturais, por questões de resistência e sonoridade, tornando-se numa característica indispensável a todos os guitarristas, até aos dias de hoje.
Fonte de informação:
http://www.g-sat.net/todos-os-fados-de-a-a-z-historia-2128/fado-alfacinha-218275.htm
Outras versões do mesmo Fado



Guitarras: Francisco Carvalhinho e Acácio Rocha
Viola: Pais da Silva
Intérprete: Maria José da Guia
Letra: José Pereira



Guitarra: José Manuel Neto
Viola: Carlos Manuel Proença
Baixo: Marino de Freitas
Intérprete: Maria Amélia Proença
Letra: Carlos Conde
Intérprete: Carmo Moniz Pereira
Letra: Maria Manuel Cid
Intérprete: António Severino
Letra: José Crispim