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Fado Rigoroso

Melros
Letra:             Frederico de Brito (Britinho)
Música:         José Marques (Piscalarete)
Intérprete:      Raúl Simões Pereira
 

 

Aquele melro negro e zombeteiro
Que à beira do regato fez o ninho

Andou a assobiar o dia inteiro
A querer desafiar um pastorinho  (bis)

 

Também soube imitar suas baladas
Do alto das ameias dos silvados

Que as pobres ovelhinhas enganadas
Perderam-se nas sombras dos valados  (bis)

 

 

Assim, foi descambando a tarde fria
E o Sol guardou no mar seu rubro disco

Nenhuma das ovelhas conhecia
Qual era o bom caminho do aprisco  (bis)

 

 

Quando a noite desceu e o luar brando
Pedia aos rouxinóis canções de amor

Ainda o melro andava assobiando
A rir, das ovelhinhas, do pastor  (bis)

 

Agora, este conceito guardo apenas
Da história que me serve a mim também

Ninguém deve fiar-se em cantilenas
Há melros que assobiam muito bem  (bis)

Intérprete:      Raul Simões Pereira

Título:            Melros

 

Autor da Letra:        Frederico de Brito (Britinho)
Autor da Música:    José Marques (Piscalarete
)

Guitarra Portuguesa:      António Chainho e

                                       António Parreira

Viola de Fado:                José Maria Nóbrega

Viola-baixo:                    Raul Silva

   

 

Data da 1ª edição:  1976

Editora: "Rádio Triunfo"

Ref. Alvorada EP S 60 1596

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Fado Rigoroso

Composto pelo guitarrista José Marques, por alcunha o "Piscalarete" (1899 - 1967)

​Pequena biografia do poeta:

                                                                                                                                             Frederico de Brito

Joaquim Frederico de Brito, nasceu em Carnaxide ( Oeiras ), em 25 de Setembro

de 1894, tendo falecido em Lisboa, em Março de 1977.

Cantador, compositor e poeta, era conhecido no meio do Fado com o diminutivo

de “Britinho” e também poeta-chauffer, alcunha que lhe atribuíram porque durante

muitos anos foi motorista de táxi, depois de ter sido estocador durante alguns

anos; no entanto, vem a reformar-se como empregado da companhia petrolífera

Atlantic, onde entrou, quando deixou de conduzir táxis!

Aos 8 anos, leu o livro de Avelino de Sousa, “Lira do Fado”, que o levou a escrever

versos, que o seu irmão mais velho, João de Brito, cantava em festas de amadores.

É um facto adquirido, que durante a sua vida, escreveu mais de um milhar de letras

e compôs várias centenas de músicas.

Participou na opereta "História do Fado", de Avelino de Sousa, com Alfredo Marceneiro e outros, cantando versos de sua autoria.

Em 1931, edita um livro de sua autoria, “Musa ao Volante”, compilação de todos os versos que até aí tinha escrito.

Para além de grande poeta, foi também um extraordinário compositor!

Assim, são de sua autoria, ( letra e música ), "Biografia do Fado", ( criação de Carlos Ramos ); "Fado do Cauteleiro"( criação de Estêvão Amarante ); "Janela virada para o mar" ( criação de Tristão da Silva ); "Não digam ao Fado...!" ( criações de Carlos do Carmo e Beatriz da Conceição ) e "Canoas do Tejo"( tema popularizado pela criação de Carlos do Carmo e, mais tarde, também cantado por Max, Beatriz da Conceição, Francisco José, Tony de Matos e muitos outros ).

O "Fado Carmencita", na voz de Amália Rodrigues, foi também um dos seus sucessos, tal como foram “Troca de olhares”, “Rapaz do camarão", “Casinha dum Pobre” e Fado Corridinho ( ambos com música de Martinho d' Assunção ), “Fado Britinho”; “Fados dos Sonhos” e o celebérrimo “Fado da Azenha”, que David Mourão- Ferreira, considerou das melhores criações da poesia popular portuguesa!

Vários compositores, entre eles Raul Ferrão, Raul Portela, Jaime Mendes e Alves Coelho ( filho ) escreveram músicas para letras de Joaquim Frederico de Brito.

As revistas ”Anima-te Zé” ( Teatro Maria Vitória, 1934 ), “Salsifré” ( Teatro Apolo, 1936 ), “Bocage” ( Eden Teatro, 1937 ), “Chuva de Mulheres” ( Eden Teatro, 1938 ), “Sol e Dó” ( Teatro Variedades, 1939 ) e “Haja saúde!”, com a qual se inaugurou o Teatro ABC, integraram várias composições de sua autoria.

Era muito estimado nos meios fadistas ( o carinhoso diminutivo “Britinho”, reflectia aliás essa generalizada simpatia ).

Poeta popular, que manteve os padrões do Fado tradicional, sem “lamechas retrógradas”, sem terminologia de exagerado lirismo, seduzindo assim compositores de nomeada, já acima referidos, que compõem para as suas letras, de cunho bem fadista, e que foram cantadas no teatro, por fadistas e cançonetistas da época.

Joaquim Frederico de Brito, deixou-nos um valioso espólio, que continua a ser interpretado por inúmeros artistas, recebendo do grande público, enorme aceitação e agrado!



Fonte de informação:



http://lisboanoguiness.blogs.sapo.pt/96690.html





Última actualização:  Dezembro/2009

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